A importância da prevenção em saúde para a redução do acidente vascular cerebral
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- João Guilherme Azeredo César
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1 A importância da prevenção em saúde para a redução do acidente vascular cerebral Moreira Kelmer, Luciana 1 Santana Vilasboas Dantas, Giselle 2 de Lima Alves, Tâmina 3 Kareny da Silva, Jaine 4 1 graduanda de bacharelado em enfermagem pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB) Campus XII, Guanambi/Bahia, Brasil. lucianakelmer@gmail.com 2 graduanda de bacharelado em enfermagem pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB) Campus XII, Guanambi/Bahia, Brasil. gisasantana2125@gmail.com 3 graduanda de bacharelado em enfermagem pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB) Campus XII, Guanambi/Bahia, Brasil. taminalima@hotmail.com 4 professora assistente do colegiado de Enfermagem da Universidade do Estado da Bahia (UNEB) Campus XII, Guanambi/Bahia, Brasil. jksilva@uneb.br Resumo Objetivo: analisar as recentes produções científicas que abordem a importância da prevenção em saúde como estratégia de redução das incidências do Acidente Vascular Cerebral (AVC). Metodologia: trata-se de uma revisão integrativa da literatura, com busca na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) por meio da base de dados LILACS (Literatura Latino Americana de Ciências da Saúde) e SCIELO (Scientific Eletronic Library Online), utilizando os descritores em ciências da saúde (DECS): Prevenção em Saúde e Acidente Vascular Cerebral. O recorte temporal foi de 2012 a 2015, sendo critério de inclusão artigos completos, disponíveis e publicados nos idiomas português e espanhol. Ao final foram identificados nove artigos que foram lidos na integra. Resultados: as principais categorias descritas foram: medidas preventivas e educação em saúde; os fatores de risco; organização da rede de atenção em saúde. As principais doenças associadas como fatores de risco foram hipertensão arterial sistêmica e fibrilação atrial, assim como o baixo nível de escolaridade. A atividade física, assim como a educação em saúde são apontadas como ferramentas importantes para a prevenção da doença, especialmente quando a linguagem é adequada ao nível educacional da comunidade. Conclusão: A educação em saúde é uma ferramenta importante que auxilia a população no esclarecimento de medidas preventivas e a empodera de saberes que possibilitam o senso crítico quanto ao acesso aos serviços públicos de saúde com qualidade. Descritores: Educação em Saúde, Prevenção de Doenças, Acidente Vascular Cerebral, Fatores de Risco.
2 I. INTRODUÇÃO As doenças do aparelho circulatório (DAC) representam um dos mais importantes problemas de saúde pública da atualidade. Dados do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS) apontam que em 2014 as DAC corresponderam à 19,35% do total de óbitos em ambos os sexos e com tendência a intensificar-se após os 60 anos de idade (1). Dentre essas doenças, as cerebrovasculares, em especial o acidente vascular cerebral (AVC) corresponde a principal causa de óbito no território nacional (1) e se caracteriza pela interrupção parcial ou total de uma ou mais áreas do cérebro (2). Desse modo, causa alterações no nível de consciência, disfunções somatossensitivas, déficits motores, distúrbios de cognição, de linguagem, do sono e alterações funcionais (2). Tais alterações podem ser temporárias ou definitivas, pois a área afetada, a extensão da lesão e o tratamento precoce são fatores determinantes. Além disso, a classificação do AVC pode influenciar a recuperação da pessoa que sobrevive a este evento, pois embora o AVC isquêmico (AVCi) corresponda a maioria dos casos de ocorrência as taxas de sobrevida são maiores em comparação ao AVC hemorrágico (AVCh) (3,4). Outra característica que diferencia ambas as classificações de AVC são os fatores de risco, pois no AVCi os mais comuns são: hipertensão arterial sistêmica (HAS), cardiopatias, diabetes melitus (DM), e fibrilação atrial (FA) crônica, que é considerada a doença cardíaca mais associada com AVCi (5). Em contrapartida, para o AVCh os principais fatores de risco são: HAS, mal formação valvular, aneurisma, uso de anticoncepcionais orais, doença hipertensiva específica da gestação e deficiência de anticoagulantes naturais (6). Portanto, é importante o controle desses fatores de