Pró-Reitoria de Graduação Curso de Educação Física Trabalho de Conclusão de Curso



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Transcrição:

Pró-Reitoria de Graduação Curso de Educação Física Trabalho de Conclusão de Curso O ATLETISMO ESCOLAR NA VISÃO DOS PROFESSORES DAS ESCOLAS DA REDE PÚBLICA DO PLANO PILOTO-DF, GUARÁ-DF E CRUZEIRO-DF. Autor: Glauber Sizino de Sousa Aparecido Orientador: Prof. Msc Luís Antônio Vitelli Peixoto Brasília - DF 2010

GLAUBER SIZINO DE SOUSA APARECIDO O ATLETISMO ESCOLAR NA VISÃO DOS PROFESSORES DAS ESCOLAS DA REDE PÚBLICA DO PLANO PILOTO-DF, GUARÁ-DF E CRUZEIRO-DF. Artigo apresentado ao curso de graduação em Educação Física da Universidade Católica de Brasília, como requisito parcial para obtenção do Titulo de Licenciado em Educação Física. Orientador: Prof. Msc. Luís Antônio Vitelli Peixoto. Brasília 2010

Artigo de autoria de Glauber Sizino de Sousa Aparecido, intitulado O ATLETISMO ESCOLAR NA VISÃO DOS PROFESSORES DAS ESCOLAS DA REDE PÚBLICA DO PLANO PILOTO-DF, GUARÁ-DF E CRUZEIRO-DF. Apresentada como requisito parcial para obtenção do grau de Licenciado em educação Física da Universidade Católica de Brasília, em 27 de novembro de 2010, defendida e aprovada pela banca examinadora abaixo assinada: Prof. Msc. Luís Antônio Vitelli Peixoto Orientador Educação Física UCB Prof. Dr. Ricardo Flávio de Araújo Bezerra Educação Física UCB Brasília 2010

4 GLAUBER SIZINO DE SOUSA APARECIDO O ATLETISMO ESCOLAR NA VISÃO DOS PROFESSORES DAS ESCOLAS DA REDE PÚBLICA DO PLANO PILOTO-DF, GUARÁ-DF E CRUZEIRO-DF. RESUMO: Este estudo traz uma apresentação e considerações da pesquisa realizado nas escolas públicas do Plano Piloto e das cidades satélites do Guará e Cruzeiro, todas localizadas no Distrito Federal. Os questionários foram oferecidos a professores que lecionam nas séries finais do Ensino Fundamental (6º ao 9º ano) e do ensino médio (1º ao 3º ano). A aplicação dos instrumentos de coleta de dados buscou levantar as dificuldades relativas ao uso de instalações, materiais, e utilização desta modalidade por parte dos professores. E assim buscar um entendimento de qual seria a melhor ação pedagógica para levar a disciplina do atletismo à escola. O objetivo foi analisar se há prática do atletismo nas escolas da rede pública de ensino, bem como, discutir soluções para a melhor desenvoltura deste desporto na educação física escolar. A amostra foi composta por 20 (vinte) professores de Educação Física, representantes de 8 (oito) escolas selecionadas, todas elas fazem parte da rede pública de ensino do Distrito Federal que responderam a um questionário que permitiu detectar: a) o interesse do professor pelo Atletismo; b) se trabalham com atletismo e suas justificativas; c) Os fatores que podem contribuir para o desenvolvimento do Atletismo em suas aulas. O estudo nos leva a concluir que a utilização de todas as provas do Atletismo, aplicada tanto de forma lúdica e jogos recreativos quanto de forma tradicional, é de fundamental importância para o desenvolvimento dos alunos, isso implica a inclusão do atletismo no planejamento e nas aulas de educação física. Palavras Chave: Atletismo. Educação Física Escolar. Lúdico. 1 INTRODUÇÃO As provas de atletismo nasceram da imitação dos movimentos básicos do homem, como correr, saltar, arremessar, entre outros. Em 1225 a.c. se deu origem como prática esportiva e teve como seu primeiro palco das modalidades a Grécia (OLIVEIRA, 2006, p. 23). No Século XVIII, Baseado na teoria de Rousseau, o atletismo foi implantado nas escolas primárias públicas da Inglaterra, onde crianças de ambos os sexos praticavam a modalidade (CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE ATLETISMO, 1985). Em 1828 iniciou a reforma pedagógica na Inglaterra, onde Thomas Arnold deu uma atenção a mais nas provas de corridas, saltos e arremessos, a partir dessa data nasce o espírito de competição pela ação do atletismo, onde se presenciava não somente na área escolar, mas também em outros lugares como nas universidades, associações e clubes, e que serviu de exemplo para diversos países (CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE ATLETISMO, 1985). No Brasil, o atletismo começou a ser praticado em 1910, no Estado de São Paulo, mas só em 1914 realizou-se a primeira competição por iniciativa do jornal O

