Epidemiologia e controle da mosca-dos-chifres (Haematobia irritans irritans) no Brasil LUÍSA NOGUEIRA DOMINGUES

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1 Epidemiologia e controle da mosca-dos-chifres (Haematobia irritans irritans) no Brasil LUÍSA NOGUEIRA DOMINGUES USDA-ARS Knipling-Bushland US Livestock Insects Research Lab do minguesln@gmail.com 19 Setembro 2018

2 Epidemiologia Estudo dos fatores que determinam a frequência e a distribuição de doenças em uma população. Parasito Meio Ambiente Hospedeiro

3 Porque epidemiologia e controle?

4 Porque epidemiologia e controle?... A maioria de nós continua a usar pesticidas como se a resistência fosse uma questão temporária que será resolvida pela comercialização de novos pesticidas com novos modos de ação. No entanto, evidências atuais sugerem que a evolução de insetos e ervas daninhas pode superar a nossa capacidade de substituir produtos químicos e outros mecanismos de controle. Para evitar este resultado, devemos abordar a mistura de fatores ecológicos, genéticos, econômicos e sociopolíticos que impedem a implementação de práticas sustentáveis de manejo de pragas.... (Gould et al. 2018)

5 Foto: Arquivo pessoal Epidemiologia - Parasito Haematobia irritans irritans (Linnaeus, 1758) (Diptera: Muscidae) Europa, norte da África, Ásia e Américas Brasil Região norte - fim da década de 70 Descrita em 1983 (Valério e Guimarães) Região Sudeste - décadas de 1980/1990 Atualmente - Todas as regiões do país (Valério e Guimarães 1983, Collares 1990, Saueressig 1993, Oliveira e Freitas 1997, Barros 2001, Martins et al. 2002, Souza et al. 2005, Bianchin et al. 2006)

6 Epidemiologia - Parasito Macho e fêmeas hematófagos obrigatórios Média ovos/fêmea Ciclo: Adulto: 3 a 7 semanas Ovo-adulto: 7 a 17 dias gerações anuais Diapausa pupa (McLintock e Depner 1954, Bruce 1964, Mendes e Linhares 1999, Kumarochi 2000, Barros, 2002, Brito et al. 2015)

7 Foto: Arquivo pessoal Epidemiologia - Parasito Haematobia irritans irritans (Linnaeus, 1758) (Diptera: Muscidae) Prejuízos: Irritação Queda produção leite/carne Perda apetite e qualidade do couro Queda índices reprodutivos Despesas com controle (Suárez et al. 1995, Guglielmone et al. 1999, Bianchin et al. 2006, Grisi et al. 2014, Maciel et al. 2015, Jorge et al. 2016)

8 Epidemiologia - Parasito (Grisi et al. 2014)

9 Epidemiologia - Hospedeiros Bovinos hospedeiros preferenciais População bovinos (2017): > 217 milhões de animais Preferência: Animais adultos Pelagem escura Taurinos e cruzamentos (Schreiber e Campbell 1986, Honer et al. 1991, Bianchin et al. 2006, Costa et al. 2014, MAPA 2018) Foto: Arquivo pessoal

10 Epidemiologia Meio ambiente Dinâmica populacional Temperaturas elevadas Moderada pluviosidade Favorecem desenvolvimento (Collares 1990, Saueressig 1993, Oliveira e Freitas 1997, Barros 2001, Martins et al. 2002, Souza et al. 2005, Bianchin et al. 2006, Almeida et al. 2010, Costa et al. 2014, Brito et al. 2015)

11 Centro - Oeste Fim da primavera (setembro - dezembro) Aumento da temperatura e pluviosidade após estação seca e fria Outono (março junho) Após redução chuvas intensas no verão Barros, 2001

12 Fim da primavera Outono Planalto Catarinense Temp. UR Baixas/nulas infestações no inverno Souza, 2005

13 Controle Primeiro tratamento: Após primeiras chuvas da primavera: setembro/outubro Aumento exponencial Término da estação seca Animais magros, necessitando ganhar peso Segundo tratamento: Fim da estação chuvosa (março/abril) (Honer et al. 1990, Barros et al. 1992, Leite 2000, Martins et al. 2002, Domingues et al. 2008, Leite et al. 2010)

14 Controle Outros tratamentos: níveis de infestação (média do rebanho): Baixo Até 50 moscas/animal Rebanho calmo Médio 50 a 200 moscas/animal Pouca agitação Ausência moscas nos equídeos Infraestrutura adequada contenção dos animais Alto Superior a 200 moscas/animal Infestação em todos os animais (bezerros e equinos) Grande agitação no rebanho

15 Controle Escolha dos antiparasitários: Classe Terapêutica x Nome Comercial Piretróides: ~59% mercado brasileiro ( sozinho ou em associação) Indicação terapêutica Condições epidemiológicas da propriedade Histórico do uso de produtos na propriedade Resistência Fotos: Arquivo Pessoal

16 Barros et al Controle Brasil Resistência à piretróides 15 estados (GO, MS, MT, AL, BA, MA, PI, SE, RR, RO, TO, ES, MG, RJ, RS) e Distrito Federal Suscetibilidade à organofosforados (Guglielmone et al. 2001, Girão et al. 2002, Braga e Barros 2003, Saueressig e Barris, 2003, Oliveira et al. 2006, Barros et al. 2007, Sabatini et al. 2009, Barros et al. 2012, Brito et al. 2018) Figure 1. Survey on horn fly susceptibility to insecticides in Brazil ( ).

17 Seguir recomendações Reduzir número tratamentos/ano Infraestrutura adequada Retardar desenvolvimento de resistência

18 Controle Controle biológico Parasitóides Fungos Ácaros Coleópteros Inseticidas Botânicos - extratos Vacinas 2 candidatos Proteção parcial RNAi, CRISPR/CASP Digitonthophagus gazella (Oyarzun et al. 2008, Mochi et al. 2010, Torres et al. 2011, Ramos et al. 2016, Branco et al. 2017, Breijo et al. 2017) Foto: Arquivo Pessoal

19 Desafios Cada propriedade tem suas próprias características Diferenças culturais Presença de outros parasitos Objetivo dos produtores (quanto quer/pode gastar?) Fotos: Arquivo Pessoal Escolha de produtos Consulta ao veterinário ou indicação do vizinho/loja?

20 Agradecimentos Dr. João Luis Garcia Tradução de artigos científicos