A PRESENÇA DO ADVOGADO NA APURAÇÃO DE ATO

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1 UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE - UNESC CURSO DE DIREITO FRANCIELE FONTANELA MASIERO A PRESENÇA DO ADVOGADO NA APURAÇÃO DE ATO INFRACIONAL CRICIÚMA, JUNHO 2009.

2 FRANCIELE FONTANELA MASIERO A PRESENÇA DO ADVOGADO NA APURAÇÃO DE ATO INFRACIONAL Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado ao Departamento de Ciências Jurídicas da Universidade do Extremo Sul Catarinense UNESC, como requisito essencial à obtenção do título de Bacharel em Direito. Professora Orientadora: Rosangela Del Moro. CRICIÚMA, JUNHO 2009.

3 2 FRANCIELE FONTANELA MASIERO A PRESENÇA DO ADVOGADO NA APURAÇÃO DE ATO INFRACIONAL Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Departamento de Ciências Jurídicas da Universidade do Extremo Sul Catarinense- UNESC, como requisito essencial à obtenção do título de Bacharel em Direito. BANCA EXAMINADORA Prof. Rosangela Del Moro Especialista Unesc Orientadora Prof. Dr. André Viana Custódio Doutor - Unesc Dr. Giancarlo Bremer Nones Juiz de Direito da Vara Infância e da Juventude e Anexos da Comarca de Criciúma

4 3 DEDICATÓRIA Dedico este trabalho a todas às crianças e adolescentes da nossa nação; memória de um passado que o presente deve superar e que o futuro não deve esquecer, nem reviver.

5 4 AGRADECIMENTOS A Deus, em quem consigo forças para alcançar todos os meus objetivos e metas; Aos meus pais José e Antoninha e, a minha irmã Daniele, pois incansavelmente não mediram esforços para me ajudar, incentivar e, principalmente, pela confiança que depositaram em mim. Senão fosse eles e a minha vontade de vencer eu não teria concluído mais esta etapa importante na minha vida; Ao meu namorado Rodrigo, pela altivez, generosidade e compreensão, que mesmo morando longe, sempre esteve tão presente nas minhas principais conquistas; À minha orientadora Rosangela Del Moro, pela paciência, incentivo, compreensão e presteza no auxílio às atividades e discussões sobre o andamento e normalização na construção deste trabalho monográfico; Ao competente juiz da Infância e da Juventude e Anexos, da Comarca de Criciúma, Dr. Giancarlo Bremer Nones, por abrir as portas para um futuro estimulante na minha carreira profissional, me concedendo a primeira oportunidade de estágio no ramo jurídico, sendo-me sempre tão prestativo, atencioso e sincero.

6 5 Ao querido professor André Viana Custódio por sua dedicação nas atividades laboradas durante a jornada acadêmica. Enfim, a todos que direta ou indiretamente estiveram comigo nessa importante etapa da minha vida; Meu muitíssimo obrigada!

7 6 Todo mundo é capaz de dominar uma dor, exceto quem a sente. William Shakespeare

8 7 RESUMO O presente trabalho monográfico visa à ampliação do conhecimento da evolução histórica, social e jurídica do processo de consolidação dos direitos adquiridos pelas crianças e adolescentes no decorrer dos tempos, através do uso de artigos, doutrinas, jurisprudências, leis e bibliografias. Mostra as lacunas das primeiras Constituições Brasileiras, com a conseqüente entrada em vigor de alguns direitos sociais da infância e da adolescência a partir do Estado Novo, em Por conseguinte, revela o quão importantes foram a Constituição Federal de 1988, que implantou a Doutrina da Proteção Integral e, posteriormente, à entrada em vigor do Estatuto da Criança e do Adolescente em 1990, já que em épocas passadas as crianças e os adolescentes eram tratados pela legislação brasileira como meros objetos de intervenção estatal. Apresenta, ainda, uma análise concisa da importante função do advogado na apuração de atos infracionais, mostrando a necessidade destes durante o ato instrutório realizado perante o órgão ministerial, visto que a partir desta etapa poderá ser aplicada a remissão como forma de exclusão do processo, ou, ainda, a representação do ato ao juízo competente. Assim, revela uma brusca falha no sistema, já que não obriga a presença do defensor na fase de interrogatório, proposta pelo Ministério Público. Neste trabalho foram abordadas as inovações e garantias trazidas pelo Estatuto da Criança e do Adolescente até nossos dias, visando sempre o melhor interesse da criança e do adolescente, que são seres em constantes desenvolvimentos físico, mental e social. Por fim, a leitura do presente faz com que as pessoas se conscientizem e tomem um melhor posicionamento para a efetiva implementação das práticas exigidas e exigíveis da família, da sociedade e do Estado em face dos direitos fundamentais das crianças e dos adolescentes. Palavras-chave: ATO INFRACIONAL. CRIANÇA E ADOLESCENTE. ADVOGADO. MELHOR INTERESSE.

9 8 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS Art. Artigo ECA Estatuto da Criança e do Adolescente Lei nº /90 FUNABEM - Fundação Nacional do Bem-estar do Menor LICC - Lei de Introdução do Código Civil CRFB/88 - Constituição Federal de 1988 Regras de Beijing - Regras Mínimas das Nações Unidas para a Administração da Justiça de Menores adotadas pela Assembléia da ONU por força da Resolução 40/30 de 1985 Lei n /79 Código de Menores de 1979 STJ Superior Tribunal de Justiça

10 9 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO EVOLUÇÃO HISTÓRICA DOS DIREITOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE NO BRASIL Evolução histórica dos direitos da criança e do adolescente até O artigo 227 da CRFB/88 e o princípio do melhor interesse da criança e do adolescente O ECA e a Doutrina da Proteção Integral PRINCÍPIOS APLICÁVEIS AO DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE Conceitos e formas dos princípios Princípio do melhor interesse da criança e do adolescente Princípio da dignidade da pessoa humana Princípio da proteção integral ATO INFRACIONAL X FUNÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO X DEFESA DO ADVOGADO FRENTE AO ARTIGO 206, CAPUT, DO ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE Conceito de ato infracional Função do Ministério Público na apuração de ato infracional Função do advogado na apuração de ato infracional A presença (ou não) do advogado na apuração do ato infracional e o princípio do contraditório e ampla defesa...64 CONCLUSÃO...69 REFERÊNCIAS...70

