ACESSIBILIDADE: um problema enfrentado pelos portadores de deficiência no município de Picos PI

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1 ACESSIBILIDADE: um problema enfrentado pelos portadores de deficiência no município de Picos PI Aline Cássia Rêgo da Silva ¹ Leidioncarlos Cavalcante Acioli ² Thaís Bezerra Borges Barros³ Verônica Maria de Alencar Leal Luz⁴ RESUMO: Acessibilidade é a possibilidade e condição de alcance, percepção e entendimento para a utilização com segurança e autonomia, de edificações, espações mobiliários, vias públicas, equipamentos urbanos e transporte coletivo. A problemática é se a lei de Acessibilidade é eficaz para os portadores de deficiência. Compreender a falta de acessibilidade como um fator de extrema relevância na cidade de Picos-PI, identificar os aspectos conceituais sobre falta de Acessibilidade aos portadores de deficiência, reconhecer a Acessibilidade como fator essencial para os deficientes, analisar a falta de Acessibilidade aos portadores de deficiência nas vias públicas da cidade de Picos-PI. A importância do tema se justifica por oferecer subsídios para que se reflita acerca dos desafios que se encontram frente às barreiras, nas quais é um total desrespeito aos direitos humanos. O presente trabalho se deu a partir de uma pesquisa bibliográfica por meio de uma literatura existente sobre o assunto. Portanto é necessário que se busque a acessibilidade, pois é através dela que a sociedade se tornará mais igualitária. Palavras-chave: Acessibilidade, Deficiência, Barreiras. ABSTRACT: Accessibility is the possibility and condition of reach, perception and understanding for the safe and autonomous use of buildings, spaces, public roads, urban equipment and public transport. The problem is whether the Accessibility Act is effective for people with disabilities. To understand the lack of accessibility as a factor of extreme relevance in the city of Picos-PI, to identify the conceptual aspects about the lack of Accessibility for the disabled, to recognize Accessibility as an essential factor for the disabled, to analyze the lack of Accessibility for the disabled In the public thoroughfares of the city of Picos-PI. The importance of the topic is justified by providing support for reflection on the challenges facing the barriers, in which it is a total disregard for human rights. The present work was based on a bibliographical research through an existing literature ¹ Acadêmica do curso de Bacharelado em Direito do Instituto de Educação Superior Raimundo Sá, endereço eletrônico: alinecassia1717@gmail.com ² Acadêmico do curso de Bacharelado em Direito do Instituto de Educação Superior Raimundo Sá, endereço eletrônico:leidioncavalcante@outlook.com ³ Acadêmica do curso de Bacharelado em Direito do Instituto de Educação Superior Raimundo Sá, endereço eletrônico:thaisbezerrabbarros@hotmail.com ⁴Acadêmica do curso de Bacharelado em Direito do Instituto de Educação Superior Raimundo Sá, endereço eletrônico:vevezinhaalencar@hotmail.com

2 on the subject. Therefore it is necessary to seek accessibility, because it is through it that society will become more egalitarian. Keywords: Accessibility, Deficiency, Barriers. INTRODUÇÃO Acessibilidade: possibilidade e condição de alcance para utilização, com segurança e autonomia, de espaços, mobiliários, equipamentos urbanos, edificações, transportes, informação e comunicação, inclusive seus sistemas e tecnologias, bem como de outros serviços e instalações abertos ao público, de uso público ou privados de uso coletivo, tanto na zona urbana como na rural, por pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida (Redação dada pela Lei nº , de 2015). Portanto, é a possibilidade e condição de alcance, percepção e entendimento para a utilização com segurança e autonomia, de edificações, espações mobiliários, vias públicas, equipamentos urbanos e transporte coletivo. Acessibilidade significa não apenas permitir que pessoas com deficiências ou mobilidade reduzida participem de atividades que incluem o uso de produtos, serviços e informação, mas a inclusão e extensão do uso destes por todas as parcelas presentes em uma determinada população visando sua adaptação e locomoção, eliminando as barreiras. A problemática de pesquisa é se a lei de Acessibilidade é eficaz para os portadores de deficiência, tendo como objetivo geral: compreender a falta de acessibilidade como um fator de extrema relevância na cidade de Picos-PI e tendo como objetivos específicos: identificar os aspectos conceituais sobre falta de Acessibilidade aos portadores de deficiência, reconhecer a Acessibilidade como fator essencial para os deficientes e analisar a falta de Acessibilidade aos portadores de deficiência nas vias públicas da cidade de Picos-PI. O interesse pelo projeto de pesquisa foi elaborado devido à existência, que ainda persiste na falta de estrutura para deficientes em locais públicos e privados, é necessário que haja estudos aprofundados para debater a temática, com vistas a tratar com igualdade os deficientes, pois assim, com os outros indivíduos, eles merecem respeito e igualdade. A importância do tema se justifica por oferecer subsídios para que se reflita acerca dos desafios que se encontram frente às barreiras, nas quais é um total desrespeito aos direitos humanos. Visto que, o prazo de dez anos para os municípios e empresas se adequar as exigências das leis de acessibilidade terminou em Porém, a realidade mostra que a cidade de Picos-PI ainda está longe de alcançar essa meta. Portanto, nota-se que a falta de investimentos

