Manual do Coordenador Municipal

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Transcrição:

1 SECRETARIA ESTADUAL DA SAÚDE DO ESTADO DE SÃO PAULO FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE PIRACICABA - UNICAMP Manual do Coordenador Municipal São Paulo, Piracicaba - SP 2015

2 Projeto SB-SP 2015 Pesquisador Responsável Antonio Carlos Pereira (Responsável técnico-científico) Faculdade de Odontologia de Piracicaba - UNICAMP Vladen Vieira (Responsável pelo trabalho de campo) Secretaria de Estado da Saúde Faculdade de Saúde Pública USP Antonio Carlos Frias (Pesquisador Colaborador) Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo, FOUSP Instituição Executora Secretaria do Estado da Saúde David Uip Secretário de Estado da Saúde de São Paulo Maria Fernanda de Montezuma Tricoli Coordenadora da Área Técnica de Saúde Bucal da Secretaria de Estado da Saúde (SES-SP) Instituições Colaboradoras Faculdade de Odontologia da USP- FOUSP Julie Silva Martins Antonio Carlos Frias Faculdade de Odontologia de Bauru- FOB USP Silvia Helena de Carvalho Sales Peres Eliel Soares Orenha Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto- FORP USP Marlívia Gonçalves de Carvalho Watanabe Faculdade de Odontologia de São José dos Campos FOSJC UNESP Symone Cristina Teixeira Faculdade de Odontologia de Araçatuba FOA UNESP Suzely Adas Saliba Moimaz Faculdade de Odontologia de Araraquara FOAR UNESP Elaine Pereira da Silva Tagliaferro Fernanda Lopes Rossel Silvio Rocha Correa da Silva Aylton Valsecki Junior Faculdade de Odontologia de Piracicaba FOP UNICAMP Marcelo de Castro Meneghim Maria da Luz Rosario de Sousa Fábio Luiz Mialhe Faculdade de Saúde Pública da USP- FSP USP Paulo Capel Narvai Paulo Frazão São Pedro Comitê Técnico Assessor em Vigilância em Saúde Bucal Paulo Frazão São Pedro Paulo Capel Narvai

3 Sumário 1. Introdução... 4 2. Características da Pesquisa.....5 2.1. Condições a serem pesquisadas... 5 2.1.1. Cárie Dentária... 5 2.1.2. Condição Periodontal... 5 2.1.3. Condição da oclusão dentária... 6 2.1.4. Uso e necessidade de prótese... 6 2.1.5. Condição socioeconômica, utilização de serviços odontológicos, autopercepção de saúde bucal e capital social... 6 2.2. Plano Amostral... 6 2.2.1. Domínios e Unidades Primárias de Amostragem (UPA)... 6 2.2.2. Tamanho da amostra... 7 2.2.3. Idades-índices e grupos etários... 7 2.2.4. Inferências... 8 3. Operacionalização do Projeto...8 4. O Trabalho do Coordenador Municipal... 12 5. Cronograma... 15 6. Referências... 16 7. Anexos... 17 Manual adaptado a partir do material didático do Projeto SBBrasil 2010 - MS

4 1. Introdução Os levantamentos de condições bucais, também denominados de inquéritos ou estudos seccionais, são estudos do tipo transversal que tem por objetivo coletar informações referentes a um determinado problema em uma população, podendo ainda abordar aspectos referentes a fatores de risco, uso de serviços, consumo de medicamentos, conhecimentos, atitudes e práticas relacionadas com a saúde, além de dados demográficos e de outra natureza (Pereira et al, 2009). Estes levantamentos fornecem informações das condições de saúde bucal e das necessidades de tratamento de uma população, bem como, podem propiciar condições para controlar as mudanças nos níveis ou padrões da doença (OMS, 1999). Os quatro grandes levantamentos nacionais realizados em 1986, 1996, 2003 e 2010 foram importantes para o conhecimento do perfil epidemiológico e da evolução histórica dos principais problemas em saúde bucal. O último levantamento nacional realizado em 2010 (o qual estamos utilizando como base teórica para a construção deste projeto), apresentou dados importantes, tais como: a cárie dentária vem diminuindo nas idades/faixas etárias de 5, 12 e 35-44 anos (esta última com menos intensidade), contudo na faixa idade idosa os dados continuam preocupantes, basicamente sem mudanças nas últimas décadas. A doença periodontal passou a ser um problema ainda maior devido a mudança do perfil epidemiológico, atingindo em graus leves percentual considerável da população adulta. A má oclusão atinge em seus estágios mais severos parcela importante de crianças e adolescentes, e é atualmente um assunto a ser abordado em termos de incorporação de tratamento ortodôntico em serviços de saúde. Outro fator importante levantado é que, principalmente a doença cárie, vem se polarizando, concentrando a carga de doença numa parcela menor e vulnerável da população, expondo dessa forma a importância dos Determinantes Sociais da Saúde. Além disso, aspectos como qualidade de vida e saúde bucal e o estudo dos fatores de risco estão em foco e serão abordados nesse presente projeto. Contudo, não obstante as importantes informações obtidas pelo SB Brasil 2010, este apresentou uma amostragem que não permite inferência mais direta ao estado de São Paulo (estado responsável por 25% da população brasileira) e, especificamente, as suas regiões, informação esta que os gestores necessitam como estratégia inserida no componente de vigilância à saúde da Política de Saúde, permitindo um dado mais acurado sobre a situação de seu território. Ademais, a reorientação do modelo de atenção à saúde bucal pautada na Política Nacional de Saúde Bucal Brasil Sorridente, destaca: (a) utilizar a Epidemiologia e as informações sobre o território subsidiando o planejamento e (b) centrar a atuação na Vigilância à Saúde, incorporando práticas contínuas de avaliação e acompanhamento dos danos, riscos e determinantes do processo saúde doença. Dessa forma, um melhor conhecimento da situação epidemiológica das condições de saúde do estado de São Paulo pode permitir uma melhor atuação no sentido de planejar, executar ações e avaliar o impacto das mesmas. Este projeto se propõe a aprofundar conhecimentos baseado nas informações obtidas no SB Brasil 2010, o qual pauta parte importante deste estudo no que se refere à definição do plano amostral, tamanho de amostra, calibração e preparo para o trabalho de campo, levantamento e apuração dos dados. Portanto, o Manual do Coordenador Municipal tem a principal função de subsidiar a atuação da coordenação local da pesquisa, orientando as principais ações que devem ser tomadas, em nível do município, para o bom andamento do projeto. Deverá servir, portanto, como um guia para o trabalho do coordenador municipal e da sua equipe. Lembramos, também, que as situações eventualmente não contempladas aqui deverão ser discutidas e resolvidas com a coordenação técnica do Centro Colaborador.