11 10 1 INTRODUÇÃO O objeto deste trabalho monográfico é analisar a necessidade da presença do advogado na apuração de ato infracional. Especificamente, visa estudar sob a ótica do princípio do melhor interesse da criança e do adolescente, da dignidade e do devido processo legal quais as implicações decorrentes da atividade do advogado e do Ministério Público na apuração do ato infracional. Apresenta-se como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Direito junto à Universidade do Extremo Sul Catarinense UNESC. O método de pesquisa utilizado foi o dedutivo, em uma pesquisa do tipo teórica, qualitativa. A técnica empregada para o desenvolvimento deste trabalho monográfico foi a bibliográfica, com uso de doutrinas, leis, artigos e jurisprudências. Assim, para garantir uma melhor compreensão do tema, dividir-se-á o trabalho em três capítulos. O primeiro capítulo resgatará o inconformismo vivido pela população diante do tratamento que era dado à criança e ao adolescente no decorrer da evolução histórica. Abordar-se-á, ainda, a trajetória regimental do desenvolvimento careado desde a Constituição Brasileira de 1934, onde pela primeira vez fez-se referência direta de proteção aos direitos da criança, até a Constituição Brasileira de 1988 quando adotou-se a Doutrina da Proteção Integral, outorgando à família, à sociedade e ao Estado o dever de garantir à criança e ao adolescente o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão; sendo tal determinação posteriormente seguida pelo Estatuto da Criança e do Adolescente. Neste sentido, mister esclarecer que como propósito do segundo capítulo será abordado os significados sócio-jurídicos dos princípios que se considera fundamentais e estruturantes para garantia da efetividade infanto-juvenil e sua permanente positivação jurídica e social frente a sociedade brasileira. Desta feita, conceituar-se-á os princípios onde irá se buscar efetivamente garantir o melhor interesse da criança e do adolescente no nosso ordenamento jurídico pátrio. Por fim, será abordado no terceiro capítulo os direitos positivados na

12 11 legislação brasileira diante dos procedimentos relativos às infrações atribuídas às crianças e adolescentes, bem como a função do representante do Ministério Público e do advogado durante a apuração destas infrações delitivas, desde a fase instrutória, onde a criança e o adolescente apresentando-se perante o Promotor de Justiça explicarão a realidade dos fatos. Será analisada, ainda, até onde vai à necessidade da presença do defensor nas fases processuais, visto que a CRFB/88 determina que o advogado é indispensável para a administração da justiça e que constitui um dos requisitos da relação processual, ou seja, a capacidade postulatória e que, conforme já estatuído no ECA assegura-se aos adolescentes a defesa técnica por advogado. Destarte, serão analisados os direitos das crianças e dos adolescentes, a fim de que seja possível traçar o seu conteúdo e as obrigações correspondentes. Posteriormente apresenta-se a conclusão, onde sintetiza-se o objeto do presente trabalho e, por último, as referências da fontes efetivamente utilizadas neste trabalho.

13 12 2 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DOS DIREITOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE NO BRASIL 2.1 Evolução histórica dos Direitos da Criança e do Adolescente até 1988 O Direito da Criança e do Adolescente origina-se a partir de movimentos sociais inconformados com a realidade vivenciada pelas crianças e adolescentes brasileiras, já que eram tratados anteriormente pela legislação brasileira como meros objetos de intervenção. Esta situação foi legalmente modificada com o advento da CRFB/88 e, posteriormente, pelo ECA. (VERONESE, 2006, p. 07). Acrescenta, ainda, Veronese (2006, p ): O Direito da Criança e do Adolescente caracteriza-se, essencialmente, pela interdisciplinaridade, uma vez que nos encontramos frente a um ramo do direito que se edifica a partir das premissas dos Tratados e Convenções Internacionais, no plano do Direito Internacional Público e Privado; no que concerne ao direito interno, tem sua base em primeiríssimo lugar na Constituição Federal, na seqüência estabelece relações com o Direito Civil, Penal, Trabalhista, Processual e, ainda, com outras leis como, por exemplo, a Lei da Ação Civil Pública, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. No Direito Romano não existia a maioridade legal, não havia menores, mas sim impúberes. Segundo Pereira (2008, p. 82), apenas abandonavam tal situação quando o pai ou o tutor considerasse que eles estavam na idade de tomar as vestes viris. Porém, ressalta-se, que mesmo casado e/ou púbere o filho pertencia à autoridade paterna e só se tornava pai de família após a morte de seu pai, sob pena de condenação à morte por sentença privativa. Dando maior ênfase ao exposto, descreve-se: O regime era comum a diversos povos, oriundos das civilizações primitivas. O poder do patriarcado romano tinha o mesmo absolutismo no mundo do direito germânico. O pai tinha o terrível direito sobre a pessoa de seu filho não emancipado, podendo aliena-lo, e nos tempos mais recuados, até mata-lo. O filho pertencia ao pai, palavra esta que, segundo alguns romanistas, significava muito mais poder que paternidade propriamente dita, no sentido atual da relação parental e afetuosa da família. (TAVARES, 2001, p. 46). Destaca-se, por sua vez, dos ensinamentos de Pereira (2008, p. 82):