3 juntamente com a má fiscalização dão suporte necessário para não se cumprir à lei de acessibilidade. O presente trabalho se deu a partir de uma pesquisa bibliográfica por meio de uma literatura existente sobre o assunto, onde a metodologia utilizada partiu de uma formulação de um problema para se buscar entender a falta de acessibilidade na macrorregião de Picos-PI, através de uma pesquisa bibliográfica, teórica e histórica e também da pesquisa documental, baseada na Constituição Federal de A partir da leitura houve uma análise e exposição das críticas, a partir do ponto de vista teórico escolhido, a visão sistêmica de mundo, acredita se que a forma que escolhemos para lidar com determinado fenômeno é uma consequência da descrição que fazemos do próprio fenômeno, ou seja, as práticas sociais que podemos detectar como possíveis para lidar com a falta acessibilidade dependem de como escolhemos descrevê-la e explicá-la. 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 2.1 Conceito de Acessibilidade Acessibilidade universal é o desenho de produtos e de meios físicos a serem utilizados por todas as pessoas até o máximo possível, sem necessidade de se recorrer à adaptação ou a design especializado (Ottmar Teske, 2005). Segundo O Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, na página 52, apresenta a seguinte definição: qualidade ou caráter do que é acessível; facilidade na aproximação, no tratamento ou na aquisição. A falta da mesma pode ser caracterizada como ser deficiente frente às barreiras, enfrentar diversas limitações no exercício do direito de ir e vir. Cadeirantes que vivem em grandes cidades e necessitam do transporte público coletivo enfrentam diariamente o descaso das empresas de ônibus com o deficiente. A limitação visual aliada à limitação da estrutura urbana impede que o deficiente se locomova por conta própria, sendo, muitas vezes, necessário o auxílio de outra pessoa. A inexistência de sinais sonoros e pisos táteis são apenas alguns exemplos da barreia imposta aos cegos. Os pisos táteis, quando existem, se misturam as rachaduras nas calçadas confundindo e desorientando o deficiente podendo até causar sérios acidentes ou mortes. Temos o direito de sermos iguais quando a diferença nos inferioriza e direito de sermos diferentes quando a igualdade nos descaracteriza (SANTOS, Boaventura Souza. Fórum Social Mundial, 2001.)

4 2.2 Constituição Federal e lei da acessibilidade: Politicas públicas de proteção aos portadores de deficiência O Brasil é um país com um contingente enorme de deficientes. Em especial, sobre a cidade analisada, não é diferente, devido a isso surge a necessidade de criar-se leis que garantam acessibilidade à essas pessoas com necessidades específicas. Nesse contexto, é possível afirmar que as leis de acessibilidade são não cumpridas no Brasil e isso ocorre devido à falta de investimento e fiscalização por parte do estado. Em um estudo, podemos analisar a diversidade das medidas protetivas: A Lei nº , de 19 de dezembro de 2000, estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida, e dá outras providências. Art. 1º Esta Lei estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida, mediante a supressão de barreiras e de obstáculos nas vias e espaços públicos, no mobiliário urbano, na construção e reforma de edifícios e nos meios de transporte e de comunicação. Art. 2º Para os fins desta Lei são estabelecidas as seguintes definições: I - acessibilidade: possibilidade e condição de alcance para utilização, com segurança e autonomia, de espaços, mobiliários, equipamentos urbanos, edificações, transportes, informação e comunicação, inclusive seus sistemas e tecnologias, bem como de outros serviços e instalações abertos ao público, de uso público ou privados de uso coletivo, tanto na zona urbana como na rural, por pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida; II - barreiras: qualquer entrave, obstáculo, atitude ou comportamento que limite ou impeça a participação social da pessoa, bem como o gozo, a fruição e o exercício de seus direitos à acessibilidade, à liberdade de movimento e de expressão, à comunicação, ao acesso à informação, à compreensão, à circulação com segurança, entre outros; a) barreiras urbanísticas: as existentes nas vias e nos espaços públicos e privados abertos ao público ou de uso coletivo; b) barreiras arquitetônicas: as existentes nos edifícios públicos e privados; c) barreiras nos transportes: as existentes nos sistemas e meios de transportes;

