ATERRO SANITÁRIO EM MUNICÍPIOS DE PEQUENO PORTE: ESTUDO DO POTENCIAL DE APLICAÇÃO DE TECNOLOGIAS SIMPLIFICADAS NA REGIÃO DO SEMI-ÁRIDO BAIANO

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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA ESCOLA POLITÉCNICA MESTRADO EM ENGENHARIA AMBIENTAL URBANA IVAN EULER PEREIRA DE PAIVA ATERRO SANITÁRIO EM MUNICÍPIOS DE PEQUENO PORTE: ESTUDO DO POTENCIAL DE APLICAÇÃO DE TECNOLOGIAS SIMPLIFICADAS NA REGIÃO DO SEMI-ÁRIDO BAIANO Salvador 2004

2 IVAN EULER PEREIRA DE PAIVA ATERRO SANITÁRIO EM MUNICÍPIOS DE PEQUENO PORTE: ESTUDO DO POTENCIAL DE APLICAÇÃO DE TECNOLOGIAS SIMPLIFICADAS NA REGIÃO DO SEMI-ÁRIDO BAIANO Dissertação apresentada ao Mestrado de Engenharia Ambiental Urbana da Escola Politécnica da UFBA, como requisito à obtenção do título de Mestre em Engenharia Ambiental Urbana. Orientadora: Prof a. Dra. Viviana Maria Zanta Salvador 2004

3 Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Bernadete Sinay Neves, Escola Politécnica da Universidade Federal da Bahia Paiva, Ivan Euler Pereira de P149a Aterro sanitário em municípios de pequeno porte: estudo do potencial de aplicação de tecnologias simplificadas na região do semi-árido baiano / Ivan Euler Pereira de Paiva - Salvador, f; il. Orientadora: Viviana Maria Zanta Dissertação (mestrado) Escola Politécnica. Universidade Federal da Bahia, Saneamento. 2. Aterro Sanitário. I. Universidade Federal da Bahia. Escola Politécnica. II. Zanta, Viviana Maria. III. Titulo. CDD 20.ed

4 IVAN EULER PEREIRA DE PAIVA ATERRO SANITÁRIO EM MUNICÍPIOS DE PEQUENO PORTE: ESTUDO DO POTENCIAL DE APLICAÇÃO DE TECNOLOGIAS SIMPLIFICADAS NA REGIÃO DO SEMI-ÁRIDO BAIANO Dissertação para obtenção do grau de Mestre em Engenharia Ambiental Urbana Salvador, 25 de fevereiro de Banca Examinadora: Profª. Dra. Viviana Maria Zanta Universidade Federal da Bahia - UFBA Profº. Dr. Sandro Lemos Machado Universidade Federal da Bahia - UFBA Profª. Dra. Maria José Marinho do Rego Universidade Federal da Bahia - UFBA Profª. Dra. Luciana Paulo Gomes Universidade do Vale do Rio dos Sinos - UNISINOS

5 A meu padrinho pelo incentivo e apoio.

6 AGRADECIMENTOS A Deus por mais uma etapa da vida vencida. A professora Viviana Maria Zanta, minha orientadora, pelo apoio e orientação constante no desenvolvimento deste trabalho. Agradeço pela confiança durante os trabalhos. Aos professores Luiz Roberto Moraes, Maria José Marinho do Rego, Miriam Machado, Luciana Gomes e Sandro Machado pelas sugestões e críticas dadas, no exame de qualificação. Aos professores Luiz Anibal, Ronaldo Barbosa e Luiz Rogério pela contribuição, em termos de experiência e conhecimento. Ao geólogo Antônio Marcos Santos Pereira pela grande ajuda na interpretação dos dados geológicos. Ao engenheiro agrônomo Paulo Correa pela grande ajuda na interpretação dos dados de solos. Ao professor Hailton Melo e a estudante de geologia Valeria Calmom pela ajuda com os trabalhos no programas Arcview e Spring. Aos professores e funcionárias do MEAU/UFBA pela convivência e apoio neste trabalho. Aos colegas de mestrado pela amizade e apoio, em especial a Anilson e Cristiane. A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) pela bolsa de mestrado, que possibilitou a realização do início dos trabalhos. A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (FAPESB) pela bolsa de mestrado, que possibilitou ao termino dos trabalhos para obtenção do titulo de mestre. Aos meus primos. Aos amigos de infância. A namorada pela compreensão e apoio. A família PLANARQ. E a todas as pessoas que direta ou indiretamente contribuíram de alguma forma para que este trabalho pudesse ser realizado. Agradeço em especial os meus pais e irmãs.

7 RESUMO Um dos grandes desafios da limpeza urbana no Brasil, ainda é a destinação final adequada dos resíduos coletados. Este fato pode ser constatado pelos dados apresentados pela Pesquisa Nacional de Saneamento Básico PNSB, 2000, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IBGE (2002), que indicam que 63,6% dos municípios brasileiros depositam seus resíduos sólidos em lixões, depósitos de lixo a céu aberto, somente 13,8% informam que utilizam aterros sanitários enquanto 18,4 % dispõem seus resíduos em aterros controlados. Em razão da pouca quantidade de resíduos sólidos produzidos em municípios de pequeno porte, considerados neste trabalho como aqueles que têm população urbana igual ou inferior a habitantes, a adoção de aterros sanitários como forma de destinação final dos resíduos implica em um investimento relativamente elevado. Assim mostra-se mais viável a adoção de aterros de pequeno porte do que o aterro sanitário por terem custos mais competitivos de implantação e operação. Para os municípios de pequeno porte existem algumas tecnologias como as propostas pela CONDER, CETESB, PROSAB e CEPIS/OMS que primam pela simplicidade de implantação e operação de aterros de disposição ou que buscam tratar por processo biológico anaeróbio a fração orgânica dos resíduos aterrados, sem prejuízo para o meio ambiente ou à saúde pública. Este trabalho analisa e compara as tecnologias mencionadas juntamente com as características ambientais peculiares da região semiárida do estado da Bahia, a fim de selecionar possíveis regiões com potencial de utilização dessas tecnologias. O projeto foi desenvolvido em três etapas. A 1ª etapa consistiu na identificação das tecnologias simplificadas de disposição de resíduos sólidos urbanos para pequenas comunidades e das principais características ambientais da região semi-árida baiana. Em seguida, comparou-se as tecnologias identificadas quanto aos seus principais elementos. A última etapa consistiu na avaliação do potencial de aplicação das tecnologias simplificadas na região do semi-árido baiano. Como resultado obteve-se uma carta contendo as regiões favoráveis, com restrição ou inadequadas ao uso das tecnologias simplificadas. Os resultados indicaram que 54% da região do semi-árido baiano possui potencial de uso de tecnologias simplificadas, abrangendo 147 municípios de pequeno porte. Em 57% desta área, considerada adequada, o potencial de uso é mediano, já que existe alguma restrição ambiental que deverá ser minimizada pela tecnologia a ser adotada. Sendo assim, considera-se que as características ambientais da região semi-árida baiana favorecem a implantação das tecnologias simplificadas de aterros de disposição final de resíduos sólidos urbanos em municípios de pequeno porte. Palavras-chave: resíduos sólidos, aterro sanitário, tecnologia simplificada, semi-árido baiano, município de pequeno porte.

8 ABSTRACT One of the big challenges of urban cleansing in Brazil is still the adequate final destination of the collected waste. This fact can be realized from Pesquisa Nacional de Saneamento Básico - PNSB (2000) presented data, introduced by Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IBGE (2002), which shows that 63,6% of the brazilian townships deposits its solid waste in open dumps, only 13,8% from these notify the use of sanitary landfills, while 18,4% dispose its waste in controlled landfills. Because of the few amount of solid waste formed in small townships, considered on this work as those which have urban population equal or inferior to inhabitants, the adoption of sanitary landfills as a way of final destination to the waste would infer in a fairly high initial investment. So it turns to be more feasible the adoption of small dimensioned landfills than the sanitary landfill, for its more competitive costs of implantation and operation. There are some technologies for small townships as the proposed by CONDER, CETESB, PROSAB and CEPIS/OMS, which excels in simplicity of implantation and operation of disposal landfills, or intend to treat, by anaerobic biological process, the organic fraction from the landed waste, harming neither the environment nor the public health. This work examines and compares the mentioned technologies as well as the peculiar environmental characteristics from Bahia state s semi-arid region, intending to select potential areas in which to apply these technologies. The project was developed in three stages. The first stage consisted in the identification of the simplifyed technologies for urban solid waste disposition in small communities, and of the main environmental characteristics from Bahia state s semi-arid region. Then, these technologies were compared concerned to its main elements. The last stage consisted in the estimation of the potential of application of the simplifyed technologies at Bahia state s semi-arid region. As a result, a map was developed, containing the favorable, restricted and improper regions for the utilization of the simplifyed technology. The results showed that 54% of the Bahia state s semi-arid region have potential for the implantation of the simplifyed technologies, comprehending 147 small townships. In 57% of this area, considered adequate, the potential of utilization is average, considering that exists any environmental restriction that may be minimized by the technology to be adopted. So, it can be considered that the Bahia state s semi-arid region environmental characteristics favour the implantation of the simplifyed technologies for urban solid waste last disposition in small townships. Word-keys: solid waste, sanitary landfill, simplifyed technology, Bahia state s semi-arid region.

9 LISTA DE FIGURAS Figura 01: Distribuição dos municípios baianos segundo sua população urbana 08 Figura 02: Mapa da região do semi-árido baiano 12 Figura 03: Homens compactando os resíduos sólidos no aterro em valas da CETESB 35 Figura 04: Corte transversal do aterro sanitário simplificado da CONDER Figura 05: Aterro manual sanitário do CEPIS/OPS em perspectiva 49 Figura 06: Trincheira do aterro sustentável do PROSAB em perspectiva 59 Figura 07: Fluxograma do procedimento utilizado para seleção de áreas potenciais para o uso das tecnologias simplificadas 65 Figura 08: Mapa político do estado da Bahia 68 Figura 09: Mapa político do semi-árido baiano 69 Figura 10: Mapa pluviométrico da região do semi-árido baiano 77 Figura 11: Mapa de solos da região do semi-árido baiano 79 Figura 12: Mapa de solos adaptado da região do semi-árido baiano 84 Figura 13: Mapa hidrogeológico da região do semi-árido baiano 86 Figura 14: Mapa de geologia adaptado da região do semi-árido baiano 92 Figura 15: Mapa pluviométrico da região do semi-árido baiano - classificado 98 Figura 16: Mapa de solos da região do semi-árido baiano - classificado 102 Figura 17: Mapa hidrogeológico da região do semi-árido baiano - classificado 104 Figura 18: Mapa de geologia da região do semi-árido baiano - classificado 106 Figura 19: Mapa final de potencialidades 108

10 LISTA DE QUADROS Quadro 01: Faixa de aplicação por habitantes por tecnologia simplificada 09 Quadro 02: Parâmetros que devem ser considerados para escolha de área para implantação do aterro sanitário 19 Quadro 03: Permeabilidade de solos e rochas 28 Quadro 04: Coeficiente de permeabilidade k(cm/s) x textura do solo 48 Quadro 05: Infra-estrutura e equipamento básico para um aterro sanitário manual 51 Quadro 06: Comparativo das tecnologias simplificadas 71 Quadro 07: Resumo da classificação em relação as características ambientais 113

11 LISTA DE TABELAS Tabela 01: Relação dos municípios de pequeno porte dentro da área adequada 109 Tabela 02: Relação dos municípios de pequeno porte dentro da área restrita 110 Tabela 03: Relação dos municípios de pequeno porte dentro da área inadequada 111

12 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas ADENE - Agência de Desenvolvimento do Nordeste ADRSU Aterro de Disposição de Resíduos Sólidos Urbanos AIA Avaliação de Impacto Ambiental ASCE American Society of Civil Engineers CAPES Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior CEPIS Centro Panamericano de Ingeniería Sanitaria y Ciencias del Ambiente CEPRAM Conselho Estadual de Meio Ambiente da Bahia CETESB Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental CNPq Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico CONDER Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente CPRM Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais CRA Centro de Recursos Ambientais EIA Estudo de Impacto Ambiental FAPESB Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia FINEP Financiadora de Estudos e Projetos FNE Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste IBAMA - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IDH Índice de Desenvolvimento Humano IQR Índice de Qualidade de Aterros de Resíduos INE Índice de Nível de Educação IRMCH Índices de Renda Média dos Chefes de Família NBR Norma Brasileira OPS Organización Panamericana de la Salud PEAD Polietileno de Alta Densidade PERH-BA Plano Estadual de Recursos Hídricos do Estado da Bahia PET Polietileno Tereftanato PIB Produto Interno Bruto