14 13 Em decorrência dos prejuízos sociais advindos deste poder e da explicável freqüência de parricídios, este foi gradualmente atenuado, sobretudo a partir do século III d.c. Durante a Idade Média permanece a opressão familiar. Este período é marcado, também, pela idéia de que as crianças devem acompanhar o destino dado à mãe, salvo os bebês oriundos da burguesia que continuavam sob a amamentação das amas-de-leite, instaladas nas moradias dos patrões. Foi a partir dos séculos XVI e XVII que começaram a ocorrer mudanças neste quadro, pois começaram a se preocupar com a educação, o que foi fortemente influenciada por eclesiásticos e juristas, já que ensinavam aos pais que eles eram guardiões espirituais e responsáveis, perante Deus, pela alma e, até mesmo, pelo corpo de seus filhos. Embora inegável o amor materno durante todos os tempos, o que merece grande valia nestes dois séculos é que a exaltação do amor materno como um valor ao mesmo tempo natural e social, favorável à espécie e à sociedade. [...] Igualmente nova é a associação das duas palavras, amor e materno, que significava não só a promoção do sentimento, como também o da mulher como mãe. (PEREIRA, T. da S., 2008, p. 83). Após a independência política, quando na Constituição de 1923, José Bonifácio apresentou um projeto que visava o menor escravo foi que se teve início a preocupação com a criança brasileira. Porém, conforme ensina Veronese a linguagem desse projeto revelava mais uma preocupação com a manutenção da mão-de-obra, do que uma real consideração com os direitos humanos da criança escrava [...]. E acrescenta: Somente em 28 de setembro de 1871 foi aprovada a Lei n , chamada Lei do Ventre Livre ou Lei Rio Branco, promulgada pela então regente do Império, Princesa Isabel, na ausência de D. Pedro II, seu pai. Essa Lei concedia liberdade às crianças nascidas de mães escravas, tendo por objetivo a paulatina extinção da escravidão infantil e como a importação de escravos já havia sido proibida desde 1831, com a Lei Antitráfico, e redefinida com uma repressão mais severa pela Lei Eusébio de Queiroz de 1850, a própria instituição escravocrata estava ameaçada de extinção gradual. (1999, p ). Aponta-se a urbanização como uma das grandes causas do acentuado número de abandonos e rejeição das crianças pelas ruas ou nas portas das casas. Em vista disso, em 1896 surgiu em São Paulo a Casa dos Expostos, fundada anteriormente no Rio de Janeiro, por Romão de Mattos Duarte, em 1738, sendo também chamada apenas de Roda. (VERONESE, 1999, p ). A Casa dos Expostos tinha como finalidade proteger a honra da família colonial e a vida da infância. No entanto, havia uma grande escassez de recursos

15 14 materiais e humanos na Casa, isso fazia com que um número considerável de crianças não resistisse e morresse. (VERONESE, 1999, p. 16). Em 31 de maio de 1890 foi criado o Decreto n. 439 que determinava as bases para a organização dos serviços de assistência à infância desvalida, posteriormente, criou-se em 12 de agosto do mesmo ano, o Decreto n. 658, estabelecendo o Regulamento para o Asilo de Meninos Desvalidos. No período colonial, as crianças filhas de índios e escravos não possuíam nenhum tipo de proteção legal e não podiam dispor nem sequer de um documento de identidade, o que demonstra que não tinham nenhum direito assegurado legalmente. No Brasil colônia, os espaços sociais eram absolutamente distintos e imóveis. Assim, havia duas infâncias e adolescências e duas formas sociais de construção dessa fase de vida humana: a infância e adolescência dos filhos dos brancos portugueses e a infância e adolescência dos índios. (MARGARIDA, 2002, p. 35). Foi a partir do século XVIII que as crianças passaram a ser vistas com grandes preocupações no Brasil. Porém, no sistema educacional a infância aplicavase o chicote, a prisão e outras penas corporais reservadas, à época, aos condenados em condições as mais baixas. Somente no final do século XIX a correção paterna e os castigos corporais passaram a ser contestados. No entanto, a correção paterna foi muito utilizada ainda até (PEREIRA. 2008, p ). Fazendo um relato acerca dos acontecimentos nas cidades brasileiras no século XIX, destaca-se dos ensinamentos de Ricardo Pereira (2008): [...] da noite para o dia (surgia), uma perigosa malta de pessoas marginalizadas que ameaçavam a ordem vigente, seja como massa ativa nos constantes motivos urbanos, seja no exemplo negativo de um extrato que não vivia um trabalho honesto. No interior desta malta, destaca-se, pela primeira vez, o grupo de crianças e adolescentes. No período anterior, eram pouco visíveis, pois as crianças tinham como destino a Casa dos Expostos e os adolescentes trabalhavam como escravos. A primeira instituição encarregada da assistência aos infantes foi a Igreja Católica, por meio de ordens religiosas. Neste sentido, colaciona-se de Veronese (1999, p. 18): Esse tipo de assistência tinha característica predominantemente caritativa, isto em bastava dar-lhes casa e comida. O ensino se limitava ao

16 15 aprendizado das atividades domésticas e educação familiar, esta fundamentada no binômio: autoridade obediência, que geralmente preparava as crianças para os empregos domésticos. O tipo de assistência que era de iniciativa filantrópica, realizada por associações privadas ou particulares, limitavam-se, via de regra, a um só tipo de serviço como o de assistência médica, educacional ou simplesmente alimentar. Ensina, Pereira (2008, p. 87): Coube aos sistemas legislativos do século XX a efetiva preocupação pela tutela dos interesses da população infanto-juvenil, sobretudo nos documentos internacionais. Já em 1924 a Declaração de Genebra determinada a necessidade de proporcionar à criança uma proteção especial. Foi em 1924, através do Decreto n , e graças as incansáveis lutas em favor das crianças, criado pelo jurista e legislador Mello Mattos o primeiro Juizado de Menores do Brasil, sendo este na cidade do Rio de Janeiro. A partir de então cabia ao juiz declarar a condição jurídica da criança se abandonada ou não, se delinqüente, e qual o amparo que deveria receber. (VERONESE, 1999, p. 23). No ano de 1921 Mello Mattos apresentou seu projeto de Código de Menores, sendo aprovado em 01 de dezembro de 1926 através do Decreto n O Código de Mello Mattos de 1927 fez com que o poder do pai sobre seu filho fosse regulado, sendo que o Estado poderia intervir nesta relação. O anterior pátrio poder se transformou em pátrio dever, conferindo o dever aos pais de educar, castigar moderadamente, ou de levar seus filhos ao magistrado quando seu controle de pai fosse extrapolado. (VERONESE, 1999, p. 25). Deste modo, destaca-se: O Código de Menores veio alterar e substituir concepções obsoletas como as de discernimento, culpabilidade, penalidade, responsabilidade, pátrio poder, passando a assumir a assistência ao menor de idade, sob a perspectiva educacional. Abandonou-se a postura anterior de reprimir e punir e passou-se a priorizar, como questão básica, o regenerar e educar. Desse modo, chegou-se à conclusão de que questões relativas à infância e à adolescência devem ser abordadas fora da perspectiva criminal, ou seja, fora do Código Penal. (VERONESE, 1999, p. 28). E continua: O Código de Menores institucionalizou o dever do Estado em assistir os menores que, em face do estado de carência de suas famílias, tornavam-se dependentes da ajuda ou mesmo da proteção pública, para terem condições de se desenvolver ou, no mínimo subsistirem no caso de viverem em situação de pauperização absoluta. (1999, p. 28). A Constituição de 1934 foi a primeira a fazer uma referência direta à criança, de proteção aos seus direitos, pois, por exemplo, proibiu o trabalho a