5 d) barreiras nas comunicações e na informação: qualquer entrave, obstáculo, atitude ou comportamento que dificulte ou impossibilite a expressão ou o recebimento de mensagens e de informações por intermédio de sistemas de comunicação e de tecnologia da informação; III - pessoa com deficiência: aquela que tem impedimento de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas; IV - pessoa com mobilidade reduzida: aquela que tenha, por qualquer motivo, dificuldade de movimentação, permanente ou temporária, gerando redução efetiva da mobilidade, da flexibilidade, da coordenação motora ou da percepção, incluindo idoso, gestante, lactante, pessoa com criança de colo e obeso; V - acompanhante: aquele que acompanha a pessoa com deficiência, podendo ou não desempenhar as funções de atendente pessoal; VI - elemento de urbanização: quaisquer componentes de obras de urbanização, tais como os referentes a pavimentação, saneamento, encanamento para esgotos, distribuição de energia elétrica e de gás, iluminação pública, serviços de comunicação, abastecimento e distribuição de água, paisagismo e os que materializam as indicações do planejamento urbanístico; VII - mobiliário urbano: conjunto de objetos existentes nas vias e nos espaços públicos, superpostos ou adicionados aos elementos de urbanização ou de edificação, de forma que sua modificação ou seu traslado não provoque alterações substanciais nesses elementos, tais como semáforos, postes de sinalização e similares, terminais e pontos de acesso coletivo às telecomunicações, fontes de água, lixeiras, toldos, marquises, bancos, quiosques e quaisquer outros de natureza análoga; VIII - tecnologia assistiva ou ajuda técnica: produtos, equipamentos, dispositivos, recursos, metodologias, estratégias, práticas e serviços que objetivem promover a funcionalidade, relacionada à atividade e à participação da pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida, visando à sua autonomia, independência, qualidade de vida e inclusão social;

6 IX - comunicação: forma de interação dos cidadãos que abrange, entre outras opções, as línguas, inclusive a Língua Brasileira de Sinais (Libras), a visualização de textos, o Braille, o sistema de sinalização ou de comunicação tátil, os caracteres ampliados, os dispositivos multimídia, assim como a linguagem simples, escrita e oral, os sistemas auditivos e os meios de voz digitalizados e os modos, meios e formatos aumentativos e alternativos de comunicação, incluindo as tecnologias da informação e das comunicações; X - desenho universal: concepção de produtos, ambientes, programas e serviços a serem usados por todas as pessoas, sem necessidade de adaptação ou de projeto específico, incluindo os recursos de tecnologia assistiva. 2.3 Falta de acessibilidade: Uma análise da falta de Acessibilidade nas vias públicas De acordo com a Lei Nº /2000, o planejamento e a urbanização das vias, dos parques e demais espaços de uso público deverão ser concebidos e executados de forma a torná-los acessíveis para as pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida. Os já existentes, assim como suas instalações de serviços e mobiliários urbanos, deverão ser adaptados para promover a acessibilidade dessas pessoas. Flavia Maria de Paiva (2009) pontua que, Enquanto o espaço for produzido a partir dos referenciais do chamado "homem-padrão" (possuidor de todas as habilidades físicas, mentais e neurológicas), é comum que a construção de rampas nas esquinas e de uma determinada percentagem de vagas para estacionamento de veículos adaptados às pessoas com deficiência física, sejam considerados como "suficientes" para taxar o projeto urbano de "projeto inclusivo". Para ajudar empresas a se adequarem, o Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Santa Catarina (Crea-SC), elaborou uma cartilha de dicas para as edificações comerciais. Que podem ser introduzidas na cidade de Picos-PI, confira: Todas entradas devem ser acessíveis; Toda edificação e estabelecimento deve ter sanitários acessíveis às pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida, possuindo 5% do total de cada peça (quando houver divisão por sexo), obedecendo ao mínimo de uma peça; É obrigatória a reserva de vagas em estacionamento de uso público para pessoas com deficiência próximas aos acessos de circulação de pedestres;