13 PNSB Pesquisa Nacional de Saneamento Básico PRONAF Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar PROSAB Programa de Pesquisa em Saneamento Básico PVC Policloreto de Vinila RIMA Relatório de Impacto Ambiental RSU Resíduos Sólidos Urbanos SGRS Sistema de Gerenciamento de Resíduos Sólidos SEI - Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia SRH Superintendência de Recursos Hídricos do Estado da Bahia STD Sólidos Totais Dissolvidos SUDENE Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste

14 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO OBJETIVOS OBJETIVO GERAL OBJETIVOS ESPECÍFICOS REVISÃO DA LITERATURA ATERRO SANITÁRIO EM MUNICÍPIOS DE PEQUENO PORTE: DEFINIÇÕES BÁSICAS CARACTERÍSTICAS DO SEMI-ÁRIDO BAIANO LICENCIAMENTO AMBIENTAL DE SISTEMAS DE DESTINAÇÃO FINAL DOS RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS PARA MUNICÍPIOS DE PEQUENO PORTE CARACTERÍSTICAS AMBIENTAIS RELEVANTES PARA ESCOLHA DE ÁREA PARA ATERRO SANITÁRIO TECNOLOGIAS SIMPLIFICADAS DE DISPOSIÇÃO FINAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS PARA MUNICÍPIOS DE PEQUENO PORTE Aterro em Valas Proposto pela CETESB Aterro Sanitário Simplificado Proposto pela CONDER Aterro Sanitário Manual Proposto pelo CEPIS/OPS Aterro Sustentável Proposto pelo PROSAB MÉTODO º ETAPA - REVISÃO DA LITERATURA º ETAPA - COMPARAÇÃO DAS TECNOLOGIAS DA CETESB, CONDER, CEPIS/OPS E PROSAB º ETAPA - SISTEMATIZAÇÃO E ANÁLISE DAS TECNOLOGIAS LEVANTADAS RESULTADOS E DISCUSSÃO CONSIDERAÇÕES GERAIS ANÁLISE COMPARATIVA DAS TECNOLOGIAS SIMPLIFICADAS DE DISPOSIÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS PARA MUNICÍPIOS DE PEQUENO PORTE...70

15 5.3 ANÁLISE DAS CARACTERÍSTICAS AMBIENTAIS A PARTIR DOS CRITÉRIOS CLASSIFICATÓRIOS Clima Solos Hidrogeologia Geologia MAPA DE POTENCIALIDADES CONCLUSÃO REFERÊNCIAS ANEXO A ANEXO B...128

16 1 1 INTRODUÇÃO Um dos maiores problemas que a sociedade moderna enfrenta é o manejo inadequado dos resíduos sólidos. Provavelmente poucos imaginavam, há quarenta anos atrás, que os resíduos sólidos pudessem trazer, como trazem, tanta dificuldade para a sociedade, sobretudo no tocante ao chamado destino final adequado dos Resíduos Sólidos Urbanos (RSU). Nos países em desenvolvimento este problema ainda é um dos mais críticos, devido principalmente à falta de recursos financeiros para implantar técnicas apropriadas que solucionem a questão do manejo inadequado dos resíduos sólidos. Por outro lado, as técnicas para o destino final dos resíduos sólidos adotadas pelos Sistemas de Gerenciamento de Resíduos Sólidos - SGRS baseiamse em geral em modelos de países desenvolvidos, muitas vezes inadequados à realidade local brasileira, podendo acarretar deficiências no serviço de limpeza urbana. Um dos grandes desafios da limpeza urbana no Brasil, no momento, é dar destinação final adequada aos resíduos coletados. Este fato pode ser constatado pelos dados apresentados pela Pesquisa Nacional de Saneamento Básico PNSB 2000, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IBGE (2002), que indicam que 63,6% dos municípios brasileiros depositam seus resíduos sólidos em lixões, depósitos de lixo a céu aberto, somente 13,8% informam que utilizam aterros sanitários, 18,4 % que dispõem seus resíduos em aterros controlados e os 4,2% restantes não declaram o destino de seus resíduos. O desafio de dar um destino final adequado aos resíduos sólidos é ainda maior no Nordeste brasileiro, conforme se apresenta na PNSB 2000, (IBGE, 2002), que indica que 86% dos municípios nordestinos depositam os seus resíduos em lixões.

17 2 No estado da Bahia verifica-se, pelos dados do Censo IBGE 2000, que aproximadamente 84% dos municípios com população urbana inferior ou igual a habitantes depositam os seus resíduos sólidos inadequadamente. Por este motivo e, também, em razão da escassez dos recursos financeiros e humanos, da falta de políticas públicas e de educação ambiental em grande parte dos municípios brasileiros, o sistema de limpeza urbana em geral prioriza a coleta dos resíduos em detrimento de sua disposição final. Por isso é comum encontrar nos municípios brasileiros, principalmente nos de pequeno porte 1 a presença de lixões. Nas cidades brasileiras os "lixões" são chagas vivas, seja porque representam o que restou do consumo, causando problemas sanitários como a poluição do solo, do ar e das águas, tornando o ambiente apropriado para a reprodução de vetores transmissores de doenças, ou pelo entorno que se cria de gente simples, desempregada e miserável, denominados catadores de lixo, pessoas que sobrevivem catando os resíduos sólidos sem as mínimas condições de salubridade, constituindo um sério problema social. Diante desse cenário, que retrata o descaso que há com a questão do destino final dos resíduos sólidos urbanos, tornam-se necessários estudos e trabalhos que busquem melhorar e aprimorar estes serviços, tornando-os menos impactantes para o ambiente. O aterro sanitário é, geralmente, a opção adequada mais utilizada para destinação final dos resíduos sólidos nos municípios brasileiros. As emissões gasosas e de materiais particulados, os vetores de doenças e os riscos de contaminação dos mananciais superficiais ou subterrâneos tendem a ser minimizados e controlados por meio de técnicas adequadas para impermeabilização, drenagem e tratamento de efluentes líquidos e gasosos, bem como pela monitorização do sistema. Desde modo, ressalta-se que os aterros sanitários de resíduos sólidos urbanos são obras de engenharia, construídas dentro de critérios e normas operacionais específicas, evitando danos ou riscos à saúde pública e que exigem cuidados visando à minimização dos impactos ambientais (ABNT, 1994). 1 Por municípios de pequeno porte entendem-se aqueles com população de até habitantes

18 3 Uma das desvantagens do aterro sanitário é a necessidade de grandes áreas, que ocupam muitas vezes áreas próximas aos centros urbanos. Alguns municípios, devido à especulação imobiliária e a dificuldade de obtenção de grandes áreas, têm enfrentado problemas com a disposição dos seus resíduos sólidos. Segundo o Manual de Saneamento e Proteção Ambiental (BARROS et al., 1991), existem outras desvantagens para o aterro sanitário, tais como: alto custo de transporte dependendo da localização, geração de lixiviados que necessitam de tratamento e disposição adequados, necessidade de drenagem de gases, impossibilidade de aproveitamento em curto prazo do material aterrado, desvalorização das áreas adjacentes e danos às vias de tráfego pela intensa circulação de veículos pesados. Cabe destacar, no entanto, que há muitos outros fatores que dificultam a instalação de aterros sanitários adequados nos municípios do País: os custos de implantação e operação são relativamente altos e não existem instrumentos econômicos suficientemente consolidados, como a cobrança de taxas ou tarifas, que viabilizem os recursos necessários para implantá-los e operá-los adequadamente. Cabe mencionar ainda que a implantação de aterro sanitário muitas vezes gera resistência dos moradores mais próximos que, por não serem devidamente esclarecidos a este respeito e por fazerem uma associação incorreta com os lixões, acabam rejeitando a instalação deste tipo de empreendimento, criando dificuldades para a administração municipal. A fim de reduzir estes conflitos com a população do seu entorno convém informar a comunidade sobre o conceito de aterro sanitário e suas diferenças em relação ao lixão, sobre as medidas de proteção e controle de poluição a serem tomadas e os benefícios a serem alcançados com a destinação final adequada dos resíduos sólidos, como também da necessidade de operação eficiente e a importância do envolvimento da população como forma de controle do grau de risco existente. Ainda, todos os demais processos muitas vezes entendidos pelos gestores de resíduos sólidos ditos como de destinação final, tais como usinas de reciclagem, de compostagem e de incineração, são na realidade, processos que não prescindem de um aterro para a disposição de seus rejeitos.

19 4 Deste modo, dentre as propostas para equacionar os problemas relacionados à destinação final de RSU, o aterro sanitário tem um papel fundamental, devendo ser priorizado. Em razão da pouca quantidade de resíduos sólidos gerados em pequenos municípios, a adoção de aterros sanitários como forma de destinação final dos resíduos implica, normalmente, em um investimento inicial relativamente elevado. Frente às limitações orçamentárias, mostra-se mais viável a adoção de tecnologias simplificadas, que passam a ter custos mais competitivos em relação à implantação e a operação do aterro sanitário. Para os municípios de pequeno porte existem algumas tecnologias já propostas que primam pela simplicidade de implantação e operação de aterros de disposição ou que buscam tratar por processo anaeróbio a fração orgânica dos resíduos aterrados, sem prejuízo para o meio ambiente ou à saúde pública (CESTEB, 1997; CONDER, 2002; PROSAB, 2003; CEPIS/OPS, 2002). No entanto, observa-se na literatura uma carência de trabalhos que avaliem as tecnologias simplificadas e seus potenciais de uso. Esta pesquisa, portanto, se propõe a realizar a análise comparativa entre as tecnologias simplificadas existentes, visando avaliar o seu potencial de aplicação na região do semi-árido baiano. Para tanto, analisou-se as tecnologias simplificadas já existentes para municípios de pequeno porte, buscando avaliar as técnicas mais compatíveis com as características ambientais da região semiárida do estado da Bahia e selecionar possíveis áreas com potencial de utilização dessas tecnologias. Procura-se deste modo contribuir para aplicação destas técnicas simplificadas de disposição final de resíduos sólidos para municípios com população urbana de até habitantes na região semiárida do estado da Bahia.

20 5 2 OBJETIVOS 2.1 OBJETIVO GERAL Avaliar o potencial de implantação das tecnologias simplificadas de aterros de disposição final de resíduos sólidos urbanos em municípios de pequeno porte na região semi-árida do estado da Bahia. 2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS Caracterizar as tecnologias existentes para destinação final dos resíduos sólidos urbanos para os municípios de pequeno porte. Identificar os principais critérios com vistas à seleção de áreas para aterros de disposição dos resíduos sólidos urbanos para municípios de pequeno porte, com base nas características ambientais da região semi-árida do estado da Bahia. Selecionar áreas do semi-árido cujas características sejam favoráveis à implantação de aterros simplificados para municípios de pequeno porte.

21 6 3 REVISÃO DA LITERATURA 3.1 ATERRO SANITÁRIO EM MUNICÍPIOS DE PEQUENO PORTE: DEFINIÇÕES BÁSICAS No Brasil, os locais de disposição final dos RSU no solo são classificados em lixões, aterros controlados e aterros sanitários, sendo que somente o último caso é uma alternativa adequada para descarte final. Pois o aterro sanitário é um processo fundamentado em critérios de engenharia e normas específicas, permitindo a confinação segura dos resíduos sólidos em termos de controle de poluição ambiental e proteção à saúde pública. A American Society of Civil Engineers ASCE, define aterro sanitário como sendo: Uma técnica para a disposição de lixo no solo, sem causar prejuízo ao meio ambiente e sem causar moléstia ou perigo à saúde pública, método este que utiliza princípios de engenharia para confinar o lixo na menor área possível, reduzindo o seu volume ao mínimo praticável e cobrindo o lixo depositado com uma camada de terra, pelo menos ao final de cada jornada (HADDAD, 1981, p.7). O aterro sanitário, segundo a NBR 8419/84 da ABNT, é uma: Técnica de disposição de resíduos sólidos urbanos no solo, sem causar danos à saúde pública e à sua segurança, minimizando os impactos ambientais, método este que utiliza princípios de engenharia para confinar os resíduos sólidos a menor área possível, e reduzilos ao menor volume permissível, cobrindo-os com uma camada de terra na conclusão de cada jornada de trabalho, ou a intervalos menores se for necessário (ABNT, 1984, p2).

