São Paulo, Junho de 2009 NOVO PARCELAMENTO DE DÉBITOS - LEI Nº 11.941/09 Em circular 048/2009, a Abramge divulgou alguns comentários acerca da Lei nº 11.941/2009 que instituí benefícios para pagamento e/ou parcelamento de débitos tributários. Seguem os comentários: LEI Nº 11.941/09 (originária da MP 449) Foi publicada no Diário Oficial da União a Lei nº 11.941/09 (MP. 449), sancionada pelo Presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Destacamos alguns pontos que devem ser observados e analisados pelas empresas, quanto aos aspectos econômicos, tributários e o novo prazo de parcelamento de tributos federais: A visão de alguns especialistas tributários, é que este novo Programa de Parcelamento é um dos mais generosos no âmbito federal nos últimos 10 (dez) anos; Em relação aos encargos sobre o valor nominal do débito existente, é bem mais brando que o primeiro REFIS, de 2000, programa que dilatava o prazo de pagamento em até 100 anos; Considerando a manutenção integral do parcelamento que já havia sido aprovado no Congresso Nacional, a redução do débito tributário passa a ser muito interessante para as empresas com pendências mais recentes; Se a empresa já está inscrita em algum Programa de Parcelamento Fiscal como REFIS, PAES e PAEX, verificar bem, pois a vantagem pode ser ainda maior, dependendo do período apurado. O novo Programa de Parcelamento permite a migração dos parcelamentos anteriores, considerando dívidas e reduzindo os encargos, multas e juros, quando calculados na confissão dos débitos apresentados. Entre os fatores que propiciam a diminuição do valor da dívida está o abatimento das multas, juros e outros encargos legais. No art.1º, 7º da Lei nº 11941/09- as empresas que optarem pelo pagamento ou parcelamento dos débitos nos termos desse artigo poderão liquidar os valores correspondentes à multa de mora ou de ofício, e o juros moratórios, inclusive as relativas a débitos inscritos em dívida ativa, com utilização de prejuízo fiscal e de base de cálculo negativa da contribuição social sobre lucro líquido próprio. Isso significa que a empresa poderá abater multas e juros com 25% do estoque de prejuízos fiscais e 9% no montante detido pela empresa em bases negativas de contribuição social sobre o lucro líquido; A referida Lei estabelece vantagem altamente significativa para liquidação de débitos federais com pagamento à vista; 1
NOVO PARCELAMENTO DE DÉBITOS - LEI Nº 11.941/09 Nos casos de débitos que tenham sido objeto de Programas de Recuperação Fiscal, como REFIS, PAES e PAEX, serão restabelecidos à data da solicitação do novo parcelamento; Uma vez consolidando os débitos de Programas anteriores deverá ser observado como parcela mínima do parcelamento novo o equivalente a 85% (oitenta cinco por cento) do valor mínimo da última parcela devida no mês anterior ao da edição da MP. 449 (observar cada Programa Fiscal que a empresa se habilitou no passado para seu melhor planejamento, caso venha optar pela Lei nº 11941/09); A opção pelos parcelamentos de que trata esta Lei importa em confissão irrevogável e irretratável dos débitos em nome do sujeito passivo na condição de contribuinte ou responsável e por ele indicados para compor os referidos parcelamentos; Outros pontos foram destacados face à vigência da Lei 11.638/07, que alterou a Lei 6.404/76; O Programa de Parcelamento, que, aqui estamos tratando tem prazo de até 180 (cento e oitenta) meses para liquidação dos débitos federal; Poderão ser pagos ou parcelados as dívidas vencidas até 30 de novembro de 2.008, de pessoas físicas ou jurídicas; A Secretaria da Receita Federal do Brasil e a Procuradoria- Geral da Fazenda Nacional, no âmbito de suas respectivas competências, editarão, no prazo de 60 (sessenta) dias a contar da data de publicação desta Lei, os atos necessários à execução dos parcelamentos de que ela trata, inclusive quanto à forma e ao prazo para confissão dos débitos a serem parcelados. SÚMULA VINCULANTE Nº 8 Foi amplamente divulgado que o STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu, em plenário e por unanimidade, que os prazos de decadência e prescrição das contribuições previdenciárias são de cinco anos e não de 10 (dez) como preconizados pela Lei Ordinária nº 8 212/91. Os valores objetos de parcelamentos (REFIS, PAES e PAEX e outros parcelamentos em âmbito federal) em curso na Receita Federal do Brasil ou na Procuradoria da Fazenda Nacional também sofreram os efeitos da Súmula Vinculante nº 8 - STF. É importante rever os períodos de apuração que estão contidos nesses Programas de Parcelamentos antes de aderir ao novo Programa. Fonte: ABRAMGE 2
