DESENVOLVIMENTO REGIONAL SUSTENTÁVEL DRS. AVELAR, João Marcos Borges (TIDE), UNESPAR/FECILCAM, jmavelar@yaho.com.br



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Transcrição:

DESENVOLVIMENTO REGIONAL SUSTENTÁVEL DRS AVELAR, João Marcos Borges (TIDE), UNESPAR/FECILCAM, jmavelar@yaho.com.br RESUMO: O presente trabalho relata as atividades desenvolvidas pela Unespar/Fecilcam nos municípios de Barbosa Ferraz e Araruna em apoio ao Programa de Desenvolvimento Regional Sustentável DRS, idealizado pelo governo federal e cujo principal agente financeiro é o Banco do Brasil S/A. O programa tem como objetivo a geração de emprego e renda e contribuir para o desenvolvimento sustentável das regiões atendidas. Dentre as propostas do DRS estão contempladas ações que visam a inclusão social; a democratização de acesso ao crédito; o apoio às iniciativas de associativismo e o cooperativismo; e contribuir para a melhoria dos indicadores de qualidade de vida nos municípios. No presente trabalho foram realizadas ações nos municípios de Barbosa Ferraz e Araruna, ambos pertencentes à microrregião da COMCAM. As atividades foram desenvolvidas em duas Cooperativas Populares, a Coopercrochê e a Cooperlira. Palavras- chave: Geração de empregos. Associativismo. Desenvolvimento regional. 1 INTRODUÇÃO O presente Projeto de Extensão buscou desenvolver e implantar estratégias de atuação econômica e social nos municípios de Barbosa Ferraz- PR e Araruna-PR. Os agentes econômicos estudados foram a Cooperativa de Crocheteiras e Bordadeiras do Paraná - Coopercrochê e a Cooperativa de Costureiras do Lirial de São Luiz - Cooperlira, ambas cooperativas populares, em fase de implantação, compostas por pessoas de baixa renda. Para tanto, foram mobilizados agentes econômicos, políticos e sociais de cada município, buscando impulsionar o desenvolvimento sustentável dessas regiões. O trabalho junto às cooperativas populares buscou atender aos seguintes objetivos estabelecidos pelo programa do Banco do Brasil: a) gerar trabalho e renda; b) organizar negócios com soluções sustentáveis, inclusivas e participativas; c) adotar práticas que permitam um salto de qualidade nos indicadores de desenvolvimento social, econômico e ambiental; d) contribuir

na estruturação de atividades produtivas para obter: ganhos de escala, preço justo e competitividade em mercados regionais e globais. O trabalho buscou identificar formas de promover o desenvolvimento regional sustentável em pequenos municípios da Comunidade de Municípios pertencentes a Campo Mourão COMCAM-. 2.O PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL SUSTENTÁVEL (DRS) NOS MUNICÍPIOS DE BARBOSA FERRAZ E ARARUNA Promover o desenvolvimento econômico e social das regiões não é um assunto recente para governos e lideranças empresarias. Contudo, em município pequenos, como os que compõem a COMCAM, essa tarefa se torna ainda mais complexa devido a uma série de fatores que impedem a entrada ou a ampliação de atividades econômicas, tais como, a falta de qualificação da mão-de-obra local; o baixo índice de produção científica nesses locais; a falta de investimentos financeiros; e a falta de estratégias de desenvolvimento regional. Em pequenos municípios, como os de Barbosa Ferraz e Araruna, atividades econômicas que possibilitem o desenvolvimento regional e o aumento da geração de empregos e renda, são ações com elevado grau de dificuldade. Alburquerque (2001) destaca a importância dos pequenos empreendimentos para a geração de emprego e considera que sem políticas adequadas nos diferentes sistemas locais, qualquer estratégia de desenvolvimento econômico tende a ficar limitado. A organização em cooperativas populares parece se constituir numa alternativa para atender esse público socialmente excluído. Cabe destacar que o termo cooperativismo, segundo Rossi (2005), significa a relação estabelecida entre pessoas para alcançar um objetivo comum. Para Holyoake et al (1972), o cooperativismo surgiu como uma forma de combater o desemprego e como uma alternativa para as pessoas garantirem a própria sobrevivência. Ampliando o conceito de cooperativismo, surgiu o conceito de cooperativismo popular, sendo caracterizado