22 7 De um modo geral, quando se executa um aterro sanitário dispondo os resíduos sólidos de forma adequada, evitam-se: problemas como a proliferação de vetores (ratos, moscas, mosquitos, baratas); a possibilidade de engorda de animais na área (suínos, principais veiculadores da cisticercose); o espalhamento de papéis, plásticos e outros materiais leves nas cercanias do local de disposição; a fixação de famílias de catadores (que passam a triar o material em condições, na maioria das vezes, de completa insegurança); a poluição das águas, pelo lixiviado e poluição do ar, pelo biogás. Embora esta técnica seja a mais recomendada, os municípios considerados de pequeno porte, muitas vezes, não possuem condições financeiras e de recursos humanos para utilizá-la. Outro aspecto a ser considerado, é que nestes municípios a quantidade gerada de resíduos sólidos é pequena, influenciada pelo menor padrão de consumo, pela menor geração per capita e pelo número de habitantes. De acordo com a Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental CETESB, a geração per capita de resíduos sólidos em municípios com até habitantes esta próximo de 0,4 kg/hab.dia. Para a CETESB, os aterros sanitários são obras de engenharia que têm como objetivo o confinamento seguro dos resíduos no solo, conforme a Norma NBR e neste caso não podem ser considerados como a melhor alternativa, uma vez que as áreas adequadas para utilizar essa técnica ficam cada vez mais difíceis de serem encontradas e muito dos resíduos depositados nos aterros poderiam ser reaproveitados. No entanto, hoje existem pesquisadores como Castilhos et al. (2002) que entendem que o aterro sanitário pode ser projetado como um bioreator, cuja finalidade é tratar os resíduos sólidos urbanos ou reaproveitar o biogás. Segundo a CETESB (1997), atualmente os aterros sanitários vêm sendo severamente criticados porque não têm como objetivo o tratamento ou a reciclagem dos materiais presentes nos resíduos sólidos urbanos.

23 8 Mesmo após qualquer tratamento que seja dado aos resíduos sólidos, sempre existirão rejeitos que obrigatoriamente devem ser descartados, e por isso o aterro sanitário é indispensável. Ainda fatores de ordem técnica e econômica podem inviabilizar grande parte dos processos de tratamento, principalmente para os países em desenvolvimento, deixando como alternativa o descarte. Para o IBGE, municípios de pequeno porte são aqueles com população inferior a habitantes. De acordo com dados do IBGE (2002), dos municípios brasileiros, têm população inferior a habitantes. Constata-se então que a maioria absoluta dos municípios brasileiros, correspondentes a 72% da totalidade, está na faixa de população até habitantes. Na Bahia, do total de 417 municípios, 351 não ultrapassam habitantes na área urbana, correspondendo a 84,58%. A Figura 01 apresenta um gráfico de distribuição dos municípios baianos segundo o número de habitantes, baseado nos dados publicados pelo IBGE (2002). 70,00% 60,00% 50,00% 40,00% 30,00% 20,00% 10,00% 0,00% DISTRIBUIÇÃO DOS MUNICÍPIOS SEGUNDO SUA POPULAÇÃO URBANA até ,54% 19,04% 8,19% 2,89% 1,20% 0,48% 2,65% 1 de até de até de até de até de até acima de Fonte: Elaborado pelo Autor a partir de dados obtidos junto ao IBGE, Figura 01: Distribuição dos municípios baianos segundo sua população urbana. A resolução do Conselho Nacional de Meio Ambiente - CONAMA 308/2002 adota como critério de classificação para municípios de pequeno porte aquele que não ultrapasse uma população total de habitantes. Por sua vez, o PRONAF Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar adota o limite de habitantes para municípios de pequeno porte. Observa-se, portanto que há uma falta de consenso sobre a definição da quantidade de habitantes para municípios de pequeno porte, mesmo quando esta classificação é feita por órgãos federais.

24 9 Na literatura identifica-se quatro propostas de tecnologias simplificadas conhecidas como: aterro em valas (CETESB, 1997), aterro sanitário simplificado (CONDER, 2002), aterro sustentável (PROSAB, 2003), aterro sanitário manual (CEPIS/OPS, 2002). O Quadro 01 apresenta a faixa de aplicação por habitante, bem como a geração de resíduos sólidos e per capita proposta pelos autores para cada uma destas tecnologias. Quadro 01: Faixa de aplicação por habitantes por tecnologia simplificada Tecnologia Simplificada Referência População (hab.) Geração de RSU (t/dia) Aterro em Valas CETESB Aterro Sanitário Simplificado CONDER Aterro Sustentável PROSAB * Aterro Sanitário Manual CEPIS/OPS Fonte: O autor * não especifica Pode-se observar que a Resolução CONAMA 308/02 estabelece um critério mais abrangente, isto é, até habitantes ou uma geração de 30 t/dia, enquanto, conforme o Quadro 01, a tecnologia proposta pelo Programa de Pesquisa em Saneamento Básico - PROSAB (2003) é a mais restritiva. Comparando-se o valor estabelecido para população de municípios de pequeno porte pela resolução CONAMA 308/02 com os especificados para cada tecnologia simplificada, observa-se que apenas Centro Panamericano de Engenharia Sanitária e Ciências do Ambiente/Organização Panamericana da Saúde - CEPIS/OPS (2002) indica o mesmo valor; todas as demais tecnologias estabelecem valores inferiores. A faixa populacional definida pela Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia CONDER (Quadro 01), órgão baiano, para municípios de pequeno porte é de habitantes, compatível com a definida pelo IBGE.

25 10 Para o tema desta pesquisa considerou-se que os resíduos sólidos encaminhados ao aterro são gerados em áreas urbanas e que, portanto, é cabível assumir como critério à população exclusivamente urbana do município tendo se adotado o valor de habitantes ampliando-se, deste modo, o universo da pesquisa. As tecnologias mencionadas anteriormente são detalhadas no item 3.5. A tecnologia simplificada de disposição dos resíduos sólidos é uma alternativa para a destinação final adequada dos resíduos sólidos urbanos de pequenas comunidades. Esta técnica é simplificada na sua operação e tem, relativamente, um baixo custo de implantação e operação. A CETESB (1997) desenvolveu a técnica de disposição dos resíduos sólidos urbanos para municípios de pequeno porte, denominada aterro em valas que consiste na construção de valas de dimensões apropriadas, onde os resíduos são depositados sem compactação e a cobertura com terra é realizada manualmente. Equipamentos mecânicos são, portanto, imprescindíveis apenas na fase de abertura das valas. A CONDER (2002), preocupada em contribuir na busca de soluções de baixo custo e de fácil operacionalidade para o tratamento e destinação final dos resíduos sólidos urbanos, desenvolveu o projeto de aterro sanitário simplificado destinado a beneficiar municípios de pequeno porte. Segundo esta Companhia no aterro sanitário simplificado: Os resíduos são colocados numa vala e arrumados manualmente ou com auxílio de um equipamento simples como uma pá e cobertos com terra para evitar a proliferação de vetores sanitários. A ampliação da área do aterro é de baixo custo, pois só consiste na abertura de uma vala, com vida útil de três anos cada (CONDER, 2002, p10). Para PROSAB (2003), o aterro sanitário seria a forma de disposição final adequada aceitável, contudo a falta de auto-suficiência tecnológica, econômica e humana das comunidades dificulta a sua implantação. O programa apresenta como alternativa de disposição dos resíduos sólidos para município com população menor que habitantes, aterro com metodologia mais simples de implantação, operação e monitorização, denominado aterro sustentável.

26 11 CEPIS/OPS (2002) também propõe uma tecnologia simplificada para pequenas localidades denominada aterro sanitário manual, apresentado na Série Técnica n.º 28 do Programa de Saúde Ambiental da Organização Panamericana de Saúde, intitulado de Guia para dimensionamento, construção e operação de aterros sanitários manuais. 3.2 CARACTERÍSTICAS DO SEMI-ÁRIDO BAIANO Considerando que o enfoque deste trabalho é avaliar o potencial de aplicação das tecnologias simplificadas de destinação final dos resíduos sólidos para municípios de pequeno porte na região semi-árida do estado da Bahia cabe destacar as características predominantes da região do semiárido baiano. Conforme a SUDENE (1994), órgão extinto no Governo Fernando Henrique Cardoso, cuja recriação está sendo discutida no Governo Lula, o conceito de região semi-árida, do ponto de vista climático, é aquela formada pelo conjunto de lugares contíguos, caracterizados pelo balanço hídrico negativo, resultante de precipitações médias anuais iguais ou inferiores a 800mm, insolação média de 2800h/ano, temperaturas médias anuais de 23º a 27ºC, evaporação de 2.000mm/ano e umidade relativa do ar média em torno de 50%. Caracteriza-se essa região por forte insolação, temperaturas relativamente altas e pelo regime de chuvas marcado pela escassez, irregularidade e concentração das precipitações num curto período, de apenas três meses. Na Bahia, 256 municípios estão localizados na região do semi-árido; 227 destes têm população urbana inferior a habitantes, correspondendo a 54,7% do total de municípios do estado (IBGE, 2002). O semi-árido baiano ocupa 388 mil quilômetros quadrados, representando 64% da área territorial do estado da Bahia, e 51,7% de toda a região semi-árida do Nordeste. Em suas vastas dimensões vivem mais de 45% da população baiana, totalizando mais de 6 (seis) milhões de habitantes (SEI, 2002), (Figura 02).

27 Mapa da Região do Semi-Árido Baiano Semi-Árido População : habitantes Área : km² Escala Gráfica Km Escala Original: 1/ Legenda Região Semi-Árida para o FNE - Sudene Resolução nº 10929/94 Fonte : SEI, 2003 Figura 02 - Mapa da Região do Semi-Árido Baiano

28 13 A região do semi-árido baiano caracteriza-se por apresentar precipitações pluviométricas abaixo de 800mm anuais (poucas chuvas), altas temperaturas e elevadas taxas de evaporação. Apesar da significativa deficiência hídrica, é a extrema irregularidade de distribuição das chuvas no tempo que se tem constituído em um dos principais obstáculos para as atividades sanitárias, como o abastecimento de água (SEI, 2002). Os solos são arenosos ou areno-argilosos, pobres em matéria orgânica, muito embora com regular teor de cálcio e potássio, predominando os tipos: Luvissolos, Argissolos, Planossolos, Cambissolos, Latossolos. Os solos rasos e pedregosos da região são derivados principalmente de rochas cristalinas, praticamente impermeáveis, nas quais as possibilidades de acumulação de água se restringem às zonas fraturadas (ADENE, 2003). A vegetação predominante é tipicamente caatinga, de porte árboreo e arbustivo, onde predominam espécies decíduas e espinhentas, com elevado grau de xerofilismo (IBAMA, 2003). Sobre o perfil sócio-econômico dos municípios localizados na região semi-árida do estado da Bahia, segundo o anuário estatístico 2002, publicado pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia SEI, pode-se dizer que em sua grande maioria, a população tem um alto índice de analfabetismo, por conseqüência apresentando um baixo Índice de Nível de Educação (INE); conseqüentemente, o nível dos Índices de Renda Média dos Chefes de Família (IRMCH) e do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) são baixos também (SEI, 2002). De acordo com uma proxy do PIB municipal elaborada pela SEI, apenas 16 municípios, 3,8% de um total de 417, respondiam por 71% do PIB estadual no ano de 2000, sendo a maioria destes no litoral baiano. Devido a essas características, pode-se dizer que a quase totalidade dos municípios baianos localizados na região do semi-árido com população inferior a habitantes são muito pobres, com baixa geração de receita própria, não conseguindo resolver seus problemas de saneamento por falta de recursos e de capacitação técnica.

29 14 Além disto, a geração de resíduos sólidos nestes municípios é pequena, sendo os resíduos sólidos urbanos em sua maioria, essencialmente orgânicos, com pouca possibilidade de existir problemas de toxicidade. 3.3 LICENCIAMENTO AMBIENTAL DE SISTEMAS DE DESTINAÇÃO FINAL DOS RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS PARA MUNICÍPIOS DE PEQUENO PORTE Como o aterro sanitário é considerado uma atividade poluidora, se faz necessário o licenciamento ambiental. Neste item são tratados os aspectos legais com ênfase nas questões relacionadas ao licenciamento ambiental para instalação e operação de aterros de disposição final dos resíduos sólidos urbanos em municípios de pequeno porte. A Lei Federal n.º 6.938, de 31 de agosto de 1981, que dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação, no seu artigo 3º, inciso I, define Meio Ambiente como: "o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas". São instrumentos desta Lei a avaliação de impactos ambientais, o licenciamento e a revisão de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras, incentivos à produção e à instalação de equipamentos e a criação ou absorção de tecnologia voltada para a melhoria da qualidade ambiental, entre outras. Ainda, nesta Lei, deve-se dar uma atenção especial ao Art. 14, pelo fato deste definir que o não cumprimento das medidas necessárias à preservação ou à correção dos inconvenientes e danos causados pela degradação da qualidade ambiental, sujeitará os transgressores, independente da sua culpa, a promover uma indenização ou reparo por danos causados ao meio ambiente e a terceiros por parte dele. Isto significa que não é necessário que se prove a culpa do poluidor para que ele seja responsabilizado civilmente pelos danos ambientais.

