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Transcrição:

Quando da manifestação sobre a defesa apresentada pelo SEPRORGS, o SINDPPD/RS apontou que existe concordância, quanto a manutenção de algumas cláusulas, sendo elas: 2ª, 5ª, 6ª, 7ª, 8ª, 9ª, 10ª, 15ª, 16ª, 17ª, 18ª, 20ª, 24ª, 25ª, 26ª, 27ª, 28ª, 29ª, 30ª, 31ª, 32ª, 33ª, 34ª, 35ª, 36ª, 38ª, 39ª, 43ª, 44ª, 45ª, 46ª, 47ª, 48ª, 50ª, 51ª, 52ª, 53ª, 54ª, 55ª, 56ª, 58ª, 59ª, 60ª, 62ª, 65ª, 67ª, 68ª e 69ª. Salientou que o impasse que gerou o ajuizamento do dissídio coletivo restringe-se, basicamente, ao índice de reajuste salarial, uma vez que as partes chegaram a um consenso quanto às demais cláusulas. O SINDPPD/RS postula a redução da carga horária da categoria bem como o reajuste salarial pelo INPC mais 10%, com o que, obviamente, não concorda o SEPRORGS. Durante todo o longo período de negociação, o SINDPPD/RS sempre buscou sensibilizar o Sindicato Patronal no sentido de que a categoria profissional está descontente com as condições salariais existentes, não tendo, entretanto, logrado êxito no seu intento. Aliás, a proposta do Sindicato Patronal sempre foi a mesma, não tendo avançado em nenhum dos pontos reivindicados. O SEPRORGS sempre manteve uma postura de inflexibilidade, querendo impor a sua vontade à categoria profissional. Ao contestar o pedido de reajuste salarial calculado com base no INPC mais 10%, o patronal limita-se a dizer que as empresas não teriam capacidade de absorver tal aumento, utilizando argumentos genéricos e sem fornecer nenhum dado concreto que pudesse fundamentar ou justificar a sua negativa.

Entretanto, é público e notório que o setor em particular teve ganho de produtividade. Segundo a Brasscom (Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação), o Brasil é hoje o 5 maior mercado mundial de tecnologia da informação e comunicação (TIC) e o 7 maior em tecnologia da informação (TI). A meta é chegar a terceira posição em 2022. A projeção é que no setor de TIC movimente R$ 212,5 bilhões em 2012 US$ 100,5 bilhões em Comunicações e US$ 111,5 bilhões em TI. Nos próximos dez anos, a estimativa é que a cifra dobre e alcance aproximadamente R$ 430 bilhões em todo o TIC. Mais que isso, o setor emprega hoje 2,5 milhões de pessoas e que, nos próximos dez anos, vai demandar mais um milhão. Segundo o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, apenas o mercado brasileiro de software deve crescer 400% nos próximos dez anos. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o segmento de serviços de informação que engloba as atividades de telecomunicações, internet, serviços audiovisuais, edição e tecnologia da informação - obteve desempenho superior em relação aos outros setores. O Produto Interno Bruto (PIB) do segmento de serviços de informação avançou 4,7% no acumulado do ano até o terceiro trimestre de 2013, percentual acima da expansão do PIB nacional, o qual atingiu 2,3% de variação. Em recente notícia publicada no Correio do Povo do dia 15 de julho de 2014, a ASSOCIAÇÃO DAS EMPRESAS BRASILEIRAS DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO ASSESPRO-RS afirma que 80% das empresas de TI do país devem crescer mais de 25% este ano. Neste mesmo sentido notícia publicada na Zero Hora do dia 21 de julho de 2014, onde a mesma ASSESPRO- RS afirma que no Rio Grande do Sul mais de 50% das companhias registraram crescimento de 10% a 25% e apenas 6% das empresas tiveram reduções.

Nesta mesma matéria divulga uma tabela e variação no faturamento das empresas de TI no Rio Grande do Sul em 2013, que aponta os seguintes índices: - 52% tiveram alta de 10% a 25%; - 23% tiveram alta de 5% a 10%; - 6% tiveram alta de 100%; - 3% tiveram redução de 5% a 10%; - 3% tiveram redução de 10% a 25%; - 13% mantiveram seu faturamento estável. Portanto, todas as notícias dão conta de que o setor continua aquecido e que no ano de 2013 a maioria das empresas aumentou seu faturamento de forma considerável, ao contrário do que afirma o Sindicato Patronal. Não há que se deixar passar sem comentário, também, a afirmação feita na contestação de que as empresas receberam uma majoração no custo da folha de pagamento com o aumento do aviso prévio. O aviso prévio proporcional, direito constitucionalmente conquistado pelos trabalhadores e somente agora regulamentado, somente é devido ao empregado que for demitido e contar com mais de um ano de trabalho. Pergunta-se: quantos empregados são demitidos por ano e quantos fazem jus ao recebimento de tal direito três dias por ano trabalhado? Certamente que o impacto na folha de pagamento não é tão grande assim a ponto de impedir que as empresas concedam o reajuste pleiteado. Desta forma, o argumento de que as empresas não suportariam o reajuste pleiteado é totalmente infundado e não tem qualquer amparo técnico, posto que como restou demonstrado o setor tem capacidade de absorver o reajuste