NOVO SERVIÇO DA RECEITA FORNECE MAIS INFORMAÇÕES E FACILITA AUTO- REGULARIZAÇÃO DE DECLARAÇÕES DE IRPF COM ALGUMA PENDÊNCIA A expectativa é de que mais de 50% das declarações possam ser regularizadas, via internet, pelo próprio contribuinte. A Receita Federal divulga novo serviço que permite aos contribuintes (pessoa física) a regularização das Declarações do Imposto de Renda que apresentarem pendências. O serviço poderá ser acessado através do endereço eletrônico da Receita (www.receita.fazenda.gov.br) e será disponibilizado mediante a utilização de código de acesso ou certificado digital. Para a Receita Federal, mais de 50% das declarações com alguma pendência, poderão ser regularizadas pelo próprio contribuinte, sem que seja necessário comparecer a uma unidade de atendimento. Segundo a Secretária Lina Maria Vieira, esse é mais um serviço que, ao ser colocado à disposição do contribuinte, confere maior transparência e agilidade ao atendimento da Receita Federal do Brasil. Após gerar um código de acesso, o contribuinte poderá entrar no Portal e-cac e: verificar eventuais pendências na Declaração do Imposto de Renda Pessoa Física (DIRPF) e saber o que é preciso fazer para resolvê-las; acompanhar o pagamento do imposto e alterar opções referentes ao débito automático das quotas; identificar eventuais problemas no depósito da sua restituição; parcelar possíveis débitos em atraso relacionados a sua declaração ou a outras pendências com a própria Receita Federal e com a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional. A geração do código de acesso é um processo simples, rápido e realizado via internet. O contribuinte precisa apenas informar o CPF, a data de nascimento e os números dos recibos de entrega das declarações de ajuste anual do imposto de renda (DIRPF) referentes aos exercícios de 2008 e de 2009. Fonte: Receita Federal do Brasil GOVERNO DE SÃO PAULO DÁ ISENÇÃO DE ICMS PARA ESTIMULAR INVESTIMENTOS O governo de São Paulo definiu os setores que terão isenção fiscal para estímulo à realização de investimentos. Ao todo, empresas de 119 segmentos da economia poderão se beneficiar da medida, que suspende o lançamento do ICMS devido na importação de bens sem similares nacionais e autoriza o creditamento, em uma única vez, do valor do imposto quando a aquisição dos bens for feita de fabricante paulista. O decreto concedendo o benefício foi assinado nesta sexta-feira (5/6), pelo governador José Serra. A desoneração dos investimentos em setores estratégicos é uma das medidas de combate à crise anunciadas por Serra em fevereiro para movimentar a economia paulista e valerá para os investimentos realizados até 31 de dezembro de 2009. Segundo o secretário da Fazenda, Mauro Ricardo Costa, a renúncia fiscal pode chegar a R$ 350 milhões com a medida. "No entanto, deverá representar investimentos de mais de R$ 3 bilhões para o estado, com impactos extremamente positivos na geração de empregos", diz. A escolha dos setores se baseou em critérios técnicos, privilegiando segmentos econômicos com grande potencial de geração de emprego. A seleção realizada pela Secretaria da Fazenda teve a participação de representantes da Federação das Indústrias - Fiesp. Entre os segmentos que serão contemplados estão vários nos setores têxtil, de confecção, acessórios, bolsas e calçados, tintas, embalagens, plásticos, material de construção, ferramentas, eletrodomésticos, móveis, colchões, equipamentos médicos, aparelhos ortopédicos, equipamentos de proteção, material de escritório e painéis. Cerca de 85 mil empresas estarão em condições de se beneficiar da medida. Os setores selecionados pela Fazenda respondem por aproximadamente 1 milhão de empregos, 45% da mão-deobra empregada na indústria paulista. Fonte: Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo 3
São Paulo/SP - ISS - Entidades imunes - Nota Fiscal - Emissão Obrigatoriedade A IN nº 8/2009 dispôs sobre a obrigatoriedade de emissão de Nota Fiscal de Serviços - Nãotributados ou Isentos (série C) ou Nota Fiscal Eletrônica de Serviços (NF- e), a partir de 01.07.2009, pelas entidades imunes a que se refere o inciso VI do artigo 150 da Constituição Federal. Referida IN tratou ainda: a) da necessidade de apresentação pedido de reconhecimento de imunidade tributária; b) do dever de recolhimento do ISS correspondeste aos documentos fiscais emitidos quando não reconhecida a imunidade tributária; e c) da retenção do imposto quando a entidade não comprovar a situação de imunidade. IN SF e SUREM/PMSP 8/09 - IN - Instrução Normativa Subsecretário da Receita Municipal - SF e SUR- EM/PMSP nº 8 de 02.06.2009 Dispõe sobre a emissão de documento