30 15 O Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA, no uso das atribuições previstas na Política Nacional de Meio Ambiente, publicou a Resolução de n o 01, de 23 de janeiro de 1986, que institui a forma de implementação da Avaliação dos Impactos Ambientais AIA, bem como apresenta orientações e detalhes para a realização e aplicação de Estudos de Impacto Ambiental EIA. A Constituição Federal, promulgada em 1988, em seu artigo 225, parágrafo 1º., inciso IV, determinou a exigência de elaboração de EIA para a instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação ambiental. No Artigo 23, inciso VI, estabelece que compete à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer das suas formas. Em 12 de fevereiro de 1998, foi aprovada a Lei Federal n.º 9.605, intitulada Lei dos Crimes Ambientais, que define sanções penais e administrativas, na medida de sua culpabilidade, para cada responsável por condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, envolvendo: diretores, administradores, membro de conselho e de órgão técnico, auditor, preposto de pessoa jurídica etc., enfim, todos os participantes que direta ou indiretamente deixarem de impedir a prática dessas ações. Com referência ao Estado da Bahia, em 4 de outubro de 1973, foi dado o primeiro grande passo institucional na área ambiental, com a criação do Conselho Estadual de Proteção Ambiental - CEPRAM, pela Lei Estadual nº No ano de 1983 foi criado o Centro de Recursos Ambientais - CRA, pela Lei Delegada nº 31, em 31 de março, ficando responsável pela execução da Política Ambiental no Estado da Bahia. A Constituição do Estado da Bahia, de 1989, a exemplo da Constituição Federal, contém o Capítulo VIII, destinado ao meio ambiente e, no seu Art. 212, determina que cabe ao Estado o planejamento e a administração dos recursos ambientais, de acordo com a política formulada pelo Conselho Estadual de Meio Ambiente.

31 16 No Art. 214, o Estado e Municípios têm, entre outras obrigações, as de: garantir amplo acesso da comunidade às informações sobre as fontes e causas de poluição e degradação ambiental, e informar sistematicamente à população a qualidade do meio ambiente, os níveis de poluição, a presença de substâncias potencialmente danosas à saúde nos alimentos, água, ar e solo e as situações de riscos de acidente; estabelecer e controlar os padrões de qualidade ambiental; exigir o estudo prévio de impacto ambiental para a instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação ambiental; proteger a fauna e a flora, em especial as espécies ameaçadas de extinção; e vedar à instalação de usinas nucleares e o depósito de resíduos nucleares ou radioativos, gerados fora do território Estadual, dentre outros aspectos. Este Capítulo específico sobre o Meio Ambiente trata também: da constituição do Conselho Estadual de Meio Ambiente, colegiado normativo e deliberativo, tripartite, composto paritariamente de representantes do Poder Público, entidades ambientalistas e outros segmentos da Sociedade Civil; do estabelecimento das áreas de preservação permanente; das áreas definidas como patrimônio estadual, de acordo com o Art. 225 da Constituição Federal; da criação do fundo de recursos para o meio ambiente; e das vedações no território da Bahia, segundo o Art. 226, da fabricação, comercialização, utilização de substâncias que emanem cloro-fluor-carbono; a fabricação, comercialização, transporte e utilização de equipamentos e artefatos bélicos nucleares (inciso II), da instalação de usinas nucleares (inciso III) e o depósito de resíduos nucleares ou radioativos gerados fora do Estado (inciso IV), a instalação de aterros sanitários (grifo nosso), usinas de reaproveitamento e depósito de resíduos sólidos a menos de 5km do perímetro urbano, do mar, dos rios e afluentes, entre outras.

32 17 Recentemente, o CONAMA, no uso das atribuições previstas na Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, regulamentado pelo Decreto nº , de 6 de junho de 1990, e em razão do disposto em seu Regimento Interno, anexo à Portaria nº 326, de 15 de dezembro de 1994, publicou a Resolução de n o 308, de 21 de março de 2002, que estabelece o licenciamento ambiental de sistemas de disposição final dos resíduos sólidos urbanos gerados em municípios de pequeno porte. A Resolução CONAMA 308/2002 considera que a disposição inadequada de resíduos sólidos constitui ameaça á saúde pública e agrava a degradação ambiental, comprometendo a qualidade de vida das populações, e que há muitas dificuldades dos municípios de pequeno porte para implantação e operação de sistemas de disposição final de resíduos sólidos, na forma em que são exigidos no processo de licenciamento ambiental. Essa Resolução concede ao órgão ambiental o poder de dispensar o Estudo de Impacto Ambiental EIA e o Relatório de Impacto Ambiental RIMA para os empreendimentos de disposição final de resíduos sólidos, para municípios de pequeno porte. Deste modo, o CONAMA flexibiliza os trâmites legais, permitindo que o órgão responsável avalie a necessidade ou não de um EIA-RIMA. No Art. 3º desta Resolução encontra-se definido os requisitos que devem ser atendidos pelos municípios ou associações de municípios para que se possa dispensar o EIA-RIMA: I - população urbana de até trinta mil habitantes, conforme dados do último censo do IBGE; e. II - geração diária de resíduos sólidos urbanos, pela população urbana, de até trinta toneladas. O Art. 4º desta Resolução define que os empreendimentos de destinação final de resíduos sólidos deverão observar, no mínimo, os aspectos definidos no Anexo desta Resolução, no que se refere à seleção de áreas e concepção tecnológica. Os elementos norteadores para implantação de sistemas de disposição final de resíduos sólidos urbanos em comunidade de pequeno porte estão divididos quanto: à Seleção de Área, aos Aspectos Técnicos e ao Licenciamento Ambiental.

33 18 Os critérios de seleção de área para os empreendimentos de destinação final de resíduos sólidos em municípios de pequeno porte são os mesmos utilizados para os aterros sanitários, que serão comentados no item 3.4. Os aspectos técnicos distinguem-se dos referentes ao aterro sanitário quanto à coleta e queima dos efluentes gasosos, existindo a possibilidade de tratamento ou não, e também diferenciam-se na preferência de equipamentos manuais para a operação. Com relação ao licenciamento ambiental, os órgãos ambientais competentes deverão analisar se há necessidade de um EIA-RIMA. 3.4 CARACTERÍSTICAS AMBIENTAIS RELEVANTES PARA ESCOLHA DE ÁREA PARA ATERRO SANITÁRIO A análise de aspectos ambientais do município é uma etapa fundamental para o destino final dos resíduos sólidos urbanos, pois possibilita a seleção de áreas mais compatíveis com o empreendimento. O êxito na instalação de um aterro sanitário depende, em primeiro lugar, da correta localização do mesmo, que permita a minimização dos impactos sanitários ao meio ambiente, aliada a projeto e operação corretos (MOREDA, ARIDO e BORSACCONI, 2000). A partir da escolha correta do local para disposição final de resíduos reduz-se custo de implantação, além de evitar uma série de impactos que seriam gerados ao meio, pode-se também simplificar os sistemas de proteção ambiental a serem instalados (MARQUES apud NASCIMENTO, 2001) A seleção de área para implantar um aterro sanitário independente do seu porte deve satisfazer a vários pré-requisitos objetivando uma seleção mais acertada dentro da relação custo-benefício. Ainda, para a caracterização da área a ser escolhida como local para construção do aterro sanitário deve-se seguir exigências que diminuam os riscos ambientais, além de fornecer condições estruturais apropriadas para a construção e operação do aterro. Para a seleção de áreas de aterros sanitários deve-se considerar alguns critérios técnicos, ambientais, econômicos, legais e sociais. Apresenta-se no Quadro 02 alguns parâmetros que devem ser considerados:

34 19 Quadro 02: Parâmetros que devem ser considerados para escolha de área para implantação de aterro sanitário Item Fator/Parâmetro 1 Proximidade com o perímetro urbano 2 Distância ao centro gerador de resíduos 3 Vias de acesso 4 Disponibilidade de infra-estrutura (energia elétrica, água) 5 Topografia 6 Condições climáticas (direção dos ventos, Pluviosidade) 7 Condições geotécnicas do subsolo 8 Disponibilidade de material para cobertura 9 Profundidade do lençol freático 10 Susceptibilidade à contaminação do manancial 11 Proximidades de cursos d água 12 Uso atual da área 13 Titularidade 14 Permeabilidade do solo 15 Aceitação \ Indicação do Poder Público 16 Impacto visual 17 Preço da terra Fonte: O autor As principais características ambientais a serem consideradas, que possam oferecer proteção ao meio ambiente, para a seleção de áreas de disposição final dos resíduos sólidos urbanos são: clima, solos, hidrogeologia/hidrologia, geologia e geotecnia e outros. - CLIMA As características climatológicas locais são importantes para o dimensionamento da infra-estrutura do aterro sanitário, sendo a precipitação, a evaporação, a temperatura e a direção do vento os principais dados climatológicos.

35 20 O índice pluviométrico é o principal fator por que é por meio dele que se pode estimar a geração de líquido lixiviado e definir a necessidade ou não de cobertura da área de disposição (PROSAB, 2002). Provavelmente o aspecto mais influente sobre a geração de quantidade expressiva de lixiviado é a relação entre a precipitação anual sobre a área do aterro e a fração não infiltrada, perdida na forma de evaporação. Conforme Firta (2003) a geração de lixiviados depende das condições topográficas, geológicas e meteorológicas, sendo o principal fator interveniente a precipitação. De acordo com Cintra et al. (2002), a principal fonte de lixiviado corresponde a água que entra pela fase superior. Segundo Blight (1994), nos países que apresentam áreas de clima árido a geração de lixiviado é pequena ou não existe. Para essa afirmação este autor elaborou a fórmula: B = P E (equação 01) Considerando que P é media anual de precipitação em mm de chuva e E é a evaporação sobre a superfície do aterro, em mm. Se B for negativo significa que o aterro é não saturado e não haverá geração de lixiviado, se o valor de B for positivo significa que o aterro é saturado e haverá geração de lixiviado. Em clima árido a diferença entre o total de entrada de água e a água armazenada ou perdida é negativa por um ano completo ou sazonalmente, ou seja, os aterros não gerarão nenhum lixiviado ou apenas sazonalmente. Entretanto, mesmo em clima áridos, ocorrem ocasionalmente anos chuvosos ou períodos com chuvas mais intensas. Quando condições extremas de tempo ocorrem, algum lixiviado pode ser gerado. Se não houver qualquer tipo de sistema de drenagem, esse líquido infiltrará pelo solo de base do aterro. Caso isso não ocorra com muita freqüência, as conseqüências dessa percolação não serão significativas e poderão ser ignoradas (BLIGHT, 1994). Áreas com alto índice de precipitação são desaconselháveis para implantação do aterro sanitário, pois as águas da chuva ao passarem pelos resíduos lixívia os seus componentes tóxicos e mesmo com toda a impermeabilização recomendada, inevitavelmente sempre penetrará alguma água no aterro sanitário (ZUQUETTE,1987).

36 21 Em regiões de clima árido com baixa pluviosidade, dependendo da topografia e do tipo de solo, o lençol freático encontra-se em grandes profundidades. Regiões que apresentam variações bruscas de temperatura também estão sujeitas a fenômenos que auxiliam a ação erosiva; essas áreas devem ser evitadas, pois há facilidade da contaminação do lençol (GUIMARÃES, 2000). Em casos que a distribuição de chuva não seja uniforme, ou concentrada em poucos dias de um único mês, deve-se estudar alternativas para diminuir o impacto negativo de lixiviado, como por exemplo, operar o aterro com maiores cuidados tais como diminuir a área exposta ao tempo e cobrir a área com lonas plásticas ou buscar alternativas para drenar e tratar o líquido. A determinação do balanço hídrico é muito importante para tomar diversas decisões sobre a natureza da cobertura das camadas dos resíduos sólidos em aterros (MAHLER, 2001). Outro fator significativo é o vento devido ao incômodo que pode causar com o lançamento de particulados no ar durante a descarga de resíduos e as escavações de terra, com a possibilidade de transportar materiais leves, como o papel, ou de odores para as áreas vizinhas. - SOLOS Na engenharia civil, considera-se solo, todo material que possa ser escavado sem necessidade de explosivos. O solo é em geral proveniente da desintegração da rocha (autoctone) por meio de fenômenos físicos e químicos, mas pode ser formado pela disposição de sedimentos (aloctone), ou seja, transportado. Contudo, a sua formação/desenvolvimento é função dos seguintes fatores ambientais: do clima da região, dos microrganismos que agem sobre o material de origem, do relevo, da rocha matriz e do tempo. A precipitação, temperatura e umidade são componentes do clima que têm grande influência nas propriedades dos solos (GUERRA e CUNHA, 1996). De acordo com Guerra e Cunha (1996), o solo é constituído de três fases: sólida, líquida e gasosa. A fase sólida é caracterizada por apresentar grãos minerais; a fase líquida nunca é a água pura, e sim uma solução eletrolítica e a fase gasosa do solo é o ar.

