Consulta sobre fornecimento de cópias de documentos e processos. Consulta a Secretaria, deste Conselho sobre o procedimento a ser adotado,

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Cláudio Carreiro
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1 Secretaria do C.F.E. Consulta sobre fornecimento de cópias de documentos e processos. Lafayette Ponde 1 - RELATÓRIO Consulta a Secretaria, deste Conselho sobre o procedimento a ser adotado, em face do art. 5, XXXIII e XXXIV, "b", da Constituição; "Alguns Conselhos representativos de categorias profissionais, sob argumento de possuirem interesse direto em processos relacionados com sua área de atuação e em tra mitação neste Conselho, têm dirigido a esta Secretaria solicitando autorização para o fornecimento de cópias daqueles processos, todo6 de interesse de outras instituições. Alegam, para tanto, amparo no Constituição Federal, em seu art. 5º. incisos XXXIII e XXXIV,"b". Os dispositivos constitucionais aí citados estabelecem: "Art.5. Todos são iguais perante a lei... XXXIII. todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular,ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindivel á segurança da sociedade e do Estado;

2 "XXXIV- são a todos assegurados,independentemente do pagamento de taxas: a)... b)- a obtenção de certidões em repartições públicas,para defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal." As disposições aí transcritas vem da Constituição de 1934 (art.113, n. 35) repetida, ainda que em versões diferentes,nas de 1946 (art. 141, 36) 1967 (art 150 n.34) 1969 (art ): A lei assegurarão rápido andamento dos processos nas repartições publicas, a comunicação aos interessados dos despachos proferidos, assim como das informações, a que este6 se refiram, e a expedição das certidões requeridas para defesa de diceitos individuais, ou para esclare cimento dos cidadãos acerca dos negócios públicos,ressalvados, quanto as últimas,os casos em que o interesse público imponha segredo,ou reserva (art. 113 n 35, Const. 1934). A referencia, no texto de 1988, a "informações de interesse coletivo ou geral", assim como a arguição de "ilegalidade ou abuso de poder",estavam ja implícitas no de 1934 na locução "esclarecimento dos cidadãos acerca de negócios públicos", A inovação, pois, em rigor,é a dispensa de taxas", do inciso XXXIV,*) O principio da igualdade - a igualdade de todos perante a lei - desdobra-se no corolário de que todos devem também ser iguais perante as auto ridades e serviços públicos. Daí que a solução dos assuntos e processos administrativos não pode ter motivos reservados, de índole puramente pes soal, ou particular. Em outras palavras, o poder (quando mesnos,teoricamente, ou segundo uma regra ideal) deve ser impessoal, isto é, exercitado, menos em contemplação da qualidade das pessoas do que, objetivamente, em virtude das "condições",ou situações,em que elas se apresentem: é a "igual. dade de condições", a que aludia TOCQUEVILLE, base constitutiva da democracia e das liberdades. Por isso, todos aqueles outros, que estejam em iguais situações, ou a quem estas possam aproveitar, poderão valer-se das soluções administrativas, dadas aos casos "precedentes" : em principio, nada justifica tratar

3 diferentemente situações iguais. A Secretaria do Conselho, pois, cumpre dar "informações" sobre os processos que nele tramitem,ou estejam arquivados, a quem arguir interesse próprio "ou coletivo,ou geral", ressalvada, como ali no inciso XXXVIII se diz, a hipótese, que,em relação ao Conselho, deverá ser muito remota, de "sigilo imprescindivel á segurança da sociedade ou do Estado". Meras "informações", não cópias textuais, que sobrecarreguem as tarefas e serviços de ó dem interna, sem possibilidade sequer de custeio, até porque não sem o Conselho caixa arrecadadora, Valerá aqui a diretriz do voto do Ministro CARVALHO MOURÃO, expressa no Supremo Tribunal Federal: " A Constituição não assegura aos interessados a comunicação de todos e quaisquer pareceres e informações,senão somente daqueles a que os despachos administrativos se refiram, isto é, daqueles que dos despachos ficam fazendo parte integrante, como motivação ou fundamento deles.nisto se conforma o legislador constituinte com a doutrina e a tradição do direito administrativo, segundo as quais publicas devem ser as resoluções e decisões, não as informações e pareceres que apenas sirvam de esclarecimento para as resoluções da autoridade administrativa; ou, melhor, publica deve ser a decisão, não a elaboração dela, a deliberação que a precede." (voto do Ministro CARVALHO MOURÃO no ac. Supr.Trib.Fed.in Rev. Tribs,111, p.743). Quanto as "certidões", devem ser fornecidas mediante expressa menção do direito arguido, ou da "ilegalidade ou abuso do poder", nos termos aliás da orientação anterior, consagrada pelos Tribunais: "A Carta Magna assegura o direito de pedir certidão aos órgãos administrativos para sustentação de legítimos interesses, uma vez que se declare o fim destinado e o interesse público não impuser sigilo. Não satisfaz o preceito constitucional o pedido que apenas contiver o seu destino, abstratamente,para fins de direito" (ac.trib. S.B.inRev Tribs 323,984; id.rev.for. 135,208; Rev.Trim. Jur. 50,622). Observe-se,outrossim, que os dispositivos são de aplicação imediata, irrelevante a ameaça da lei punitiva a que alude o inciso XXXIII porque I dever institucional da Administração dar fiel execução ás leis,independente de sanções específicas.

4 A CÂMARA DE LEGISLAÇÃO E NORMAS

5 IV - DECISÃO DO PLENÁRIO O Plenário do Conselho Federal de Educação aprovou, por unanimidade, a. Conclusão da Câmara. Sala Barretto Filho, em 07 de 12 de 1989.

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