risco tendo em vista que 90% dos casos de AVC são evitáveis, especialmente o primeiro episódio da fase aguda (7). Contudo, quando não é possível impedir a manifestação da doença é importante estar atento para os sinais e sintomas, como: paralisia parcial ou total nos membros de um lado do corpo, cefaléia, fraqueza, tontura, distúrbios da memória, dificuldade para engolir, distúrbios visuais e na comunicação, e em casos mais raros as convulsões (8). Por isso o reconhecimento precoce desses sinais e sintomas facilita no atendimento inicial e se torna vital para a preservação de complicações na área cerebral afetada e restabelecimento da saúde. Para tanto, o tratamento deve iniciar brevemente na fase aguda (8). Esse tratamento requer uma rede de assistência à saúde articulada, integrada e competente para atender as demandas de cuidados nessa fase, que compreende os ambientes pré-hospitalar e hospitalar (9). A Sociedade Brasileira das Doenças Cerebrovasculares afirma sobre a importância da implantação de um sistema integral de atendimento, que atue desde a aplicação de políticas públicas na atenção básica até o processo de reabilitação no nível terciário (10). Portanto, a aplicação de medidas preventivas por meio da Educação em Saúde pode auxiliar na redução do número de casos de AVC e óbitos decorrentes desta enfermidade, sobretudo de atendimento e tratamento inadequados (10). Deste modo o objetivo do trabalho é analisar as recentes produções científicas que abordem a importância da prevenção em saúde como estratégia de redução das incidências do Acidente Vascular Cerebral (AVC).
3 II. METODOLOGIA Trata-se de uma revisão integrativa da literatura de caráter descritivo, cujas etapas percorridas foram: identificação do tema e seleção da questão norteadora da pesquisa, amostragem, categorização dos estudos, avaliação dos estudos, interpretação dos resultados e síntese do conhecimento. Esse estudo foi guiado pela seguinte questão norteadora: qual a importância da prevenção para redução do número de casos e reincidências de acidente vascular cerebral? A coleta de dados foi realizada no mês de dezembro de 2015, por meio da busca na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), utilizando os descritores em ciências da saúde (DECS): Prevenção em Saúde e Acidente Vascular Cerebral com inter-relação do operador booleano AND. No levantamento inicial foram encontrados 22 artigos. Entretanto, ao realizar a busca segundo os filtros: base de dados Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE), período de publicação entre 2012 a 2015 (por corresponderem ao tempo onde as pesquisas são consideradas mais recentes), ser artigo completo e estar disponível nos idiomas português e espanhol, obteve-se um total de nove artigos. Procedeu-se, portanto, para a leitura dos títulos, resumos e texto completo dos documentos, o que permitiu compreender que sete adequavam aos critérios de inclusão apresentados acima. Dois artigos foram excluídos por apresentarem apenas os resumos nos idiomas selecionados, sendo o texto completo disponível na língua inglesa. No final restaram sete artigos, que foram lidos individualmente de maneira crítica e reflexiva, destacando-se os achados do estudo e a relação da prevenção em saúde com o AVC. III. RESULTADOS Com base na leitura dos sete artigos observou-se que as principais discussões são focadas na descrição dos fatores de risco para o AVC e nas medidas de prevenção dessa enfermidade e educação em saúde, bem como a necessidade de estruturação da rede de atendimento à saúde nas fases agudas e crônicas. Medidas preventivas e educação em saúde No que se refere à prevenção do AVC, a atividade física foi apontada como a principal medida para promover uma maior sobrevida antes e após o episódio da doença. Dessa maneira, as atividades regulares permitem a prevenção dos fatores de risco, assim como auxiliam na redução das disfuncionalidades da enfermidade cerebral. A educação em saúde corresponde a outra medida essencial para a prevenção ou controle da doença por meio de orientações quanto aos fatores de risco. Dessa maneira, as orientações pelos profissionais de saúde podem ocorrer nas unidades básicas de saúde ou atenção primária à saúde e em ambientes hospitalares cotidianamente na internação hospitalar e no momento da alta. Fatores de risco para o AVC Ressalta-se a atenção para o nível de escolaridade dos pacientes e familiares que pode ser um fator de risco na prevenção e promoção de saúde. Assim, quanto menor o grau de instrução da população maior