Estado de São Paulo, uma espécie de duodecatlo, contendo 12 provas (OLIVEIRA, 2006, p. 26). Segundo Justino e Rodrigues (2007) o atletismo pode ser um dos esportes mais praticados do mundo, pois se inicia com uma simples corrida. Hoje em dia é pouco valorizado e pouco praticado nas escolas, sendo na maioria das vezes por falta de incentivo e apoio daqueles que estão ali para ensinar e educar, ou seja, os professores. Nem sempre o atletismo é trabalhado nas aulas de Educação Física Escolar. Alguns dos principais motivos para que esse ensino não ocorra, está na falta de disponibilidade de materiais, na deficiência da formação de profissionais e na falta de interesse de alunos e professores (MATTHIESEN, 2005). A maioria dos professores coloca como principal motivo a falta de espaço físico para aplicação do atletismo. O fato da grande maioria das escolas (principalmente as públicas) não possuírem infra-estrutura para a prática dessa modalidade, faz surgir um enorme desinteresse dos professores em ensinar (LENCINA, 1999). Para Meurer e colaboradores (2008), ao ensinar o atletismo na escola, prioriza-se, principalmente, desenvolver as provas atléticas com base no esporte competitivo. Colocando como prioridade suas regras e normas oficiais de competição. Isto torna a prática desta modalidade pouco atrativa e interessante para os alunos, especialmente para aqueles que são considerados menos habilidosos. A questão social é um fator que contribui para o desânimo dos professores em aplicar o atletismo na área escolar, pois o Brasil ainda é considerado o País do Futebol. Logo, este esporte é considerado o mais popular e é o mais praticado hoje em dia no país, sendo mais fácil para os acadêmicos agradar seus alunos ensinando as modalidades que utilizam a bola como principal instrumento, como é o caso do Basquete e do Vôlei, deixando, desta forma, o Atletismo de lado, sendo que os seus fundamentos são importantes para todos os esportes. A popularidade de um esporte em uma sociedade em particular, pode muito bem influir sobre as atitudes e preferências da juventude (SINGER, 1986, p. 186). Segundo Oliveira (2006), o atletismo tem grande valor para os alunos. O seu conteúdo tem que, no seu desenvolvimento, estimular a criança a ter gosto e prazer de estar praticando esta modalidade, mas para que isso ocorra o professor tem que transmitir para o aluno, a possibilidade de praticar uma modalidade, no caso o atletismo, de forma alegre, com criatividade, e de modo que estimule o aluno. Através de jogos, as crianças podem brincar de atletismo, pois usar o jogo é uma forma de atrair, de despertar o interesse para o esporte. Partindo deste principio, vemos a importância do aprendizado deste esporte desde a infância, principalmente no processo de aprendizagem motora das crianças (OLIVEIRA, 2006, p. 35). Exposto isto, o objetivo deste estudo é levantar as principais razões, pelas quais o Atletismo é uma modalidade pouco ensinada nas aulas de Educação Física, na visão dos professores de escolas públicas de três Regiões Administrativas do Distrito Federal. 5

