AS S E M B L E I A M U N I C I P AL D E ESPINHO

Transcrição

1 ACTA Nº 21/ No dia 14 de Dezembro de 2009, teve lugar a 1ª reunião da Sessão Ordinária de Dezembro do mesmo ano, da Assembleia Municipal de Espinho, agendada para as horas com a seguinte Ordem de Trabalhos: DELIBERAR SOBRE ASSUNTOS AGENDADOS, NOS TERMOS REGIMENTAIS, PARA O PERÍODO DE ANTES DA ORDEM DO DIA; DELIBERAR SOBRE O LANÇAMENTO DA DERRAMA PARA O ANO DE 2010; DELIBERAR SOBRE PARTICIPAÇÃO VARIÁVEL DO IRS; DELIBERAR SOBRE PROPOSTAS QUE VISAM PROSSEGUIR AS ATRIBUIÇÕES DA AUTARQUIA; DELIBERAR SOBRE O PROJECTO DO NOVO REGULAMENTO GERAL E TABELA DE TAXAS DO MUNICÍPIO DE ESPINHO E RESPECTIVA FUNDAMENTAÇÃO ECONÓMICO-FINANCEIRA APRECIAR A INFORMAÇÃO ESCRITA DO PRESIDENTE DA CÃMARA ACERCA DA ACTIVIDADE MUNICIPAL; APROVAÇÃO DAS ACTAS NºS 17/09, 18/09, 19/09 e 20/ A Sessão foi presidida pelo Senhor Presidente da Assembleia Municipal, Luís Filipe Montenegro Cardoso de Morais Esteves e Secretariada por António Cavacas e Rita Rola A Mesa fez depois a entrega de uma lista contendo a relação de correspondência expedida e recebida De seguida o Presidente da Mesa propôs um Voto de Pesar pelo falecimento da Senhora Maria Moreira Gomes, avó do Presidente da Junta de Freguesia de Espinho. A Assembleia por unanimidade, aprovou o referido voto de pesar

2 ----- Seguidamente o Presidente da Mesa informou o plenário que os resultados da eleição para a Assembleia Metropolitana do Porto, tinham sido os seguintes: Lista do PSD - 9 votos; Lista do PS - 8 votos; Lista do CDS-PP - 2 votos; Lista da CDU - 1 voto; Lista do BE -1 voto Seguidamente o Presidente da Mesa informou que tinham dado entrada na Mesa os seguintes documentos para serem discutidos no primeiro ponto da Ordem de Trabalhos Deliberar sobre documentos agendados, nos termos regimentais, para o período de Antes da Ordem do Dia : Saudação da CDU sobre Natal Moção da CDU sobre a Declaração Universal dos Direitos do Homem Iniciou-se este período com a discussão da Saudação da CDU sobre Natal A Saudação é do seguinte teor: O ano de 2009 que agora está prestes a terminar foi um ano muito difícil para a maioria dos portugueses com desemprego, baixos salários e trabalho precário, aumento da insegurança, degradação do sistema educativo, deterioração do sistema judicial, insuficiente sistema de saúde, dúvidas quanto ao futuro dos jovens, a desagregação da indústria e comércio em crise, a pobreza e a exclusão social que têm aumentado, etc. O dia-a-dia das famílias é cada vez mais complicado. A emigração é crescentemente a única solução de sobrevivência porque Portugal não dá as condições mínimas para se viver com dignidade. Todavia não nos podemos resignar pois é possível mudar de política e construir um Portugal melhor, mais fraterno, mais livre e mais justo. A Assembleia Municipal de Espinho, reunida na sessão ordinária de 14 de Dezembro de 2009, delibera apresentar a todos os naturais e aos residentes no concelho de Espinho as Boas Festas e votos de um Bom Ano de 2010 mais fraterno, mais livre e mais justo O documento foi apresentado pelo vogal Jorge Carvalho (CDU). O vogal Carlos Bezerra (PS) disse que isto não era uma saudação de Natal mas sim uma autêntica 2

