Composição fotográfica



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Transcrição:

Composição fotográfica

É a seleção e os arranjos agradáveis dos assuntos dentro da área a ser fotografada. Os arranjos são feitos colocando-se figuras ou objetos em determinadas posições. Às vezes, na mudança do ângulo de tomada, você pode deslocar sua câmera suavemente, acarretando uma mudança na composição.

Alguns instantâneos podem se tornar boas composições, mas a maioria das boas fotografias são criadas. Como você cria boas fotos? Primeiro, aprendendo as normas básicas para uma boa composição. Após ter aprendido o elementar, você concluirá que uma foto bem composta, frequentemente envolve planejamento cuidadoso e, às vezes, paciência.

Você concluirá que as normas de composição se tornarão parte de suas ideias quando estiver procurando motivos fotográficos e, em breve, elas serão algo normal para você. Iremos discutir simplicidade, regra dos terços, linhas, equilíbrio, enquadramento e fusões. Estes itens não são regras, são simples orientações.

A primeira e, talvez, a mais importante das orientações, baseia-se na simplicidade. Procure formas que dêem maior atenção visual ao centro de interesse da foto. Uma das formas seria selecionar um fundo suficientemente uniforme, que não roube a atenção que o assunto principal merece.

Portanto, você pode simplificar suas fotos e reforçar o centro de interesse selecionando fundos simples, evitando assuntos não-relacionados com o assunto principal e chegando mais perto. Se você quer fazer o centro de interesse um pouco mais dinâmico, desloque-o ligeiramente fora do centro.

Você pode usar a regra dos terços como um guia para a colocação do assunto fora do centro da área fotografada. Vejamos como funciona:

Antes de tirar a foto, imagine a área da fotografia dividida simultaneamente em três terços verticais e horizontais. As intersecções dessas linhas imaginárias sugerem 4 opções para a colocação do centro de interesse para uma boa composição. A opção depende do assunto e como você quer que ele seja apresentado.

Você deve sempre considerar a direção do movimento dos assuntos e, geralmente, deixar espaço à frente, dentro do qual possam se movimentar.

Você pode usar diagonais como linhas de condução a fim de proporcionar um direcionamento na foto. É um caminho simples e fácil para os olhos seguirem em direção ao assunto principal.

Você pode também usar linhas repetidas para chamar a atenção do observador para o centro de interesse.

Uma das mais comuns e atrativas linhas usadas na composição é a chamada curva em S.

O caracol também é uma boa opção.

Outro exemplo:

Conseguir bom equilíbrio também faz parte das recomendações para uma boa composição. O enquadramento e a disposição dos assuntos foram todos cuidadosamente selecionados a fim de poderem criar uma foto bem equilibrada.

Equilíbrio perfeito é simplesmente arranjar as formas, as cores, as áreas de luz e sombra que se complementam mutuamente para dar uma aparência bem equilibrada.

Enquadramento é o nosso quinto item para melhorar uma composição fotográfica. Isto é, enquadrar o centro de interesse harmoniosamente com os objetos que se encontram em primeiro plano. Isto dá à fotografia uma sensação de profundidade, necessária para que a foto não seja considerada tãosomente um instantâneo.

Lembre-se: nós vemos as coisas em três dimensões, portanto, é mais freqüente do que se imagina as pessoas concentraremse somente no assunto principal e não perceberem que o fundo está interferindo. Evitar fusões é a nossa sexta orientação para uma melhor composição.

A fusão de fundo é desagradável, e poderá roubar a atenção do centro de interesse. Fusões de fundo são objetos ou linhas que estão excessivamente juntas ao assunto principal. Neste caso, a árvore parece estar saindo da cabeça da menina.

A leitura de uma imagem Na cultura ocidental, somos acostumados a ler e escrever da esquerda pra direita. Desta forma, temos a tendência de ler uma imagem no sendo horizontal, da esquerda para a direita, e este fato pode ser levado em conta na hora em que estamos compondo uma foto.

Neste exemplo, o garoto foi posicionado no canto direito do enquadramento. No momento em que alguém for observá-la, o olhar irá passear por toda a imagem, começando no lado esquerdo e terminando no lado direito, exatamente onde está colocado o assunto principal.

A perspectiva É um importante procedimento para se criar sensação de tridimensionalidade fotográfica. Mediante perspectiva linear, pode-se conduzir o interesse até o elemento principal guiando a atenção do observador. Para tal, devemos considerar os seguintes tipos de linhas:

-As diagonais, que criam sensação de movimento e podem ser usadas como linhas de condução, criando direcionamento na foto;

-As curvas, que conferem beleza, graça e elegância, contribuindo ao movimento e à composição. As curvas em S são outra forma de composição harmônica, onde a vista segue suavemente até atingir um foco principal, que devemos nos assegurar que exista.

-As linhas horizontais e verticais, por sua vez, são estáticas. As horizontais e costumam expressar paz, tranquilidade e harmonia, e as verticais limitam a profundidade e atuam como barreiras entre a fotografia e a vista.

Sempre que fotografamos com linhas que convergem a um único ponto, surge uma noção de tridimensionalidade e profundidade na imagem.

Tonalidade e focalização Utilizando a profundidade de campo, podemos dar mais ênfase a determinado objeto. Tal recurso é obtido variando-se a abertura do diafragma de sua lente.