6 2 METODOLOGIA Para a realização da pesquisa foram selecionados aleatoriamente 20 (vinte) professores de Educação Física, que atuam em 08 (oito) escolas da Rede Pública, selecionadas entre as 14 (quatorze) que compõem as Diretorias Regionais de Ensino do Plano Piloto DF e das Cidades Satélites do Guará-DF e Cruzeiro-DF. Como critérios, para a realização do estudo, foram selecionadas as escolas que possuíam as séries finais do ensino fundamental (6º a 9º ano) e/ou ensino médio (1º ao 3º ano). A fim de formalizar o contato entre o pesquisador e os professores foi elaborado um documento constando os seguintes requisitos: a apresentação do pesquisador, o objetivo da pesquisa, o pedido de autorização para realizar o estudo, bem como o questionário a ser aplicado, que foi apresentado ao professor no dia em que o mesmo foi entrevistado. Para a coleta de dados do presente estudo, foi utilizado um questionário elaborado por Oliveira (2006); Justino e Rodrigues (2007) adaptado. O estudo tem como foco o atletismo escolar e as possíveis dificuldades para o ensino desta modalidade nas atividades que compõem as aulas de educação física nas escolas. O questionário foi apresentado aos professores na primeira quinzena do mês de novembro de 2010, ficando a critério do pesquisador quanto à data de entrega dos mesmos. A fim de justificar os resultados encontrados, após a realização da pesquisa os dados foram agrupados em gráficos onde constam os dados coletados a respeito das opiniões dos professores, que serão analisados por estatística descritiva com base na literatura apropriada. 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO No questionamento sobre o fato do atletismo ser ou não um conteúdo importante a ser aplicado nas aulas de Educação Física, 19 professores (95%) responderam que sim, considerando que o atletismo é um conteúdo importante e que também está presente em outros desportos. Gráfico 1 O atletismo é ou não um conteúdo importante para ser aplicado nas aulas de Educação Física?

Os dados apresentados no gráfico 1 mostram na perspectiva de autores como Jonath/ Haag/ Krempel (1997) citado por Oliveira (2006), que o atletismo é de fundamental importância, pois é considerado uma modalidade base, da qual auxilia em vários outros esportes. Os exercícios proporcionados pelo atletismo são meios altamente eficazes para aumentar a capacidade do rendimento físico. E com estes exercícios desenvolve e aperfeiçoa da melhor forma possível as articulações, o sistema nervoso, assim permite desenvolver também capacidades físicas como resistência, força, flexibilidade, velocidade e impulsão. Além de estimular o raciocínio, a percepção e a agilidade e que no ambiente escolar ele pode se organizar e ainda buscar diferentes objetivos com sua prática; o que necessita é uma introdução deste desporto no planejamento do professor a fim de alcançar toda a importância que o atletismo deve ter na formação do aluno em todos os aspectos (OLIVEIRA 2006, pág. 26). Schmolinsky (1982) - citado por Oliveira (2006) afirma que praticar atletismo aperfeiçoa a coordenação geral do organismo, melhorando a capacidade física e proporcionando melhor cumprimento das tarefas da vida diária. E isso justifica a utilização deste esporte em sala de aula, pois ele pode melhorar o rendimento do estudante não só nas aulas de educação física como em outras disciplinas que exijam maior flexibilidade, coordenação motora, e outros tipos coordenação em geral, além de contribuir para o desenvolvimento de vários aspectos, como o social, o cultural e a inclusão. Nas escolas, o atletismo há muito tempo vem sendo colocado em segundo plano, dando espaço aos jogos coletivos, que grandiosamente vem sendo difundidos entre os profissionais da área (OLIVEIRA, 2006). Tendo em vista a importância do atletismo dentro da maior manifestação esportiva e cultural da humanidade - os jogos Olímpicos. Além do fato de ser ele, base para o desenvolvimento de outros esportes, e extremamente importante no desenvolvimento físico e motor daqueles que o praticam, houve a preocupação em realizar um trabalho sobre o desenvolvimento do Atletismo Escolar. Na verdade, é preciso pensar que a importância do atletismo advém de sua própria origem, que é análoga à do próprio homem. Por isso, é chamado de esporte natural, pois sua prática confunde-se com os movimentos essenciais da espécie. Afinal, ser atleta significa andar (marchar), correr, saltar, arremessar, entre outros. Analisando as respostas referentes á importância do atletismo escolar, foi possível perceber que os professores consideram o atletismo um esporte que é a modalidade base para quase todos os esportes, pois trabalha todas as regiões do corpo, e várias habilidades; proporcionando o desenvolvimento das valências físicas, o desenvolvimento das capacidades e habilidades motoras; sendo também uma vivência corporal importantíssima e uma vivência única de esporte, no entanto, a prática desta concepção se dá na forma inversa, pois o atletismo fica sempre em segundo plano como vai mostrar o gráfico 2. Faz-se necessário pensar que a iniciação do atletismo desde os primeiros anos escolares é de grande valia pedagógica, pois é uma modalidade muito acessível à iniciação esportiva e irá contribuir na construção da cultura esportiva do aluno. Os educandos terão a oportunidade de vivenciar diferentes movimentos e poder, a partir da compreensão do esporte, transferir estes conhecimentos motores para outras modalidades esportivas (OLIVEIRA, 2006). O atletismo também oferece a qualquer um a chance de descobrir, pelo menos, um tipo de aptidão esportiva em que poderá garantir seu desenvolvimento futuro, como esportista praticante (KIRSCH, KOCH & ORO, 1983 Citado por Noll at al 2008). 7

