A PUCRS NA CULTURA DIGITAL

Transcrição

1 A PUCRS NA CULTURA DIGITAL A EDIPUCRS, em uma direção inovadora e estratégica, coloca-se como unidade pesquisadora. A postura assumida é justificada pelo próprio contexto da Editora Universitária da PUCRS, que é um órgão suplementar vinculado à Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (PRPPG). Apresentando elevado grau de interatividade digital autoreditora-leitor e uma média de publicações eletrônicas ascendente, a EDIPUCRS observou a necessidade de um mapeamento das relações existentes neste ambiente virtual e do mapeamento de possíveis projeções que visem delinear uma proposta mais relevante por parte do trabalho editorial, diretamente relacionado a pesquisas de impacto sobre a realidade. Nesse contexto, a leitura dos discursos digital e impresso suscita dúvidas relativas ao impacto da mídia sobre o processo em foco, abrindo espaço para propostas de formatos e modos de interação específicos. Estimulam-se, assim, investigações que coloquem a EDIPUCRS dentro de um contexto de pesquisa teórica e de aplicação de resultados. Projetos desenvolvidos: A PUCRS na Cultura Digital: um olhar a partir da editoração Audiolivro Crônicas de Rádio: um relato falado do cotidiano Construção de e-books com uso de Mapas Conceituais Crianças e cantigas Digitalização de obras Processamento Cognitivo da Leitura em Livros Eletrônicos RS Negro

2 A PUCRS NA CULTURA DIGITAL: UM OLHAR A PARTIR DA EDITORAÇÃO Mestranda em Linguística, bolsista CNPq: Stéphane Dias Orientador: Prof. Dr. Jorge Campos da Costa O Modelo de Pesquisa Abordagem por interfaces: Metateoria das Interfaces (Campos, 2007). Pesquisa teórico-argumentativa: Cultura Digital; mídia (McLuhan, 1969); Comunicação e Cognição (Sperber&Wilson, 1995, 2005); Conversação (Grice, 1967, 1975; Levinson, 2000); Cognição (Fodor, 1987, 1998, 2001); Linguagem e cérebro (Houser; Chomsky; Fitch, 2002; Fitch, Hauser, Chomsky, 2005; Pinker&Jackendoff, 2005); Tecnologias e desenvolvimento (Demo, 2009); Linguagem e meios digitais (Freitas, 2009); Leitura (Pereira&Antunes, 2008; Pereira, 2008); Cultura, Linguagem e conhecimento (Maturana e Varela, 1984); Filosofia da Ciência (Popper, 1935; Kuhn, 1962; Lakatos, 1977); Semiótica e Semiologia (Pierce, 1977; Eco, 1980; Joly, 1996; Santaella&Nöth, 1998; Silveira, 2005); Interação comunicativa (Campos, 2010); Biblioteca Digital (Procópio, 2005). Coleta e reunião de dados (Dillman; Bowker, 2001; Dillman, 2002; Barros&Dutra, 2006). Análise qualitativo-ilustrativa: Virtuálogo - A Linguagem da Cultura Digital (Campos, 2010).

3 Objetivos Mapear relações comunicativo-dialógicas existentes no ambiente virtual acadêmico bem como possíveis projeções que possibilitem delinear uma proposta mais relevante por parte do trabalho editorial. Reunir e analisar dados que possam expressar o comportamento da comunidade universitária no que se refere aos processos de feitura (criação, escrita e formatação) e leitura de discursos digitais, paralelamente aos realizados no meio impresso, tendo em vista que a PUCRS possui uma das maiores bibliotecas da América Latina, a qual contempla, também, um vasto número de obras digitalizadas. Foco norteador Perspectivas teóricas que possibilitem descrever e explicar processos em interação nos novos ambientes de discurso digital, paralelamente ao tradicional, bem como possibilitem propor ferramentas relevantes. O papel dos processos inferenciais na interface interpretação do impresso e do digital. Interface pesquisa/divulgação científica. A pesquisa sobre o contexto do próprio processo editorial acadêmico (contemplando edição, publicação, distribuição e divulgação de obras que representem a produção de conhecimento relevante e oportuno para a comunidade em que se insere), com vistas a torná-lo mais eficiente. A EDIPUCRS está em um contexto de referência no mundo editorial digital em termos de publicações eletrônicas: e-books, audiobooks (parciais), com formatações que contemplam desde a conversão da mídia impressa para o meio digital (PDF, HTML), até formatações específicas (HTML, Flash, PHP, linguagem de programação para Web), com uso de recursos exclusivos ao meio digital, cuja utilização pela Editora data de 2008.

4 A proposta da Editora é oferecer alternativas de navegação diretamente no texto ou através de Mapas Conceituais (Andrade, 2009), permitindo uma leitura mais econômica (economia de processamento cognitivo). Considerações O Conselho de Orientação do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, em publicação centrada na temática Desafios ao Desenvolvimento Brasileiro, traz artigo destacando a necessidade de adequação do sistema educacional do país ao contexto das novas alfabetizações no que tange às habilidades de manipulação das novas linguagens tecnológicas e ao próprio desenvolvimento da criticidade do indivíduo/leitor nessa manipulação. De um lado, um elevado número de cidadãos usuários da internet (66,3 milhões, de acordo com pesquisa do IBOPE no final de 2009; 73 milhões, de acordo com COMSCORE, em maio de 2010; e, em janeiro de 2011, a estimativa é de que se tenha usuários ativos no Brasil (IBOPE); a cada dia, no mundo, 500 mil pessoas entram pela primeira vez na Internet, de acordo com a Dell, em 2007), entrando em contato com textos de diversas origens e formatos; do outro, dados que revelam que o nível Pleno de alfabetismo mantém-se em, aproximadamente, um quarto do total de brasileiros (Inaf, 2009). Somente entre os que chegaram ao Ensino Superior é que prevalecem (68%) os indivíduos com pleno domínio das habilidades matemáticas (INAF BRASIL 2009). Somente 38% dos que cursaram alguma série ou completaram o Ensino Médio atingem o nível Pleno de alfabetismo. Nesse mapeamento, temos que avaliar a alfabetização digital e o letramento digital (cf. Demo, 2009), em uma perspectiva de futuro imediato, onde as relações culturais estão cada vez mais dependentes desse meio. Uma editora universitária, nessa perspectiva, não deve apenas estar ciente dessa necessidade, adaptando-se a ela, mas também deve estar à frente de projetos de investigação que qualifiquem a instituição de ensino em termos de produção e divulgação científica.

5 As pesquisas desenvolvidas pelas unidades, entre elas a Editora Universitária, estariam inseridas em uma política educacional macro, onde a universidade potencializa seus setores em termos de ciência e tecnologia.