PROJETO DE RELATÓRIO

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1 PARLAMENTO EUROPEU Comissão dos Assuntos Externos 2014/2817(INI) PROJETO DE RELATÓRIO que contém uma proposta de resolução não legislativa sobre o projeto de decisão do Conselho relativa à celebração de um Acordo de Associação entre a União Europeia, por um lado, e a República da Moldávia, por outro (09828/201 C8-0130/ /0083(NLE) 2014/2817(INI)) Comissão dos Assuntos Externos Relator: Petras Auštrevičius PR\ doc PE v01-00 Unida na diversidade

2 PR_INI_ConsentMotion ÍNDICE Página PROPOSTA DE RESOLUÇÃO NÃO LEGISLATIVA DO PARLAMENTO EUROPEU... 3 PE v /6 PR\ doc

3 PROPOSTA DE RESOLUÇÃO NÃO LEGISLATIVA DO PARLAMENTO EUROPEU sobre o projeto de decisão do Conselho relativa à celebração de um Acordo de Associação entre a União Europeia, por um lado, e a República da Moldávia, por outro (09828/201 C8-0130/ /0083(NLE) 2014/2817(INI)) O Parlamento Europeu, Tendo em conta o projeto de decisão do Conselho (09828/2014), Tendo em conta o projeto de acordo de associação entre a União Europeia (UE) e a República da Moldávia (17903/2013), Tendo em conta o pedido de aprovação apresentado pelo Conselho, nos termos do artigo 217. e do artigo 218.º, n.º 6, segundo parágrafo, alínea a), bem como dos números 8, segundo parágrafo, e 7, do Tratado sobre o Funcionamento da União Europeia (C8-0130/2014), Tendo em conta a sua resolução provisória, de 15 de setembro de 2011, que contém as recomendações do Parlamento Europeu ao Conselho, à Comissão e ao SEAE sobre as negociações sobre o Acordo de Associação entre a UE e a República da Moldávia (Moldávia) 1, Tendo em conta a sua resolução legislativa, de... sobre o projeto de decisão, Tendo em conta a sua resolução, de 17 de abril de 2014, sobre a pressão russa sobre os países da Parceria Oriental e, em particular, a desestabilização da Ucrânia oriental 2, Tendo em conta o programa de associação que substituirá o Plano de Ação PEV, Tendo em conta o artigo 49.º do Tratado da União Europeia, Tendo em conta o artigo 99.º, n.º 1, segundo parágrafo do seu Regimento, Tendo em conta o relatório da Comissão dos Assuntos Externos e o parecer da Comissão do Comércio Internacional (A8-0000/2014), A. Considerando que, nos últimos anos, a Moldávia registou progressos significativos nas reformas e reforçou as relações com a UE; B. Considerando que a atual crise na Ucrânia e o papel desempenhado pela Rússia modificaram a ordem geopolítica, o que afeta também as relações UE-Moldávia; C. Considerando que a Parceria Oriental criou um importante quadro político para o aprofundamento das relações, a aceleração do processo de associação política e o reforço da integração económica entre a UE e a Moldávia, duas entidades ligadas por 1 Textos Aprovados, P7_TA(2011) Textos Aprovados, P7_TA(2014)0457. PR\ doc 3/6 PE v01-00

4 fortes laços geográficos, históricos e culturais, mediante o apoio às reformas políticas e socioeconómicas e a facilitação da aproximação; D. Considerando que a conclusão do acordo de associação não é um fim em si, mas faz parte de um processo mais amplo de aproximar a Moldávia da integração europeia ao nível económico, político e social e que, para tal, a implementação é essencial; E. Considerando que o reforço dos laços políticos e económicos garantirá a todo o continente europeu uma maior estabilidade e prosperidade e que este tipo de cooperação se baseia em valores comuns em termos de direitos humanos, liberdades fundamentais e do Estado de Direito, sendo inspirada pela nossa visão do valor único de cada pessoa; 1. Saúda a assinatura do acordo de associação, enquanto avanço significativo nas relações UE-Moldávia e representativo de um compromisso rumo à associação política e integração económica; sublinha que a respetiva implementação plena é essencial; 2. Realça que a assinatura e a ratificação do acordo não constituem, em si, um objetivo final, fazendo antes parte de um processo mais amplo; 3. Recorda que, nos termos do artigo 49.º TUE, a Moldávia, tal como todos os Estados europeus, por possuir uma perspetiva europeia, pode pedir para se tornar membro da União, contanto que observe os princípios da democracia, respeite as liberdades fundamentais e os direitos humanos e das minorias e salvaguarde o Estado de Direito; 4. Sublinha que o acordo beneficiará toda a população; apela à Moldávia para que garanta que as reformas estejam bem consolidadas e enraizadas no quadro institucional; 5. Acolhe com agrado o programa de associação, que cria um quadro prático para alcançar os principais objetivos do acordo de associação e deve constituir o quadro orientador para as relações UE-Moldávia; 6. Sublinha que tanto a Moldávia como a UE devem estar envolvidas na implementação do programa e que é necessário conceder às prioridades nele definidas o devido apoio técnico e financeiro; apela à Comissão para que se oriente por estas prioridades ao programar o financiamento para a Moldávia; realça a necessidade de melhorar a capacidade de absorção na Moldávia, por forma a garantir a implementação eficiente dos projetos e a utilização do financiamento; apela às partes para que identifiquem as necessidades de formação para garantir que a Moldávia consiga cumprir as suas obrigações resultantes do acordo e do programa; 7. Salienta a importância de reforçar a estabilidade, independência e eficácia das instituições responsáveis por garantir a democracia, o Estado de Direito e a boa governação, e de consolidar o sistema de proteção dos direitos humanos e das liberdades fundamentais; 8. Apela às autoridades moldavas para que garantam que o processo eleitoral que se aproxima decorra de acordo com as mais rigorosas normas europeias e internacionais; realça o papel de relevo dos intervenientes políticos e dos partidos, bem como a necessidade de garantir a transparência do financiamento partidário; PE v /6 PR\ doc