8 Gráfico 2 A aplicação do atletismo enquanto conteúdo do planejamento anual? No questionamento 2 o resultado obtido foi de 12 respostas positivas o que nos leva a reflexão de que 60% dos professores pesquisados incluem o atletismo em seu planejamento escolar anual. É importante pensar que esses professores (60%) incluem e trabalham com atletismo em suas aulas quando realizam outras modalidades que possuem elementos como a corrida, salto, arremesso e tantos outros, mas o que se espera é que estes professores possam trabalhar com o atletismo em sua forma específica para, então esta ser a base para os outros desportos e não o contrário. A lei de diretrizes e bases da educação em seu artigo 26º inciso 3º dispõe que a educação física, integrada à proposta pedagógica da escola, é componente curricular da Educação Básica, ajustando-se às faixas etárias e às condições da população escolar, mas o que acontece é que principalmente em escolas públicas a atividade física se resume a jogos coletivos, ficando muito aquém das possibilidades que poderiam ser desenvolvidas. Essa reflexão pode ser obtida com base no gráfico dois, refletindo sobre o resultado do gráfico nº 1 mostra que 95% dos professores acham a aplicação do atletismo nas aulas de educação física importante, no entanto, somente 60% destes educadores utilizam essa modalidade esportiva em seu planejamento escolar. Diante destes dados é preciso pensar que a disciplina de Atletismo, no contexto escolar, pode ser referenciada como fundamental, pois as capacidades e habilidades inerentes aos seus conteúdos, frequentemente, servem de base para outras modalidades desportivas. Aprender a lançar com uma bola leve confunde-se com um passe ou um arremesso do handebol, por exemplo; Correr bem é fundamental em quase todas as modalidades desportivas que se servem da locomoção. A ligação da corrida-impulsão para o salto em altura solicita ações com semelhanças ao movimento de preparação do ataque no voleibol. Sendo assim, parece-nos fundamental uma estruturação adequada dos seus objetivos e conteúdos programáticos, ordenados em sequência, partindo do simples para o complexo e do geral para o específico. O atletismo é um esporte que tem um destaque sempre especial nos anos em que acontecem os jogos Olímpicos. Mas é somente neste curto espaço de tempo olímpico que grande parte da população entra em contato com as provas, e com os movimentos desta modalidade. Deste modo a valorização do atletismo por grande parte da população fica muito aquém, e nas escolas falta curiosidade pelo esporte por parte dos estudantes e falta incentivo por parte dos educadores, e muitas vezes, por isso, não é inserido no planejamento escolar.

9 Gráfico 3 Na escola possui ou não material didático para a prática da iniciação do atletismo? Gráfico 4 Na escola possui ou não espaço físico adequado para a prática do atletismo. Gráfico 5 Falta de espaço físico e material adequado para a prática da iniciação ao atletismo é um aspecto negativo para a não utilização da modalidade nos planejamentos escolares? Segundo Mezzaroba et al (2006) no que diz respeito ao atletismo convencional, uma minoria de escolas disponibilizam aos alunos toda a infraestrutura necessária para um bom desenvolvimento da modalidade. A maioria absoluta das escolas públicas e particulares, não possuem nenhum espaço físico para a prática de esportes como o atletismo. Os Gráficos 3, 4 e 5 se referem a duas das grandes dificuldades encontradas pelos professores para a prática do atletismo, e muitas vezes, principalmente nas escolas públicas, quando se refere a quase todas as modalidades, o uso de materiais e espaço adequados a práticas esportivas se apresentam como barreiras.

