Colégio Dominus Vivendi

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1 Colégio Dominus Vivendi Estudo do Meio à Ubatuba O homem vive numa realidade, onde as duas ordens: a natureza e a cultura se interpenetram, formando um meio, que é um todo mais que a soma das partes. E uno, na diversidade dos elementos que compõem... (Sílvia Magaldi) Nome: Série: São Paulo, 2012

2 Objetivos Reconhecer diversos animais aquáticos, observando suas características e adaptações. Diferenciar uns dos outros bem como dos animais terrestres. Analisar os ecossistemas litorâneos, identificando o que caracteriza cada um, sua importância e como se dá a transição entre eles. Sistematizar informações a respeito da história, das atividades econômicas e da cultura local, dimensionando a ação do homem sobre o ambiente. Orientações: Caro estudante... Nessa atividade, podemos aprender muitas coisas de uma maneira diferente da sala de aula. Antes de começar a usar o seu guia de campo não se esqueça, coloque seu nome na primeira página, pois ele será utilizado em toda a atividade e será útil para trabalhos de consulta e pesquisa futura. Antes de sair para o trabalho, verifique sempre se o material a ser utilizado está em ordem. Tenha sempre em mãos o guia de campo, caneta, lápis, borracha e se possível uma máquina fotográfica. Perfil do Relevo do Estado de São Paulo

3 Ubatuba Breve Histórico Ubatuba foi fundada em 28 de Outubro de 1638, por Provisão do Governador Geral de Salvador Correia de Sá e Benevides, Criou-se a Vila de Ubatuba, sob o preconício da exaltação a Santa Cruz. Em 1728, foi a Vila Canonicamente erigida em freguesias e, no século XIX, no dia 13 de março de 1855, lei provincial a elevava a categoria de Cidade. Os índios Tupinambás eram os habitantes originais desta região. Costumavam construir suas tabas em pontos altos, nas margens de rios, para sua proteção. Alegres, amantes da música, da dança e dos instrumentos musicais, como flautas e tambores, utilizavam o cauim, uma bebida alcoólica à base de mandioca fermentada, para alegrar suas festas. Excelentes canoeiros construíram suas embarcações de cedro, guapuruvus e imbiriçus para o transporte de até 30 pessoas. Viviam em paz com seus vizinhos de São Vicente, os Tupiniquins, até a chegada dos exploradores portugueses e franceses, que lutavam para conseguir trabalho escravo entre os indígenas. Incitados pelos brancos europeus, Tupinambás e Tupiniquins passam a guerrear, até reconhecerem sua dependência dos estrangeiros. Formam, então, a "Confederação dos Tamoios" (o termo Tamoios significa os mais antigos da terra), liderada por Cunhambebe, para combater os portugueses. Nessa época, o artilheiro alemão Hans Staden, de passagem por essas terras, se torna prisioneiro dos índios. Alguns meses depois consegue fugir, e de volta à sua terra relata a experiência no livro DUAS VIAGENS AO BRASIL, documento importantíssimo para a história do país. Tentando controlar a rebeldia dos índios, em 1563, os jesuítas Manoel da Nóbrega e José de Anchieta partem de São Vicente com destino a esta região, conhecida por Aldeia de Iperoig, com a missão de pacificar os índios através de um tratado de paz. Desconfiados das verdadeiras intenções dos portugueses, os tamoios tomam Anchieta como refém durante cinco meses, até verem assegurada "A Paz de Iperoig". Alguns historiadores acreditam que foi nessa época que Anchieta escreveu na praia de Iperoig muitos de seus versos do famoso "Poema à Virgem". Com a paz instalada, os portugueses asseguram a posse da região e fundam a Vila Nova da Exaltação à Santa Cruz do Salvador de Ubatuba. Mais tarde instalam aqui engenhos de cana, serrarias, fornos de olaria, fazendas e pequenas indústrias. Com o porto para escoamento da produção, a cidade começa a prosperar, até que em 1787, quando as embarcações passam a se dirigir ao porto de Santos, por ordem do presidente da Província de São Paulo. Com isso, Ubatuba entra em franca decadência. Isso dura até 1808, quando ocorre a reabertura dos portos ao comércio estrangeiro. Recupera-se o porto local e ele passa a ser o mais movimentado de todo o Estado, escoando a produção do Vale do Paraíba e Minas Gerais. Na cidade erguem-se inúmeros casarões que atestam os fartos recursos dos comerciantes locais. Mais tarde a maioria deles é demolia em nome do progresso. A cidade entra em nova crise com a construção da estrada de ferro D. Pedro II, que liga o Rio de Janeiro a São Paulo, desviando as exportações do porto de Ubatuba. A cidade isola-se novamente e só se recupera em 1952, com a construção da rodovia ligando Ubatuba a Taubaté, a SP 125, e mais tarde a rodovia BR 101, ou Rio-Santos. Hoje, ambas contribuem para