17 16 menores de 14 (quatorze) anos, proibiu o labor noturno aos menores de 16 (dezesseis) anos, dentre outros direitos expressamente previstos. Já a Constituição de 1937, outorgada por Getúlio Vargas, foi um pouco mais além, visando proteger os direitos das crianças, sobretudo das mais carentes, estabelecia que era dever do Estado dar assistência à criança e ao adolescente, a fim de assegurar-lhes condições físicas e morais para o seu desenvolvimento. A Constituição de 1946 não introduziu alterações de conteúdo, sendo a ela anexadas as mesmas disposições da Constituição de A Constituição de 1967, por sua vez, trouxe algumas mudanças significantes, quais sejam: a proibição do trabalho passou dos 14 (quatorze) para os 12 (doze) anos de idade; instituiu o ensino obrigatório e gratuito nos estabelecimentos oficiais para as crianças de 7 (sete) a 14 (quatorze) anos. Assim, não nos restam dúvidas de que a Constituição de 1988 foi o verdadeiro marco de prolação de novos direitos às crianças e aos adolescentes. (VERONESE, 1999, p ). Fazendo um paradigma quanto à idéia de proteção especial da criança e do adolescente relata-se: a Declaração de Genebra de 1924; seguida pela Declaração Universal de Direitos Humanos das Nações Unidas de 1948 (Paris). Outros documentos importantes são a Declaração Universal dos Direitos da Criança de 1959, assinado pelo Brasil, onde representava princípios aos Estados signatários; as Regras de Beijyng Resolução nº da Assembléia Geral da ONU, de 29 de novembro de 1985, que influenciaram muito a Lei 8.069/90. As Diretrizes de Riad e as Regras Mínimas das Nações Unidas para a Proteção dos Jovens Privados de Liberdade foram documentos aprovados na Assembléia Geral da ONU de A Convenção Americana de Direitos Humanos, ou Pacto de San José foi ratificada pelo Governo brasileiro em 1992, garantindo o direito às medidas de proteção a população infanto-juvenil. Merece destaque, ainda, a Convenção Internacional sobre os Direitos da Criança, aprovada pela Assembléia Geral das Nações Unidas em 20 de novembro de 1989, a qual consagra a Doutrina da Proteção Integral e foi ratificada pelo Brasil através da publicação do Decreto nº , de 21 de novembro de (VERONESE, 2006, p ). Colhe-se de Garrido (2002, p. 11): Os interesses da criança e do adolescente confundem-se com os interesses dos adultos, como se fossem elementos de uma simbiose onde os beneficiados da união estariam contemplados pela proteção jurídica destinada aos últimos. Figuravam, em regra, como meros objetos da

18 17 intervenção do mundo adulto, sendo exemplificativa a utilização da velha expressão pátrio poder, indicativa de uma gênese onde o Direito tinha como preocupação disciplinar exclusivamente as prerrogativas dos pais em relação aos filhos, suas crias. Em 1º de dezembro de 1964, através da Lei nº criou-se a FUNABEM, visando o amparo ao drama vivido pelas crianças brasileiras, sendo necessária, portanto, a criação de um órgão e a definição de uma política nacional para contornar este problema. A FUNABEM estabelecia a centralização de programas e iniciativas para o bem-estar das crianças e dos adolescentes. (VERONESE, 1999, p. 33). Posteriormente, surgiu o Código de Menores de Código Lei nº , de 10 de outubro de 1979 no Ano Internacional da Criança. Este código estabelecia a doutrina jurídica da situação irregular, que de acordo com Veronese (1999, p.35) esta doutrina dizia respeito ao menor de 18 anos de idade que se encontrava abandonado materialmente, vítima de maus-tratos, em perigo moral, desassistido juridicamente, com desvio de conduta e ainda o autor de infração penal. A Lei nº /79 estabeleceu: a) uma nova conceituação no que diz respeito ao menor abandonado e qual a atuação específica a ser tomada pelo Estado frente à sua situação de carência; b) a criação de formas de atuação alternativas nos casos de falta ou mau relacionamento entre menor /família ou menor /sociedade; c) que todas as atividades que atingissem o menor seriam regradas, seja na questão do trabalho, lazer, educação ou influências externas; d) conferia poderes mais amplos aos juízes de menores, transformando-os em verdadeiros pater familiae, uma vez que poderiam atuar em todos os seguimentos da sociedade [...]. (VERONESE, 1999, p. 38). A Lei nº /79 conforme já citado em linhas pretéritas, adotou a doutrina jurídica do menor em situação irregular, que buscava definir as situações potencialmente perigosas às crianças e adolescentes, fim de protegê-los da marginalização, prevenindo-os de situações graves. (SOUZA, 2001, p ). Segundo Margarida, o Brasil demorou cinco séculos para construir leis em atenção à criança e ao adolescente, atravessando os séculos XVI, XVII, XVIII e XIX sem editar nenhuma disposição legal sobre o tema, ponderando que: Sabemos que este não é um dado sem significados. Isso diz muito sobre as concepções de infância e de adolescência que têm sido historicamente