10 O estudo realizado apresenta fatores como a falta de implementos, materiais e também instalações inadequadas que dificultaram a ação pedagógica, o que desfavorece o aprendizado. Se relacionadas ao atletismo, em sua grande maioria estas dificuldades podem ser superadas graças a simplicidade das provas, considerando que esta modalidade representa os movimentos básicos dos seres humanos: correr, saltar, arremessar, lançar e marchar. Mas estas atividades não podem ser encaradas de forma desordenada, pouco planejada ou mesmo desdenhosa, pois estas ações, por mais simples que sejam, requerem uma contextualização para o entendimento do desenvolvimento histórico desta modalidade, desde sua origem até a sua prática formal e regulamentar atual, e mesmo para o bom desempenho dos atletas que praticam este esporte. Em trabalho de pesquisa realizado em escolas públicas do município de São José dos Pinhais, Oliveira (2006, pág. 15) levantou que 67% dos professores afirmam que a escola não apresenta espaço físico apropriado para a prática do atletismo, apenas locais que são improvisados como quadras, pátios ou áreas abertas. Apenas 33% dos professores têm em suas escolas alguns espaços para desenvolver atividades específicas, como caixas de salto em distância e triplo, setores de lançamentos e arremessos, e pistas de corridas proporcionais ao espaço esportivo da escola. Até mesmo os Parâmetros Curriculares Nacionais já prevêem esta precariedade das escolas públicas por falta de espaço físico adequado: Dada a pouca infra-estrutura de muitas escolas, é preciso contar com a improvisação de espaços para o desenvolvimento de atividades específicas de laboratório, teatro, artes plásticas, música, esportes, etc. (PCN, 1997, pág.64) Mundialmente esta é uma realidade, já que o espaço formal da prática do atletismo tem grandes dimensões, mas adaptando suas provas aos espaços requeridos, seu ensino poderá ser compatível com a realidade das escolas. Em discussão com outros professores de educação física que participaram deste estudo, encontrei que todos consideravam o atletismo como uma modalidade de fácil aplicação e também foram unânimes em afirmar que as maiores dificuldades era a falta de materiais adequados para as provas técnicas e a precariedade das instalações das escolas. Considerando que a quase totalidade das escolas públicas avaliadas, não havia espaços e instalações adequadas para a prática do atletismo, é imprescindível pensar que isto não significa que não possamos trabalhá-la com muita criatividade e realizando adaptações para a aplicação das aulas. Gráfico 6 O atletismo a ser aplicado na escola, pode ter caráter lúdico.