4 será a dificuldade em compreender as informações dos profissionais de saúde. Assim, recomenda-se à possibilidade de entrega de materiais ilustrativos, associados ou isolados as orientações por escrito. Outros fatores de risco também foram abordados, como o envelhecimento, diabetes melitus, insuficiência cardíaca congestiva, outras cardiopatias, tabagismo, etilismo, dislipidemia, sedentarismo e histórico familiar de doença cardiovascular, assim como a hipertensão arterial sistêmica descrita em três artigos. A fibrilação atrial foi um fator de risco de maior destaque, sendo discutido em quatro artigos e os autores descrevem que pessoas com esta doença apresentam cinco vezes mais chances de desenvolver um AVC. Alertam que o uso de anticoagulantes como antiagreganteplaquetário, trombolíticos e antagonistas da vitamina K é um importante recurso para reduzir episódios ou a probabilidade de desenvolver o AVC. Organização da rede de atenção em saúde A falta de informação da população sobre os principais fatores de risco e mecanismos de prevenção retardam o acesso da população aos serviços de saúde, o que dificulta o início do tratamento precoce. Em contrapartida, mesmo em regiões em que a população é orientada algumas unidades de serviço hospitalar ainda não realizam efetivamente o cuidado, o que contribui para um mau prognóstico das vítimas e aumentam o número de óbitos. Neste sentido, dois problemas são apontados como prioridade. O primeiro refere-se a falta de orientação adequada antes da manifestação da doença, pois a população não reconhece sinais e sintomas, fatores de risco e desconhecem o fluxograma de atendimento. O segundo problema corresponde a qualidade dos recursos disponíveis quando as pessoas procuram os serviços de saúde. IV. CONCLUSÃO A população ainda carece de informação sobre a prevenção e promoção de saúde no que se refere ao reconhecimento dos fatores de risco, sinais e sintomas do AVC. Uma estratégia importante para reverter este cenário pauta-se na educação em saúde. Contudo, a equipe de saúde está aquém da aplicação desta medida preventiva, o que contribui ainda mais para p aumento dos índices alarmantes dessa doença. Somado a isso, as políticas públicas brasileiras tem investido pouco nas diretrizes de reabilitação da pessoa que sobreviveu ao AVC e a família tem vivenciado o abandono de assistência durante o cuidado de seu familiar em domicílio. Portanto, é urgente a necessidade de reorganização das linhas de cuidado ao AVC com vistas a direcionar as pessoas para uma melhor assistência antes e após a instalação da doença. V. REFERÊNCIAS (1). DATASUS [Internet]. Brasília: Ministério da Saúde (BR) [acesso em: 11 dez 2016]. Departamento de Informática do SUS DATASUS. Disponível em: (2). Barros JEF. Acidente vascular cerebral. In: Nitrini R, Bacheschi LA. A neurologia que todo médico deve saber. São Paulo: Maltese; p
5 (3). Aehlert, B. ACLS, Suporte avançado de vida em cardiologia: emergência em cardiologia. 4ed. Rio de Janeiro: Elsevier; (4). Oliveira BC, Garanhani ML, Garanhani MR. Cuidador de pessoa com acidente vascular encefálico - necessidades, sentimentos e orientações recebidas. Acta Paul Enferm. 2011;(24):43-9. (5). Center of Disease Control and Prevention and World Health Organization. Atlas of Heart Disease and Stroke; p. (6). Headache Classification Committee of the International Headache Society. Classification and diagnostic criteria for headache disorders, cranial neuralgias and facial pain. Cephalalgia; 1988 (7). Brasil. Ministério da Saúde. Acidente Vascular Cerebral (AVC). Portal Brasil SUS. Brasília: Ministério da Saúde; (8). Abe ILM. Prevalência de acidente vascular cerebral em uma área de exclusão social na cidade de São Paulo [tese]. São Paulo: Faculdade de Medicina/Universidade de São Paulo; p. (9). Araújo JS, Silva SED, Santana ME, Conceição VM, Vasconcelos EV, Santos LMS et al. O perfil representacional dos cuidadores de pacientes acometido por acidente vascular cerebral. Rev. Eletrônica Gest. Saúde. 2012;3(3): (10). Martins SCO, Pontes-Neto OM, Alves CV, Freitas GR, Filho JO, Tosta ED et al. Past, present, and future of stroke in middle-income countries: The Brazilian experience. Int J Stroke. England; 2013;8 Suppl A:S
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