5 2. Características da Pesquisa O Projeto SB São Paulo 2015 tem, como objetivo principal conhecer as condições de saúde bucal da população do estado de São Paulo no ano de 2015, nas populações adolescentes (15-19 anos), adultos (35-44 anos) e idosos (65 anos e mais). As idades de 5 e 12 anos, utilizadas no SB Brasil 2010, não serão pauta deste projeto pois um levantamento prévio (2013) foi realizado pela SES-SP em escolas e creches. Como desdobramento, espera-se que o projeto permita subsidiar pesquisas que visem o estabelecimento de relações entre os dados encontrados e a realidade socioeconômica e demográfica da população do estado de São Paulo, além de contribuir para o desenvolvimento da investigação epidemiológica a partir da construção e consolidação de um referencial teórico-metodológico. Além disso, fornecerá subsídios relativos à Saúde Bucal aos profissionais da área da saúde, educação, planejamento e administração. Trata-se de uma pesquisa de base estadual, com representatividade para 6 Macro Regiões, representando todo o Estado de São Paulo (São Paulo Capital, Região Metropolitana de São Paulo e as DRS 2 a 17). Para este fim, foram selecionados 166 municípios (222 Setores Censitários), os quais são responsáveis por 73,25% da população do Estado de São Paulo. Este estudo será financiado pela FAPESP e Secretaria Estadual de São Paulo, pretendendo-se ampliar com a colaboração de entidades odontológicas, universidades, institutos de pesquisa e do Centro Colaborador em Vigilância em Saúde Bucal da FSP USP, articulados pela Secretaria de Estado da Saúde. 2.1. Condições a serem pesquisadas Os problemas a serem estudados são recomendados pela OMS na 4 a edição de seu Manual de Instruções para Levantamento Epidemiológico Básico em Saúde Bucal (WHO, 1997) com as devidas adequações expressas no Projeto SB Brasil 2010 (MS- SB 2010, 2011). Além dos índices tradicionais para aferição dos agravos bucais (CPOD, IPC, Classificação de Angle e as informações relativas à oclusão do DAI), será aplicado, também, um questionário aos indivíduos examinados em domicílios, o qual contém questões relativas à caracterização socioeconômica, à utilização de serviços odontológicos e morbidade bucal autoreferida, à autopercepção de saúde bucal (MS- SB 2010, 2011) e ao Capital Social. A seguir serão descritos os índices dos problemas a serem levantados. A Ficha de Exame e o Questionário constam no Anexo 1. 2.1.1. Cárie Dentária Será utilizado o índice preconizado pela OMS (WHO, 1997), de onde se pode inferir o CPO- D médio (dentição permanente) e o ceo-d (dentição decídua). Através do registro das necessidades de tratamento, pode-se identificar, além necessidades propriamente ditas, a presença de lesões não cavitadas (mancha branca presente) e os diferentes níveis da doença ativa (cárie de esmalte, cárie de dentina e cárie próxima à polpa). Portanto, uma maior qualificação do índice pode ser proporcionada pela combinação das