37 22 O conhecimento das características de um solo é importante porque: o solo é usado como cobertura dos resíduos e para o fechamento do aterro. A permeabilidade da cobertura final tem muita influência no volume lixiviado gerado; o material localizado na base e nas laterais do aterro deve ser adequado a construção do mesmo; o solo determina a taxa de percolação de lixiviado gerado e o comportamento de retenção ou mobilidade dos contaminantes associados. Segundo Salomons e Stigliani (1995), a capacidade de adsorção e retenção de contaminantes de um solo depende de sua composição mineralógica e os principais parâmetros que controlam essa capacidade são: teor e a natureza dos argilo-minerais presentes; teor de matéria orgânica; e teor de ferro e manganês. Salomons e Stigliani (1995) alertam para o fato de que embora a matéria orgânica seja capaz de reter contaminantes, grande parte dela é facilmente degradada, o que possibilita a mobilização de metais pesados e micro-poluentes orgânicos em particular. Ainda, o solo argiloso com um bom teor de matéria orgânica tem a sua permeabilidade acentuada devido a agregação dos grãos graúdos e estáveis, o que resulta na formação de poros maiores. Entretanto, para os solos arenosos acontece ao contrário, a matéria orgânica pode diminuir a permeabilidade efetiva. Segundo a CETESB (1993), os grãos de argila têm carga elétrica negativa e sobre a superfície dos grãos existem cátions adsorvidos que podem ser substituídos por outros. Assim, quanto menor for o grão da argila, maior será a área superficial disponível por unidade de volume e, conseqüentemente, a capacidade de troca de cátions (CTC). Solos arenosos apresentam baixa CTC porque os grãos de areia são maiores do que os de argila, o que reduz a área superficial e, além disso, a areia é em sua maior parte quartzo, mineral pouco reativo.

38 23 Ainda, na maioria das vezes o teor de argila aumenta nas camadas inferiores do solo, conseqüentemente aumenta a capacidade de troca catiônica, que por sua vez aumenta a capacidade de adsorção de contaminantes (LEITE e ZUQUETTE, 1996) De acordo com Souza e Zuquette (1993), a CTC constitui-se em fator bastante importante na retenção dos poluentes orgânicos e outros íons menos móveis, indicando a capacidade de retenção de poluentes pelo material inconsolidado, bem como para bactérias e microrganismos de ocorrência comum em rejeitos. A argila-mineral, predominante em solos de clima semi-árido, pertence em geral, ao grupo dos silicatos, sub-grupos das smectitas, caulinita ou micas. Montmorilonita, caulinita e ilita são respectivamente, exemplos desses três grupos. Para Souza e Zuquette (1993), argilas com alta CTC se apresentam mais favoráveis à retenção de poluentes; sendo que os autores recomendam para um aterro solo argiloso com valor de CTC maior que 15 meq/100g. De acordo com Vargas (1977) as argilas apresentam os seguintes valores: montmorilonita - 60 a 100meq/100g, caulinitas - 3 a 15meq/100g, enquanto as ilitas apresentam valores intermediários entre os 2 grupos mencionados. A CTC pode ser alterada se houver variação do ph no solo e à medida que o material vai sendo saturado pela passagem do contaminante, seu valor vai diminuindo (GUIMARÃES, 2000). Segundo Guimarães (2000), a variação de ph no solo é responsável por facilitar ou retardar a ocorrência de várias reações químicas que provocam a retenção e deposição de vários poluentes, ocasionando a precipitação dos componentes insolúveis do contaminante. Os valores negativos (ácidos) de ph do solo indicam que o material inconsolidado será mais favorável à adsorção dos poluentes mais comumente ocorrentes nos aterros sanitários, possuindo melhor capacidade de retenção de cátions; valores positivos (alcalino) mostram capacidade de retenção de ânions.

39 24 A textura, a estrutura e a mineralogia do solo definem a menor ou maior capacidade do substrato se deixar atravessar pelos efluentes do aterro sanitário. A textura argilo-arenosa apresenta boa capacidade de depuração por parte da argila e boa infiltração por parte da areia, apresentando, ainda, baixa permeabilidade. Ao contrário disso, as texturas muito arenosas resultam numa boa capacidade de carga, mas a alta permeabilidade resulta na passagem do contaminante. Em relação às características granulométricas os materiais com diâmetro médio de grãos predominantemente entre 0,002 e 0,001mm na fração argila e permeabilidade da ordem de 10-8 cm/s <k < 10-6 cm/s, são mais favoráveis a implantação de um aterro sanitário (GUIMARÃES, 2000). A área selecionada para o aterro deve preferencialmente apresentar materiais ricos em silte e/ou argila, que apresentam valores baixos de permeabilidade, elevada capacidade de sorção e baixa condutividade hidráulica, devido uma grande quantidade de finos. Em vista disso, a área que contém este material é mais eficaz, dificultando a migração dos contaminantes, como também favorecendo o retardamento da solução percolante devido à adsorção de íons pelas partículas de argila. Mas deve-se avaliar com cuidado, pois, havendo variações de temperatura, o solo pode sofrer o processo de expansão e contração, possibilitando o aparecimento de trincas que facilitam a percolação. Segundo Prim et al. (2003), a literatura internacional aponta para um crescente interesse em entender os mecanismos da condutividade hidráulica em solos argilosos, tendo em vista a migração de líquidos percolados de aterro sanitário. Conforme Leite e Zuquette (1996), a presença de óxido de ferro e manganês também interfere na retenção de contaminantes; nas regiões quentes e úmidas, os óxidos e hidróxidos de ferro e de manganês são os principais adsorventes. O solo da área escolhida para implantar um aterro sanitário deve ter composição predominantemente argilosa, ser o mais impermeável e homogêneo possível, além de não apresentar grande quantidade de pedras, matacões e rochas aflorantes. Este deve ser passível de boa compactação e baixo potencial de infiltração de líquido.

40 25 - HIDROGEOLOGIA/HIDROLOGIA Na seleção de áreas, a profundidade do lençol freático torna-se um fator limitante devido a possibilidade de contaminação pelo lixiviado gerado na decomposição do resíduo, que varia inversamente com a distância entre o lençol e a fonte contaminante. A NBR /97 estabelece alguns critérios para escolha de uma área para aterro sanitário; um deles é que o aterro tenha uma distância mínima de 3,0 metros do lençol freático e 200 metros de qualquer corpo de água. O valor mínimo de distância do aterro para o lençol freático, considerado como adequado, é de 2 metros de acordo com Souza e Zuquette (1993) e CETESB (1979). Deve-se atentar que esses valores não consideram o uso de bases protetoras (liners). O contexto hidrogeológico no qual está inserida a área para o aterro sanitário deve ser constituído por uma barreira geológica, garantindo a proteção ao meio ambiente. Um dos principais requisitos para um bom funcionamento de uma barreira geológica é a baixa permeabilidade, baixa porosidade efetiva, grande espessura e alta capacidade de retenção natural de substâncias perigosas. Segundo Lee e Jones-Lee (1998), a verificação da existência ou não de uma conexão hidráulica entre a barreira geológica e o aqüífero sotoposto é mais importante do que a espessura do material localizado entre o aterro e o aqüífero sotoposto, ou seja, é preciso saber se há alguma descontinuidade que possa servir de via preferencial ao transporte de contaminantes em direção às águas subterrâneas. Uma maneira de saber se o aqüífero investigado está hidraulicamente conectado às camadas superiores é a utilização de isótopos para datar as águas subterrâneas. Se esta for mais nova do que a idade obtida com base na taxa de percolação que se esperava, é obvio que essa conexão existe. As áreas potencialmente mais adequadas para a implantação de um aterro sanitário são aquelas onde a água subterrânea é naturalmente de má qualidade e, portanto, não utilizada, ou em locais onde não existe conexão hidráulica entre a base do aterro e o aqüífero inferior (LEE e JONES-LEE, 1998).

41 26 Ainda segundo Lee e Jones-Lee (1998), nos aterros sanitários localizados em áreas com lençol freático pouco profundo pode acontecer que a água subterrânea atravesse o liner argiloso, chamado de gradiente reverso, e atinja os resíduos. Quando o aqüífero se encontra confinado por uma rocha espessa, de muito baixa permeabilidade ou praticamente impermeável, ou ainda de elevada capacidade de retenção catiônica, não são feitas restrições quanto à profundidade do nível d água (GUIMARÃES, 2000). Segundo Guimarães (2000), a migração dos poluentes é governada pela advecção e dispersão que dão a razão do movimento e diluição do contaminante ou soluto. A pluma de contaminação sofre uma atenuação com o tempo e a distância pelos processos de absorção, trocas iônicas, dispersão e decaimento. Ainda segundo Guimarães (2000), a qualidade das águas subterrâneas sob o ponto de vista bacteriológico e químico, em geral, é muito melhor do que a das águas superficiais, devido as propriedades naturais do solo que por meio de processos de degradação, oxidação e adsorção realizados nas camadas do solo e da zona vadosa, atuam como filtro na depuração de lixiviados. Na sua grande maioria, a água subterrânea dispensa qualquer tratamento antipoluente, excetuando-se apenas os casos das águas captadas em aqüíferos subterrâneos em regiões semi-áridas, zonas costeiras e aqüíferos rasos nas áreas altamente urbanizadas, devido ao excesso de sais minerais deixando a água dos poços salobra ou no caso de poços próximos a centros urbanos, por causa da possível contaminação dos aqüíferos pelos efluentes. - GEOLOGIA E GEOTECNIA A caracterização da geologia e da geotecnia da região é de extrema importância, permitindo averiguar o comportamento do substrato rochoso, presença de falhas e de fraturas, características do perfil de subsolo, profundidade do nível d água e variações das características físicas do solo, tais como: espessura, textura, granulometria e condutividade hidráulica. Esta caracterização visa compreender os fatores que condicionam o fluxo de subsuperfície e conhecer as características dos materiais disponíveis para a aplicação na construção do sistema de disposição final de RSU.

42 27 A caracterização geológica-geotécnica obtida por meio da verificação de áreas passíveis de disposição permite avaliar possíveis ocorrências de fraturas e/ou falhas nas rochas subjacentes, identificar o comportamento hidrogeológico, o risco de contaminação de um eventual vazamento, materiais e técnicas mais apropriadas para a execução do revestimento de base e para cobertura dos resíduos sólidos urbanos. A condutividade hidráulica é um parâmetro que tem sua importância devido à maior ou menor facilidade de deixar passar a água, determinando, na maior parte dos casos, a principal componente da propagação dos contaminantes. Quanto menor a condutividade hidráulica menor a velocidade de migração do contaminante. Isso significará menor volume contaminado e mais tempo para a degradação biológica e para as intervenções necessárias à remediação. Normalmente, é quantificada pelo coeficiente de permeabilidade (k), que representa a velocidade com que os fluidos percolam, sobre o gradiente unitário de perda de carga. Zuquette (1987) adota para o mapeamento geotécnico a classificação da permeabilidade como: ALTA - materiais permeáveis k > 10-3 cm/s. RAZOÁVEL - materiais semi-permeáveis 10-3 > k >10-5 cm/s. BAIXA - materiais impermeáveis k < 10-5 cm/s. Para as rochas, devido aos processos de formação, pode-se considerar que quase todas são impermeáveis, mas o fraturamento, as falhas e as descontinuidades são fatores importantes para a percolação de águas. Segundo Zuquette (1987), em relação ao grau de alteração, as rochas podem ser classificadas como: rocha intacta, rocha alterada e solo.