11 Meurer at al (2008) propõe o processo de ensino aprendizagem do atletismo vinculado à aspectos lúdicos, onde o brincar permita o desenvolvimento das capacidades motoras básicas, possibilitando a aprendizagem do atletismo e a vivência de diferentes situações permitidas pelo brincar, favorecendo desenvolvimento integral da criança. De acordo com a mesma autora, a utilização do lúdico no processo de ensino aprendizagem do atletismo ganha dimensão em importância no contexto escolar por possibilitar a participação de todos, independentemente do seu atual desenvolvimento motor e também por se caracterizar como sendo uma atividade prazerosa, que possibilita alegria e prazer na sua realização. Não há porque desenvolver habilidades de correr, saltar, lançar e arremessar se não forem significativas para as pessoas que as executam, e as características lúdicas inseridas neste contexto podem auxiliar na motivação e interesse pelo esporte. É importante compreender que qualquer aprendizagem deva ser significativa e a inclusão de novas situações pedagógicas da Educação Física Escolar pode ajudar a desmistificar a mera execução de movimentos corporais isolados. Enfatiza Oliveira (2006) que o atletismo jogado e brincado aproxima-se da atividade cultural da criança, o que torna a aprendizagem mais significativa, relacionando o movimento com a realidade concreta vivida, tornando o esporte mais atraente e motivador, sendo o jogo uma forma rica de aprendizagem. Gráfico 7 O material e o espaço físico a ser utilizado na iniciação do atletismo podem ser improvisados. Com o resultado, verificou-se que todos os professores (100%) que participaram da pesquisa acreditam que a improvisação de materiais pode ser positiva na iniciação do atletismo. No entanto no gráfico nº 5, um total de 90% dos professores pesquisados afirmam que a falta de espaço físico e material adequado para a prática da iniciação ao atletismo é um aspecto negativo para a não utilização da modalidade nos planejamentos escolares. É importante pensar que para improvisar é necessário um maior conhecimento deste esporte, pois o material teórico próprio pode auxiliar no desenvolvimento do atletismo nas aulas. E é essencial que as escolas da rede pública de ensino busquem alternativas para que seus professores trabalhem com o desporto atletismo em suas aulas, sempre focado em torná-las muito mais diversificadas respeitando a faixa etária e o nível motor de cada uma, e com isso atingirem muitos outros objetivos com seus alunos. Cabe salientar que para realizar a iniciação às provas do Atletismo, os espaços adequados para esta prática podem ser adaptados em diversos locais, e, mesmo a escola com menos espaço físico para a prática de atividades físicas, apresenta locais que poderiam ser utilizados para esta iniciação. Além disso, a falta

12 de materiais é facilmente resolvida com criatividade, visto que a grande maioria dos materiais, necessários para a execução das provas de atletismo, podem ser confeccionadas com a utilização de materiais alternativos. O que pode ser confirmado por Souza (2006) - citado Oliveira (2008) quando afirma que o atletismo pode ser desenvolvido na escola independente de sua estrutura física e de não ter o mesmo prestigio que algumas modalidades coletivas, principalmente pela facilidade de adaptação de materiais e a utilização de materiais alternativos. Por isso é sempre importante destacar a criatividade do profissional na elaboração de suas aulas e na confecção de seus próprios materiais, e também por isso é importante o planejamento. Gráfico 8 Contribuições para o desenvolvimento do atletismo na escola. As principais dificuldades de desenvolver o atletismo, conforme os professores, são a falta de implementos e a falta de apoio das Secretarias de Educação. Entretanto, falam que é importante a realização dos jogos escolares. Todos os professores entrevistados destacam que a pista de atletismo e os materiais influenciam na prática do atletismo, positiva ou negativamente; outros relatam que adaptam materiais e conseguem suprir algumas necessidades, mas apenas para algumas provas; e ainda alguns professores descrevem como é difícil trabalhar sem os materiais oficiais. Durante a aplicação dos questionários foi possível perceber a grande vontade dos professores em trabalhar o atletismo em suas aulas, mas alguns (15%) sentem a falta de um material teórico específico, como livros, vídeos, cartilhas de atividades para facilitar o ensino desse desporto. É essencial que o professor busque sempre sua fundamentação, pois para este ter um embasamento teórico, ou que busque reunir informações sobre um determinado assunto e compreende-lo, tem como principal objetivo aumentar o conhecimento sobre aquele assunto ou até mesmo descobrir algo novo que vai lhe auxiliar na solução de problemas e ampliar sua visão acerca do esporte que pretende trabalhar em suas aulas. Esses professores, sendo em sua maioria espectadores, conhecedores do desporto não podem se conformar com essas dificuldades e devem estar sempre buscando em revistas, livros e o que for preciso para alcançar seu objetivo com o atletismo.