19 18 dominantes em nosso país, sobre as políticas que têm sido elaboradas e sobre as que têm sido desenvolvidas e implementadas. Refletir sobre o atendimento prestado a infância e adolescência significa pensar a própria história da infância e adolescência brasileira. (2002, p. 34). Explica, ainda: As primeiras medidas educativas ou de políticas públicas para a infância brasileira foram à criação das Casas de Roda, fundada na Bahia em 1726, a Casa dos Enjeitados, no Rio de Janeiro em 1738, e a Casa dos Expostos, no Recife em 1789, destinadas a abrigas crianças e adolescentes. (MARGARIDA, 2002, p. 34) Acerca do tema em comento, afirma Veronese (1999, p. 19): No que diz respeito ao plano constitucional, tanto a Constituição do Império, 1824, como a primeira da República, 1891, são omissas com relação ao problema da criança desassistida. Enquanto que o Código Penal da República, de 1890, dispunha como não criminosos os menores de nove anos, bem como os maiores de nove anos e menores que quatorze anos que agiram sem o completo discernimento. E continua: As leis de n. 145, de 11 de junho de 1893 e n. 947, de 29 de dezembro de 1902, portanto, na República, provocaram alterações no art. 399, 3º do Código Penal que versava sobre os vadios de capoeira maiores de quatorze anos. Esta legislação tinha, por fim, o estabelecimento e a regulamentação das colônias correcionais, mas a nível de assistência, propriamente dita, nada concretizaram. (1999, p. 21). Rizzini, ao analisar a assistência à criança na passagem do século XX, acentua que no início desse século: A infância pobre torna-se alvo, não só de atenção e de cuidados, mas também de receios. Denuncia-se a situação da infância no País seja nas famílias, nas ruas ou nos asilos, o consenso é geral: a infância está em perigo. Mas há um outro lado da questão, constantemente lembrado pelos meios médicos e jurídicos: a infância moralmente abandonada é potencialmente perigosa, já que devido às condições de extrema pobreza, baixa moralidade, doenças, etc. de seus progenitores, ela não recebe a educação considerada adequada pelos especialistas: educação física, moral, instrucional e profissional (...). A mentalidade repressora começa a ceder espaço para uma concepção de reeducação, de tratamento na assistência do menor. Verifica-se o surgimento de um novo modelo de assistência à infância, fundada não mais somente nas palavras de fé, mas também da ciência, basicamente médica, jurídica e pedagógica. (apud VERONESE, 1999, p. 22). Em novembro de 1959 o Brasil, votou na ONU pela aprovação da

20 19 Declaração Universal dos Direitos da Criança, que objetivava às crianças e adolescentes condições dignas de gozo dos direitos e liberdades. Não obstante, em outubro de 1986 foi realizado em Brasília o Encontro Nacional Criança e Constituinte, onde o problema da criança e do adolescente passou a ser visto nacionalmente e não apenas local, como era visto anteriormente, sendo as medidas, defendidas no plenário aprovadas e tiveram como resultado o exposto no art. 227 da CRFB/88 e na Convenção Internacional do Direito da Criança, aprovado em (Disponível em: < acesso em: 03 mar. 2009). Através da Lei nº , publicada em dezembro de 1964, que continha as diretrizes para a Política Nacional do Bem-Estar do Menor, foi criada a FUNABEM que dispunha de cunho assistencialista, onde a criança e o adolescente eram, até então, vistos como uma ameaça social tornam-se então carentes. Portanto, com a criação da FUNABEM nem sempre ocorreu desta forma, pois ainda mantinham um modelo correcional-repressivo. (Disponível em: < doc/not/libro60/i/ii/index.htm>, acesso em: 03 mar. 2009). Expressamente reconhecida pela CRFB/88 em seu art. 227, e plenamente agasalhada pelo ECA, a doutrina da proteção integral garante: Art É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. Os direitos fundamentais reconhecidos na CRFB/88 são reconhecidos como orientadores da forma de organização do Estado, fixam princípios e linhas gerais para guiar a vida em sociedade com a finalidade de promover o bem-estar de todos. Assim, a identidade pessoal dos infantes tem vínculos diretos com as suas identidades no grupo familiar e social. Passam a serem vistos como sujeitos de direitos juridicamente protegidos, o que significa um grande avanço para a população infanto-juvenil. (PEREIRA, 2000, p. 15). Foi em 13 de julho de 1990, através da Lei nº , promulgado o ECA, sancionado pelo Governo de Fernando Collor de Mello, onde se estabeleceu todos os direitos e deveres inerentes à criança e ao adolescente. Colhe-se dos ensinamentos de Garrido (2002, p. 43):

21 20 [...] o ECA é uma legislação especial. Trata-se de um ramo autônomo: a normativa internacional e as regras constitucionais lhe dão base; princípios próprios sua distinção; diplomas legais específicos o separam de outros ramos; didática particular determina o aprendizado de suas diferenças. Também: O ECA introduziu mudanças significativas na concepção, nos métodos e na gestão das políticas públicas, criando um conjunto de novos instrumentos para garantir direitos e promover a participação e co-responsabilidade social. (Disponível em: < acesso em: 13 jun. 2008). Ainda, O ECA introduz mudanças significativas em relação à legislação anterior, o chamado Código de Menores, instituído em Crianças e adolescentes passam a ser considerados cidadãos, com direitos pessoais e sociais garantidos, desafiando os governos municipais a implementarem políticas públicas especialmente dirigidas a esse segmento. (Disponível em: < acesso em: 13 jun. 2008). Inegável afirmar que as garantias previstas na CRFB/88 e a regulamentação do ECA trouxe um avanço significativo na história, visto que as crianças e adolescente passaram a serem vistos como verdadeiros sujeitos de direitos em condições peculiares de desenvolvimento. (VERONESE, 1999, p ). Portanto, pode-se afirmar que os interesses das crianças e dos adolescentes sempre existiram, porém nem sempre tiveram uma dimensão suficiente para o pleno reconhecimento de seus direitos (GARRIDO, 2002, p. 11), o que somente passou a ocorrer após a CRFB/88 e o ECA. 2.2 O art. 227 da CRFB/88 e o princípio do melhor interesse da criança e do adolescente No item anterior, analisamos sucintamente o desenvolvimento dos direitos garantidos às crianças e adolescentes até 1988, ano da promulgação de nossa atual CRFB. No presente item, nos restringiremos às características do princípio do melhor interesse da criança e o art. 227, da CRFB/88. A autoridade da família é sempre legítima, nunca deixará de ser família e

