TÍTULO: FATORES DE RISCO E DE PROTEÇÃO NA PREVENÇÃO AO USO DE DROGAS EM CIDADE DO INTERIOR DE SÃO PAULO



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Transcrição:

TÍTULO: FATORES DE RISCO E DE PROTEÇÃO NA PREVENÇÃO AO USO DE DROGAS EM CIDADE DO INTERIOR DE SÃO PAULO CATEGORIA: CONCLUÍDO ÁREA: CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS SUBÁREA: PSICOLOGIA INSTITUIÇÃO: FACULDADE ANHANGUERA DE BAURU AUTOR(ES): DÉBORA CRISTINA MACHADO CORNÉLIO ORIENTADOR(ES): LIARA RODRIGUES DE OLIVEIRA

Fatores de Risco e de Proteção na Prevenção ao Uso de Drogas em Cidade do Interior de São Paulo Resumo: Na atualidade brasileira o uso de drogas vem crescendo entre crianças e adolescentes, as políticas públicas adotadas muitas vezes são originárias do modelo médico e método remediativo, que além de terem custo maior, quase não surtem efeitos. De acordo com tal realidade surge a necessidade de mudança de paradigmas quanto a Prevenção se buscou investigar fatores de proteção e fatores de risco a serem trabalhados de acordo com respostas fornecidas por adolescentes de determinada cidade do estado de São Paulo. Utilizou-se questionário com 23 questões que agruparam cinco fatores: Fatores do próprio indivíduo que parcialmente apresentou resultados positivos quanto aos relacionamentos interpessoais; Fatores da família que parcialmente apresentou resultados positivos quanto ao acompanhamento dos pais ou responsáveis nas atividades escolares e sociais; Fatores da escola também apresentaram resultados positivos quanto ao desempenho escolar; Fatores Sociais foram os dados que mais apresentaram fatores de risco que existe a necessidade de serem trabalhados; Fatores relacionados as drogas apontadas por essa determinada população foi o consumo de drogas lícitas com maior incidência ao álcool, a maior parte deles não fizeram uso de drogas ilícitas, mas os que realizaram o uso apontaram a maconha e a cocaína como sendo a mais utilizadas e apontam os amigos como indicadores do primeiro uso e a curiosidade como sendo a maior motivação para o uso, também apontam a falta de família, a falta de repressão ao tráfico pelas ações policiais e falta de oportunidades de prática de esporte e lazer. 1- Introdução: A Organização Mundial da Saúde (OMS) define Droga como Qualquer substância não produzida pelo organismo que tem a propriedade de atuar sobre um ou mais de seus sistemas, que causam alterações em seu funcionamento. Segundo Nicastri (2011) existem classificações que se baseiam nas ações aparentes das drogas sobre o Sistema Nervoso Central (SNC) de acordo com as modificações observáveis na atividade mental ou comportamento do sujeito que a utiliza, são as drogas depressoras, drogas estimulantes e perturbadoras. Drogas depressoras da atividade mental incluem uma vasta variedade de substâncias que se diferem em suas propriedades físicas e químicas, mas em comum causam diminuição

das atividades globais ou de específicos sistemas do SNC, consequentemente reduz a atividade motora, reação da dor, ansiedade, de início com um efeito eufórico e após sonolência. Drogas estimulantes da atividade mental são as capazes de aumentar a atividade de certos sistemas neuronais, que consequentemente traz estado de alerta exagerado, aceleração dos processos psíquicos e insônia. Drogas perturbadoras da atividade mental são sustâncias que causam alterações no funcionamento cerebral que geram fenômenos psíquicos anormais, delírios e alucinações. 1.1- Proporção do uso de drogas As percepções humanas sobre o consumo de drogas evoluíram e foram baseadas na relação humana com o álcool, por ser a droga mais antiga e difundida, os aspectos relacionados a saúde só foram estudados posteriormente. Pode ser considerado como um padrão de uso que aumenta as ocorrências prejudiciais ao usuário. A Classificação Internacional de Doenças (CID) refere se ao uso de drogas que causam danos físicos ou mentais com o termo uso nocivo, e o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM) usa o termo abuso, que engloba também os problemas sociais (DUARTE&MORIHISA, 2011) 1.2- Atualidade Brasileira Soares & Jacobi (2000) No Brasil se observa o consumo de diferentes drogas por adolescentes de diferentes classes sociais. Entre os adolescentes de classes menos favorecidas a presença importante do tráfico determinam suas escolhas expandindo o mercado de cocaína e crack que causam grande compulsão para o uso embora a motivação e a relação que se possa estabelecer com as drogas esta contemporaneamente ligada a incapacidade de integração social, levando os adolescentes a divergentes comportamentos e aquisição de cultura própria que geralmente corresponde à necessidade de estar em determinado grupo social que firme sua identidade. Com isso adquirem novos valores, e muitas vezes o uso de drogas. Galduróz (2005) aponta que no Brasil foram promovidos vários estudos pela Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (SENAD) e parceiros como Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) o Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas (CEBRID) a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), a Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas (UNIAD) a Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) e o Grupo Interdisciplinar de Estudo de Álcool e Drogas (GREA). Em 2010 foi realizada pesquisa entre estudantes do ensino fundamental e Médio da rede