como um movimento formado por pessoas pertencentes a setores economicamente excluídos, que encontram na cooperativa uma oportunidade de acesso ao trabalho e da conquista de direitos básicos. (UFRJ, 2011). O presente trabalho priorizou atividades ligadas aos princípios da economia solidária, e que estão contempladas no programa de Desenvolvimento Regional Sustentável implementado pelo Banco do Brasil S/A. O DRS consiste num programa de abrangência nacional, que está sendo implantado pelo Banco do Brasil em todos os Estados Brasileiros com o intuito de desenvolver atividades econômicas nas localidades que apresentam baixo Índice de Desenvolvimento Humano IDH-, embora também possa ser implementado em regiões em que o IDH apresenta melhores índices, porém, que ainda são carentes de atividades coletivas de geração de emprego e renda. Trata-se, portanto, de uma estratégia do governo federal que busca promover o desenvolvimento regional, a partir do apoio a atividades produtivas, que sejam: a) economicamente viáveis; b) socialmente justas; c) ambientalmente corretas. (Banco do Brasil S/A, 2009) O programa foi lançado em 2007 na região da COMCAM, sendo que os municípios de Barbosa Ferraz, Corumbataí do Sul e Araruna foram os que solicitaram apoio à Unespar/Fecilcam para implementá-lo. Em Corumbataí do Sul, a Fecilcam também auxiliou nas atividades, porém, sob a coordenação de uma outra equipe de professores, razão pela qual no presente trabalho serão identificadas as ações do DRS de Barbosa Ferraz e de Araruna. 2.1 DRS de Barbosa Ferraz-PR O município de Barbosa Ferraz é um município com 12.653 habitantes, com um parque industrial limitado e com baixo IDH. No ano de 2007, por intermédio da Coopercrochê, uma Cooperativa popular com foco na geração de empregos e renda, foi iniciado o processo de implantação do DRS de Barbosa Ferraz. O processo iniciou com uma reunião com as lideranças locais para promover a sensibilização do grupo.

Dessa reunião participaram representantes da Coopercrochê, da Prefeitura Municipal, da Associação Comercial de Barbosa Ferraz, Banco do Brasil e da Unespar/Fecilcam. Na ocasião, foi constituída a governança do DRS, composta por representantes das entidades citadas. Na sequência, foi elaborado o Plano de Negócios do DRS, contendo as metas, objetivos e estratégias mercadológicas para tornar o empreendimento viável. Nesta fase houve a necessidade do levantamento de dados sociais, econômicos e mercadológicos, que só foi possível com a presença da universidade. Com a conclusão do Plano de Negócio, o projeto foi inserido no sistema oficial do Banco do Brasil via agência de Barbosa Ferraz, sendo que o mesmo foi analisado e aprovado pela Superintendência do Banco em Curitiba. Na sequencia dos trabalhos houve uma assembleia geral da Cooperativa na qual foi exposto ao grupo como as ações seriam implementadas, sendo que as ações propostas foram aceitas pelos integrantes da Coopercrochê e pela governança do DRS. A Universidade Estadual do Paraná Campus/Fecilcam, por intermédio do programa Universidade sem Fronteiras, colocou à disposição da Coopercrochê uma equipe de estagiários para auxiliar nas ações do DRS. Essa equipe foi constituída por dois administradores, um contador, e uma gestora de moda, todos profissionais recém-formados em seus respectivos cursos superiores. Também participaram do projeto, 01 estudante de turismo e meio ambiente, 02 estudantes de administração, 01 estudante de economia e 01 estudante de pedagogia. Esses estudantes e recémformados ficaram encarregados em monitorar todas as ações do DRS, tais como, realizar pesquisas de mercado, elaborar cronogramas de ações, realizar o controle administrativo e contábil da Cooperativa e organizar o ambiente de trabalho por meio de métodos e técnicas gerenciais. Também fez parte das ações da equipe de estagiários, a organização de eventos e de cursos para os cooperados. Aos docentes envolvidos no projeto coube a tarefa de elaborar projetos para captação de recursos financeiros junto a órgãos de fomento, tais como o Ministério do Desenvolvimento Social (MDS) e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Para o MDS foi realizado um projeto no valor de R$ 300.000,00 (trezentos mil reais) para aquisição de 97 máquinas de costura industrial, equipamentos de informática e móveis para uso administrativo da Cooperativa. Para o BNDES, em conformidade com o DRS da Costura, foi elaborado um projeto solicitando apoio financeiro de R$