43 28 O Quadro 03 apresenta a permeabilidade dos materiais minerais. Quadro 03: Permeabilidade de solos e rochas k (cm/s) Rocha intacta Rocha alterada Solo Argila homogênea 10-9 Ardósia 10-8 Dolomito Abaixo da zona de intemperismo 10-7 Granito Areia muito fina 10-5 Calcários e arenitos Juntas preenchidas com argila Siltes inorgânicos e orgânicos Mistura areia e siltes 10-3 Rocha fraturada till Depósito de argila estratificada Rocha com fratura aberta Rocha muito fraturada Mistura de areia e seixos limpos Fonte: Hoeck e Bray (1974) apud Zuquette (1987) - Para a seleção de sítios deve-se evitar áreas com grandes extensões de afloramento rochoso, por inviabilizar o processo econômico na obtenção de material de cobertura e devido a grandes irregularidades na topografia do terreno. As áreas de matacões devem ser evitadas também por problemas de ordem econômica, já que grandes blocos de rocha são de difícil remoção. As falhas e descontinuidades são parâmetros de grande importância: Porque elas podem servir de vias preferenciais ao transporte de poluentes em direção às águas subterrâneas, reduzindo o tempo do percurso que eles teriam caso atravessassem um meio isotrópico. Nas descontinuidades, o transporte do contaminante por advecção, dispersão e difusão molecular de soluções é bastante intensificado (LEITE e ZUQUETTE, 1996, p650).

44 29 Rochas cristalinas, ígneas e metamórficas, a exemplo de gnaisse, granulito, xistos etc., apresentam muito baixa permeabilidade intersticial protegendo as águas subterrâneas, sendo, via de regra, um tipo de substrato rochoso que detém características favoráveis para a disposição de resíduos sólidos. Em geral ele tem uma boa capacidade de suporte, contudo pode ter permeabilidade variável fissural a depender do grau de fraturamento/falhamento (fissura) presente nelas (informação verbal) 2. Rochas sedimentares pelíticas (argilitos e siltitos), em geral, também apresentam baixa permeabilidade intersticial protegendo as águas subterrâneas, sendo, via de regra, um tipo de substrato rochoso que detém características favoráveis para a disposição de resíduos sólidos, apresentando também uma boa capacidade de suporte. Mas estes substratos são sujeitos a deslizamento, expansão, deformação, compactação diferencial em função da carga/peso dos resíduos sólidos dispostos em aterros sanitários (informação verbal) 2. Rochas sedimentares arenosas e areno-cascalhosas, apresentam permeabilidade intersticial elevada, além de serem mais susceptíveis a fraturamento, permitindo a percolação de fluidos, portanto, não é um bom substrato rochoso para dispor os resíduos sólidos (informação verbal) 2. Rochas sedimentares químicas, a exemplo de calcários dolomitos, possuem também uma elevada permeabilidade fissural por cavidades de dissolução, logo, devem ser evitadas, pois como possuem um elevado potencial de dissolução, podem conter grandes espaços vazios e poros interconectados, permitindo alta transmissividade, facilitando assim a contaminação. Em geral as regiões cársticas (zona de calcáreo), apresentam cavernas que é uma característica desfavorável a implantação de aterros, devido a instabilidade do substrato rochoso e a facilidade de percolação dos fluidos (informação verbal) 2. Os contatos entre as diferentes camadas ou estratos das rochas sedimentares fazem com que essas se apresentem com um comportamento anisotrópico (LEITE e ZUQUETTE, 1996). Estes contatos causam, em geral, planos de fraqueza e representam caminhos e direções preferenciais de percolação e transporte de fluidos facilitando potencial contaminação da água subterrânea. 2 Consulta ao especialista em geologia prof. Msc. Antônio Marcos Santos Pereira

45 30 Quanto maior a quantidade de macroestruturas (sejam porosas, fraturadas, cavernosas, carstificadas ou miloníticas) ou de feições tectônicas (zonas de falha, presença de unidades tectônicas de variado deslocamento, áreas de dobramentos, alto mergulho de camadas etc.) menos indicado será o substrato como receptor de aterro (ZUQUETTE, 1987). - OUTROS CRITÉRIOS Outros critérios para escolha de área para aterro de disposição final de resíduos sólidos urbanos como topografia, distância de drenagens, distância de rede viária, de mancha urbana, de aeroportos, são comentados a seguir. Mesmo sendo importantes, estes critérios não serão objetos de análise para este estudo uma vez que exigem um nível de detalhamento de dados aplicáveis ao semi-árido baiano que não se encontram disponíveis e sistematizados. A topografia da área destinada para os resíduos sólidos é um dos principais fatores naturais que determinam a velocidade dos processos erosivos. Sua influência pode ser analisada por dois fatores: declividade e comprimento da encosta. Assim, maiores velocidades de erosão podem ser esperadas em relevos acidentados do que em relevos suaves, pois declividades mais acentuadas favorecem a maiores velocidades de escoamento das águas, aumentando sua capacidade erosiva. Além dos problemas relacionados com a erosão, áreas com altas declividades estão mais sujeitas à movimentos de massas e podem causar mais uma dificuldade para a execução da obra. Por outro lado, declividade muito baixa pode reduzir a velocidade de escoamento e, desse modo, aumentar a infiltração e, consequentemente, a taxa de percolação. Em relação ao critério de declividade Cleps e Guimiero apud Nascimento (2001), indicaram áreas com declividades superiores a 12% como inadequadas ao descarte de resíduos, independente do tipo de solo, enquanto áreas com declividades variando entre 0 e 8% foram consideradas ideais.

46 31 Segundo Leite e Zuquette (1996): declividade menor que 2% - não é aconselhável utilizar esses terrenos, pois a baixa declividade favorece o acúmulo de água precipitada sobre a sua superfície, permitindo com maior facilidade a infiltração de água para o interior da massa de resíduos e a percolação de poluentes; além disso há maior dificuldade na captação do chorume; entre 2% e 10% - terrenos mais indicados; e maior que 20% - considerada também inadequada em função desses terrenos, a princípio, serem considerados como mais susceptíveis ao desencadeamento de movimentos de massa provocando erosões, bem como, à maior possibilidade de escoamento de líquidos percolados. A produção de percolados também causa a instabilidade do material inconsolidado; maiores declividades também são responsáveis por maiores dificuldades na execução das obras de engenharia. A NBR /97 estabelece uma distância mínima de 200m do aterro sanitário em relação a qualquer corpo de água, em virtude da possibilidade de influência do aterro na qualidade e no uso das águas subterrâneas e superficiais. Ainda a Portaria n.º 124, de 20/08/80, do Ministério do Interior estabelece que quaisquer indústrias potencialmente poluidoras, bem como as construções ou estruturas que armazenam substâncias capazes de causar poluição hídrica, devem ficar a uma distância mínima de 200m de cursos d água mais próximos. Outros critérios para escolha de uma área para aterro sanitário, citados pela NBR /97, são: as áreas não devem estar sujeitas à inundações, nem a flutuações excessivas do lençol freático, como as várzeas de rios, pântanos e mangues; devem ser mantidas a uma distância 3,0 metros para o lençol freático; 500 metros de residências isoladas e metros de áreas urbanizadas. - AVALIAÇÃO DAS CONDIÇÕES AMBIENTAIS DAS ÁREAS SELECIONADAS Após a definição preliminar da área ou áreas a serem potencialmente escolhidas para a implantação do aterro, deve-se proceder ao estudo detalhado das condições ambientais locais e do entorno, além das questões urbanísticas, sócio-econômicas e de produção de resíduos. Visando-se ao conhecimento detalhado da área em análise, destacam-se os seguintes estudos que devem ser executados:

47 32 Estudos Geotécnicos Estudos geotécnicos do terreno onde será implantado o aterro sanitário são indispensáveis. Deve-se elaborar um programa de investigação geotécnica com ênfase para a realização de uma campanha de sondagem para subsidiar o conhecimento do comportamento geotécnico do substrato, comportamento e as características hidrodinâmicas do terreno. Assim devem-se realizar perfis individuais de sondagens; a caracterização geotécnica das formações presentes; fazer cálculos de estabilidade dos taludes naturais em cortes e em aterros; ensaios de permeabilidade in situ e determinação da profundidade do lençol subterrâneo, nos locais a serem implantadas as células e o sistema de tratamento se houver; e a definição de linhas de fluxo e mapa esquemático da superfície do lençol freático. Estudos Hidrogeológicos/Hidrológicos Estes estudos referem-se ao ambiente hidrográfico, bacias, sub-bacias do sistema de drenagem e das características hidrogeológicas e aqüíferos, da área do futuro aterro e de seu entorno. Deve-se conduzir testes hidrogeológicos apropriados para caracterizar a taxa e a direção do movimento das águas subterrâneas. Além disso, deve-se determinar as zonas saturadas e não saturadas, a condutividade hidráulica e a sucção dos solos não saturados por meio de testes de campo, bem como determinar a porosidade e umidade dos solos não saturados em laboratório. 3.5 TECNOLOGIAS SIMPLIFICADAS DE DISPOSIÇÃO FINAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS PARA MUNICÍPIOS DE PEQUENO PORTE Abordam-se em detalhes neste item as tecnologias de disposição final de resíduos sólidos urbanos para municípios de pequeno porte identificadas na literatura que primam pela simplicidade de implantação e operação. Estas tecnologias correspondem às desenvolvidas no âmbito da CETESB Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental de São Paulo, CONDER - Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia, PROSAB - Programa de Pesquisa em Saneamento Básico e CEPIS/OPS Centro Panamericano de Engenharia Sanitária e Ciências do Ambiente/Organização Panamericana da Saúde cuja descrição sucinta baseou-se, respectivamente, nas seguintes referências: CETESB (1997); CONDER (2002); PROSAB (2003); CEPIS/OPS (2002).

48 Aterro em Valas Proposto pela CETESB O Aterro em valas da CETESB (1997) é uma técnica que consiste no preenchimento de valas escavadas com dimensões apropriadas, onde os resíduos são depositados sem compactação, e sua cobertura com terra é realizada manualmente. Essa técnica é recomendada para as comunidades com geração de resíduos sólidos urbanos inferior a 10 toneladas por dia, o que corresponde a uma população de habitantes, utilizando o per capita de 0,4kg/hab.dia indicado pela CETESB (1997) para os municípios de pequeno porte. Para a CETESB, o método de aterramento em trincheiras para municípios maiores apresenta um custo relativamente alto, pois exige a escavação de grandes valas. Assim, somente é recomendado para municípios que geram pequenas quantidades de resíduos, e que, portanto, necessitam de trincheiras de pequenas dimensões. O maior problema encontrado pelos municípios de pequeno porte é a falta de recursos financeiros para a construção de aterros sanitários e de adquirir equipamentos para sua operação. Para a CETESB, o grande obstáculo à operação é a aquisição de equipamentos pesados para operá-los. No caso do aterro em valas este obstáculo é superado, uma vez que este é operado sem a utilização de equipamentos mecânicos. A escavação de valas exige condições favoráveis tanto no que se refere à profundidade e uso do lençol freático, quanto à constituição do solo. Os terrenos com lençol freático pouco profundo ou terrenos rochosos são impróprios para a construção do aterro. A CETESB (1997) recomenda que a vida útil das valas não ultrapasse um mês, e na época de chuva sugere que se seccione a vala a cada vinte metros, aproximadamente, para evitar o acúmulo de lixiviados. Para a escolha de áreas deve-se optar por terrenos que facilitem a implantação e operação do aterro.

49 34 As principais características exigidas da área são: Topografia: as áreas devem ser planas a suavemente onduladas com uma inclinação máxima de 10%. Solo: o solo não pode ser rochoso e deve ter uma composição predominantemente argilosa, ser homogêneo e impermeável. Hidrogeologia: as áreas devem estar a uma distância mínima de 200 metros dos recursos hídricos e não devem estar sujeitas a inundações. O lençol freático deve estar no mínimo a uma distância de 3 metros do fundo da vala, no caso de solos argilosos, e para solos arenosos, distâncias maiores. Distância de residências: as áreas devem estar a uma distância mínima de 500 metros de residências isoladas, e metros de áreas urbanas. Direção dos ventos: os ventos predominantes não devem ser na direção de núcleos urbanos. Localização: além dos aspectos mencionados, ainda deve-se observar o fácil acesso em qualquer época do ano, principalmente no período chuvoso, e a menor distância viável dos centros urbanos geradores de resíduos, para não onerar o custo com combustível do transporte dos resíduos para o aterro Aspectos Construtivos As valas, com profundidade de aproximadamente 3 metros, devem ser estreitas e compridas acumulando-se a terra retirada em apenas um dos lados, sendo que os resíduos devem ser descarregados em uma única faixa transversal da vala, até que essa esteja totalmente preenchida. À medida que são depositados, os resíduos são nivelados e cobertos manualmente, utilizando-se a terra acumulada ao lado da vala.