22 21 de cultivar o interesse por suas crianças e adolescentes, visto que são sujeitos de direitos e merecem ser respeitados. Então, ao se tomar qualquer medida atinente a estes, deve-se adotar aquelas que promovam e protejam esses direitos e que não os prejudiquem, já que são seres em desenvolvimento e que precisam de proteção. Destaca-se, porém, nem sempre foram tratados desta maneira. Cumpre esclarecer que o princípio do melhor interesse da criança e do adolescente, foi incorporado e tornou-se conhecido com o advento da CRFB/88 e posteriormente com o ECA, muito embora não conste texto expresso nestes diplomas legais. Nota-se, ainda, que o período pós-regime militar no Brasil foi marcado pela re-democratização e pela inclusão da luta pelos direitos humanos na pauta política. Sentia-se a necessidade de criação uma lei maior que tivesse como alicerce uma nação justa, fraterna e democrática, foi o que ocorreu com a CRFB/88, promulgada em 05 de outubro, que além destas características inovadoras, resgata uma grande dívida social existente para com as pessoas com menos de 18 (dezoito) anos de idade até aquela data, já que anteriormente nenhuma das sete Constituições Brasileiras expressava esta preocupação. Neste período, um enorme número de crianças e adolescentes encontravam-se em situação precária de vida, sendo vítimas de uma desestrutura familiar, marcadas pela política social, econômica e cultural da época. O princípio do melhor interesse da criança e do adolescente foi marcante na tradição do direito costumeiro (ex. direito britânico), do direito codificado (ex. direito francês) e do direito internacional. Ao recepcioná-lo, o sistema da Convenção transformou-o em uma das principais balizas valoradas do novo regime jurídico sobre direitos infanto-juvenis. (LIMA, 2001, p ). Em 20 de novembro de 1989 foi aprovada, por unanimidade, a Convenção Internacional dos Direitos da Criança, após um longo trabalho realizado por representantes de 43 (quarenta e três) países-membros da Comissão de Direitos Humanos, sendo inclusive ratificada pelo Brasil através do Decreto nº /90. (PEREIRA, 2008). Esta Convenção reconhecia normas que os países integrantes deviam adotar, incorporando às suas legislações, com a finalidade de garantia dos direitos mínimos das crianças, pois eram seres em condições especiais em desenvolvimento. (PEREIRA, 2008).

23 22 A Convenção prevê o princípio do interesse superior da criança e do adolescente como uma garantia da vigência dos demais direitos que consagra, identificando o interesse superior com a satisfação desses direitos. Este princípio tem sentido quando se reconhece a existência de direitos e seus titulares (sujeitos de direitos), estando às autoridades em geral limitadas por esse reconhecimento. (LIMA, 2001, p. 203). Nas palavras de O Donnell, o princípio do melhor interesse da criança tem sua origem no direito comum, onde serve para a solução de conflitos de interesse entre uma criança e outra pessoa. Em essência, este conceito significa que quando ocorrem conflitos desta ordem, como no caso da dissolução de um casamento, por exemplo, os interesses da criança sobrepõem-se aos de outras pessoas ou instituições. (apud Pereira, 2008). O princípio do melhor interesse da criança tem sua origem no parens patrie 1, sendo utilizado inicialmente, na Inglaterra, como uma prerrogativa do Rei e da Coroa com o propósito de proteger aqueles indivíduos que não podiam fazê-lo por conta própria. Posteriormente, no século XIV, foi delegado ao Chanceler, o qual passou a assumir o papel de protetor das crianças, inclusive as incapazes. (PEREIRA, 2008, p ). De acordo com Pereira (2000, p. 02): No início do século XVIII, as Cortes de Chancelaria inglesas distinguiram as atribuições do parens patrie de proteção infantil das de proteção dos loucos. Naquele período, no entanto, a criança era considerada uma coisa pertencente ao seu pai (thing to be owned). Era predominante a preferência de custódia para o pai, sem que importassem as conseqüências dela decorrentes. Posteriormente, esta preferência passou a ser da mãe. (grifos no original) Em 1763, na Inglaterra, existiram dois julgados do juiz Lord Mansfield, de direito costumeiro inglês, envolvendo medidas semelhantes ao nosso procedimento de busca e apreensão do menor, que formaram precedentes à aplicação do princípio do melhor interesse da criança. Porém, apenas no ano de 1836 foi efetivado este princípio. (PEREIRA, 2008, p. 02). 1 É a autoridade delegada ao Estado com a finalidade de responsabilizar-se pelo bem-estar das crianças vitimadas por certa falha ou limitação jurídica. É dado ao Estado legitimidade para atuar intervir em situações em que ocorre abuso contra a criança. (FERREIRA, Ana Lúcia. Implicações éticas da violência doméstica contra a criança para profissionais de saúde. Revista de Saúde Pública, vol. 34 n.6, São Paulo, dez Disponível em: acesso em: 13 jun. 2008)

24 23 Nos Estados Unidos foi introduzido, em 1813, o princípio do best interest que era diretamente relacionado às prerrogativas do Juiz quanto ao parens patrie que advém da função primordial do Estado de atuar como guardião das pessoas legalmente incapazes. Ocorreu, primeiramente, no julgamento Commonwealth v. Addicks, da Corte da Pensilvânia, onde um casal estava se divorciando, devido o adultério da cônjuge-mulher, e disputava a guarda de seu filho. (PEREIRA, 2008, p. 03). Em função do ocorrido, Pereira (2008, p. 3) comenta: A Corte considerou que a conduta da mulher em relação ao marido não estabelecia ligação com os cuidados que ela dispensava a criança. Naquela oportunidade, foi introduzida naquele país a Tender Years Doctrine, a qual considerava que, em razão da pouca idade, a criança precisava dos cuidados da mãe, de seu carinho e atenção e que ela seria a pessoa ideal para dispensar tais cuidados e assistência. Esta doutrina proliferou por todo o país, passando a vigorar uma presunção de preferência materna, que somente não seria levada em conta caso ficasse comprovado o despreparo da mãe. (grifos no original) Existiram vários documentos internacionais com a finalidade de proclamar a necessidade de proteção especial para a infância. Coube à Declaração Universal dos Direitos da Criança de 1959, em seu 2º princípio, determinar que: A criança gozará de proteção especial e disporá de oportunidade e serviços, a serem estabelecidos em lei por outros meios, de modo que possa desenvolver-se física, mental, moral, espiritual e socialmente de forma saudável e normal, assim como em condições de liberdade e dignidade. Ao promulgar leis com este fim, a consideração fundamental a que se atenderá será o interesse superior da criança. (grifos nossos) Fica claro que a Declaração supra mencionada proclamou que a humanidade deve conceder a criança e adolescente o que tem de melhor, resumiu os princípios universais de proteção à infância, prevendo a divisão de responsabilidades da sociedade, do Estado e da família em proteger o presente da mesma. (SEGUNDO, 2008). A Convenção Internacional dos Direitos da Criança foi aprovada em 20 de novembro de 1989, na Sessão da Assembléia Geral das Nações Unidas, após longa luta de 43 países-membros da Comissão de Direitos Humanos. (PEREIRA, 2008). Segundo Bonnet, na fase de elaboração da Convenção, a principal questão debatida era definir direitos universais para as crianças, considerando a diversidade de percepções religiosas, sócio-econômicas e culturais da infância nas