13 Gráfico 9 Dificuldades dos professores para se trabalhar com atletismo na escola. O que pode justificar dificuldades na prática do atletismo nas escolas pode ser também que mesmo conhecendo e sabendo da importância e necessidade da aplicação da modalidade no âmbito escolar, os professores se acomodam em abordar esse conteúdo em suas aulas e colocam várias dificuldades para seu desenvolvimento. Com base nesta afirmação, foi perguntado aos professores sobre a maior dificuldade para se trabalhar com atletismo nas escolas. O resultado está no gráfico 9, cujo item que recebeu maior percentual foi a falta de espaço adequado com 40% e em segundo lugar a falta de conhecimento do professor com 35%. Analisando as respostas dos professores em relação às dificuldades para o Atletismo na Escola foi possível notar também que os entrevistados (35%), responderam que é necessário maior conhecimento desse esporte por parte dos professores, considerando que conhecimento aqui está relacionado com a maneira de ensinar, de adaptar, de facilitar o atletismo para um melhor desenvolvimento dentro da escola. Segundo Bragada (2000) a maioria dos professores de educação física, em geral considera a disciplina Atletismo na Faculdade como fundamental embasamento pedagógico para se trabalhar o atletismo na escola, o que como acadêmicos desse curso, sabemos como ninguém que somente a disciplina do curso não é o suficiente para se levar para a escola; é preciso um maior envolvimento e busca por alternativas para se fundamentar. Essa dificuldade pode ser amenizada com pesquisas em sites de federações, em bibliotecas, principalmente a da própria faculdade; basta um pouco mais de dedicação e interesse desses professores. As aulas de educação física são o primeiro contato de muitos jovens com algum esporte, e se lá for ensinado de maneira errada ou desmotivante, poderá resultar em um abandono daquele desporto pelo aluno fora da escola. Outra justificativa bem apontada foi a falta de material prático próprio (15%); mas esse problema pode ser resolvido com a improvisação de materiais como bolas confeccionadas com meias e serragem; bastões de cabo de vassoura para corridas de revezamento, pneus pendurados como alvo para lançamento, entre outros, de acordo com a criatividade do professor.

14 Gráfico 10 Assistiu alguma competição de atletismo dos Jogos Escolares do DF? Gráfico 11 Na Regional de ensino onde trabalha tem Jogos Escolares? Atletismo é um esporte que na maioria das vezes é negligenciado na Educação Física escolar como sem tem levantado até o presente. Considerando as diversas problemáticas que envolvem o ensino desse esporte na escola, foi apontada a criação de jogos escolares como um dos caminhos para sua concretização enquanto uma possibilidade de melhoria na sua prática, desvinculando-o da tradicional maneira de compreende-lo. Sabe-se que nas orientações didáticas adotadas para o ensino do atletismo na escola, prioriza-se, principalmente, desenvolver as provas atléticas com base no esporte institucionalizado, observando suas regras e normas oficiais de competição, tornando-o pouco atrativo e interessante, especialmente para aqueles que são caracterizados como menos habilidosos (OLIVEIRA 2006). Da mesma maneira, esta prática de jogos competitivos, pode proporcionar aos estudantes envolvidos uma experiência única, pois poderá mostrar a possibilidade de trabalhar o atletismo de uma forma diferenciada, quebrando tabus de métodos tradicionais e mostrando que através da ludicidade, é possível se obter ótimos resultados e possibilitar experiências muito significativas para o universo de movimentos dos jogos escolares.

15 4 CONCLUSÃO Conclui-se que o atletismo é pouco praticado de forma sistematizada nas escolas. Durante a realização da pesquisa foi possível observar o fato de que todas as escolas possuem, no mínimo uma quadra, e um local próximo a instituição, disponível à prática de atividade física, e estes são fatores que indicam a viabilidade da prática do atletismo na escola. Segundo Kirsch, Koch & Oro (1983) - citado por Noll (2008) a facilidade de adaptar-se e construir materiais alternativos, para pelo menos trabalhar educativos básicos e fazer com que os alunos vivenciem esta modalidade, o que acabam por reforçar a viabilidade do desenvolvimento do atletismo nas escolas públicas. Portanto, a prática do atletismo não fica impedida pela carência geral de infra-estrutura esportiva, devido à sua multiplicidade de formas e à sua versatilidade de implementação por instalações e equipamentos adaptados. O professor e a escola devem estar empenhados em oferecer uma grande variedade de movimentos e ações para seus alunos para que a Educação Física realmente seja uma prática de cultura corporal e para ser de grande importância na formação pessoal física e até psicológica de seus praticantes. E um trabalho dessa natureza pode contribuir para que este desejo se torne realidade nas escolas públicas. Mesmo não tendo estrutura adquada, um material teórico de apoio pode ser de grande ajuda para o desenvolvimento do atletismo nas escolas, onde os professores possam se fundamentar e firmar seus objetivos com o desporto citado. Esse material poderá ser a alavanca fundamental que o atletismo precisa para ser mais aproveitado nas aulas e mostrar como é simples seu desenvolvimento por contar com várias maneiras de se adaptar ao contexto e a faixa etária dos alunos. É essencial que as escolas da rede pública do Plano Piloto, do Cruzeiro e do Guará, juntamente com seus professores de Educação Física, busquem alternativas para trabalharem com o atletismo em suas aulas sempre focado em torná-las mais diversificadas respeitando a faixa etária e o nível de cada envolvido. Para isso, recomenda-se aos professores que procurem mais alternativas para se fundamentarem como consultas a bibliotecas, internet, até mesmo em clubes que trabalhem com atletismo; aos pesquisadores, que sejam realizados estudos futuros baseados em propostas de diversas associações de atletismo, que são jogos e brincadeiras com o objetivo de buscar soluções para a prática desse desporto nas escolas, bem como elaboração de cartilhas de atividades específicas para o ambiente escolar que sejam de fácil acesso para auxiliar esses professores a incluírem essa prática esportiva em seu planejamento e desenvolvê-la em suas aulas mesmo em locais não específicos e materiais adaptados.