453.000,00 (Quatrocentos e cinquenta e três mil reais) para aquisição de equipamentos para fabricação de fios e barbantes, máquinas eletrônicas de bordar e recursos financeiros para a realização de campanhas mercadológicas, treinamentos para a equipe de trabalho e valores destinados a capital de giro. Ambos os projetos foram aprovados, sendo que o do MDS já foi implementado e o do BNDES está préaprovado pelo banco, devendo ser implementado nos próximos meses. Devido as ações realizadas, foi também criada uma unidade da Coopercrochê no distrito de Bourbônia, um pequeno patrimônio rural que possui 900 moradores e que contava apenas com oferta de trabalho na lavoura. Com a criação da unidade da cooperativa em Bourbônia, foi possível a criação de postos de trabalho na área da costura industrial e a geração adicional de renda para cidadãos daquele distrito, que chegou a uma renda média de R$ 800,00 mensais. Considerando que a maioria estava desempregada, esse valor representou um real incremento na renda dos participantes. A unidade foi implantada num prédio cedido pela prefeitura municipal de Barbosa Ferraz e as máquinas, móveis e equipamentos foram adquiridos por meio do programa Universidade sem Fronteiras. Também foram realizados cursos sobre cooperativismo e associativismo e treinamentos para uso das máquinas industriais, tanto em nível básico como em nível avançado. O resultado dessas ações permitiu que o grupo pudesse iniciar as atividades da indústria prestando serviços de facção para empresas de São Paulo-SP e de Maringá-PR, podendo assim assegurar renda a um grupo de mulheres que até então se encontravam excluídas socialmente. Também foram realizados cursos sobre empreendedorismo social e gestão de cooperativas populares, sendo estes ministrados por professores da Unespar/Fecilcam. Também houve a participação da Cooperativa numa Rodada Internacional de Negócios, realizada em Assunção, capital do Paraguai, com o objetivo de exportar os produtos da cooperativa. 2.2 DRS de Araruna-PR

O DRS de Arauna-PR também nasceu vinculado a uma cooperativa popular, a Cooperativa de Costureiras do Lirial de São Luís, a Cooperlira. Essa instituição nasceu da união de um grupo de 65 mulheres artesãs que no ano de 2001 constituíram a Associação das artesãs do Lirial de São Luís, cujos trabalhos se concentraram na fabricação de peças de artesanato sendo que os trabalhos realizados foram de grande importância para a geração de renda dessas famílias. Em 2010, em reuniões realizadas com a agência do Banco do Brasil de Araruna-PR e com representantes da Unespar/Fecilcam, a diretoria da associação decidiu ampliar suas atividades, ingressando na área da confecção. Em razão da natureza do novo empreendimento, as associadas decidiram por fundar a Cooperlira. A proposta recebeu o apoio formal da prefeitura municipal de Araruna, que cedeu em regime de comodato o prédio onde será implantada a cooperativa. O mercado em que a cooperativa pretende atuar é composto por empresas que contratam serviços de facção e por empresas varejistas e atacadista de confecções. As empresas que contratam serviços de facão estão localizadas nos municípios paranaenses de Cianorte, Maringá e Londrina. Também há uma grande demanda por tais serviços por parte do município de São Paulo SP. No que se refere às empresas atacadistas e varejistas, o mercado consumidor está localizado no Paraná, Santa Catarina e São Paulo. A Cooperativa, com base no seu estatuto social e na colaboração recíproca a que se obrigam seus cooperados, tem por objetivo: a) o desenvolvimento progressivo e a defesa de suas atividades sociais e econômicas de caráter comum, com a congregação dos integrantes de profissões da área de corte e costura; b) a criação de condições para o exercício das atividades de facção em geral e aprimoramento nos trabalhos realizados pelos cooperados; c) a geração de emprego e renda para seus cooperados, bem como, o incentivo e a criação das condições necessárias para auxiliar no aprimoramento pessoal e profissional de seus integrantes, principalmente por meio da realização de cursos e treinamentos. A Cooperlira possui uma diretoria administrativa e um Conselho Fiscal que são responsáveis pela tomada de decisão. De acordo com o estatuto social, todas as decisões estratégicas são submetidas à Assembléia Geral.