5 9. Salienta a necessidade de alterar o artigo 78.º da Constituição moldava, no que toca à eleição do Presidente, por forma a evitar um ressurgimento de um impasse institucional, que seria nefasto para o avanço das reformas; solicita que qualquer reforma constitucional seja efetuada em consulta com a Comissão de Veneza e os intervenientes nacionais relevantes; 10. Apela à Moldávia para que aborde com redobrada determinação a reforma do sistema judiciário e de aplicação da lei; sublinha a necessidade de intensificar a luta contra a corrupção a todos os níveis, nomeadamente através da implementação plena do pacote legislativo aprovado em 2013; insta as autoridades moldavas a garantir que os mecanismos que pertencem ao sistema de luta contra a corrupção, em particular o Centro Nacional de Luta contra a Corrupção e o Centro de Integridade Nacional, recebam o financiamento e os funcionários necessários e não estejam sujeitos a influências indevidas; 11. Apela às autoridades moldavas para que promovam a transparência e a responsabilização na gestão das finanças públicas, nos processos de privatização e nos concursos públicos, de modo a garantir uma boa governação, um acesso equitativo e uma concorrência leal, bem como para que intensifiquem a supervisão do setor bancário; 12. Sublinha a necessidade de investigar devida e plenamente todas as alegadas violações dos direitos humanos e, em particular, de combater a impunidade em situações de ofensas corporais e tortura; 13. Destaca a importância da legislação contra a discriminação, para assegurar a igualdade e a proteção de todas as minorias e, em particular, das pessoas LGBT; 14. Reitera a necessidade de reforçar e promover a liberdade e pluralidade dos meios de comunicação social e de garantir a transparência da respetiva propriedade, bem como a imparcialidade dos que sejam detidos por capitais públicos, apoiando ainda os meios de comunicação independentes; 15. Defende inteiramente o sistema de isenção de vistos para os cidadãos moldavos e recorda que a Moldávia foi o primeiro parceiro oriental a alcançar este objetivo; insta as autoridades moldavas a continuar a divulgar informações sobre os direitos e deveres relativos à liberalização dos vistos; 16. Assinala as melhorias nas capacidades dos serviços aduaneiros e de guarda de fronteiras, bem como a demarcação contínua da fronteira com a Ucrânia; saúda o trabalho da Missão de Assistência Fronteiriça da União Europeia (EUBAM) e a cooperação construtiva das autoridades moldavas; 17. Destaca a necessidade de continuar os esforços de profissionalização e despolitização da administração pública central e local, uma vez que tal contribuirá consideravelmente para a plena aplicação do acordo; apela à Moldávia para que efetue a descentralização de forma inclusiva; 18. Continua a enfatizar a necessidade da transparência no ambiente empresarial e de PR\ doc 5/6 PE v01-00

6 investimento e de uma reforma regulamentar adequada, de modo a impulsionar a competitividade da economia moldava, a incentivar o investimento direto estrangeiro e a garantir a sustentabilidade das medidas tomadas para fazer face aos problemas económicos estruturais; 19. Apoia plenamente as iniciativas da Comissão destinadas a combater os efeitos do embargo russo aos produtos moldavos, designadamente oferecendo apoio financeiro e alargando e aprofundando as preferências comerciais autónomas; 20. Apela a Chisinau e Tiraspol, para que continuem a cooperar de forma construtiva na procura de uma solução eficaz para o conflito da Transnístria e tomem medidas concretas para melhorar as vidas da população da região; sublinha que o denominado quadro «5+2» para as negociações não conseguiu, até ao momento, garantir uma solução e apela à AR/VP e ao SEAE para que procurem proativamente melhorar o processo de resolução deste conflito, com um maior envolvimento da UE; assinala a necessidade de garantir que a região da Transnístria, enquanto parte integrante da Moldávia, se encontra abrangida pelo âmbito e pelos efeitos do acordo; 21. Acentua a importância da sua cooperação com o parlamento moldavo, como forma de monitorizar a implementação do acordo e do programa; 22. Apela à Comissão Europeia para que intensifique a oferta de assistência e serviços especializados às organizações da sociedade civil na Moldávia, de modo a permitir-lhes efetuar uma monitorização interna das reformas e dos compromissos assumidos pelo Governo, bem como a garantir a respetiva responsabilização; 23. Realça que as apreensões da Rússia no que diz respeito ao processo de associação dos vizinhos orientais da UE devem ser devidamente ponderadas e entendidas, por forma a dissipar o receio de novas linhas geopolíticas que dividam o continente europeu; assinala que cada país tem o direito de fazer as suas próprias opções políticas, mas que o compromisso da UE com os parceiros orientais visa promover a prosperidade e aumentar a estabilidade política, de que toda a região acabará por beneficiar; 24. Encarrega o seu Presidente de transmitir a presente resolução ao Conselho e à Comissão, bem como aos governos e parlamentos nacionais dos Estados-Membros e da República da Moldávia. PE v /6 PR\ doc