A SAÚDE DOS PORTUGUESES



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Análise da Mortalidade e Estatísticas Vitais Quadro 1 - Indicadores de saúde para Portugal, 2008-2014 Indicadores 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 População residente (x1000) 10563,0 10573,5 10572,7 10542,4 10487,3 10427,3 -- Número de nados vivos 104594 99491 101381 96856 89841 82787 83511 (c) Número de óbitos (a) 104280 104434 105954 102848 107612 Anos 106544 (b) Saldo fisiológico 314-4943 -4573-5992 -17771-23756 Índice sintético de fecundidade (descendência média / mulher) 106226 (d) 1,4 1,35 1,39 1,35 1,28 1,21 -- Taxa bruta de natalidade (/1000 habitantes) 9,9 9,4 9,6 9,2 8,5 7,9 -- Taxa bruta de mortalidade (/1000 habitantes) 9,88 9,9 10 9,74 10,23 10,19 -- Taxa de mortalidade infantil (/1000 nados vivos) 3,25 3,64 2,53 3,12 3,37 2,95 2,85-2,95 (e) Taxa de mortalidade neonatal (/1000 nados vivos) 2,1 2,5 1,7 2,4 2,2 1,9 -- Taxa de mortalidade neonatal precoce (/1000 nados vivos) 1,5 1,7 1,1 1,5 1,5 1,2 -- Taxa de mortalidade pós-neonatal (/1000 nados vivos) 1,2 1,2 0,9 0,7 1,2 1 -- Taxa de mortalidade perinatal de 28 e mais semanas (/1000 (nados-vivos e fetos mortos 28 semanas) Taxa de mortalidade fetal de 28 e mais semanas (/1000 (nados-vivos e fetos mortos 28 semanas) 4 4,6 3,5 3,9 4,2 3,4 2,5 2,9 2,4 2,3 2,8 2,2 -- Mortalidade antes dos 5 anos de idade (/1000 nados vivos) 4 4,5 3,1 3,9 4 3,8 -- Mortalidade materna (/100 000 nados vivos) * 3,82 7,04 7,89 5,16 -- 8 -- Taxa de mortalidade por doenças do aparelho circulatório (/100 000 habitantes) Taxa de mortalidade por doenças cerebrovasculares (/100 000 habitantes) Taxa de mortalidade por tumores malignos (/100 000 habitantes) Taxa de mortalidade por tumor maligno do cólon e reto (/100 000 habitantes) Taxa de mortalidade por doenças do aparelho respiratório (/100 000 habitantes) Taxa de mortalidade por acidentes de transporte e sequelas (/100 000) 316,7 313,4 316,7 299 311,7 -- -- 136,8 133,9 135,1 125,3 128,6 -- -- 225,4 228,4 234,2 241,9 244,4 -- -- 33,8 33,9 35,1 35,9 35,9 -- -- 108,8 114,5 110,7 112,9 132,2 -- -- 9,9 9,8 9,4 9,1 6,7 -- -- Mortalidade prematura (antes de 70 anos) (nº de óbitos) ** 25418 26092 25541 25174 24944 24810 23991 (d) (percentagem de óbitos) *** 24,40% 25,00% 24,40% 24,50% 23,20% 23,30% 22,6% (d) Anos potenciais de vida perdidos por todas as causas de morte, antes 70 anos (x1000) 387,1 383,3 366,8 355,1 342,9 -- -- 2006-2008 2010-2012 2011-2013 Esperança de vida à nascença HM 78,74 anos HM 79,78 anos HM 80,0 anos H 75,49 anos H 76,67 anos H 76,91 anos M 81,81 anos M 82,59 anos M 82,79 anos GAP GAP GAP HM 6,32 anos HM 5,92 anos HM 5,88 anos Esperança de vida aos 65 anos HM 18,21 anos HM 18,84 anos HM 18,97 anos H 16,35 anos H 16,94 anos H 17,07 anos M 19,70 anos M 20,27 anos M 20,40 anos GAP GAP GAP HM 3,35 anos HM 3,33 anos HM 3,33 anos Fontes: INE, IP; * WHO European HFA-DB e World Health Statistics 2014 (estimativa para 2013); **INSA/VDM. *** Óbitos <70 (VDM)/n.º total de óbitos (a) fonte: INE, IP óbitos de Portugueses residentes em Portugal; (b) Dados provisórios INE, IP; (c) Dados teste pézinho - INSA; (d) dados provisórios VDM/INSA; (e) - estimativas provisórias VDM/SICO -- -- 2