pública e privada em 27 capitais brasileiras sobre o consumo de álcool e outras drogas também pelo SENAD, SEBRID e UNIFESP onde chamou a atenção relatos de consumo de drogas em geral, entre crianças e adolescentes de 10 e 12 anos, sendo que 2,7% uso no mês, 5,4% uso no ano e 10,4% uso na vida, comparados a estudos feitos em 2004 cerca 65,2% dos jovens já haviam feito uso do álcool alguma vez na vida e desses 63,3% algum tipo de uso no último ano, e diminuição do uso do tabaco que em 2004 era de 24,9% decaiu para 15,7% em 2010. Esse estudo também observou a diminuição do consumo de solventes e anfetamínicos de 1987 para 2010, porém, houve aumento do uso da cocaína de 2,0% para 2,8%. Com as políticas públicas da atualidade que criou Centros de Atenção Psicossocial de Álcool e Drogas (CAPSad) houve reduções nas internações feitas para tratamento de dependência e as apreensões de Drogas feitas pela polícia Federal de 2004 à 2008 de cocaína e maconha se manteve enquanto que inalantes como lança-perfume diminuíram entretanto houve aumento da apreensão de comprimidos de ecstasy em 2007 e 2008. 1.3- Prevenção novos Paradigmas a serem adotados Há fatores de risco ou de proteção que contribui para o uso de drogas, e não são determinantes, apenas diminuem ou aumentam com diferentes intensidades a probabilidade da pessoa fazer ou não uso de drogas, que podem estar nos aspectos biológicos, genéticos, nos relacionamentos interpessoais, na relação familiar, na oportunidade do contato com a droga, nas sensações que a droga provoca, na subjetividade de cada pessoa. A pessoa que vier fazer uso de álcool ou outras drogas, se não tiver fator biológico predisposto, tiver boa relação familiar, não ter boa sensação com o uso, pode realizar só esse uso ocasional, porém, se apresentar outras condições de risco ou de sensações prazerosas, esse indivíduo poderá ser usuário regular. Para um trabalho sério e cuidadoso de prevenção com determinado grupo específico, é necessário identificar os fatores de risco, para minimizá-los, fatores de proteção, para fortalecê-los. A subdivisão dos fatores de risco e de proteção no planejamento da ação preventiva tem utilidade didática e podem ser subdividido em: Fatores do próprio indivíduo; Familiares; Escolares; Sociais e Fatores relacionados às Drogas (ZEMEL, 2011). Fatores do próprio indivíduo De Proteção Habilidades sociais Cooperação Habilidade para resolver problemas De Risco Insegurança Insatisfação com a vida Sintomas depressivos