3 declaração política e deste modo não votaria favoravelmente o conteúdo do documento. O vogal Jorge Carvalho disse que mesmo tratando-se de uma saudação de Natal, a CDU não podia ignorar todas as dificuldades que os portugueses atravessaram durante o ano de Lembrou que os considerandos não se votavam. O vogal Carvalho e Sá (PSD) apresentou saudações natalícias de acordo com o espírito deste documento. O vogal António Regedor (BE) disse que a Assembleia Municipal é um órgão político e nesse sentido a saudação de Natal tinha também incluída uma apreciação política Colocado o documento à votação foi o mesmo aprovado por unanimidade DECLARAÇÃO DE VOTO: JOÃO BEZERRA (PS) O Partido Socialista delibera e concorda apresentar a todos os naturais e aos residentes do Concelho de Espinho as boas festas e votos de um bom ano de 2010, mais fraterno, mais livre e mais justo. Obviamente concordamos com isso. O que eu aqui apresentei foi a minha discordância em relação ao preâmbulo disto e à conotação e orientação que este voto levava, porque em relação ao que está proposto na mesa é obvio que concordamos, discordamos é do seu preâmbulo. Dizer que concordo com o vogal António Regedor quando diz que independentemente da situação que estivermos devemos querer sempre mais, mas há diferenças entre fazer uma introdução, entre olharmos ao que está mal mas vemos esperança. Voto a favor da declaração em questão, deixando obviamente um aparte que este tipo de preâmbulos não fazem para mim qualquer tipo de sentido numa coisa deste género Entrou-se de seguida na discussão da Moção da CDU sobre a Declaração Universal dos Direitos do Homem A Moção é do seguinte teor: No passado dia 10 de Dezembro completaram-se 61 anos da Declaração Universal dos Direitos do Homem aprovada e adoptada pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 10/12/1948. A luta pela consagração dos 3

4 valores dos direitos humanos é muito antiga. O primeiro registo de uma declaração dos direitos humanos foi o Cilindro de Ciro, rei da Pérsia por volta de 539 a.c.. Lembra-se outros documentos como a Declaração de Direitos de 1689 da Inglaterra, a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão de 1789 da França e a Carta de Direitos de 1791 dos Estados Unidos. O nº 2 do artigo 16º da nossa Constituição estabelece que «os preceitos constitucionais e legais relativos aos direitos fundamentais devem ser interpretados e integrados de harmonia com a Declaração Universal dos Direitos do Homem» dando um estatuto constitucional à Declaração e impondo-a como princípio de interpretação constitucional em matéria de direitos fundamentais. A Assembleia da República Portuguesa, reconhecendo a importância da Declaração Universal dos Direitos do Homem, aprovou em 1998 uma Resolução na qual institui que o dia 10 de Dezembro passasse a ser considerado o Dia Nacional dos Direitos Humanos. Daí que não podíamos deixar de assinalar esta data reforçando a sua importância. A Assembleia Municipal de Espinho, reunida na sessão ordinária de 14 de Dezembro de 2009, assinala o 61º aniversário da Declaração Universal dos Direitos do Homem e apela ao seu cumprimento e aprofundamento O documento foi apresentado pelo vogal Jorge Carvalho (CDU). O vogal Jorge Pina (PS) disse que os Direitos dos seres humanos são violados todos os dias e neste sentido afirmou ir votar favoravelmente o documento Colocado o documento à votação foi o mesmo aprovado por unanimidade Seguidamente e a pedido da Câmara o Presidente da Mesa perguntou ao plenário se aceitava que fosse incluído na Ordem de Trabalhos o seguinte assunto: Contracção de um empréstimo a curto prazo pela autarquia O vogal José Luís Peralta (PS) referiu que o Partido Socialista concordava com a inclusão deste ponto na Ordem de Trabalhos

5 ----- Colocada à votação foi a proposta do Presidente da Mesa aprovada por unanimidade De seguida a vogal Filomena Maia Gomes (CDS-PP) fez um ponto de ordem para solicitar que fizesse parte da Ordem do Dia da próxima sessão, o assunto Constituição de uma Comissão para estudo e acompanhamento da rede social Entrou-se de seguida na discussão do ponto dois da Ordem de Trabalhos Deliberar sobre o lançamento da Derrama para o ano de INTERVENÇÕES: VICE - PRESIDENTE DA CAMARA Informou que em 2008 a receita auferida pela Câmara Municipal foi de euros e até ao momento em 2009 tinha sido de euros, o que representa um decréscimo de 34% da receita. Deste modo e perante este facto, afirmou que a autarquia entende que não tem condições para fazer uma redução da taxa da derrama JOSÉ LUÍS PERALTA (PS) - Disse que o Partido Socialista iria aprovar as taxas propostas pela autarquia, referindo que caso o PS estivesse a gerir a autarquia iria propor exactamente os mesmos valores. Considerou serem estas receitas essenciais para a autarquia GUY VISEU (CDS-PP) Referiu que não era com as taxas máximas da derrama que se iria fomentar o investimento, o emprego e o comércio no concelho de Espinho ANTÓNIO REGEDOR (BE) Questionou se este modelo em que se onera os contribuintes para a autarquia aumentar as despesas será o mais correcto. Considerou ainda que seria mais importante um maior controlo e redução das despesas RICARDO PRATA (PSD) Referiu que a actual crise económica está a ter impacto negativo no que diz respeito às receitas, sendo que esta situação coloca uma maior pressão no lado das despesas nomeadamente no que concerne ao apoio social, o qual a autarquia 5