Gráfico 1 Mortalidade Geral (todas as causas) por mês, 2014 Figura: Óbitos por todas as causas de morte e em todas as idades, ocorridos no período em análise (janeiro a abril de 2014) em Portugal. VE - Valor Esperado (mediana dos anos anteriores); LI - Limite inferior 1S; LS - Limite superior 1S; 2LI Limite inferior 2S; 2LS Limite superior 2S. Fonte: dashboard da saúde (http://www.dgs.pt/dashboard/ ). A mortalidade geral (todas as causas) apresentou ao longo de 2014 a evolução esperada. Note-se, porém, que a mortalidade geral assume, normalmente, uma expressão cíclica sinusoidal com acentuação nos meses frios do ano e depressões nos meses quentes. As oscilações de mortalidade geral de ano civil para ano civil não apresentam relevância devido à variância subjacente ao elevado número de óbitos anual. Em 2014 a mortalidade infantil mostrou uma evolução dentro do esperado com ligeira tendência de decréscimo. Os dados aqui apresentados são números absolutos. A taxa depende do número de nascimentos vivos por ano. Deve referir-se que as variações obedecem à lei dos pequenos números, pelo que a respetiva leitura impõe prudência. 3

Quadro 2 Mortalidade Infantil, por mês, 2007-2014 Mês 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 Janeiro 32 17 31 20 36 29 31 21 Fevereiro 26 31 25 21 23 30 15 21 Março 21 34 37 19 25 26 24 25 Abril 27 34 22 21 24 21 22 12 Maio 24 27 26 23 28 26 18 22 Junho 34 22 20 28 16 22 22 18 Julho 34 27 31 18 12 18 15 18 Agosto 29 26 42 28 24 19 15 15 Setembro 27 30 25 26 33 26 21 14 Outubro 35 37 38 22 32 33 22 26 Novembro 33 34 33 19 19 39 19 20 Dezembro 40 29 36 16 31 17 23 18 Total 362 348 366 261 303 306 247 230 Ultima atualização: 19 Janeiro 2015 Fontes: VDM: "Sistema de Vigilância Diária da Mortalidade. Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, IP, Instituto dos Registos e do Notariado, IP, e Instituto de Gestão Financeira e Equipamentos da Justiça, IP. Adaptado do dashboard da saúde (http://www.dgs.pt/dashboard/ ). Gráfico 2 Mortalidade Infantil (todas as causas) por mês, 2014 Figura: Óbitos de crianças antes de completarem um ano de vida, ocorridos em 2014 em Portugal (dados VDM). VE - Valor Esperado (mediana dos anos anteriores); LI - Limite inferior 1S; LS - Limite superior 1S; 2LI Limite inferior 2S; 2LS limite superior 2S. Fonte: dashboard da saúde (http://www.dgs.pt/dashboard/ ). 4

Taxa (/ 1000 n. v.) A rapidez da evolução positiva ao longo dos últimos 35 anos, bem como a relativa uniformidade entre Litoral e Interior têm sido características salientadas pelas organizações internacionais que justificam a elevação consistente de Portugal no ranking da Organização Mundial da Saúde (OMS). Há variações regionais, como o gráfico seguinte ilustra, mas sem expressão preocupante. 7 Gráfico 3 Mortalidade infantil - Continente e por ARS 2000-2013 6 5 4 3 2 1 Continente Norte Centro LVT Alentejo Algarve 0 20002001200220032004200520062007200820092010201120122013 Fonte: INE/DGS O baixo peso à nascença (menor do que 2,5 kg) representa um problema de saúde pública em Portugal que tem sido associado à idade cada vez mais avançada das mães e ao tabagismo. Em 2013 verificaram-se 6 850 nascimentos com baixo peso, no Continente. 5