Vínculos positivos com pessoas, instituições e valores Autonomia Auto estima desenvolvida Fonte: SENAD (2006). Fatores Familiares De Proteção Pais que acompanham as atividades dos filhos Estabelecimento de regras e de conduta claras Envolvimento afetivo com a vida dos filhos Respeito aos ritos familiares Estabelecimento claro da hierarquia familiar Fonte: SENAD (2006). Fatores Escolares De Proteção Bom desempenho escolar Boa inserção e adaptação no ambiente escolar Ligações fortes com a escola Oportunidades de participação e decisão Vínculos afetivos com professores e colegas Realização pessoal Possibilidades de desafios e expansão da mente Descoberta de possibilidades (e talentos ) pessoais Prazer em aprender Descoberta e Construção de projeto de vida Fonte: SENAD (2006). De proteção De risco Fatores Sociais De Proteção Respeito às leis sociais Credibilidade da mídia Oportunidades de trabalho e lazer Informações adequadas sobre drogas e seus efeitos Clima comunitário afetivo Consciência comunitária e mobilização social Fonte: SENAD (2006). Fatores relacionados às Drogas De Proteção Informações contextualizadas sobre efeitos Regras e controle para consumo adequado Fonte: SENAD (2006). Curiosidade Busca do prazer De Risco Pais que fazem uso abusivo de drogas Pais que sofrem de doenças mentais Pais excessivamente autoritários ou muito exigentes Famílias que mantêm uma cultura aditiva De Risco Baixo desempenho escolar Falta de regras claras Baixa expectativa em relação às crianças Exclusão social Falta de vínculo com as pessoas ou com a aprendizagem De Risco Violência Desvalorização das autoridades sociais Descrença nas instituições Falta de recursos para prevenção e atendimentos Falta de oportunidades de trabalho e de lazer De Risco Disponibilidade para compra Propaganda que incentiva e mostra apenas o prazer que a droga causa Prazer intenso que leva o indivíduo a querer repetir o uso De acordo com a OMS o objetivo da prevenção é reduzir a incidência de problemas causados pelo uso de drogas em uma pessoa em determinado ambiente. Para isso é preciso que as propostas de prevenção estejam sintonizadas com as necessidades da população. As categorias de Prevenção Primária que visa evitar que o uso de drogas se instale, dirigido ao público que não foi afetado; Secundária, voltado a ações que evitem a evolução do uso para usos prejudiciais e a Prevenção Terciária que trata os efeitos causados pelo uso da droga, trazendo melhor qualidade de vida as pessoas atingidas, vindas dos modelos médicos que apesar de serem muito utilizados, não dão

conta do problema. É de nosso conhecimento que o problema do uso de drogas é sério e significativo, mas só boas intenções não são suficientes para planejar uma ação preventiva, é necessário conhecimento científico, a identificação da população a ser trabalhada, a identificação dos fatores de risco e de proteção dessa determinada população e o planejamento da intervenção mais adequada a ser utilizada (ZEMEL, 2011). Diante de fatos tão relevantes é clara a necessidade de se trabalhar prevenção, porém, para que seja elaborado plano de ação sincronizado com as reais necessidades dessa população, é de suma importância o levantamento de dados através de pesquisa que possa quantificar segundo a ótica dos próprios adolescentes entre 12 e 18 anos os fatores de risco e os fatores de proteção inseridos em sua realidade. 2- Objetivos Levantar fatores de proteção e fatores de risco em determinada população. Quantificar e qualificar fatores de proteção e fatores de risco a se trabalhar para promover a prevenção ao uso de drogas. 3- Metodologia 3.1- Instrumento A pesquisa quanto aos seus objetivos é exploratória e quanto à fonte de coleta de dados, realizada através do instrumento de questionário, que contém 23 questões que vislumbram os Fatores do próprio indivíduo; Familiares; Escolares; Sociais e Fatores relacionados às Drogas. 3.2- Sujeitos No total, a pesquisa contará com 500 sujeitos, que são adolescentes entre 12 e 18 anos, estudantes de escolas públicas e particulares de uma cidade do interior do estado de SP. Serão cinco as escolas participantes que possuem ensino fundamental II e ensino médio, da rede pública e particular de cidade do interior de São Paulo, delimitando a população a ser investigada que são adolescentes de 12 a 18 anos. Foi feito reunião com os diretores das cinco escolas que assinaram o Termo Demonstrativo de existência de infra-estrutura, concordância e disponibilização do local para a pesquisa. Parcialmente, foi contatado duas das escolas participantes e entregue o Termo de Consentimento Livre