A implantação do DRS de Araruna seguiu os mesmo critérios descritos anteriormente, uma vez que a metodologia adotada pelo Banco do Brasil é padrão para todas as localiades em que o o programa é implementado. A metodologia de trabalho, tanto para o caso da Coopercrochê como para o caso da Cooperlira, consistiu-se na realização de reuniões com os grupos envolvidos, seguindo os seguintes procedimentos: a) sensibilização/capacitação do grupo de trabalho por meio de reuniões, palestras e entrevistas com o grupo do DRS local; b) escolha da atividade a ser desenvolvida em comum acordo com os representantes de cada DRS; c) formação da equipe oficial DRS, com a eleição de seus membros de forma democrática e com representatividade do máximo possível de entidades participantes; d) Elaboração do diagnóstico situacional do município; e) elaboração do Plano de Negócios DRS; f) Análise pelo Banco do Brasil; g) Implementação do plano de Negócios DRS; h) Monitoramento e Avaliação das ações realizadas. Após a realização dessas ações, foi convocada uma assembléia geral da Cooperlira para discutir as ações e estabelecer novas metas para os grupos de trabalho. 3 RESULTADOS OBTIDOS No caso do DRS de Barbosa Ferraz, as ações desenvolvidas pela equipe gestora, principalmente pela equipe ligada à Unespar/Fecilcam, obtiveram resultados altamente positivos. A metodologia proposta pelo programa do Banco do Brasil S/A foi desenvolvida de forma integral. O Plano de negócio, que se constitui na principal ferramenta de desenvolvimento regional do programa, foi elaborado com sucesso e oportunizou a geração de 200 postos de trabalho no município de Barbosa Ferraz e de 20 postos de trabalho no distrito de Bourbônia. A renda dos participantes aumentou significativamente. As ações mercadológicas previstas foram realizadas com

sucesso, bem como foram executados cursos e treinamentos na área da costura industrial, do artesanato e de gestão de cooperativas populares. Também houve a inclusão digital de um grande número de cooperados, que tiveram acesso aos cursos de informática promovidos gratuitamente na própria sede da Coopercrochê. Houve também a realização de parcerias com o governo do Estado do Paraná que permitiram a alfabetização de alguns cooperados. O DRS de Araruna também atendeu às expectativas iniciais. Foram concluídas todas as etapas do processo de formalização da Cooperativa e a elaboração do Plano de Negócio. O projeto aguarda agora a aprovação final por parte da superintendência do Banco do Brasil para a implementação das ações, o que permitirá a geração de empregos e renda para o município. 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS Promover o Desenvolvimento Regional Sustentável é tarefa que exige muita dedicação e preparo por parte das lideranças regionais. Nos municípios pequenos, as oportunidades de investimentos nas atividades econômicas, na maioria das vezes, é extremamente limitada, o que leva a população a abandonar tais municípios e partir em busca de novas oportunidades em outras localidades. As ações desenvolvidas nos municípios de Barbosa Ferraz e Araruna indicam que é possível identificar a vocação econômica dessas localidades e realizar ações que consigam agregar valor aos produtos e serviços de cada região, principalmente por meio da organização da mãode-obra em cooperativas populares. As ações do Banco do Brasil no programa DRS, permitem uma nova perspectiva para os empreendimentos sociais, uma vez que oportunizam linhas de crédito para atividades que sejam economicamente viáveis, socialmente justas e ambientalmente corretas. A união das ações do Banco do Brasil, das Universidades e do desejo e organização dos grupos de trabalho sinalizam para uma alternativa de

desenvolvimento econômico e social para localidades pequenas, como é caso dos municípios analisados. REFERÊNCIAS ALBURQUERQUE, F. Desenvolvimento econômico local: caminhos e desafios para a construção de uma nova agenda política. Tradução de Antonio Rubens Pompeu Braga, Rio de Janeiro, BNDS, 2001. BANCO DO BRASIL S/A. Desenvolvimento Regional Sustentável. Ceará, 2009. HOLYOAKE, G. J. Os 28 tecelões de Rochdale. Trad. Cooperativa dos Vegetarianos da Guanabara: Fon Fon Seleta, 1972. UFRJ. Glossário. <http://www.cooperativismopopular.ufrj.br/glossario.php> Acesso em 27 mar. 2011. ROSSI, A. C. S. Cooperativismo: Á luz dos Princípios Constitucionais, São Paulo, Juruá, 2005.