Nº de crianças (/ 100 n. v.) 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1 0 Gráfico 5 Crianças com baixo peso à nascença - Continente e por ARS 2000-2013 Continente Norte Centro LVT Alentejo Algarve Fonte: INE/DGS Quadro 3 Mortalidade abaixo dos 5 anos, por mês, 2007-2014 Mês 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 Janeiro 38 31 45 26 41 38 41 28 Fevereiro 34 37 31 29 26 38 23 28 Março 32 43 45 27 35 35 28 30 Abril 36 41 28 27 27 25 31 13 Maio 33 32 31 26 35 32 22 30 Junho 36 30 27 33 24 29 28 21 Julho 40 28 45 30 17 19 20 25 Agosto 39 33 48 30 31 25 16 18 Setembro 34 35 33 30 43 31 28 20 Outubro 43 43 42 30 37 39 26 33 Novembro 39 46 40 24 25 39 27 22 Dezembro 48 32 42 22 38 22 32 24 Total 452 431 457 334 379 372 322 292 Ultima atualização: 19 Janeiro 2015 Fontes: VDM: "Sistema de Vigilância Diária da Mortalidade. Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, IP, Instituto dos Registos e do Notariado, IP, e Instituto de Gestão Financeira e Equipamentos da Justiça, IP. Adaptado do dashboard da saúde (http://www.dgs.pt/dashboard/ ). 6

Gráfico 5 Mortalidade abaixo dos 5 (todas as causas), 2014 Figura: Óbitos de crianças antes de completarem cinco anos de vida, ocorridos 2014 em Portugal (dados VDM). VE - Valor Esperado (mediana dos anos anteriores); LI - Limite inferior 1S; LS - Limite superior 1S; 2LI limite inferior 2S; 2LS limite superior 2S. Fonte: dashboard da saúde (http://www.dgs.pt/dashboard/ ). Relativamente à mortalidade abaixo dos 5 anos (under five) que inclui a mortalidade infantil apresentou também uma tendência de decréscimo. Os resultados da evolução positiva da mortalidade infantil e abaixo dos 5 anos (under five) estão, seguramente, relacionados com a melhoria da prestação dos cuidados na área materno-infantil, incluindo a evolução da cobertura vacinal, que é muito elevada, superior a 97%, em média. O quadro seguinte mostra, e a título de exemplo, a evolução da incidência de algumas doenças (de taxa de letalidade alta) como a meningite meningocócica (serogrupo C), depois da introdução da vacina. 7

Gráfico 6 - Número de casos confirmados de Doença Invasiva Meningocócica por serogrupo e ano de início de sintomas em Portugal, 2003-2012 160 140 120 100 Outros serogrupos Serogrupo B Serogrupo C Total 80 60 40 20 0 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 Nota: O total de casos inclui os casos sem serogrupo identificado. Fonte: DGS e INSA Quadro 4 Mortalidade abaixo dos 70 anos, por mês, 2007-2014 Mês 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 Janeiro 2382 2263 2571 2502 2452 2357 2339 2274 Fevereiro 2175 2135 2101 2117 2208 2465 2070 2038 Março 2336 2145 2264 2205 2072 2166 2238 2031 Abril 2121 2114 2056 2044 2005 1959 2026 1913 Maio 2130 2036 2139 2049 2117 2061 1957 1928 Junho 2023 2011 1965 1978 1909 1892 1989 1821 Julho 2223 2055 2099 2157 1908 2036 2087 1923 Agosto 2151 1990 2129 2117 2136 1966 2000 1960 Setembro 1996 1998 1999 1925 1931 1924 1873 1854 Outubro 2065 2034 2154 2123 2015 1987 1994 2044 Novembro 2179 2206 2096 2065 2070 1987 2019 1977 Dezembro 2371 2438 2527 2268 2362 2166 2272 2228 Total 26152 25425 26100 25550 25185 24966 24864 23991 Ultima atualização: 19 Janeiro 2015. Fontes: VDM: "Sistema de Vigilância Diária da Mortalidade. Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, IP, Instituto dos Registos e do Notariado, IP, e Instituto de Gestão Financeira e Equipamentos da Justiça, IP. Adaptado do dashboard da saúde (http://www.dgs.pt/dashboard/ ). 8