e Esclarecido para menores de 18 anos e Termo de Consentimento Livre e Esclarecido para alguns indivíduos com 18 anos. Como a pesquisa pretende abranger 500 indivíduos, ou seja, 100 de cada escola e foi pego o número de salas existentes nos três períodos de aula: manhã, tarde e noite e dividido por 100 que gerou uma média de 5 alunos por sala, a seleção dos indivíduos ocorreu de forma aleatória pelo número de chamada de 1 à 5, caso houvesse faltantes ou alunos não interessados eram passados para os números sucessores. A chamada dos alunos na sala foi realizada pela coordenação das escolas e eram direcionados a uma sala utilizada para reuniões, vídeos e palestras. A explicação da pesquisa a leitura do Termo foi realizada pela aluna responsável e os orientou para que trouxessem assinados no dia seguinte para que no dia conseguinte fosse aplicado o questionário. Dentre os 200 termos entregues 150 indivíduos devolveram com as devidas assinaturas, podendo assim participar da pesquisa. 3.3- Local As escolas foram escolhidas porque dentro dessa determinada cidade do interior de São Paulo o local onde mais se agrupa adolescentes de 12 a 18 anos são nas escolas de ensino fundamental II e Médio. As escolas são duas estaduais, duas municipais e uma particular. 3.4- Procedimentos da metodologia Com os questionários respondidos, foi quantificada cada questão e depois agrupadas por sua qualificação. A identificação dos fatores de risco e de proteção dessa determinada população através quantificação e qualificação das respostas é de suma importância, pois mesmo parcialmente já trouxe resultados significativos quanto à proposta dessa pesquisa de quantificar os fatores que necessitam ser trabalhados. 4- Desenvolvimento Durante a aplicação do questionário, foi lida cada uma das questões e esclarecidas caso houvesse dúvidas, depois de respondido entregue sem identificação com a parte em branco para cima. O questionário aplicado contendo 23 questões que agruparam cinco fatores: A figura 1 ilustra a seguinte questão: Você se considera envolvido (a) positivamente com: Família, Amigos e Professores? que esta inserida na qualificação dos Fatores do próprio indivíduo, apresentou parcialmente resultados positivos quanto

aos relacionamentos interpessoais, autonomia, sentimentos de valorização, as próprias condutas em relação às leis e as regras. 20,60% 0 79,40% Figura 1 Sim Não Mais ou menos A figura 2 ilustra a seguinte questão: Seus pais ou responsáveis acompanham suas atividades escolares e sociais? Que esta dentro do grupo dos Fatores da família, apresentando parcialmente resultados positivos quanto ao acompanhamento dos pais ou responsáveis nas atividades escolares e sociais, as regras do ambiente familiar, a espiritualidade da família e do indivíduo, o uso de drogas licitas e não lícitas dos pais ou responsáveis. 30% 6% 64% Sim Não Mais ou menos Figura 2 A figura 3 ilustra a pergunta: Seu ambiente escolar promove desafios para aquisição de conhecimentos e desenvolve talentos pessoais? Que está agrupada à categoria dos Fatores da escola, também apresentou resultados positivos quanto ao desempenho escolar, aprovação da escola, dos professores e colegas, a motivação pelo estudo, a promoção pela escola que gera conhecimento.

30% 15% 55% Sim Não Mais ou menos Figura 3 A questão: Em qual ambiente a droga é acessível para os adolescentes de sua cidade? Corresponde à categoria dos Fatores Sociais foram os dados que mais apresentaram fatores de risco que existe a necessidade a ser trabalhada como o relacionamento interpessoal dos habitantes, a falta de saúde, lazer e educação foram as mais pontuadas pelos adolescentes, o ambiente onde as drogas são mais acessíveis aos jovens foi apontado como sendo a rua, demonstrada pela figura 4. 5%1% 94% Rua Escola Casa Figura 4 A questão: Em sua opinião o que leva os adolescentes a fazer o uso de drogas? Inserida na categoria dos Fatores relacionados às drogas apontadas por essa determinada população foi o consumo de drogas licitas com maior incidência ao álcool, a maior parte deles não fizeram uso de drogas ilícitas, mas os que realizaram o uso apontaram a maconha e a cocaína como sendo à mais utilizadas e apontam os amigos como indicadores do primeiro uso e a curiosidade como sendo a maior motivação para o uso, também apontam a falta de família, a falta de repressão ao tráfico pelas ações policiais e falta de oportunidades de prática de esporte e lazer. Ilustrada pela figura 5