6 distintas necessidades de tratamento. 2.1.2. Condição Periodontal Utilizar-se-á o CPI (Índice Periodontal Comunitário) ( * ), 9 proposto pela OMS, 17 para a população de adolescentes, adulta e idosa onde estão suprimidas as necessidades de tratamento. (*) Para efeito de padronização com outros estudos, será mantida a grafia em inglês. 2.1.3. Condição da oclusão dentária Com base nos objetivos deste projeto, propõe-se a aplicação dos critérios do Índice de Estética Dental (DAI) e da Classificação de Angle 1 (apenas a relação dos molares permanentes), para avaliação das anormalidades dentofaciais, na faixa etária de 15 a 19 anos. 2.1.4. Uso e Necessidade de Prótese Dentária Na prática, a avaliação do uso e necessidade de prótese ajuda a entender o agravo edentulismo, servindo, ao mesmo tempo, para estimar a gravidade do problema pela análise conjunta dos dados de uso e necessidade e para subsidiar ações de planejamento a partir da análise das necessidades. A verificação da necessidade de prótese deve incluir uma avaliação da qualidade da prótese quando a mesma está presente. Os dois índices não são excludentes, ou seja, é possível estar usando e também necessitar de uma prótese. 2.1.5. Condição socioeconômica, utilização de serviços odontológicos, autopercepção de saúde bucal e capital social Na população que será pesquisada em domicílios, será aplicado um questionário no sentido de avaliar condições subjetivas importantes que ajudarão a compreender o processo saúde-doença bucal, bem como avaliar a condição socioeconômica e de utilização de serviços, contribuindo, desse modo, para uma melhor estruturação da rede assistencial. Todas as recomendações estão pautados nas recomendações do Projeto SB Brasil 2010 (MS-SBBrasil 2010, 2011). Além destas, serão utilizados questões sobre o capital social (Grootaert et al., 2004). O questionário será dividido em quatro blocos, a saber: (a) caracterização demográfica e socioeconômica; (b) utilização de serviços odontológicos e morbidade bucal referida; (c) autopercepção e impactos em saúde bucal; e (d) Capital Social, será aplicado aos indivíduos selecionados. 2.2. Plano Amostral 2.2.1. Domínios e Unidades Primárias de Amostragem (UPA) O Plano Amostral constará de domínios relativos à 6 (seis) Macrorregiões do Estado de São Paulo, que serão denominados domínios, nos quais as estimativas encontradas serão inferências representativas para essas regiões. Após a análise dos dados, haverá uma pós-estratificação, para que uma possível inferência para as DRS possa ser feita. Em cada domínio serão sorteados no mínimo 30 Unidades Primárias de Amostragem (UPA), no caso Setores Censitários. Para cada município sorteado, haverá o sorteio de 1

7 a 2 UPAS, havendo sempre uma UPA de reserva para o caso do número mínimo de amostragem não ser atingido. 2.2.2. Tamanho da amostra O tamanho da amostra foi definido baseado na estimativa da frequência, a variabilidade do principal problema a ser investigado e a margem de erro aceitável. Todas essas estimativas provêm dos resultados do SB Brasil 2010, referentes à cidade de São Paulo (Macro 1- Capital e RMSP) e interior do Sudeste (para as demais Macros 2 a 6). A cárie dentária, estimada pelo CPO-D, foi utilizada como padrão de referência para o cálculo da amostra, conforme já utilizado nos dois últimos levantamentos nacionais. Isso se deve ao fato de ainda ser o problema mais importante em saúde bucal e o único com dados capazes de gerar inferências para os demais problemas. O CPO-D é uma variável quantitativa e, portanto, o cálculo da amostra utilizou os dados do SB Brasil 2010, considerando seu valor médio e sua variabilidade expressa pelo desvio padrão. Para o cálculo do número de entrevistas utilizou-se as estimativas do SB Brasil 2010, verificando-se que para cada examinado na faixa etária de 15-19 anos seriam necessários 4,6 domicílios a serem visitados, sendo 2,34 e 7,62 para as faixas etárias adultas e idosas. Durante a oficina de treinamento das equipes locais, cada equipe de cada município receberá a informação a respeito de quantos domicílios terá que pesquisar, o modo como deverá percorrer o setor censitário e quantos indivíduos deverá, aproximadamente, encontrar em cada grupo etário. 2.2.3. Idades-índices e grupos etários Os grupos etários a serem utilizados neste estudo são os recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS). As descrições colocadas a seguir foram retiradas parcialmente da 4 a edição do Manual da OMS, de 1997 17. 15 a 19 anos. Considerando a possibilidade de comparação com os dados de 1986 e levando-se em conta, ainda, que, ao se trabalhar com idades restritas como 15 e 18 anos dificulta-se bastante o delineamento amostral (em função da sua proporção no conjunto da população), foi definido manter a faixa etária de 15 a 19 anos. Caso se deseje uma análise mais apurada de cada idade em particular, pertencente a este intervalo, os dados poderão ser agregados por porte ou região ou ainda outra variável que permita este nível de análise. 35 a 44 anos. Este grupo etário é o grupo padrão para avaliação das condições de saúde bucal em adultos. O efeito total da cárie dentária, o nível de gravidade do envolvimento periodontal e os efeitos gerais do tratamento prestado podem ser monitorados usando-se dados deste grupo etário. 65 a 74 anos. Este grupo etário tem se tornado mais importante com as mudanças na distribuição etária e no aumento da expectativa de vida que vem ocorrendo em muitos países. Os dados deste grupo são necessários tanto para o planejamento adequado do tratamento para os mais idosos como para o monitoramento dos efeitos gerais dos serviços odontológicos prestados a uma população. Os indivíduos de cada grupo etário serão avaliados com relação às doenças bucais descritas previamente (Quadro 1).