25 24 diversas nações. (apud PEREIRA, 2008). Ratificada pelo Brasil através do Decreto nº /90, destaca-se o art. 3º que dispõe: Todas as ações relativas às crianças, levadas a efeito por instituições públicas ou privadas de bem-estar social, tribunais, autoridades administrativas ou órgãos legislativos, devem considerar, primordialmente, o interesse maior da criança. (grifos nossos) Após ratificar a Convenção, o Brasil passou a adotar o princípio do melhor interesse da criança e adolescente em seu sistema jurídico, tendo por essência o interesse da criança e adolescente sobre as outras pessoas ou instituições. (ANDRADE, 2008). Existem três correntes jurídico-doutrinárias no Brasil que surgiram para proteção da criança e adolescente a partir do século XIX e nos fazem compreender melhor a aplicação do princípio do melhor interesse a saber: A Doutrina do Direito Penal do Menor: concentrava-se nos Códigos Penais de 1830 e Sua maior preocupação era especialmente, segundo Pereira (2000, p. 11) com a delinqüência e baseou a imputabilidade na pesquisa do discernimento - que consistia em imputar a responsabilidade ao menor em função de seu entendimento quanto à prática de um ato criminoso. A Doutrina Jurídica da Situação Irregular: passou a vigorar efetivamente entre nós com o advento do Código de Menores de De acordo com Veronese (1999, p.35) esta doutrina dizia respeito ao menor de 18 anos de idade que se encontrava abandonado materialmente, vítima de maus-tratos, em perigo moral, desassistido juridicamente, com desvio de conduta e ainda o autor de infração penal. Por sua vez, a Doutrina Jurídica da Proteção Integral: operou uma considerável mudança de paradigma no tocante à legislação até então vigente. Passou a vigorar em nosso país a partir da CRFB/88, mas teve suas bases no movimento de mobilização do início da década de 80. Nas palavras de Souza (2001, p. 73), esta corrente consiste em: a criança beneficiar-se e dispor de oportunidades e serviços por efeito de lei e de outros meios, para que possa desenvolver-se de maneira saudável e normal, nos planos físico, intelectual, assim como em condições de liberdade e dignidade, sendo que todos os dispositivos legais criados com esse objetivo tomarão como consideração fundamental o interesse superior da criança.

26 25 A partir daí a proteção da criança e do adolescente, como prioridade absoluta, passa a ser tratada em nossa CRFB/88, art. 227, como um dever social da família, da sociedade e do Estado, pois são seres em condições peculiares de desenvolvimento: Art É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. Notório se faz que a CRFB/88, em seu art. 227, passa a ser um pilar do novo Direito da Criança e do Adolescente, que possibilita a criação de uma nova lógica no tratamento jurídico aos infantes passando a serem vistos com prioridade absoluta e a sua proteção é constituída pelo dever da família, da sociedade e do Estado. (ILANUD, 2006). Essa proteção é regulamentada posteriormente pelo ECA, que considera criança a pessoa com idade entre zero e doze anos incompletos, por sua vez, adolescente aquele que tem entre doze e dezoito anos de idade. (TARTUCE, 2008, p. 11). Em consonância, extrai-se do art. 3º do ECA: Art. 3º A criança e o adolescente gozam de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-se-lhes, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e de dignidade. Segundo Marques (2008): A construção do atual modelo legal que sustenta a visão estatal da questão da criança e do adolescente, por força mesmo de uma nova normativa internacional, desjurisdicionalizou o problema estabelecendo um regime de co-responsabilidade entre a Sociedade, a Família e o Estado, em caráter de prioridade absoluta, com o fim de garantir a proteção integral de crianças e adolescentes, pugnando pela concreção de seus direitos e colocando-os a salvo de toda forma de negligencia, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. Os direitos fundamentais reconhecidos na CRFB/88 são reconhecidos como orientadores da forma de organização do Estado, fixam princípios e linhas gerais para guiar a vida em sociedade com a finalidade de promover o bem-estar de