No que se refere à mortalidade prematura (abaixo dos 70 anos) verifica-se estabilização, sobretudo nos últimos 3 anos. Gráfico 7 Mortalidade prematura (todas as causas), 2014 Figura: Óbitos por todas as causas de morte antes dos 70 anos de idade, ocorridos no período em análise (janeiro a abril de 2014) em Portugal. VE - Valor Esperado; LI - Limite inferior 1S; LS - Limite superior 1S; 2LI Duas vezes o limite inferior; 2LS Duas vezes o limite superior. Fonte: dashboard da saúde (http://www.dgs.pt/dashboard/ ). Gráfico 8 Evolução percentual da Mortalidade prematura (todas as causas), 2006-2014 Fontes: VDM: "Sistema de Vigilância Diária da Mortalidade. Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, IP, Instituto dos Registos e do Notariado, IP, e Instituto de Gestão Financeira e Equipamentos da Justiça, IP. Calculado a partir do dashboard da saúde (http://www.dgs.pt/dashboard/ ). 9

Em 2014, ocorreram 23 991 óbitos antes dos 70 anos de idade. Já em 2013 verificaram-se 24 810 mortes prematuras e em 2012, ocorreram 24 944, a que correspondem respetivamente as taxas de 22,6 %, 23,3% e 23,2%. O patamar alcançado em 2014 (se comparado com anos anteriores) indicia que a meta fixada para 2020 pode ser alcançada..as causas de mortalidade prematura são distintas consoante os grupos etários. No período infantil (malformações congénitas, baixo peso, por exemplo), nos jovens (acidentes) e na middle age as doenças crónicas não transmissíveis, como as doenças cérebro-cardiovasculares e a doença oncológica. Como determinantes das causas de mortalidade, têm sido apontados o tabagismo, sedentarismo, maus hábitos alimentares (comportamentos e estilos de vida não saudáveis). 10

PERFIL DE MORBILIDADE As doenças crónicas não transmissíveis constituem problemas de Saúde Pública, uma vez que adquiriram, em Portugal, expressão epidémica. Para além das doenças do foro mental, são especialmente preocupantes a diabetes, a obesidade, as doenças oncológicas, as doenças cérebro e cardiovasculares, e as doenças respiratórias crónicas. Quadro 5 Indicadores de morbilidade: internamento hospitalar em Portugal, 2008-2013 Anos Indicadores 2008 2009 2010 2011 2012 2013 Total de altas hospitalares (Hospitais Públicos de Portugal Continental) -- 921127 954388 959806 981503 1007162 Doenças Infeciosas e Parasitárias (%) -- 2,3 2,2 2,3 2,4 2,4 Neoplasias (%) -- 12,3 12,7 12,9 12,8 12,5 Doenças das Glândulas Endócrinas, da Nutrição e do Metabolismo e Transtornos Imunitários (inc. Diabetes) (%) Doenças do Sangue e dos Órgão Hematopoiéticos (%) -- 2,9 3,0 3,2 3,3 3,6 -- 0,9 0,9 0,9 0,8 0,8 Transtornos Mentais (%) -- 2,4 2,3 2,3 2,3 2,2 Doenças do Sistema Nervoso e dos Órgãos dos Sentidos (%) -- 14,0 13,6 13,5 13,7 14,9 Doenças do Aparelho Circulatório (%) -- 15,3 15,2 14,8 14,9 14,7 Doenças do Aparelho Respiratório (%) -- 12,2 11,7 11,9 11,9 11,0 Doenças do Aparelho Digestivo (%) -- 12,4 12,5 12,6 12,4 12,3 Doenças do Aparelho Geniturinário (%) -- 9,8 10,3 10,0 9,8 9,8 Doenças da Pele e do Tecido Celular Subcutâneo (%) Doenças do Sistema Osteomuscular e do Tecido Conjuntivo (%) -- 2,3 2,3 2,5 2,7 2,8 -- 5,3 5,1 5,2 5,3 5,2 Lesões e Envenenamentos (%) -- 8,0 8,1 8,0 7,7 7,7 Taxa padronizada de internamento hospitalar (/100000 habitantes) Diabetes 34,0 32,0 32,1 30,5 31,4 DPOC 31,0 30,6 29,9 29,6 30,1 Asma 29,8 31,4 33,3 30,6 34,5 Hipertensão arterial 13,9 11,5 10,9 9,9 9,3 Insuficiência cardíaca 30,6 30,4 29,6 30,0 31,4 Nota: A distribuição percentual apresentada baseia-se estritamente na informação nos 13 grandes grupos da CID-9 elencados. Fonte: ACSS/GDH A diabetes tipo 2, pela carga que representa, merece especial destaque, uma vez que adquiriu expressão pandémica. 11