8 Idade / Grupo Etário (anos) 15 a 19 Quadro 1. Condições e idades/grupos etários a serem pesquisados Cárie Dentária Condição Periodontal Condição de oclusão dentária Coroa CPI DAI Angle * ** Uso e necessidade de prótese 35 a 44 65 a 74 * Serão utilizados somente as informações relativas à oclusão propriamente dita ** Serão utilizados somente as informações relativas à oclusão do primeiro molar permanente 2.2.4. Inferências A inferência deste estudo será a de estimar as prevalências de cada um dos problemas informados para cada um das 6 Macro regiões, levando-se em consideração o território das 6 macrorregionais, considerando os grupos etários em análise. Além disso, uma nova análise pós-estratificação poderá ser realizada para uma inferência mais específica para cada um dos 17 DRS (Capital, RMSP e as 16 DRS). 3. Operacionalização do Projeto 3.1. Fluxograma Operacional O modelo operacional do SB São Paulo 2015 tem como base uma pesquisa em que estão diretamente envolvidas à Secretaria do Estado da Saúde do estado de São Paulo, Entidades Odontológicas e Universidades. A estratégia para a sua condução obedecerá ao seguinte fluxograma. Figura 1. Fluxograma operacional do Projeto SB São Paulo 2015

9 O Grupo Gestor é o coordenador principal do Projeto, responsável pela sua oficialização na Capital e nos Municípios e responsável por construir o projeto técnico e operacional da pesquisa e de dar suporte para que os Centros Colaboradores o operacionalize. São atribuições: Da Coordenação Técnico-científica a) dar apoio às Coordenações Municipais e Instituições parceiras na realização da pesquisa em cada município; b) realizar as Oficinas de Trabalho com as Coordenações Municipais e Instituições parceiras; c) realizar reuniões técnicas com os instrutores de calibração; d) coordenar a distribuição (para a Coordenação Municipal do Projeto) do instrumental a ser utilizado na pesquisa e seu posterior recolhimento; e) acompanhar os Planos de Trabalho Municipais; f) analisar os dados coletados e elaborar relatório final do Projeto. A coordenação executiva do projeto se dará a partir da Área Técnica de Saúde Bucal da SES e as respectivas DRS. Em cada uma das DRS, há um responsável pela articulação com Municípios que foram sorteados, a fim de executar conjuntamente as etapas previstas. Em cada Secretaria Municipal de Saúde deverá ser designado um Coordenador Municipal da pesquisa. Da Coordenação Executiva a) trabalhar em conjunto com a Coordenação Técnico-científica nas diferentes etapas da pesquisa o Estado; b) solicitar a identificação dos coordenadores municipais da pesquisa e convocá-los sempre que necessário; c) identificar e convidar, junto com a Coordenação Técnico-científica, os potenciais parceiros (Instituições de Ensino Superior, Associações, etc.) para a 1ª Oficina de Trabalho do Projeto; d) disponibilizar local e infraestrutura para realização das etapas de trabalho com características estaduais (oficinas e reunião técnica de calibração); e) definir, junto as instituições parceiras e as coordenações municipais, os responsáveis pela etapa de calibração em cada município; f) coordenar a execução do Plano de Trabalho para realização do Projeto SB São Paulo 2015, apoiando os municípios; g) manter comunicação atualizada com a Coordenação Técnico-científica, informando o andamento das etapas previstas, os avanços e as dificuldades; h) coordenar a distribuição, para os municípios, do instrumental utilizado na pesquisa e seu recolhimento ao final da mesma. Da Coordenação Municipal a) Trabalhar em conjunto com as Coordenações Técnico-científica e Executiva nas diferentes etapas da pesquisa no município; b) designar a equipe de campo (examinadores/anotadores) e garantir sua liberação para participação na pesquisa; c) disponibilizar local e infraestrutura para realização das etapas de trabalho com características municipais; d) dar suporte para a participação dos parceiros especialmente na fase de calibração; e) coordenar a execução do Plano de Trabalho Municipal para realização do Projeto SB São Paulo 2015 e realizar a supervisão das equipes de campo; f) manter comunicação atualizada com a Coordenação Executiva informando o andamento das etapas previstas, os avanços e as dificuldades; g) receber o instrumental a ser utilizado na pesquisa e providenciar, ao final da coleta de dados, seu recolhimento e envio à Coordenação Estadual do Projeto;

10 Os municípios a serem pesquisados terão o número de equipes de campo (composta por um examinador e um anotador) definido em função do seu porte populacional. Municípios com até 20 mil habitantes poderão trabalhar com 2 equipes; de 20 a 50 mil com 3 equipes; de 50 a 150 mil com 4 equipes; os com mais de 150 mil com 5 equipes e a Capital com, no mínimo, 10 equipes. Na Tabela 1 abaixo, estão descritos os municípios da pesquisa de acordo com o porte, distribuídos pelos Centros Colaboradores, com a sugestão do respectivo número de equipes para a amostra ampliada. Porte populacional Nº de equipes sugeridos Até 20.000 hab 02 De 20.000 a 50.000 hab 03 De 50.000 a 150.000 hab 04 Mais de 150.000 hab 05 Capital 10 3.2. Fases da Pesquisa 3.2.1. Primeira Fase: Oficinas de trabalho com Secretarias Municipais de Saúde e as Instituições parceiras Num primeiro contato entre a Coordenação Estadual de Saúde Bucal o grupo gestor e os Municípios participantes da amostra do SB São Paulo 2015, estes serão comunicados sobre o projeto e da importância de sua participação. Também serão solicitados a indicar Coordenadores Municipais que, vale lembrar, não necessariamente correspondem aos coordenadores municipais de saúde bucal. Deverão ser profissionais que, de preferência, tenham alguma experiência em estudos epidemiológicos ou que se disponham a trabalhar nesta área. Ficará claro que o município dará todo o apoio a este profissional, liberando-o para responder pelas atividades relativas ao SB São Paulo em seu município. Os coordenadores locais do Projeto (municipais) serão reunidos em oficinas de trabalho, dirigidas pelas Coordenações e Instituições parceiras (Universidades), na sede das coordenações municipais, ou em outro local mais apropriado, para detalhamento do processo de operacionalização do levantamento. Estas oficinas terão a duração de 8 a 16 horas e ocorrerão em número necessário para cobrir todas as Macro regiões, o que pode ficar em torno de uma ou duas oficinas por DRS. Na oficina que ocorrerá no Município de Piracicaba, por exemplo, estarão presentes o coordenador do Centro Colaborador da FOP UNICAMP, o coordenador estadual do levantamento (indicado pelo coordenador estadual ou ele próprio), os coordenadores municipais das Unidades de Saúde de Piracicaba e representantes das Faculdades de Odontologia e das entidades. São etapas da Oficina: a) apresentar as características gerais do projeto; b) discutir as atribuições de cada Coordenação (Técnico-científica, Executiva,Instituições parceira e Municipal); c) definir as Instituições parceiras e detalhar as atribuições de cada uma;