fiscal do Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza - ISS - referente aos serviços prestados pelas entidades imunes. O SECRETÁRIO MUNICIPAL DE FINANÇAS, no uso das atribuições que lhe são conferidas por lei, CONSIDERANDO o disposto no art. 100 da Lei Federal nº 5.172, de 25 de outubro de 1966 (Código Tributário Nacional), nos artigos 10 e 96 do Decreto 44.540, de 29 de março de 2004 e no art. 3º do Decreto 47.350, de 6 de junho de 2006, RESOLVE : Art. 1º A partir de 1º de julho de 2009, as entidades imunes a que se refere o inciso VI do artigo 150 da Constituição Federal, deverão emitir Nota Fiscal de Serviços - Não-tributados ou Isentos (série C), nos termos do Decreto nº 44.540 de 29 de março de 2004, ou Nota Fiscal Eletrônica de Serviços - NF- e, nos termos do Decreto nº 47.350 de 06 de Junho de 2006, com o objetivo de registrar as operações relativas à prestação de serviços. 1º. O disposto no "caput" deste artigo não exime as entidades da apresentação do pedido de reconhecimento de imunidade tributária na forma do Decreto nº 48.865, de 25 de outubro de 2007 e da Instrução Normativa SF nº 3, de 1º de fevereiro de 2008. 2º. No caso do não reconhecimento da imunidade tributária, a entidade deverá efetuar o recolhimento do Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza - ISS correspondente aos documentos fiscais emitidos, na forma da legislação em vigor. Art. 2º Na hipótese de a entidade imune não apresentar documento fiscal a que se refere o "caput" do artigo 1º desta Instrução Normativa, o tomador do serviço deverá reter e recolher o montante do ISS correspondente à prestação dos serviços, nos termos do artigo 10 do Decreto nº 44.540/2004. Art. 3º Esta Instrução Normativa entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário. 4
Incide a Cofins sobre o faturamento das sociedades civis A Primeira Seção do Superior Tribunal de Justiça (STJ) não acolheu o pedido dos escritórios Dinamarco e Rossi Advocacia e Giannico Advogados Associados S/C para que fossem restituídos dos valores pagos a título de Contribuição Social para Financiamento de Seguridade Social (Cofins), dos últimos cinco anos. Os ministros consideraram que a incidência da Cofins sobre o faturamento das sociedades civis é constitucional. No caso, em agosto de 2001, os escritórios impetraram um mandado de segurança contra o diretor da Secretaria da Receita Federal para que fossem isentados da cobrança da Cofins, por força da Lei Complementar 70/91, em razão de elas se encaixarem no conceito de sociedades civis uniprofissionais. Entretanto, por força da Lei n. 9.430/96, tal isenção veio a ser revogada. Mas, tendo em vista a superioridade hierárquica da LC perante a lei, naturalmente a exceção trazida pelo artigo 6º, inciso II, da LC 70/91 deveria prevalecer, assinalaram os escritórios. O juízo de primeiro grau garantiu o direito dos escritórios de não recolher tal tributo, reconhecendo a quebra de hierarquia normativa quando da promulgação da Lei n. 9.430/96. Em apelação, o Tribunal Regional Federal da 3ª Região reformou a sentença. No STJ, a Segunda Turma deu provimento ao recurso dos escritórios destacando que o Tribunal já firmou o entendimento de que as sociedades civis prestadoras de serviços profissionais continuam isentas da Cofins. Pouco antes do trânsito em julgado da decisão, os escritórios ajuizaram ação de repetição de indébito contra a União objetivando a restituição dos valores pagos a título de Cofins. Entretanto, o juízo de primeiro grau indeferiu o pedido, fundamentando a sua decisão em precedentes do Supremo Tribunal Federal (STF) que proclamam a constitucionalidade da incidência da Cofins sobre o faturamento das sociedades civis. Os escritórios, então, recorreram novamente ao STJ, desta vez com uma reclamação. Em seu voto, a relatora, ministra Eliana Calmon, destacou que a revogação, por lei ordinária, da isenção da Cofins concedida pela LC 70/91 às sociedades civis de prestação de serviços profissionais é constitucionalmente válida, porquanto a Lei n. 9.430/96 veiculou matéria constitucionalmente reservada à legislação ordinária. Assim, a ministra verificou que assegurar o cumprimento de decisão do STJ que se apresenta incompatível com entendimento do STF seria um contrassenso, em desarmonia com os princípios constitucionais da duração razoável do processo e da força normativa da Constituição, caracterizando afronta à competência outorgada pela Constituição da República ao STF, incumbido de zelar pela interpretação das normas constitucionais. Extraído de: Superior Tribunal de Justiça - 04 de Junho de 2009 Autor: Coordenadoria de Editoria e Imprensa 5