16 5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS BRAGADA, José. O Atletismo na Escola: Proposta programática para abordagem dos lançamentos leves. Horizonte - Revista de Educação Física e Desporto, vol XVII, nº 99, Jun-Jul 2000. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Disponível em: ftp://ftp.fnde.gov.br/web/siope_web/lei_n9394_20121996.pdf Acesso em 10 nov 2010. LENCINA, L. A. Diagnóstico do Atletismo Escolar em Santa Maria. Monografia de Especialização, Santa Maria: Universidade Federal de Santa Maria, 1999. MATTHIESEN, S. Q. Atletismo se aprende na Escola. Jundiaí: Fontoura, 2005. MATTHIESEN, S. Q.; PRADO, V. M. Para além dos procedimentos técnicos: o atletismo em aulas de Educação Física. Revista de Educação Física. UNESP, Rio Claro, SP, v. 13, n. 2, p. 120-127, abr./jul 2007. Disponível em: http://cecemca.rc.unesp.br/ojs/index.php/motriz/article/viewfile/757/1032 Acesso em: 28 mar. 2009. MEURER, S. T.; SCHAEFER, R. J.; MIOTTI, I. M. L. Atletismo na escola: uma possibilidade de ensino. Revista digital http://www.efdeportes.com/, Buenos Aires, Ano 13, n. 120, maio 2008. Disponível em: http://www.efdeportes.com/efd120/atletismo-na-escola.htm Acesso em: 29 mar. 2009. Noll, M.; Suñé, F.; Oppermann, R. Revista digital http://www.efdeportes.com/, Buenos Aires, Ano 13, n. 121, junho de 2008. http://www.efdeportes.com/efd121/o-desenvolvimento-do-atletismo-nas-escolas-deteutonia.htm - Acesso em 16 out 2010. OLIVEIRA, M. C. M. Atletismo Escolar: uma proposta de ensino na Educação Infantil. Rio de Janeiro: Ed. Sprint, 2006. OLIVEIRA, Irineu Teixeira de. ATLETISMO ESCOLAR: Uma proposta de utilização no planejamento anual das 5ª séries do ensino fundamental. 2008. Disponível em: http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/1836-8.pdf?phpsessid=2010061711202949, acessado em 16 de outubro de 2010

17 Parâmetros Curriculares Nacionais, 1997. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro01.pdf Acesso em 10 de out de 2010. RODRIGUES, W.; JUSTINO E. O. Atletismo na escola: é possível?. Revista eletrônica de Educação Física, Minas Gerais, mar. 2007. Seção Educação Física Escolar. Disponível http://educacaofisica.org/joomla/index.php?itemid=2&id=186&option=com_content&task=vi ew Acesso em 10 nov 2010 SINGER, R. N.; DICK, W. Ensinando Educação Física: uma abordagem Sistêmica. Porto Alegre: Ed. Globo, 1980.