(título provisório) AUTOR. Doutoranda no Instituto Universitário Europeu, Florença

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1 XXXI ENCONTRO DA ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE HISTÓRIA ECONÓMICA E SOCIAL PROPOSTA DE COMUNICAÇÃO A UNIÃO IBÉRICA E O CONSELHO DA ÍNDIA ( ): DINÂMICAS LUSO-CASTELHANAS NA ADMINISTRAÇÃO DO IMPÉRIO ULTRAMARINO PORTUGUÊS DA ÁSIA E DO ATLÂNTICO (título provisório) AUTOR GRAÇA ALMEIDA BORGES Doutoranda no Instituto Universitário Europeu, Florença Membro do Centro de Estudos de História Contemporânea Portuguesa, ISCTE-IUL

2 PALAVRAS-CHAVE: União Ibérica, Conselho da Índia, Império Português na Ásia e no Atlântico (séc. XVII). Este estudo analisará a instituição e actividade do Conselho da Índia ( ) para perceber o papel deste tribunal na administração do império ultramarino português da Ásia e do Atlântico no contexto histórico da União Ibérica. Quando Portugal foi incorporado na Monarquia Hispânica, a Carta de Tomar estipulava que em matéria de administração o império português manteria a sua autonomia. No entanto, perante a complicada conjuntura do início de Seiscentos, é difícil imaginar que Madrid concebesse os dois impérios totalmente alienados. Num período em que a extensão e dispersão do domínio Habsburgo começavam a dar sinais crescentes das suas fragilidades e em que a sua crise financeira se agravava, uma gestão do império português totalmente alheia aos desígnios de Madrid poderia pôr em causa os seus interesses políticos e económicos. O entrelaçamento e complementaridade entre os domínios coloniais portugueses e os espanhóis eram demasiado intensos, pelo que dificilmente se poderá conceber a administração do espaço ultramarino português durante o período dos Áustrias fora do quadro político-administrativo do universo Habsburgo: tomaram-se medidas no centro que se repercutiram no império português; fizeram-se tentativas de maior intervenção de ministros espanhóis em órgãos de decisão portugueses com jurisdição também nos assuntos ultramarinos (v.g. Junta da Fazenda de Portugal, c. 1602); e criaram-se organismos no quadro institucional do império com um cunho marcadamente castelhano. É neste contexto que surge o Conselho da Índia, procurando reproduzir no quadro institucional do império português o Consejo Real y Supremo de las Indias espanhol. A criação de uma instituição para administrar o império português pretendia, em última análise, resolver os males de que este padecia e, sobretudo, tirar melhor partido das suas potencialidades económicas: numa altura em que a fazenda real dos Habsburgos atravessava momentos tão adversos, esta nova instituição procurava soluções para a fragilizada economia do império. Surpreendentemente, o Conselho da Índia (bem como a dimensão ultramarina da União Ibérica) tem sido muito pouco explorado pela historiografia. Apesar da notável 2

3 contribuição de Francisco P. M. da Luz (1952), há ainda muitas dinâmicas relacionadas com o breve percurso deste tribunal que urgem ser estudadas. Este estudo concentrar-se-á em três: 1) Procurará perceber se e de que maneira a criação do Conselho da Índia revelou uma tentativa de maior controlo sobre o império português por parte de Madrid para que este servisse melhor os interesses políticos e económicos dos Habsburgos; 2) Procurará perceber como o Conselho da Índia era percepcionado por cada um dos lados da Monarquia Dual e esmiuçar que tensões e oportunidades se geraram entre portugueses e espanhóis através da sua actividade, nomeadamente no que respeita à sobreposição de jurisdições com outros órgãos e agentes do império; 3) Procurará, por fim, analisar como o Conselho da Índia concebia o império ultramarino português entre a Ásia e o Atlântico. Concentrando-se em quatro pontos centrais Brasil, Ormuz, Malaca e Macau, tentará perceber como este novo tribunal lidava com cada região do império e até que ponto os interesses de Castela (que diferiam de território para território consoante a sua própria estratégia) influenciavam essa relação. Para a concretização deste três objectivos, este estudo alicerçar-se-á na dispersa documentação do Conselho da Índia e na sua correspondência com o rei, o Conselho de Estado espanhol, o Conselho de Portugal e o império português nas suas diferentes coordenadas 1. Esta documentação permitirá fazer um balanço das dinâmicas geradas pelo Conselho da Índia na sua actividade entre Madrid, Lisboa e o império português. 1 Biblioteca da Ajuda, Arquivos Nacionais da Torre do Tombo, Biblioteca Nacional, Archivo General de Simancas, Biblioteca Nacional de Madrid. 3