6 não se pode demitir. Neste sentido, considerou que se torna fundamental garantir ao executivo camarário os recursos financeiros que irão permitir posteriormente a persecução da acção social LUIS NETO (PS) Disse que o Partido Socialista tem a visão de que os impostos devem ir ao encontro do benefício não só das empresas como das pessoas e neste sentido está de acordo com os valores propostos pelo executivo JORGE CARVALHO (CDU) Referiu que a CDU sempre defendeu na Assembleia Municipal a taxa máxima da derrama, dado ser uma taxa pouco significativa para as empresas, sendo somente aplicável em relação aquelas que têm lucro JOÃO PASSOS (PSD) Disse que mesmo com a taxa no máximo, ou seja sem qualquer alteração do valor da taxa, verifica-se uma redução de 34% nas receitas, se se efectuar uma comparação com o ano anterior, o que só por si é motivo suficiente para que o executivo defenda o valor da taxa que apresenta Colocada a proposta da Câmara à votação, foi a mesma aprovada com 23 votos a favor e 3 abstenções De seguida o Presidente da Mesa, colocou à votação a minuta de deliberação relativa a este ponto da Ordem de Trabalhos A Assembleia deliberou, por unanimidade, aprovar a referida minuta Neste momento deu-se um intervalo de cinco minutos Reiniciados os trabalhos entrou-se no ponto três da Ordem de Trabalhos Deliberar sobre participação variável no IRS INTERVENÇÕES: VICE-PRESIDENTE DA CAMARA Referiu que a receita relativa ao IRS de 2009 apresenta um decréscimo relativamente ao ano anterior, sendo que no ano transacto a receita foi de euros e a deste ano está nos valores de euros, não se 6

7 perspectivando que venha a sofrer alterações até ao final do ano. Disse ainda que a autarquia tem de manter os compromissos que tem para com os fornecedores, funcionários e para com aqueles que estão a necessitar da Câmara Municipal JORGE CARVALHO (CDU) apresentou um em nome da CDU a seguinte proposta alternativa: Considerando que: A taxa proposta para a participação variável no IRS é a máxima permitida por lei e é muito elevada; Face à crise económica generalizada, o município deveria dar mostra de estar atento às dificuldades das pessoas, sendo mais comedido na fixação da taxa de IRS a aplicar em 2011; Justifica-se que a autarquia apoie os espinhenses reduzindo-lhes a taxa de IRS e permitindo-lhes enfrentar melhor a crise económica que os está a afectar; O PSD tem vindo publicamente a defender a necessidade de redução dos impostos como instrumento de recuperação da economia; A autarquia de Espinho deve dar o exemplo, beneficiando os seus eleitores, reduzindo as despesas correntes e diminuindo-lhes o IRS a pagar em A Assembleia Municipal de Espinho, reunida na sessão ordinária de 14 de Dezembro de 2009, dentro dos limites consagrados no artigo 20º da Lei das Finanças Locais, opta por fixar a taxa variável no IRS em 3% JOAO PASSOS (PSD) Solicitou que a proposta da Câmara fosse votada em primeiro lugar ANTÓNIO REGEDOR (BE) Disse que este imposto incide sobre os rendimentos das pessoas e que esses mesmos rendimentos têm sofrido reduções. Referiu que como a autarquia tem vindo a diminuir os valores arrecadados nos impostos municipais, como era o caso do IMI e da Derrama, aplica então deste modo a taxa máxima neste imposto FILIPE PINTO (PSD) Disse que uma redução de 2 pontos percentuais no IRS implicaria uma redução significativa de receita e que neste momento a autarquia necessita destas verbas para cumprir com as suas obrigações LILIANA SEIXAS (PS) Disse que o Partido Socialista iria votar favoravelmente 7