Pode-se também utilizar grandes contrastes entre o fundo e o assunto com o uso de tonalidades claras e escuras, reforçando ainda mais a atenção dada a ele.

Chave Tonal Denomina-se Tom a transição das altasluzes (áreas claras) e para a sombra (áreas escuras). A gama de cinzas existente entre o preto e o branco.

Em uma fotografia que se tem apenas alguns tons de cinza, onde se vê apenas a silhueta de um objeto recortada contra um fundo branco, onde o preto e o branco é predominante, não existindo portanto tons de cinza, esta será considerada uma fotografia dura em alto-contraste, isto é, a fotografia está bem contrastada.

Já uma imagem onde predominem os tons de cinza poderá ser considerada uma fotografia suave e portanto, pouco contrastada.

Composição de Monoton e de Contraste De monoton significa que a fotografia por inteiro tem o mesmo tom, e de contraste significa que a diferença das cores é bem marcada ou tem uma dura diferença. Outra composição por formas. Como fazer a variação de tudo que se tem o mesmo padrão? Com a chave tonal.

Fotos de formas iguais usa-se cores diferentes, já nas formas diferentes, usase cores iguais. As cores que mais contrastam são: amarelo e roxo; azul e vermelho; azul e amarelo.

Forma Fechada e Aberta A forma fechada tem bem demarcado todo o contorno da imagem, e a forma aberta não mostra o limite da imagem.

Planos, Corte, Enquadramento Quanto ao distanciamento da câmara em relação ao objeto fotografado, levando-se em conta a organização dos elementos internos do enquadramento, verifica-se que a distinção entre os planos não é somente uma diferença formal, cada um possui uma capacidade narrativa, um conteúdo dramático próprio.

É justamente isso que permite que eles formem uma unidade de linguagem, a significação decorre do uso adequado dos elementos descritivos e ou dramáticos contidos como possibilidades em cada plano.

Veremos cada plano, usando a nomenclatura cinematográfica para, didaticamente, facilitar as definições dos enquadramentos ajudando seu estudo. Os planos se dividem em três grupos principais (seguindo-se a nomenclatura cinematográfica): os plano gerais, os planos médios, e os primeiros planos.

Os Planos determinam o distanciamento da câmera em relação ao objeto fotografado, levando-se em conta a organização dos elementos dentro do enquadramento realizado. Uma mesma fotografia pode conter vários planos, sendo classificada por aquele que é responsável por suas características principais.

Enquadrar o centro de interesse focalizando objetos que estejam no Primeiro Plano, nos dá a sensação de profundidade. Usar ou não o enquadramento para uma foto, dependerá de cada novo assunto e o que o fotógrafo escolhe como moldura, varia a cada foto tirada.

Também é comum utilizarmos a expressão Segundo Plano para nos referirmos a assuntos, pessoas ou objetos, que mesmo não estando em destaque ou determinando o sentido da foto, têm sua importância.

Grande Plano Geral O ambiente é o elemento primordial. O sujeito é um elemento dominado pela situação geográfica. Objetivamente a área do quadro é preenchida pelo ambiente deixando uma pequena parcela deste espaço para o sujeito que também o dimensiona.

Seu valor descritivo está na importância da localização geográfica do sujeito e o seu valor dramático está no envolvimento, ou esmagamento, do sujeito pelo ambiente. Pode enfatizar a dominação do ambiente sobre o homem ou, simbolicamente, a solidão.

Plano Geral Neste enquadramento, o ambiente ocupa uma menor parte do quadro: divide, assim, o espaço com o sujeito. Existe aqui uma integração entre eles. Tem grande valor descritivo, situa a ação e situa o homem no ambiente em que ocorre a ação. O dramático advém do tipo de relação existente entre o sujeito e o ambiente. O PG é necessário para localizar o espaço da ação.

Plano Médio É o enquadramento em que o sujeito preenche o quadro - os pés sobre a linha inferior, a cabeça encostando na superior do quadro, até o enquadramento cuja linha inferior corte o sujeito na cintura. Este plano é bastante descritivo, narrando a ação e o sujeito.

Primeiro Plano Enquadra o sujeito dando destaque ao seu semblante, gesto, à emoção, à fisionomia, podendo também ser um plano de detalhe, onde a textura ganha força e pode ser utilizada na criação de fotografias abstratas. Sua função principal é registrar a emoção da fisionomia. Isola o sujeito do ambiente, portanto, dirige a atenção do espectador.

Plano de Detalhe Isola uma parte do rosto do sujeito. Evidentemente, é um plano de grande impacto pela ampliação que dá a um pormenor que, geralmente, não percebemos com minúcia. Pode chegar a criar formas quase abstratas.

Ângulo, Posição da Máquina A câmara pode ser situada tanto na mesma altura do sujeito, como também abaixo ou acima dele. Ao fotografarmos com a máquina de cima para baixo (mergulho), ou de baixo para cima (contra-mergulho) temos que nos preocupar com a impressão subjetiva causada por esta visão.

A máquina na posição de mergulho, tende a diminuir o sujeito em relação ao espectador e pode significar derrota, opressão, submissão, fraqueza do sujeito; enquanto que o contra-mergulho pode ressaltar sua grandeza, sua força, seu domínio. Evidentemente estas colocações vão depender do contexto em que forem usadas.