11 d) apresentar a metodologia amostral e, fundamentalmente, as peculiaridades de cada Município; e) definir Plano de Trabalho e responsabilidades para as próximas etapas. O principal objetivo é a capacitação dos coordenadores municipais para que estes estejam aptos a conduzir o processo em seus respectivos municípios. Além disso, o produto dessa primeira Oficina é a constituição de um grupo de trabalho capaz de assumir a condução da pesquisa de forma parceira e articulada. Assim, é esperado que os coordenadores municipais do projeto, atendendo suas atribuições, exerçam as funções de articulação das equipes loco-regionais e, junto com a Coordenação Executiva, desenvolvam o cronograma pactuado. As faculdades de Odontologia e entidades de classe poderão oferecer apoio técnicocientífico colaborando, particularmente, na indicação de instrutores de calibração. Ainda que um dos objetivos do Projeto SB São Paulo 2015 seja capacitar os municípios nas atividades de epidemiologia em saúde bucal, em algumas situações será avaliada a necessidade de deslocamento de equipes de examinadores de municípios de maior porte até aqueles sem condições (ausência de dentista na cidade, por ex.). 3.2.2. Segunda Fase: Reuniões técnicas com os instrutores de calibração Definidos os instrutores de calibração em cada Município, estes se reunirão novamente com a Coordenação das Instituições parceiras para que seja discutido o processo de treinamento das equipes locais, buscando uma padronização do processo de calibração, incluindo todos os critérios dos índices a serem utilizados no levantamento. Dependendo das características dos municípios e da logística de deslocamento entre eles, será designado o número de instrutores de calibração. 3.2.3. Terceira Fase: Treinamento das equipes locais Nesta fase, os instrutores de calibração, que, dependendo do caso, poderão ser os próprios coordenadores municipais ou ainda professores de faculdades de Odontologia, conduzirão o treinamento das equipes locais ou microrregionais. O treinamento terá como referência os manuais produzidos para o Projeto SB São Paulo 2015 a serem utilizados pela equipe de campo. Estas oficinas terão a duração de 16 horas, sendo 04 horas teóricas e 12 horas de atividades práticas.. 3.2.4. Quarta Fase: Coleta de dados Nesta fase, uma vez que as equipes locais já estão devidamente treinadas, se dará início à coleta de dados. Os exames ocorrerão, conforme detalhado no projeto, em setores censitários sorteados previamente, de acordo com as características de cada município. A sequência com que estes exames ocorrerão será definida, de acordo com a realidade local. Após o sorteio dos elementos amostrais é fundamental visitar a área para estabelecer a estratégia de abordagem, identificar os recursos e as atividades para divulgação do trabalho, a fim de obter a colaboração da população, aspecto fundamental para o êxito do estudo. 3.2.5. Quinta fase: Tabulação dos dados O processo de digitação ocorrerá de forma centralizada na Coordenação Técnico-científica na FOP Unicamp, de modo a padronizar o processo e evitar erros. 3.2.6. Sexta fase: Análise dos dados e elaboração do relatório As equipes das Coordenações Técnico-científica, Executiva e Instituições parceiras se responsabilizarão pela análise dos dados e elaboração do relatório final. Este relatório