8 este documento RICARDO PRATA (PSD) Considerou que este era o imposto por excelência onde era feita a redistribuição de rendimentos aos mais necessitados. Disse que 60% deste imposto era pago por 5% da população e neste sentido não era um imposto que atingisse as camadas mais carenciadas da população. Referiu que a Câmara Municipal tem de recorrer a todos os recursos financeiros a que pode ter acesso para conseguir honrar os seus compromissos financeiros Não havendo mais intervenções o Presidente da Mesa colocou à votação a proposta do vogal João Passos (PSD) de se votar em primeiro lugar a proposta da Câmara, tendo esta sido recusada com 13 votos contra e 12 votos contra De seguida passou-se à votação da proposta alternativa da CDU, tendo a mesma sido reprovada com 22 votos contra, 1 voto a favor e 2 abstenções. Estando presentes na sala 25 vogais Seguidamente passou-se à votação da proposta da Câmara tendo a mesma sido aprovada com 22 votos a favor, 2 votos contra e 2 abstenções De seguida o Presidente da Mesa, colocou à votação a minuta de deliberação relativa a este ponto da Ordem de Trabalhos A Assembleia deliberou, por unanimidade, aprovar a referida minuta DECLARAÇÕES DE VOTO: LILIANA SEIXAS (PS) O grupo parlamentar do Partido Socialista na Assembleia Municipal de Espinho votou favoravelmente as propostas apresentadas pela Câmara Municipal de Espinho para o lançamento de uma derrama de 1,5% sobre o lucro tributável sujeito e não isento de imposto sobre o rendimento das pessoas colectivas e para a participação variável no IRS de 5% uma vez que achamos que são impostos fundamentais para a sustentabilidade das finanças da edilidade. De facto as posições tomadas em matéria 8

9 de arrecadação de receitas fiscais obedecem à preocupação de garantir um volume de receitas fiscais passíveis de assegurarem o desenvolvimento de quadro de vida existente através da prestação de serviços e da realização de investimentos de continuidade e expansão. É este quadro de vida que proporciona a reciprocidade contemplada no princípio do benefício funcionando simultaneamente como matriz de desenvolvimento social do concelho correspondendo às expectativas da população. A situação financeira nacional impede que se ponha em risco um conjunto de receitas determinantes para manter os necessários níveis orçamentais o que constituiria um acto manifestamente contrário ao interesse público. Será preciso atender à quebra da receita em 2008 no que diz respeito ao lançamento da derrama por via da recorrente mudança de critérios legais na sua aplicação. Apesar de considerarmos a justiça na sua mudança pois esta alteração é claramente favorável às empresas lucrativas sem prejuízos fiscais a deduzir e desfavorável aquelas que efectivamente utilizam o reporte de prejuízos, parece-nos ter havido intenção do legislador de beneficiar as primeiras em detrimento das últimas, o que não podemos deixar de apreciar apesar da descida evidente da receita neste imposto devido a um clima económico-financeiro extremamente difícil. As opções tomadas pelo grupo parlamentar do Partido Socialista decorrem de uma postura responsável de molde a continue a servir a comunidade na senda do progresso da permanente valorização da sua qualidade de vida enfrentando as adversidades com serenidade e determinação como é nosso dever no presente e foi o nosso passado recente. A coerência desta tomada de posição contrasta claramente com o passado de quem hoje está no exercício do poder ANTÓNIO REGEDOR (BE) A posição do Bloco de Esquerda é tal como nos anos anteriores tem vindo a acontecer, a derrama pelo máximo não ajuda os munícipes e apenas ilusoriamente ajuda a Câmara a curto prazo. A Câmara não se apresenta com a intenção de racionalizar custos como se pede a qualquer cidadão na situação de crise económica. Pela 9

10 atitude da Câmara a crise não se faz sentir por todos. Espinho necessita de uma completa inversão da lógica municipal. Há que tomar medidas de incentivo à recuperação económica local. Ao regresso dos agentes económicos que se têm afastado de Espinho. À retoma do emprego. Retoma da aquisição do arrendamento. Isto só pode ser feito com uma significativa campanha de incentivos locais de onde sobressaem entre outros a redução dos impostos municipais JORGE CARVALHO (CDU) A CDU coerentemente votou pela descida do IRS como a lei permite em 2%. Lamentando que seja a única força que defende os cidadãos contra a Câmara e não o contrário, da defesa da Câmara contra os cidadãos Seguidamente e nos termos regimentais, o Presidente da Mesa abriu o período para intervenção do público presente Não tendo havido qualquer intervenção, o Presidente da Mesa deliberou marcar uma nova reunião para o dia 22 de Dezembro de 2009, às horas A MESA DA ASSEMBLEIA MUNICIPAL, 10