19% 1% 51,33% 20% 8% Família Espiritualidade Falta de orientação Aceitação Curiosidade Figura 5 5- Resultados Parciais A pesquisa parcialmente mostra resultados positivos de proteção no que diz aos fatores do próprio individuo, fatores da família, fatores da escola e fatores relacionados às drogas. Porém, nos fatores sociais ela apresenta parcialmente fatores de risco maiores que necessitam serem trabalhadas nessa determinada população. As perguntas relacionadas aos fatores sociais foram três: Em seu bairro as pessoas se relacionam em clima agradável? 45,4% dos indivíduos responderam que sim, 6% dos indivíduos responderam que não e 48,70% responderam que mais ou menos, ou seja, existe a necessidade de se trabalhar o relacionamento interpessoal dos habitantes. Na questão: Em sua cidade o que você considera que necessita ser investido pela administração? (Nessa questão poderia ser assinalado mais que um item). 28,70% consideram ser o esporte; 38,70% consideram ser a cultura; 54% acreditam que falta lazer; 61,30% dos adolescentes responderam que necessita ser mais investido pela administração é a saúde; 43,30% consideram ser a educação; e 42% acreditam ser o trabalho. Em qual ambiente a droga é acessível para os adolescentes de sua cidade? 94% dos adolescentes consideram a rua como maior agente de acessibilidade das drogas, 4,70% diz ser a escola e somente 1,30% acreditam ser na casa. Corroborando com Zila (2014) é na adolescência que ocorre o maior risco para o inicio do consumo das drogas. Não há regra de quem será usuário ou não, mas existem fatores de ordem biológica, psicológica e social que diminuem ou aumentam a probabilidade de que isso aconteça. No prato do risco dois dos quatro fatores são: Convívio com amigos que fazem uso de Drogas e Percepção e aprovação ao uso de drogas pela: família, escola

e comunidade. O fator de risco e de proteção não determina o uso, mas esse uso depende de qual prato da balança que pesa mais e como afeta subjetivamente cada sujeito. Fator de risco é identificado por cálculos matemáticos que evidenciam o que esse fator representa para a maioria dos casos. Considerações Finais A pesquisa ainda esta parcialmente concluída, faltam 70% dos indivíduos que se pretende pesquisar. Que serão contatados em três escolas sendo duas municipais e uma particular para a entrega do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido para menores de 18 anos, pois agora elas correspondem aos adolescentes com menos de 18 anos por ser de ensino fundamental II. Para que também sejam separadas por categorias e quantificadas, pois os resultados parciais podem corresponder somente a realidade daquela determinada população que foi investigada, podendo haver modificações nas análises até ao final da pesquisa 6- Referências BÜCHELE, F; CRUZ, D. D. O. Álcool e Outras Drogas: Seus Aspectos Socioculturais. In Curso de Prevenção ao uso de drogas: capacitação para Conselheiros e Lideranças Comunitárias/ Ministério da Justiça, Secretaria Nacional de políticas sobre Drogas. 5.ed. Brasília. SENAD, 2013. DUARTE, C. E.; MORIHISA, R. S. Experimentação, Uso e Dependência de Drogas. In Curso de Prevenção ao uso de drogas: capacitação para Conselheiros e Lideranças Comunitárias/ Ministério da Justiça, Secretaria Nacional de políticas sobre Drogas. 5.ed. Brasília. SENAD, 2013. GALDURÓZ, José, C, F. Epidemiologia do Uso de Substâncias Psicotrópicas no Brasil: Dados Recentes. In Curso de Prevenção ao uso de drogas: capacitação para Conselheiros e Lideranças Comunitárias/ Ministério da Justiça, Secretaria Nacional de políticas sobre Drogas. 5.ed. Brasília. SENAD, 2013. Nicastri, Sérgio. Drogas: Classificação e Efeitos no Organismo. In Curso de Prevenção ao uso de drogas: capacitação para Conselheiros e Lideranças Comunitárias/ Ministério da Justiça, Secretaria Nacional de políticas sobre Drogas. 5.ed. Brasília. SENAD, 2013. ZILA, V, D, M, S. Promoção de Saúde e Prevenção dos problemas relacionados ao uso de Drogas. In Curso de Prevenção dos Problemas relacionados ao uso de drogas: capacitação para Conselheiros e Lideranças Comunitárias/ Ministério da Justiça, Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas. 6.ed. Brasília. SENAD-MJ/NUTE, 2014.