4 alimentar o fluxo turístico na cidade, que chega a receber por volta de 800 mil há milhão de visitantes a cada temporada. O Bioma da Mata Atlântica A Mata Atlântica brasileira cobria originalmente uma área de Km², estendendo-se numa faixa de 200Km de largura, desde o Rio Grande do Norte até o Rio Grande do Sul. Formada por diversos tipos de vegetação, distribuídos por grandes variações de altitude e ao longo de 27 graus de latitude, o que corresponde a 3.000Km de extensão norte-sul, a Mata Atlântica é um verdadeiro mosaico de biodiversidade. Porém, esse bioma, considerado por muitos como o mais biodiverso do mundo, está ameaçado. Com um longo histórico de exploração, sucessivos ciclos econômicos e a contínua expansão da população humana, a Mata Atlântica foi reduzida a pouco mais de 7% de sua área original. O desmatamento teve início em 1500, com a chegada dos europeus. O paubrasil, tornou-se a primeira riqueza a ser explorada. Era abundantemente encontrado nas florestas costeiras, do Rio de Janeiro até, presumivelmente, o Ceará. Comunidades indígenas já exploravam as florestas anteriormente à chegada dos europeus, porém qualquer impacto causado por eles não é perceptível atualmente. Durante os séculos XVI aos XVIII o ciclo do couro foi o responsável por grande parte da destruição das florestas, principalmente as do Nordeste. Extensas áreas foram limpas e queimadas, dando lugar aos pastos. Ainda no século XVIII, outra atividade econômica desenvolveu-se, dando início ao ciclo da cana-de-açúcar. Extensas áreas de florestas próximas ao litoral, de São Paulo ao Rio Grande do Norte, deram lugar às plantações de cana. De 1700 a 1820, aproximadamente, a atividade mineradora, também desmantelou vastas extensões de florestas, nos estados de São Paulo, Minas Gerais e Goiás. Além disso, com o bandeirantismo, novos povoados e vilas iam se instalando, levando a novos desmatamentos. No século XIX, as plantações de café se expandiram do Rio de Janeiro para São Paulo, com lavouras se espalhando aos arredores da Serra de Mar e Vale do Paraíba, chegando, também, ao interior de Minas Gerais e Paraná. Devido as grandes extensões das lavouras de café, a distância entre elas e o porto de Santos dificultava o transporte das mercadorias. Houve então a necessidade da implantação de redes de ferrovias. A extensa malha ferroviária levou à urbanização, à abertura de novas áreas de cultivo, à caça descontrolada, e à exploração desordenada da madeira para o abastecimento das fornalhas das locomotivas. No século XX, com o ciclo industrial, as indústrias madeireiras eliminaram quase que totalmente as matas de araucária na região Sul. Além de que, com o crescimento urbano, aumentou também a procura por madeiras-de-lei e lenha. Atualmente, as plantações de soja e as florestas homogêneas de eucaliptos ou pinheiros ocupam o lugar de florestas, devido ao rápido crescimento das indústrias de papel e celulose. Apenas há duas décadas é que avaliaram pela primeira vez a situação da Mata Atlântica, quando as florestas já representavam menos de 8% de sua área original. Um reflexo de todo esse histórico é a diminuição de nossas florestas e a fragmentação de ambientes naturais, ameaçando a biodiversidade e aumentando os riscos de extinção. Áreas de vegetação nativa são cada vez mais raras, pois os fragmentos remanescentes continuam a ser explorados. O corte ilegal de madeira, a captura ilegal e o tráfico de animais, a introdução de espécies exóticas e a contínua retirada de madeira, são alguns fatores de deterioração das florestas.

5 Além disso, o crescimento populacional, expansão urbana descontrolada e o desenvolvimento agrícola também estão associados à destruição das matas. Hoje, mais de 80% da população brasileira vive em domínios da Mata Atlântica. As unidades de conservação de proteção integral cobrem apenas 21% dos remanescentes florestais. E o total de áreas protegidas representa menos de 2% do bioma original. Devido a todo esse processo contínuo e intensivo de exploração, a Mata Atlântica é considerada um dos um dos 25 hotspots de biodiversidade reconhecidos no mundo (áreas que perderam pelo menos 70% de sua cobertura vegetal original, e que juntas ocupam menos de 2% da superfície terrestre, mas abrigam mais de 60% de todas as espécies terrestres do planeta). Entretanto, mesmo reduzida e fragmentada, seus ecossistemas ainda abrigam imensa riqueza de espécies animais e vegetais, e contam com os mais altos índices de biodiversidade do planeta. Acredita- se que a Mata Atlântica abrigue de 1 a 8% da biodiversidade mundial, e que grande parte da responsabilidade dessa considerável diversidade deva-se às amplas variações de latitude e altitude. Além disso, a Mata Atlântica conta com altos índices endêmicos, por encontrar-se isolada dos grandes blocos de florestas da América do Sul: a Floresta Amazônica e as Florestas Andinas. Por isso a Mata Atlântica é considerada uma das unidades biogeográficas mais particulares da América do Sul. As estimativas indicam ainda que a Mata Atlântica abriga 261 espécies de mamíferos (73 deles endêmicos), 340 de anfíbios (253 endêmicos), 192 de répteis (60 endêmicos), de aves (188 endêmicas), além de aproximadamente espécies de plantas vasculares, das quais aproximadamente metade estão restritas ao bioma (CAMPANII & PROCHNOW, 2006). Fazem parte desse bioma os ecossistemas chamados popularmente de: mata de encosta, mata de araucária, mata de interior, mata de restinga, campos de altitude, brejos e manguesais. A Mata Atlântica é considerada Patrimônio Nacional pela Constituição Federal e abrange total ou parcialmente 17 Estados brasileiros e mais de 3 mil municípios. Suas florestas garantem o abastecimento de água para 120 milhões de pessoas, protegem a estabilidade das encostas, contribuem para o equilíbrio do clima, e preservam imenso patrimônio histórico e cultural. Mata Atlântica Original Mata Atlântica Atual

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