50 35 Somente após o preenchimento total da primeira vala é que se inicia a operação de uma segunda vala, repetindo as mesmas operações. O nivelamento final da vala deve ficar numa cota um pouco acima à do terreno, prevendo prováveis recalques. Tendo o município um equipamento, como um trator esteira ou caminhão, poderá promover uma melhor compactação dos resíduos, passando diversas vezes sobre o aterro. Caso não tenha, na abertura da vala seguinte, a terra da escavação da nova vala deverá ser colocada sobre a vala aterrada, acelerando o processo de recalque. Fonte: CETESB (1997) Figura 03: Homens compactando os resíduos sólidos no aterro em valas da CETESB A decomposição da matéria orgânica presente nos resíduos sólidos resulta na formação do chorume. A passagem das águas através da massa de resíduos leva consigo o chorume, bem como materiais em suspensão, constituindo-se no chamado lixiviado. O principal contribuinte para a formação de lixiviado é a água de chuva precipitada sobre o aterro. Na construção de um aterro é primordial reduzir o volume de lixiviado por meio de uma adequada drenagem de águas de chuva, com o objetivo de reduzir os custos de implantação e operação do mesmo, devido à não necessidade de implantar um sistema de tratamento de lixiviado. O sistema de drenagem de águas pluviais deve ser realizado ao redor do aterro, acompanhando as cotas do terreno de forma a conferir uma declividade adequada ao dreno, desviando as águas de chuva por canaletas escavadas no próprio terreno, evitando que ela seja lançada nas valas.

51 36 A CETESB (1997) comenta que, para as áreas em regiões de climas quentes, onde a taxa de evapotranspiração é maior que a de precipitação, é comum a não formação de lixiviado, o que pode ocorrer em regiões semi-áridas. Para o caso de aterros construídos em áreas que a taxa de evapotranspiração não seja maior que a precipitação, deve-se implantar um sistema de drenagem de lixiviado, que tem como objetivo evitar a infiltração do líquido no solo e a poluição do subsolo ou do aqüífero existente no local. Os drenos podem ser construídos em formato de espinha de peixe, por canaletas escavadas no próprio solo, ou sobre a camada impermeabilizante e preenchidas com brita. Deve-se escolher áreas que naturalmente reúnam condições de permeabilidade favoráveis à implantação do aterro em valas sem o uso de impermeabilizações. A camada de solo deverá ter ao menos três metros de espessura e um coeficiente de permeabilidade de k 10-6 cm/s. Não é recomendado para a construção do aterro um coeficiente k 10-4 cm/s. Conforme a CETESB (1997), em áreas desfavoráveis à implantação do aterro, deve-se impermeabilizar a base e laterais com membranas sintéticas quando o solo compactado é inviável, devido à dificuldade de implantar esta técnica em dimensões reduzidas das valas. Se as valas forem projetadas e abertas nas dimensões adequadas, utilizando-se valas menores nas estações chuvosas, o volume de lixiviado gerado será menor, podendo ser mantido acumulado dentro da própria vala em operação, dispensando drenagem e os sistemas de tratamento. Portanto, para a CETESB (1997), o sistema de drenagem de lixiviado é dispensável para o aterro em vala em certas condições. Em situações especiais, nas quais têm-se evidências da geração de grandes volumes de lixiviados, ou quando as condições ambientais assim exigem, é necessário o tratamento do lixiviado. Sobre o sistema de drenagem de gases, a CETESB (1997) recomenda o uso de tubos perfurados, implantados em linhas, atravessando verticalmente a massa de resíduos aterrados, desde a base até a superfície, como chaminés. Ao redor dos tubos deve-se colocar uma camada de pedras, formando uma camisa de espessura igual ao diâmetro do tubo utilizado.

52 37 Porém, para os aterros em valas, a CETESB (1997) afirma que devido à pequena quantidade de resíduos aterrados e pouca profundidade da vala, não há necessidade de construção de um sistema de drenagem para os gases Procedimentos Operacionais A entrada de resíduos perigosos não deve ser impedida sumariamente (CETESB, 1997), pois eles poderão ser lançados em locais impróprios, causando um dano ainda maior. Uma vez identificados os geradores e transportadores, deve-se avisar as autoridades competentes para que sejam tomadas as medidas cabíveis. No entanto, o resíduo considerado perigoso deve ser impedido de ser lançado no aterro sanitário para que não haja uma contaminação dos resíduos inertes. Os resíduos perigosos deverão ter um tratamento específico. Os acessos internos têm como função garantir a chegada dos resíduos até a frente de trabalho e permitir a interligação entre os diversos pontos do aterro. Esses acessos devem suportar o trânsito de veículos mesmo no período de chuvas, e se necessário, deve-se construir canaletas de drenagem para a captação de águas de escoamento superficial. A operação de um aterro em valas decorre da forma construtiva e de acordo com as condições limitantes desta técnica. Os resíduos sólidos devem ser descarregados em valas de paredes verticais e estreitas, que não permitem o ingresso de veículos. Os resíduos não são compactados por equipamentos, eles são arrumados no interior da vala e sua cobertura é feita manualmente. Devido a não compactação das valas, o peso específico dos resíduos aterrados é de aproximadamente 500kg/m 3. As valas preenchidas não oferecem condições de suporte para trânsito de veículos na sua parte superior Sistema de Apoio Como os aterros sanitários em valas têm pequenas dimensões, exigem pouca estrutura para auxiliar e garantir o seu funcionamento. As instalações de apoio para os aterros em valas são: isolamento, portaria e estradas internas.

53 38 Para o isolamento do aterro devem ser instaladas cercas de arame ao redor de toda a área, impedindo a entrada de pessoas não autorizadas e de animais. Recomenda-se também um cinturão verde para minimizar o impacto visual, e a instalação de uma cerca de tela móvel na frente da operação, para impedir que os materiais leves possam ser arrastados até os terrenos vizinhos. Com o objetivo de controlar a entrada e a saída de veículos na área do aterro, assim como o tipo de resíduos a serem aterrados, principalmente os resíduos perigosos, deve-se construir uma portaria Aterro Sanitário Simplificado Proposto pela CONDER O estado da Bahia vem trabalhando alternativas de aterros sanitários para pequenos volumes de resíduos sólidos, como o modelo desenvolvido pela Companhia de Desenvolvimento Urbano do estado da Bahia - CONDER denominado Aterro Sanitário Simplificado. A CONDER (2002) observou que, para os municípios de pequeno porte, os custos de implantação e operação de um aterro convencional são muito altos, devido principalmente à mecanização e à monitorização ambiental. Também foi constatado pela CONDER que a maioria dos pequenos municípios baianos são pobres, com baixa geração de recursos, não conseguindo resolver seus problemas de saneamento, seja por falta de recursos ou por falta de capacitação técnica (CONDER, 2002). Portanto, para a CONDER (2002), o aterro sanitário simplificado pode ser uma alternativa viável para os municípios que geram poucos resíduos e não podem custear um aterro sanitário convencional. Pode ser a solução dos problemas decorrentes do lançamento dos resíduos sólidos de forma inadequada, muitas vezes a céu aberto, sem qualquer medida de proteção ao meio ambiente e à saúde pública. Segundo Fiúza (2002), o aterro sanitário simplificado para municípios de pequeno porte possui segurança ambiental e sanitária, e os impactos negativos causados ao meio ambiente com a implantação e operação do aterro sanitário simplificado da CONDER são poucos expressivos e de

54 39 fácil controle, comparando-se com os benefícios que este proporciona aos municípios de pequeno porte. A CONDER propõe duas opções de aterros simplificados: o aterro em valas e aterramento celular. O método construtivo do aterro sanitário simplificado depende da quantidade de resíduos a ser aterrada. O aterro em valas é uma solução para municípios com população até habitantes ou 20 toneladas por dia e o aterramento celular é para municípios com cerca de habitantes. Ambos os casos pouco diferem do aterro sanitário, a não ser pelo porte e complexidade. Todos devem ser contemplados com limpeza e terraplenagem do terreno, acesso e cercamento da área, cinturão verde, drenagem superficial, impermeabilização das valas ou células com solo, drenagem de lixiviado, instalações administrativas e operacionais, energia elétrica, abastecimento de água e esgotamento sanitário. No entanto, o autor se contradiz quando comenta que o próprio solo da base do aterro em condições naturais pode promover o tratamento do lixiviado. A escolha da área para a implantação do modelo proposto pela CONDER é de fundamental importância para o sucesso do sistema. A área ideal deve ter pelo menos 10 hectares, pois o projeto do aterro sanitário simplificado deve contemplar espaço físico que possibilite a implantação de instalações que sirvam para desenvolvimento de trabalhos sociais e/ou educacionais, e também salvaguardar áreas para o futuro, no sentido de servir como área tampão ou de expansão. A área a ser ocupada pelo aterro deverá ter no mínimo 5 hectares, estimada para receber os resíduos de uma cidade de habitantes pelo período de 10 anos, podendo ser prolongada se forem adotadas a reciclagem e a compostagem ou outro modelo de manejo dos resíduos. Recomenda-se que os resíduos sólidos de serviços de saúde devem ser depositados em valas apropriadas com revestimento de lona plástica. Uma área em separado deve ser escolhida para a implantação destas valas.

55 40 Em Macarani/BA foi implantado o modelo de aterro sanitário manual da CONDER, onde estão sendo monitorizadas todas as ações desde a sua implantação até a operação, a fim de que sirva como sistema piloto para os demais municípios baianos. As características ideais a área a ser selecionada estão listadas abaixo. ser de fácil acesso aos veículos e de preferência com menos de 10km do centro gerador; não corresponder a áreas de crescimento urbano; não possuir vizinhança nas proximidades da área; possuir vegetação local sem expressividade ecológica, de preferência afastada de mananciais; área de preferência plana e elevada, com declividade de no máximo 10%; e área com distância de pelo menos 8 metros de profundidade do lençol freático. O autor não comenta sobre o tipo de solo e nem faz menção ao tipo de clima como critérios para a escolha de áreas para destinação final dos resíduos sólidos Aspectos Construtivos O princípio fundamental do modelo proposto pela CONDER, no que diz respeito ao aspecto sanitário e ambiental é o recebimento, por parte dos resíduos sólidos, da camada de cobertura final em poucos dias ou semanas, ao contrário do aterro convencional, que pode levar anos até a sua cobertura final, a depender do método construtivo. Devido a este procedimento e a pouca quantidade de resíduos que devem ser depositados, o aterro simplificado reduz em muito a geração de lixiviado, podendo o solo, através de suas condições naturais, promover o tratamento do pouco lixiviado a ser gerado. De acordo com Tchobanoglous et al. apud CONDER (2002), um dos grandes papéis do solo é a capacidade de depuração; portanto, no aterro bem operado e com um solo adequado e com baixa geração de lixiviado, dificilmente este será um problema. Assim uma das questões mais onerosas e que por vezes preocupa pela dificuldade técnica-operacional e construtiva de um aterro como o tratamento do líquido lixiviado passa por uma solução bastante simples de equacionamento (CONDER, 2002, p10).

56 41 A concepção geral do aterro em valas e do aterramento celular proposto consiste no aterramento manual dos resíduos, em sistemas de trincheiras. A grande diferença do aterro em valas para o aterramento celular é a dimensão das valas e o tempo para o seu preenchimento. No caso do aterro em valas, a profundidade é de aproximadamente 4,0 metros e sua vida útil é de aproximadamente 1 ano; já para o aterramento celular, as valas devem ter uma altura de 1,0 a 2,0 metros e serem preenchidas em uma semana. Para o sistema em valas, as trincheiras têm forma trapezoidal, sendo escavadas a partir da cota do terreno até uma profundidade máxima de 4,0 metros; largura da base inferior de 6m; taludes laterais com inclinação 45 ou 90, a depender da coesão do solo; comprimento variável, em função da quantidade de resíduos a serem dispostos; e uma altura útil acima da camada final de cobertura de 1 a 1,5m. As valas devem ser implantadas em áreas em que o lençol freático esteja a mais de 8 metros de profundidade e que o solo seja coesivo a ponto de permitir sua implantação sem riscos de ruptura e estabilidade. Fonte: CONDER (2002) Figura 04: Corte transversal do aterro sanitário simplificado da CONDER O sistema de drenagem superficial das águas pluviais é composto por drenos provisórios e definitivos. O provisório poderá ser feito por meio do próprio material escavado das valas, utilizado para desviar as águas da chuva, e o definitivo deverá ser executado mediante a construção de valas com terra batida ou simplesmente cortada, para encaminhar as águas de chuvas para áreas baixas.