12 constará dos principais dados relativos aos municípios do Estados de São Paulo, sendo que as tabelas básicas seguirão o padrão do Projeto SBBrasil 2010. Todo o banco de dados será posteriormente disponibilizado via internet. O relatório final será amplamente divulgado, com cópias sendo enviadas a todos os Municípios participantes da amostra, às secretarias estaduais, faculdades, entidades, como também à imprensa leiga, para divulgação em todo o território nacional. 4. O Trabalho do Coordenador Municipal Conforme descrito no item 3.1, a boa condução da pesquisa só ocorrerá a partir de um esforço articulado entre os diversos níveis de gestão envolvidos. Detalharemos um pouco mais a partir de agora as tarefas e produtos a serem desenvolvidos pelos coordenadores municipais. 4.1. Participar da oficina de trabalho com todos os componentes envolvidos no projeto. A participação do coordenador nesta primeira oficina é fundamental para que o mesmo tenha conhecimento das características gerais da pesquisa, entenda seu modelo operacional e se aproprie dos conhecimentos necessários para a adequada condução da pesquisa em seu município. Neste sentido, é importante a leitura dos documentos relativos à pesquisa, especialmente este manual e o projeto técnico disponibilizado juntamente com o material. Toda e qualquer dúvida de caráter técnico deverá ser dirigida ao Coordenador Executivo, ou Instituição parceira responsável pelo município. Estes contatos também estão disponíveis na página do projeto e deverão ser, também, compartilhados por ocasião da primeira oficina. 4.2. Providenciar as informações necessárias para o delineamento amostral Como discutido anteriormente, os municípios participantes da pesquisa terão o seu delineamento definido e os coordenadores receberão as informações sobre quais setores percorrer e domicílios visitar. O papel do coordenador, nestes casos, é contribuir na organização da logística da pesquisa nos domicílios, ajudando a definir a melhor sequência para as visitas, realizando a distribuição dos setores entre as equipes e articulando parcerias locais (com equipe de Agentes Comunitários, por exemplo). Além disso, deverá procurar viabilizar estratégias de divulgação que facilitem o trabalho das equipes em locais de difícil acesso. 4.3. Identificação e recrutamento das equipes de campo Em primeiro lugar, observe na Tabela 1 a quantidade de equipes de campo sugeridas que serão utilizadas em seu município. Entende-se como equipe de campo, um examinador, que deve ser um Cirurgião-Dentista, e um anotador que deve ser, preferencialmente, um Auxiliar em Saúde Bucal (ASB). Em situações excepcionais, em que este profissional não esteja disponível, podem ser utilizados outros profissionais de nível elementar e médio dos serviços de saúde (como Agentes Comunitários de Saúde, por exemplo). Um aspecto importante que o coordenador municipal deve estar atento é com relação ao perfil destes profissionais. Recomenda-se que esta equipe seja, preferencialmente, formada por pessoas com alguma experiência em levantamentos epidemiológicos de saúde bucal, ou que tenham tido acesso a este tipo de conhecimento em algum momento de sua carreira, como cursos de especialização ou aperfeiçoamento. Além isso, devem ser profissionais com vínculo profissional estabelecido com a secretaria municipal, seja por concurso público, seja mediante contratação via Estratégia Saúde da Família. Obviamente

13 este é um perfil desejável e não exclusivo para a composição das equipes de campo, servindo apenas como recomendação para os coordenadores municipais. Uma vez identificados os profissionais que participarão do projeto, os mesmos devem ser convidados a se incorporarem à pesquisa e deve ser garantida a sua participação por parte da gestão local. Este é um aspecto relevante que deve ser discutido com a Secretaria Municipal de Saúde, deixando claro que estes profissionais devem estar dedicados integralmente à pesquisa por um período que pode variar de um a dois meses, dependendo do tamanho da equipe. 4.4. Participar da segunda oficina de trabalho com a instituição parceira e os instrutores de calibração Na segunda oficina de trabalho o coordenador municipal terá acesso a todo o conjunto de estratégias necessárias para a condução da pesquisa localmente. Deverá receber os setores censitários sorteados e as listas de percurso destes setores. Deverá, conjuntamente com a equipe, discutir a melhor forma de organizar a coleta, orientando a divisão dos setores por cada equipe e organizando o cronograma. 4.5. Organizar o local e infra-estrutura para realização da pesquisa 4.5.1. Na fase de treinamento das equipes locais Depois da segunda oficina, a próxima etapa da pesquisa é o treinamento das equipes locais. Em muitas situações, esse treinamento deverá ocorrer no próprio município e serão necessárias algumas providências importantes para dar suporte às atividades de treinamento e calibração: Um local para o treinamento teórico, que pode ser uma sala equipada com computador, projetor multimídia e, deve permitir escurecimento parcial, considerando a necessidade de projeção de fotografias. Espaços para o treinamento em adolescentes, adultos e idosos, devem ser previamente contatados (por ex. UBS) Condições de deslocamento das equipes para estes locais de treinamento (veículo com motorista). Maiores detalhes sobre essas providências serão acrescentados pelo instrutor de calibração designado para o treinamento no município 4.5.2. Na fase de coleta de dados a) Dar o suporte necessário para o trabalho das equipes Neste caso, há dois principais aspectos a serem considerados. Em primeiro lugar, para o caso de municípios de grande porte ou com grandes extensões territoriais, deve ser viabilizada uma logística de transporte para estas equipes. Um segundo aspecto diz respeito à sistemática para o uso adequado dos instrumentais. Para aqueles que exigem esterilização, como as sondas, por exemplo, deve ser estudada a melhor maneira de organizar este processo, definindo uma ou mais Unidades de Saúde onde estes ciclos de esterilização possam ser realizados, de modo a manter um fluxo de exames sem interrupções desnecessárias. Cada equipe de campo receberá instrumental suficiente para a realização de 20 exames sem necessidade de esterilização. Em geral, esse montante é suficiente para um turno de trabalho, de modo que devem ser pensadas alternativas para a realização de ciclos de esterilização entre os turnos da manhã e da tarde.