real nos salários dos trabalhadores, bem como e também a diminuição da carga horária. Por outro lado, sabe-se que a economia é dinâmica e a cada momento surgem fatos novos que, na hipótese em comento, corroboram a tese da inicial acerca da capacidade econômica das empresas de Tecnologia da Informação TI concederem as vantagens em tela, reajuste salarial com ganho real e redução da carga horária. Com efeito, a teor das diversas notícias veiculadas na imprensa nacional, seja em grandes jornais, seja em publicações específicas, salta aos olhos que este setor em especial vivencia uma realidade de carência de mão-de-obra e elevação dos salários. A constante inovação no setor e a evasão escolar nas faculdades têm gerado carência de mão-de-obra, a qual vem sendo suprida através do método capitalista clássico, a elevação de salários como forma de manter o trabalhador ou buscar na concorrência. Chega-se ao cúmulo de empregadores gratificarem seus empregados na hipótese de apresentarem outro trabalhador para laborar na empresa. Os documentos juntados ao processo evidenciam, demonstram e comprovam que, de fato, o setor de TI empresas de processamento de dados continua vivenciando um boom econômico, com expansão econômica e de pessoal, o que obviamente deve se refletir nas condições de trabalho daqueles que sustentam e levam adiante este fenômeno, vale dizer, os trabalhadores. O SEPRORGS, que representa um dos setores que mais cresce no país e no nosso Estado, absurda e infundadamente alega que não tem condições de conceder um aumento real à categoria, nem mesmo em percentual inferior ao postulado, sem sequer dar um argumento concreto e convincente

de que não teria capacidade de fazê-lo, limitando-se a afirmar que poderia conceder o reajuste da perda inflacionária, isto para todas as cláusulas econômicas, ou seja, INPC do período, que corresponde a 5,58%, não se podendo admitir tal atitude, que sequer reflete a efetiva vontade das empresas, que em conversas com o SINDPPD/RS/RS manifestam a vontade de conceder ganhos reais aos seus empregados. Quanto a redução da carga horária de trabalho de 44 para 40 horas e de 36 para 30 horas semanais, que é uma reivindicação antiga da categoria, afirmamos que dita reivindicação acompanha a tendência do mercado e também atende a necessidade de adaptação aos novos tempos. Existe, hoje, uma realidade muito favorável, estando a redução da jornada de trabalho na pauta do Congresso Nacional. A redução postulada se justifica devido às inovações tecnológicas e organizacionais e à flexibilização do tempo de trabalho, que que acabam por ocasionar, muitas vezes, jornadas mais longas do que o necessário, que têm como consequência diversos problemas relacionados à saúde como, por exemplo, estresse, depressão, lesões por esforço repetitivo (LER), doenças que afetam especialmente os trabalhadores da área do processamento do dados e afins. Dita redução também aumentaria o convívio familiar dos trabalhadores, bem como deixaria mais tempo para que os trabalhadores pudessem se aperfeiçoar profissionalmente, já que o mercado de trabalho hoje está cada vez mais exigente e, ao contrário do que alega o suscitado, este aperfeiçoamento e capacitação ocorre por conta do próprio trabalhador, às suas expensas, não fazendo parte do custo das empresas empregadoras. Assim, a redução da jornada de trabalho é plenamente possível e viável, até porque várias empresas já adotam a carga horária postulada, sendo sabido que a economia

brasileira, hoje, apresenta condições favoráveis para essa redução, especialmente para o segmento econômico do SEPRORGS. Salientamos que em vários Estados, tais como Rio de Janeiro, São Paulo, Pernambuco e Paraná, a categoria já conquistou a jornada de trabalho de 40 e 30 horas semanais, com manutenção de salários, sem que isso tenha implicado em redução de postos de trabalho. O mesmo está ocorrendo em Santa Catarina, onde já existe proposta patronal de redução gradativa da jornada de trabalho. O SINDPPD/RS apresentou argumentos e documentos para fundamentar as pretensões do dissídio coletivo, entendendo que estão comprovadas as condições necessárias para concessão do reajuste postulado bem como manutenção dos direitos já conquistados e aplicação dos mesmos.