Portugal apresenta uma incidência de cerca de 60 000 novos casos por ano, facto que contribui para a prevalência estimada (13%) de mais de 1 milhão de portugueses em 2013. Observou-se um decréscimo na percentagem dos internamentos por doenças do aparelho circulatório de 2009 a 2013. Neste período a admissão nas Unidades de AVC (U-AVC) e através das Vias Verdes foi sustentadamente crescente. Relativamente a outras doenças com elevada expressão de internamento hospitalar, as doenças respiratórias apresentaram no período uma ligeira tendência de descida, ao passo que as doenças oncológicas manifestaram estabilidade. No que se refere às doenças transmissíveis, apesar de representarem menores problemas do que no passado recente, são ainda motivo de atenção, em termos de prevenção, vigilância e controlo. A resistência crescente aos antimicrobianos voltou a colocar as doenças provocadas por agentes vivos na agenda da saúde. No caso particular do VIH/SIDA, sublinhe-se que a epidemia é de tipo concentrado. Isto é, assume maior prevalência particularmente nos homens que têm sexo com homens, utilizadores de drogas injetáveis, trabalhadores de sexo, cidadãos reclusos em estabelecimentos prisionais e migrantes. A evolução recente no que se refere ao VIH é positiva. Mesmo tendo em conta os atrasos de notificação, estima-se que a evolução de 2012 para 2013 represente menos cerca de 180-200 casos novos de infeção por VIH. 12

Gráfico 9 Incidência VIH/SIDA 3500 3000 2500 2000 1500 - VIH SIDA 1113 1190 1452 1860 2374 2930 3064 3097 2746 2593 2452 2281 2247 2073 2097 2090 2003 1901 1931 1688 1640 1416 1000 500 0 773 737 878 926 984 1035 898 836 835 798 595 631 703 701 625 510 522 539 422 406 442 495 408 383 300 185 3 8 42 91 79 129 191 248 290 302 1983 84 85 86 87 88 89 90 91 92 93 94 95 96 97 98 99 2000 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 Fonte: DGS - Relatório Portugal: Infeção VIH, SIDA e Tuberculose em números 2014 Esta incidência é ainda elevada no contexto da União Europeia, visto que a taxa de incidência em 2013 era de 5,7/100000 habitantes e a mesma, em Portugal e no mesmo ano, atingiu os 13,6/100000 (inferior em dois pontos percentuais, relativamente ao ano de 2012: 15,6/100000). As curvas expostas no quadro infra revelam uma descida sustentada do número de novos casos notificados, com inversão do crescimento acentuado verificado até à viragem do milénio. Quadro 6 Incidência tuberculose Novos casos Taxa incidência/10 5 2012 2405 22.9 2013 2195 21.1 Fonte: DGS - Relatório Portugal: Infeção VIH, SIDA e Tuberculose em números 2014 Nota: o cálculo das taxas para 2013 utilizou já as estimativas populacionais para 2013. A taxa de incidência calculada em março de 2014, com base nos dados efetivos disponíveis à data apontava para uma taxa de 20,4/100000, corrigida posteriormente em função de notificações atrasadas. A evolução da tuberculose em Portugal é, igualmente, favorável, uma vez que a distância em relação ao cut-off da baixa endemicidade (20/100000) tem vindo a diminuir. A manter-se esta evolução Portugal em 2014 poderá passar a classificar-se como país de baixa endemicidade. 13