7 O caminho entre o estacionamento e o acesso principal deve estar desbloqueado para portadores de deficiência. Ademais, a lei de acessibilidade considera como barreira qualquer obstáculo que impeça ou limite a movimentação em segurança das pessoas. Ela ainda classifica as barreiras em quatro categorias: arquitetônicas urbanísticas: existentes nos espaços públicos; arquitetônicas na edificação: encontradas dentro de edifícios, sejam eles públicos ou privados; arquitetônicas nos transportes: verificadas nos meios de transporte; nas comunicações: seriam os obstáculos que dificultam a troca de mensagens pelos meios de comunicação. Vias, parques e espaços públicos De acordo com a Lei Nº /2000, o planejamento e a urbanização das vias, dos parques e demais espaços de uso público deverão ser concebidos e executados de forma a torná-los acessíveis para as pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida. Os já existentes, assim como suas instalações de serviços e mobiliários urbanos, deverão ser adaptados para promover a acessibilidade dessas pessoas. Os parques de diversões, por exemplo, devem adaptar, no mínimo, cinco por cento de cada brinquedo e equipamento e identificá-lo para possibilitar sua utilização por pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida, desde que isso seja tecnicamente possível. Os banheiros em parques, praças, jardins e espaços livres públicos deverão ser acessíveis e dispor, pelo menos, de um sanitário e um lavatório para atender os deficientes. 3 CONSIDERAÇÕES FINAIS Em suma, o princípio da acessibilidade, além de tudo, é um direito da pessoa com deficiência, direito de viver dignamente, da forma mais independente possível, fazendo o uso de um direito fundamental que já foi reconhecido, o direito a acessibilidade a todos os cidadãos.

8 A inclusão social de portadores de necessidades especiais deve ser direito de todos, devendo ter cuidados específicos para deficientes que usam cadeiras para se locomover, dando as pessoas que tiveram algum tipo de problema, por terem sofrido acidente que impossibilite o movimento das pernas ou doenças que afetaram sua locomoção, oportunidade de viverem dignamente. Afinal, o direito à acessibilidade é uma exigência constitucional que surge, atualmente, como um direito fundamental, sobretudo, para a pessoa com deficiência. Para que elas possam realizar de modo pleno e irrestrito esse direito fundamental, é essencial que lhes assegure a capacidade de circular pelos espaços de forma livre e com autonomia. REFERÊNCIAS ABNT NBR 9050: Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos. Associação Brasileira de Normas Técnicas, Rio de Janeiro; ABNT, ARAÚJO, Carolina Dutra de; CÂNDIDO, Débora Regina Campos Cândido; LEITE, Márvio Fonseca Leite. Espaços públicos de lazer: um olhar sobre a acessibilidade para portadores de necessidades especiais. Licere (Online),v. 12, n. 4, dez BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal: Centro Gráfico, p. FÓRUM SOCIAL MUNDIAL. Conselho Internacional. Documento sobre a reunião em Dacar. Dacar, 30 de outubro a 1o. de novembro de HOUAISS, Antônio. Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro, Ed. Objetiva, LAKATOS, Eva Maria e MARCONI, M.A. Metodologia do Trabalho Científico. 2.ed. São Paulo: Atlas, PRADO, Adriana; LOPES, Maria Elisabete; ORNSTEIN, Sheila (orgs.). Desenho Universal: caminhos da acessibilidade no Brasil. Annablume, TESKE, Ottmar. Sociologia Textos e contextos. Canoas: Editora Ulbra, VITAL, Flavia Maria de Paiva e QUEIROZ, Marco Antônio de. Acessibilidade

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