14 b) Realizar a supervisão de campo A supervisão de campo é um aspecto extremamente importante na execução da pesquisa pois garante que os dados serão coletados de maneira padronizada em todo o país. A sequência para a supervisão de campo, a ser realizada pelo supervisor é a seguinte: Para a capital sorteie 2 setores dentre os 18 setores que foram selecionados para a amostra. No caso de municípios do interior com amostra mínima em que apenas um ou dois setores será avaliados, utilize uma quadra. Nestes setores, baseado nas folhas de arrolamento, percorra novamente pelo menos 10% dos domicílios que foram pesquisados pela equipe. Determine os domicílios de modo a percorrer todo o setor. Por exemplo, caso a equipe tenha percorrido 100 domicílios, escolha um em cada bloco de dez e faça a visita. Na visita a estes domicílios, entreviste o chefe da família e procure checar as seguintes informações, baseado no modelo de relatório: (a) se o pesquisador identificou corretamente os grupos etários elegíveis (15 a 19, 35 a 44 e 65 anos e mais); (b) se os todos os exames foram realizados e (c) se o questionário socioeconômico foi aplicado corretamente. Escreva, no relatório, as observações coletadas no processo de supervisão. Um modelo de relatório se encontra no anexo deste manual. c) Cuidar do recolhimento das folhas de arrolamento e dos mapas. Ao final do processo de coleta de dados, cada equipe deverá entregar todas as folhas de arrolamento de domicílio. O coordenador deverá juntar todos estes documentos ao relatório de supervisão de campo e entregar ao Coordenador Estadual do Projeto, o qual encaminhara à Coordenação Técnico-científica. 4.6. Manter comunicação atualizada com a Coordenação Estadual Esta comunicação deve ser realizada periodicamente informando o andamento das etapas previstas, os avanços e as dificuldades. Sempre que ocorrer algum imprevisto, tentar resolvê-lo junto à Coordenação Executiva.

15 4.7. Gerenciar o uso do instrumental a ser utilizado. O coordenador municipal receberá o material necessário para cada equipe de campo, composto de: Duas bolsas para guarda do material de pesquisa 20 sondas para exame bucal 20 Espelhos bucais em quantidade suficiente para o total de exames requerido Uma caixa metálica para guarda de material estéril Uma caixa plástica para guarda de material contaminado Uma pinça Luvas e máscaras em quantidade suficiente para o total de exames requerido Uma pasta de abas com elástico Impressos (Termos de consentimento, Ficha Clínica e Ficha de Avaliação sócio econômica) em quantidade suficiente para o total de exames requerido. Para os materiais que devem ser descartados, a coordenação municipal deverá entrar em contato com a Vigilância Sanitária local para estabelecer a melhor estratégia para o descarte destes materiais. Para os outros instrumentais, como sondas, pinças e caixas, ao final do período de coleta de dados, os mesmos deverão ser recolhidos e entregues, esterilizados, à Coordenação Estadual do projeto ou aos interlocutores de saúde bucal das respectivas DRS. 5. Cronograma Ano/Mês 2014 2015 Fase Consulta Pública e submissão ao CEP do Projeto Técnico Delineamento Amostral Capacitação/Oficinas de Treinamento com coordenadores locais Calibração/Treinamento das equipes de campo Coleta dos dados Análise dos dados Elaboração do Relatório Impressão e divulgação do Relatório Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun

16 6. Referências 1. ANGLE, E. H; Classification of malocclusion. Dental Cosmos, 41: 248-64, 1899. 2. BRASIL. Ministério da Saúde - Divisão Nacional de Saúde Bucal. Levantamento Epidemiológico em Saúde Bucal: Brasil, zona urbana. 1986. 137p. 3. BRASIL. Ministério da Saúde. Conselho Nacional de Saúde, Comissão Nacional de Ética em Pesquisa. Resoluções do Conselho Nacional de Saúde sobre pesquisas envolvendo seres humanos. http://www.datasus.gov.br/conselho/comissoes/etica/resolucoes.htm. 1999. 4. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Projeto SB Brasil 2003: condições de saúde bucal da população brasileira 20022003: resultados principais. Brasília: Ministério da Saúde, 2004. 68 p.: Série C. Projetos, Programas e Relatórios. 5. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Coordenação Nacional de Saúde Bucal. SB2010. Pesquisa Nacional de Saúde Bucal. Resultados principais. Brasília: MS; 2011. 6. CONS NC, JENNY J, KOHOUT FJ, SONGPAISAN Y, JOTIKASTIRA D. Utility of the dental aesthetic index in industrialized and developing countries. J Pub Health Dent. 1989; 49(3):163-6. 7. Grootaert C, Narayan D, Jones VN, Woolcock M. Measuring social capital: an integrated questionnaire. Washington DC: World Bank; 2004. 8. LWANGA SK, LEMESHOW S. Sample size determination in health studies: a practical manual. Geneva: World Health Organization. 1991. 80p. 9. PEREIRA AC et al. Tratado de saúde bucal coletiva. Ed Napoleão, 1ª ed, 2009. 10. PINE C, PITTS NB, NUGENT ZJ. British Association for the study of Community Dentistry (BASCD) guidance on sampling for surveys of child dental health. A BASCD coordinated dental epidemiology programme quality standard. Community Dental Health. 1997;14: (Suppl 1): 1-17. 11. RONCALLI AG. Levantamentos epidemiológicos em saúde bucal no Brasil. In: ANTUNES JLF, PERES MA. Epidemiologia da saúde bucal. Rio de Janeiro: Guanabara-Koogan. 2006. Cap.3, p.32-48. 12. SILVA NN. Amostragem probabilística. São Paulo: EDUSP, 1998.124p. 13. UNITED NATIONS, Department of Economic and Social Affairs, Statistic Division. Household Sample Surveys in Developing and Transition Countries. New York, United Nations Publications, 2005. 655p. 14. UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, Faculdade de Saúde Pública, Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo. Levantamento das Condições de Saúde Bucal - Estado de São Paulo, 1998. Caderno de Instruções. São Paulo, 1998. [mimeo] 15. WORLD HEALTH ORGANIZATION. Calibration of examiners for oral health epidemiological surveys. Geneva: ORH/EPID, 1993. 16. WORLD HEALTH ORGANIZATION. Oral health surveys: basic methods. 3 ed. Geneva: ORH/EPID, 1987. 17. WORLD HEALTH ORGANIZATION. Oral health surveys: basic methods. 4 ed. Geneva: ORH/EPID, 1997.