57 42 Devido à pouca ou nenhuma geração de lixiviado, já comentado anteriormente, não há sistema de drenagem de lixiviado e seu tratamento é realizado pelo próprio solo que o recebe. Devido à pequena altura do aterramento não há um sistema de drenagem de gases, visto que a tendência dos gases é se movimentar para a região superior de menor resistência por caminhos ascendentes. As valas para os resíduos sólidos de serviços de saúde devem ter dimensões reduzidas e serem revestidas com uma lona plástica Procedimentos Operacionais O procedimento para o aterramento celular é simplesmente escavar pequenas valas no solo para o confinamento dos resíduos sólidos. Assim, os resíduos confinados nas valetas terão praticamente a mesma idade, resgatando com isso o conceito de células. A altura da valeta deve ser entre 1,0 e 2,0 metros e as paredes laterais deverão ter uma inclinação de 90º. Nos casos de solos instáveis deve-se fazer um escoramento, que pode ser feito por algum elemento presente no resíduo. Mesmo para as valetas, deve-se respeitar a distância mínima exigida pelas normas ambientais no que se refere ao lençol freático. O veículo coletor tem acesso ao interior da trincheira, facilitando o lançamento dos resíduos sólidos. Os resíduos são dispostos diretamente na camada impermeabilizante de argila com 50cm de espessura e com uma compactação relativa de 90%, garantido uma permeabilidade de no máximo 10-6 cm/s. Em seguida, os operários iniciam o processo de arrumação dos resíduos e depois os recobre manualmente com uma camada de solo de 20cm ou com lona plástica removível, coibindo a geração de lixiviado e evitando seu aumento. Devido à compactação manual, a densidade dos resíduos no interior da vala é de aproximadamente 500kg/m 3. No final, a vala recebe uma cobertura final de 60cm de solo orgânico na superfície para o plantio de gramíneas. O plantio de gramíneas aumenta a absorção de água e a evapotranspiração da água de chuva. Para facilitar o trabalho de

58 43 movimentação de terra no fechamento de uma trincheira e escavação de uma outra, esta atividade deve ser realizada sempre no período seco. O material escavado para abrir a vala deve ser disposto em um dos lados, para posteriormente ser usado como material de cobertura. Deve-se ter cuidado com o material excedente, porque em locais de chuvas pode se tornar um grave problema, dificultando o acesso de veículos e até mesmo escorrendo para dentro da vala. Os resíduos sólidos de serviços de saúde não devem ser manuseados pelos operários do aterro, devendo ser lançados diretamente dentro da vala séptica, e cobertos diariamente por uma camada de 20cm de solo. No final devem receber uma camada de cobertura final de 0,60m Sistema de Apoio O projeto inclui também equipamentos e instalações de apoio, como guarita, sanitários, galpão de reciclagem e pátio de compostagem, cerca de arame, cinturão verde e vias de acesso. Toda a área deve estar cercada com arame farpado e a guarita deve servir para controlar o acesso de pessoas e animais na área do aterro. Havendo viabilidade, pode-se utilizar como opção no lugar da cerca de arame farpado, tela de galinheiro, com o objetivo de evitar o arraste dos materiais leves pelo vento. Caso haja viabilidade econômica para a comercialização de materiais recicláveis, deve-se construir um galpão próximo ao portão de entrada, onde serão desenvolvidos os serviços de separação e enfardamento. Em todo perímetro da área, deve-se construir uma cerca viva, como forma de minimizar os impactos visuais. As estradas de acesso devem ser mantidas em boas condições, mesmo nos períodos chuvosos.

59 44 Um dos equipamentos de apoio que os aterros convencionais possuem é a balança, que serve como instrumento de medida para a cobrança dos resíduos sólidos urbanos dispostos. Para a CONDER, é inteiramente dispensável a balança para aterros simplificados, já que a principal preocupação deve ser a de impedir a prática inadequada de disposição final dos resíduos, ofertando uma solução adequada ambiental e econômica para dispor os resíduos sólidos urbanos dos municípios de pequeno porte. A balança dá a oportunidade de aferir a quantidade a ser disposta, servindo como instrumento de pagamento a terceiros ou estimativa de custo por tonelada de resíduos Aterro Sanitário Manual Proposto pelo CEPIS/OPS O Aterro Sanitário Manual, segundo CEPIS/OPS (2002), apresenta-se como uma alternativa técnica e economicamente viável, em benefício do equacionamento dos problemas dos centros urbanos e rurais para localidades com menos de habitantes, que não tem condições de adquirir equipamentos pesados para construir e operar aterros sanitários convencionais. Cabe salientar que, na versão anterior do Guia para el diseño, construcción y operación de rellenos sanitarios manuales, (CEPIS/OPS, 1991), a tecnologia era recomendada para municípios com até habitantes ou para populações que geravam aproximadamente 20 toneladas diárias. A técnica de implantação do aterro manual do CEPIS/OPS (2002) requer equipamentos pesados para a adequação do sítio, construções de vias internas, preparação da base de suporte, escavação de sarjetas e a extração de material de cobertura de acordo com o avanço e método de enchimento. Os demais trabalhos podem ser realizados manualmente, o que permite às pequenas comunidades com poucos recursos incapazes de adquirir e manter um trator de esteiras e uma retroescavadeira permanentemente -, dispor adequadamente os resíduos gerados, empregando mão de obra pouco qualificada. O aterro sanitário manual, conforme CEPIS/OPS (2002), é adequado para populações que geram aproximadamente 15 toneladas diárias. Certamente, nem todas as comunidades que geram menos que 15 toneladas diárias podem aplicar esta técnica, pois é necessária uma análise mais criteriosa das condições locais da região e das características do sítio, como a disponibilidade de material de

60 45 cobertura, do clima ou do custo da mão de obra, a fim de verificar a viabilidade da aplicação da opção selecionada. A operação do aterro sanitário manual que recebe mais de 15 toneladas diárias de resíduos sólidos urbanos pode se tornar difícil e requerer um maior número de pessoas, sobretudo para os processos de espalhamento e compactação, e para extração e transporte de material de cobertura. Portanto, nestes casos, recomenda-se que a operação deve ser realizada utilizando-se um trator agrícola. Segundo CEPIS/OPS (2002), para as cidades com habitantes, é necessário um trator de esteiras e uma jornada de trabalho completa (8 horas/dia), incluindo horas extras. Porém, para pequenas cidades, não se justifica este tipo de equipamento; deve-se, neste caso, utilizar a mão de obra braçal, dando oportunidade de emprego à população local. O planejamento para o sistema de disposição final dos resíduos sólidos urbanos deve incluir um programa de informação ao público que explique quais as vantagens e desvantagens da implantação de um aterro sanitário e sua importância. O apoio do público é uma das metas a serem estabelecidas pela administração local que esteja interessada em construir um aterro, pois sem este respaldo é muito provável que ela não possa viabilizar a construção e operação deste. De acordo com CEPIS/OPS (2002), é de fundamental importância que a população tenha consciência dos benefícios da construção de um aterro sanitário, para que a comunidade se disponha a pagar uma taxa de lixo, garantindo a sustentabilidade de um bom serviço de limpeza urbana e da operação e manutenção da obra. Para a seleção de áreas de aterros sanitários, deve-se preferir lugares que facilitem sua operação e poupem problemas operacionais futuros. É pouco provável que o terreno reúna todas as condições ideais para a construção de um aterro sanitário manual. Portanto, deve-se eleger aqueles que apresentem as melhores características e análises de recursos técnicos e econômicos disponíveis. Para construir o aterro sanitário manual é necessário atender a alguns aspectos: participação das autoridades locais, participação da população, planejamento do ordenamento territorial, localização, vias de acesso, condições hidrogeológicas, condições climatológicas, geologia, solo, vida útil do aterro e, custo do terreno e das obras de infra-estrutura.

61 46 Para seleção de área do aterro sanitário manual, as principais características ambientais são: Hidrogeologia: é importante analisar o tipo de solo, do qual dependerá a impermeabilização do terreno, sendo que, para solos argilosos, não há necessidade; já para outros solos, é preciso colocar uma capa de argila compactada de 0,30 metro de espessura e em última instância, uma geomembrana de PVC, o polietileno de alta densidade. Recomenda-se uma distância de pelo menos 1,0 metro entre o nível freático e os resíduos sólidos quando se tem solo argiloso, devendo dar-se preferência a terrenos bem drenados. Deve-se descartar os locais que permanecem inundados por longos períodos. CEPIS/OPS (2002) considera que não é necessário impermeabilizar o terreno nos seguintes casos: zona onde praticamente não chove, ou onde as chuvas são raras, não superando 300mm/ano; e em lugares cujo clima é muito seco e a radiação solar é alta, e onde há pouca umidade no resíduo sólido, perdendo-se facilmente por evaporação. Climatologia: a precipitação, a evaporação, a temperatura e a direção dos ventos são os principais dados climatológicos que devem ser estudados para o dimensionamento da infraestrutura do aterro sanitário. A direção predominante do vento é importante, devido às moléstias que podem ocasionar a descarga dos resíduos, as escavações de terra, o material leve como papel e também a possibilidade de transporte de odores para as áreas vizinhas. A precipitação é o principal fator, por que é por meio dos dados de registros de chuvas e períodos secos que estima-se a quantidade de água em cada zona do estudo e projeta-se as obras de drenagem pluvial perimetral e de lixiviado, com o objetivo de minimizar a geração de lixiviado e evitar a contaminação das águas.

62 47 Geologia e Solo: a geologia e as características específicas do solo são alguns dos fatores mais importantes para a seleção de áreas. Por meio do estudo da geologia pode-se obter informação sobre deslocamentos das infiltrações de água e de uma eventual contaminação das águas superficiais e subterrâneas. Um aterro sanitário deve estar localizado de preferência sobre um terreno cuja base seja em solos areno-argilosos, silte-argilosos e/ou argilos-siltosos. Recomenda-se evitar os terrenos areno-siltosos porque são muito permeáveis. Sem nenhuma dúvida, nos projetos de aterro sanitário para as grandes cidades, estas análises têm uma importância capital e devem ser uma exigência básica em qualquer estudo. Porém, para o caso de pequenas comunidades, isto não se faz necessário, devido à reduzida magnitude das obras e o tipo de resíduo que geram (CEPIS/OPS, 2002). O autor não comenta quantos habitantes teriam essa pequena comunidade e nem faz menção de quais seriam as exigências básicas para a seleção de área. Só diz que, para municípios com população com menos de habitantes, os estudos de campo podem consistir somente na execução de testes de percolação e nas análises do solo. Outro parâmetro importante para escolha de um solo adequado é o coeficiente de permeabilidade (k). Este é um indicador de maior ou menor dificuldade com que um solo permite a percolação da água através de seus poros.

63 48 No Quadro 04 apresenta-se o tipo de solo e sua relação com o coeficiente de permeabilidade. Quadro 04: Coeficiente de permeabilidade k(cm/s) x Textura do solo K (cm/s) Tipo de Areia muito fina, solos Solo solo Areia grossa Areia mesclada com areia grossa orgânicos e inorgânicos mescla de silte-arenoso e argila. permeabilidade baixa modificado por Cascalho Areia limpa Solo impermeável; por exemplo: argila homogênea debaixo da zona de intemperização efeitos da vegetação e intemperismo Drenagem Bom Ruim Praticamente impermeável Aterro sanitário Fonte: Adaptado de CEPIS/OPS, Péssimo Bom Aspectos Construtivos Para o CEPIS/OPS (2002), existem dois métodos para construção de aterro sanitário manual: o de trincheiras e o de áreas. O método construtivo de um aterro sanitário manual depende principalmente da topografia do lugar, condicionado pelo tipo de solo e a profundidade do nível do lençol freático. O método de área se emprega em terrenos planos, pedreiras abandonadas, depressões e partes baixas dos desfiladeiros. As características próprias do lugar determinarão se é possível extrair terra de cobertura do lugar ou se deve ser buscada de lugares próximos. O método consiste em depositar os resíduos no solo e amontoá-los; depois, são compactados em camadas inclinadas, para formar a célula que será ao final coberta com terra.

64 49 O método de trincheira é recomendado para terrenos com inclinações suaves e com lençol freático profundo. Este método consiste em depositar os resíduos em um dos extremos da trincheira. Os trabalhadores espalham e compactam os resíduos com ferramentas manuais até formar uma célula que, ao final da jornada, será coberta com terra extraída da valeta. Fonte: CEPIS/OPS, Figura 05: Aterro manual sanitário do CEPIS/OPS em perspectiva Empregam-se estes métodos combinados quando as condições hidrogeológicas, topográficas e físicas do lugar eleito para receber o aterro sanitário são as adequadas. Por exemplo, inicia-se com método de trincheira e posteriormente continua-se com o método da área na parte superior. Este método é considerado o mais eficiente, já que permite poupar o transporte de material de cobertura, desde que exista no local. Os dois métodos necessitam de equipamentos pesados para a implantação do aterro como, por exemplo, a escavação de sarjetas, preparação da base de suporte, construções de vias. Após a implantação, os trabalhos podem ser realizados manualmente.

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