4 CV ACADÉMICO ABREVIADO Nome: Maria da Graça Burnay Pereira de Almeida Borges; Data de Nascimento: 24 de Junho de 1982; Formação académica Setembro 2009-presente: Doutoranda no Instituto Universitário Europeu, Florença, Itália. Outubro de 2006 a Outubro de 2008: Mestrado em História Moderna e Contemporânea, com especialização em Relações Internacionais no Instituto Superior das Ciências do Trabalho e da Empresa. Média Final: 17 valores. Dissertação de Mestrado: Título: Um Estreito Globalizado: A Luta Por Ormuz (1622) e a Globalização das Relações Internacionais na Época Moderna. Orientador: Professor Doutor José Vicente Serrão. Defesa Pública: 30 de Outubro de Júris: Presidente: Professora Doutora Magda Avelar Pinheiro. Arguentes: Professor Doutor Jorge Flores e Professor Doutor Rui Manuel Loureiro. Professor Doutor José Vicente Serrão. Classificação: 19 valores. Julho de 2008: Admissão como membro no Centro de Estudos de História Contemporânea Portuguesa do ISCTE. Setembro de 2000 a Dezembro de 2004: Licenciatura em Comunicação Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas (Universidade Técnica de Lisboa). Quarto e último ano realizado na Facultad de Ciencias de la Información da Universidad Complutense de Madrid, sob o Programa Sócrates/ Erasmus. Artigos Publicados Dezembro 2010: Um Estreito Globalizado: A Luta por Ormuz (1622) e a Globalização das Relações Internacionais no Período Moderno, Anais da História de Além-Mar Nº. X, Ano 2009, pp Integração em Projectos Dezembro 2010: Integração no projecto Terras Lusas: Territorialidade e Conflito no Império Português de Setecentos (2010/ 2012), coordenado pelos Professores José Vicente Serrão (CEHC/ ISCTE-IUL) e Márcia Motta (Universidade Federal Fluminense do Rio de Janeiro), com um sub-projecto intitulado A Guerra da Sucessão de Espanha e o Império Português de Setecentos: as fronteiras do Brasil no contexto de um conflito global. Participação e presença em eventos científicos Julho 2011: Apresentação confirmada da comunicação Exchanging technical knowledge for social progression in the Eighteenth century Portuguese empire: the global circulation of André Ribeiro Coutinho, em co-autoria com Miguel Dantas da Cruz, Reading Conference in Early Modern Studies (University of Reading, United Kingdom). 30 Junho a 2 Julho 2011: Apresentação confirmada da comunicação The Iberian Union and its Empires, : The Portuguese Overseas Empire in the Universal Strategy of the 4

5 Hispanic Monarchy, 42º Annual Conference of the Association for Spanish and Portuguese Historical Studies (Instituto de Ciências Sociais, Lisboa) Junho 2011: Apresentação confirmada da comunicação A Dimensão Ultramarina da União Ibérica: Ormuz (1622) e a Baía ( ) na Estratégia Universal da Monarquia Hispânica, no II Encontro de Jovens Investigadores em História Moderna Novembro 2010: Participação no XXX Encontro da Associação Portuguesa de História Económica e Social com a comunicação A União Ibérica e Ormuz na Crise Global do Império Marítimo Português, Junho 2010: Presença no Summer Dissertation Workshop in World History, organizado pelo World History Center da Universidade de Pittsburgh, EUA Novembro 2009: Participação no XXIX Encontro da Associação Portuguesa de História Económica e Social com uma comunicação com o título: «O Golfo Pérsico e a Percepção do Global no Início do Século XVII» Setembro 2009: Co-organização do Primeiro Encontro de Jovens Investigadores em História Moderna, ISCTE-IUL (apoio Centro de História do ISCTE-IUL e FCT) Setembro 2009: Participação no Primeiro Encontro de Jovens Investigadores em História Moderna, ISCTE-IUL com uma comunicação com o título: «Gouveia, Silva e Sherley: O Golfo Pérsico e a Percepção do Global em Três Narrativas do Século XVII» Junho 2009: Participação na 18 th Annual World History Association Conference, in Salem State College, Salem, Massachusetts, EUA, com uma comunicação com o título: «A Globalized Strait: The Fight For Hormuz (1622) And The Globalization Of International Relations In The Early Modern Period» Novembro 2007: Participação no XXVII Encontro da Associação Portuguesa de História Económica e Social com uma comunicação com o título: «A Globalized Strait: The Fight For Hormuz And The Globalization Of International Relations In The Early Modern Period». 5