Anexos (transcrito do SB Brasil 2010) 17

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19 Anexo 2 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido Termo de Consentimento Livre e Esclarecido Esclarecimentos Este é um convite para você participar da Pesquisa estadual de Saúde Bucal (Projeto SB São Paulo 2015) realizada pela Secretaria do Estado da Saúde do estado de São Paulo, Entidades Odontológicas e Universidades. Sua participação é voluntária, o que significa que você poderá desistir a qualquer momento, retirando seu consentimento, sem que isso lhe traga nenhum prejuízo ou penalidade. Nessa investigação científica, serão examinados os dentes e as gengivas de adolescentes e adultos da população do seu município, escolhidos por sorteio. O exame é uma observação da boca, feita na própria escola ou na residência, com toda técnica, segurança e higiene, conforme normas da Organização Mundial da Saúde e do Ministério da Saúde. Não representa riscos nem desconforto para quem será examinado. Os dados individuais não serão divulgados em nenhuma hipótese, mas os resultados da pesquisa ajudarão muito a prevenir doenças bucais e melhorar a saúde de todos. Os riscos relativos à sua participação nesta pesquisa são mínimos e os benefícios que você terá serão indiretos e relacionados a um melhor conhecimento a respeito das doenças bucais na população do estado de São Paulo de modo a organizar os serviços de maneira mais racional e efetiva. Todas as informações obtidas serão sigilosas e seu nome não será identificado em nenhum momento. Os dados serão guardados em local seguro e a divulgação dos resultados será feita de forma a não identificar os voluntários. Se você tiver algum gasto que seja devido à sua participação na pesquisa, você será ressarcido, caso solicite. Em qualquer momento, se você sofrer algum dano comprovadamente decorrente desta pesquisa, você terá direito a indenização. Caso seja detectado algum problema de saúde bucal que exija atendimento odontológico, você será devidamente encaminhado a uma Unidade de Saúde, onde será atendido. Você ficará com uma cópia deste Termo e toda a dúvida que você tiver a respeito desta pesquisa, poderá perguntar diretamente para <coordenador local da pesquisa>, no endereço <endereço da instituição> ou pelo telefone <telefone da instituição>. Dúvidas a respeito da ética dessa pesquisa poderão ser questionadas ao Coordenação Técnica-Científica e a Coordenação executiva do Projeto SB São Paulo 2015. Consentimento Livre e Esclarecido Para participante individual Declaro que compreendi os objetivos deste estudo, como ele será realizado, os riscos e benefícios envolvidos na Pesquisa Estadual de Saúde Bucal Projeto SB São Paulo 2015 e autorizo a realização do exame Data / / Assinatura ou impressão dactiloscópica Nome em letra de forma Consentimento Livre e Esclarecido Para Pais ou Responsáveis Declaro que compreendi os objetivos deste estudo, como ele será realizado, os riscos e benefícios envolvidos na Pesquisa Estadual de Saúde Bucal Projeto SB São Paulo 2015 e autorizo a realização do exame em Data / / Responsável Nome em letra de forma Assinatura ou impressão dactiloscópica Pesquisador Nome em letra de forma Modelo de Relatório de Supervisão de Campo Assinatura

20 SECRETARIA ESTADUAL DA SAÚDE DO ESTADO DE SÃO PAULO FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE PIRACICABA - UNICAMP Projeto SB São Paulo 2015 Pesquisa Estadual de Saúde Bucal 2015 Estado: Município: Coordenador: Período da Supervisão: / / a / / Número de setores percorrido: Número de domicílios percorrido: Instruções: Informar na casela Sim e Não o número de domicílios em que se observou a ocorrência. Não marcar apenas X Identificação dos Grupos Etários participantes Sim Não Observações 1. O número de moradores nas faixas etárias de interesse coincide com o descrito na Folha de Arrolamento 2. Segundo informação do responsável pelo domicílio, o pesquisador perguntou sobre a existência dos grupos etários de interesse Realização dos Exames Requeridos Sim Não 1. Segundo informação do responsável pelo domicílio, o pesquisador realizou o exame em todos os grupos etários Aplicação do questionário-entrevista Sim Não 1. Segundo informação do responsável pelo domicílio, o pesquisador aplicou o questionário ao mesmo 2. Segundo informação do responsável pelo domicílio, o pesquisador aplicou o questionário aos moradores na faixa etária de interesse Outras observações que julgar pertinentes / / Local Data Nome do Coordenador Assinatura do Coordenador