27 26 todos. Assim, a identidade pessoal dos infantes tem vínculos diretos com as suas identidades no grupo familiar e social. Passam a serem vistos como sujeitos de direitos juridicamente protegidos, o que significa um grande avanço para a população infanto-juvenil. (PEREIRA, 2000, p. 15). Cunha Pereira (2004) defende que para a averiguação do que se entende por melhor interesse há que se considerar o caso concreto e as peculiaridades a ele inerentes. De igual modo, defende que o fato de ser um princípio traz em seu bojo uma indeterminação a ele inerente: Isso porque os princípios, diferentemente das regras, não trazem em seu bojo conceitos predeterminados. A aplicação de um princípio não o induz à base do tudo ou nada, como ocorre com as regras; sua aplicação dever ser prima facie. Os princípios por serem standards de justiça e moralidade, devem ter seu conteúdo preenchido em cada circunstancia da vida, com as concepções próprias dos contornos que envolvem aquele caso determinado. Têm, portanto, conteúdo aberto. Muito embora alguns direitos e princípios existam, e não sejam mencionados explicitamente no texto constitucional, não significa dizer que não estejam contemplados. Exemplo disso é o que abarcou a Convenção Internacional dos Direitos da Criança, em seu art. 3º, abaixo exposto: 1. Todas as ações relativas às crianças, levadas a efeito por autoridades administrativas ou órgãos legislativos, devem considerar, primordialmente, o interesse maior da criança. 2. Os Estados Partes se comprometem a assegurar à criança a proteção e o cuidado que sejam necessários para seu bem-estar, levando em consideração os direitos e deveres de seus pais, tutores ou outras pessoas responsáveis por ela perante a lei e, com essa finalidade, tomarão todas as medidas legislativas e administrativas adequadas. 3. Os Estados Partes se certificarão de que as instituições, os serviços e os estabelecimentos encarregados do cuidado ou da proteção das crianças cumpram com os padrões estabelecidos pelas autoridades competentes, especialmente no que diz respeito à segurança e à saúde das crianças, ao número e à competência de seu pessoal e à existência de supervisão adequada. Conforme se observa no artigo supra citado, o legislador visa garantir proteção aos direitos das crianças e dos adolescentes, já que passam a ser sujeitos de direitos. Desta forma, assevera-se que o princípio do melhor interesse é uma ação direcionada a população infanto-juvenil e pode ser aplicado em qualquer área, inclusive nos Tribunais de Justiça quando envolver conflito de interesses dos infantes e dos adolescentes. (CUNHA PEREIRA, 2008, p. 91).

28 27 A Declaração Universal dos Direitos da Criança estabelece em seu princípio VII que: O interesse superior da criança deverá ser o interesse diretor daqueles que têm a responsabilidade por sua educação e orientação; tal responsabilidade incumbe, em primeira instância, a seus pais. (Disponível em: acesso em: 15 nov. 2008). Lima (2001, p ) ensina que o princípio do interesse superior da criança tem caráter garantista, visto que surgiu para facilitar as decisões judiciais, limitando-as e orientando-as para garantia da validade formal e material. Visa, ainda, a determinação judicial de forma mais próxima da realidade da criança e do adolescente. O princípio de melhor interesse da criança teve relevância universal, implicando na transversalidade de políticas públicas e em medidas internacionais dirigidas à proteção destes. (SOUZA, 2001, p. 67). Hoje, nos documentos internacionais de proteção à criança e adolescente vigora como norteador o princípio do melhor interesse nas decisões judiciais assistenciais. (PEREIRA, 2002, p. 170). Veremos a seguir a sua situação na legislação pátria. 2.3 O ECA e a Doutrina da Proteção Integral A partir dos anos 80, ocorreu no Brasil um grande debate envolvendo os aspectos de proteção da população infanto-juvenil, onde se buscava apoio até mesmo nos documentos internacionais específicos a fim de consolidar o amparo destas crianças e adolescentes brasileiras. (PEREIRA, 2008, p. 17). Muitas foram às articulações de organizações sociais. Destaca-se em especial, o Fórum Nacional Permanente de Direitos da Criança e do Adolescente Fórum DCA, o qual exerceu importante papel na articulação de mobilização social pela Emenda Constitucional apresentada ao Congresso Nacional; a Declaração de Genebra de 1924; a Declaração Universal dos Direitos Humanos das Nações Unidas de 1948 (Paris); a Declaração Universal dos Direitos da Criança de 1959; a Convenção Americana de Direitos Humanos ou Pacto de San José, ratificada pelo Brasil e 1992; as Regras de Beijyng (Resolução nº da Assembléia Geral da ONU de 29/11/85). Merecem referências, ainda, as Diretrizes de Riad e as regras mínimas das Nações Unidas para a proteção de jovens privados de liberdade,

29 28 aprovados pela Assembléia Geral da ONU de 1990; a Convenção Internacional sobre os Direitos da Criança, de 20/11/1989, onde vários países durante dez anos buscaram definir os direitos humanos comuns a todas as crianças, para formulação de normas legais, consagrando, por fim, a Doutrina Jurídica da Proteção Integral. (PEREIRA, 2008, p ). Acrescenta-se, ainda, dos ensinamentos de Pereira (2008, p. 19): Com estas emendas de iniciativa popular foram introduzidos no texto constitucional os princípios básicos da Convenção Internacional sobre os Direitos da Criança, os quais já eram discutidos na ONU. A referida Convenção veio a ser aprovada em novembro de 1989 e ratificada pelo Brasil através do Decreto nº , de 21/11/90. [...] Se a história constitucional brasileira pode se vangloriar da presença permanente da Declaração de Direitos e Garantias Individuais do Cidadão, a Constituição de 88, além de enumerá-los, exaustivamente, no art. 5º, introduz na Doutrina Constitucional a declaração especial dos Direitos Fundamentais da Infanto-Adolescência, proclamando a Doutrina Jurídica da Proteção Integral [...]. O ECA, em consonância com as regras previstas na CRFB/88, adotou a doutrina da proteção integral, ou seja, visa à proteção integral de todas as crianças e adolescentes, protegendo-as da negligência, crueldade, exploração e opressão. O ECA abandonou a idéia prevista anteriormente no Código de Menores de 1979 onde via a criança e o adolescente como menores delinqüentes. (FERRARO, 2000, p. 41). O Senador Camata (apud NOGUEIRA, 1998, p. 03) afirmou em sua exposição que por outro lado, optou-se por Estatuto em vez de Código porque aquele dá a idéia de direitos, enquanto este tem sentido de punir. Para De Plácido e Silva (apud NOGUEIRA, 1998, p. 07): Código, na terminologia jurídica, significa coleção de leis, o Estatuto significa lei especial de uma coletividade ou corporação. Dando ênfase aos ensinamentos de Pereira, expõe-se: Ser sujeito de direitos significa, para a população infanto-juvenil, deixar de ser tratada como objeto passivo, passando a ser, como os adultos, titular de direitos juridicamente protegidos. [...] A Lei nº 8.069/90 adotou como fundamento a Doutrina da Proteção Integral, rompendo definitivamente com a cultura jurídica das discriminações previstas nas legislações anteriores. (2008, p. 20 e 33). Conforme análise realizada junto à CRFB/88 acerca da doutrina da proteção integral extrai-se:

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