DOENÇAS OU AGRAVOS DE NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA IMEDIATA NÚCLEO HOSPITALAR DE EPIDEMIOLOGIA HNSC/HCC A Portaria do Ministério da Saúde Nº 1.271, de 06 de Junho de 2014 atualizou a Portaria Nº 104, de 25 de janeiro de 2011 que define a lista de doenças, agravos e eventos em saúde pública de notificação compulsória. De acordo com o artigo 3 o, parágrafo 1º á notificação compulsória será realizada diante da suspeita ou confirmação de doença ou agravo. De acordo com o artigo 5 o A notificação imediata será realizada por telefone como meio de comunicação ao serviço de vigilância epidemiológica (...). Considerando que o Hospital Nossa Senhora da Conceição e Hospital da Criança Conceição são estabelecimentos de saúde do município de Porto Alegre listamos abaixo as doenças consideradas de notificação imediata para este município. As demais doenças ou agravos de notificação compulsória de periodicidade semanal constam na Lista de DNC para o Município de Porto Alegre (anexo 1). Estão entre as Doenças de Notificação Compulsória Imediata : Botulismo Cólera Coqueluche Dengue casos suspeitos e óbitos Doença de Chagas Aguda Doença Invasiva por Haemophilus influenza Doença Meningocócica Doença com suspeita de disseminação intencional: a. Antraz pneumônico b. Tularemia c. Varíola Doenças febris hemorrágicas emergentes/reemergentes a. Arenavírus 1
b. Ebola c. Marburg d. Lassa e. Febre purpúrica brasileira Evento de Saúde Pública (ESP) que se constitua ameaça à saúde pública (ver definição no Art. 2º desta portaria) Eventos adversos graves ou óbitos pós-vacinação Febre Amarela Febre de Chikungunya Febre do Nilo Ocidental e outras arboviroses de importância em saúde pública Febre maculosa e outras Riquetisioses Hantavirose Influenza humana produzida por novo subtipo viral Leishmaniose Visceral Leptospirose Malária na região extra Amazônica Poliomielite por poliovírus selvagem Peste Raiva humana Síndrome da Rubéola Congênita Doença exantemática Sarampo e Rubéola Síndrome da Paralisia Flácida Aguda Síndrome Respiratória Aguda Grave associada a Coronavírus a. SARS-CoV b. MERS - CoV Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) hospitalizados e Óbito por SRAG Tétano Neonatal Varicela caso grave internado ou óbito 2
A seguir apresentamos de forma sumarizada as definições de caso suspeito e medidas de controle para os agravos mais frequentemente notificados. CHIKUNGUNYA Caso Suspeito Paciente com febre de início súbito (> 38,5 o C),e Artralgia ou artrite intensa não explicadas por outras condições e residindo ou tendo visitado áreas endêmicas ou (epidêmicas)* até 2 semanas antes do início dos sintomas. * Ilhas do Caribe, países da América Central (Panamá, Costa Rica, El Salvador) e América do Sul (Guiana Francesa, Colômbia e Venezuela). Como Proceder diante de um caso suspeito: A notificação é imediata, durante o atendimento: Preencher ficha de notificação; A coleta de exames laboratoriais para o diagnóstico será orientada pela EVDT/SMS/POA durante a notificação. A notificação desencadeia uma série de medidas para a prevenção de novos casos como: - Identificação do provável local de infecção; - Verificação da presença do vetor (Aedes aegypti e Aedes albopictus) em locais que o paciente frequenta habitualmente (escola, trabalho, etc...) e eliminação (fumacê). 3
DENGUE Caso Suspeito Paciente com doença febril aguda, com duração máxima de 7 dias, acompanhada de pelo menos dois dos seguintes sintomas: cefaléia, dor retroorbital, mialgia, artralgia, prostração, exantema. Como Proceder diante de um caso suspeito: A notificação é imediata, durante o atendimento: Preencher ficha de notificação; Encaminhar para coleta de sorologia a partir do 7 o dia; A necessidade de coleta de NS1 será orientada pela EVDT/SMS/POA durante a notificação. A notificação desencadeia busca ativa de casos e uma série de medidas para a prevenção de novos casos como: - Identificação do provável local de infecção; - Verificação da presença do vetor (Aedes aegypti) e eliminação (fumacê); - Verificação da presença do vetor (Aedes aegypti) em locais que o paciente frequenta habitualmente (escola, trabalho, etc...) e eliminação (fumacê). 4
DOENÇA EXANTEMÁTICA Sarampo e Rubéola Caso Suspeito de Sarampo: Todo paciente que, independente da idade e da situação vacinal, apresentar febre e exantema maculopapular, acompanhados de um ou mais dos seguintes sinais e sintomas: tosse e/ou coriza e/ou conjuntivite; ou todo indivíduo suspeito com história de viagem ao exterior nos últimos 30 dias ou de contato, no mesmo período, com alguém que viajou ao exterior. Caso Suspeito de Rubéola: todo paciente que apresente febre e exantema máculo-papular, acompanhado de linfoadenopatia retroauricular, occipital e cervical, independente da idade e situação vacinal ou todo indivíduo suspeito com história de viagem ao exterior nos últimos 30 dias ou de contato, no mesmo período, com alguém que viajou ao exterior. Como proceder diante de um caso suspeito de Sarampo ou Rubéola: A notificação é imediata, durante o atendimento: Preencher ficha de notificação; Coletar sangue para sorologia no primeiro atendimento; A notificação desencadeia uma série de medidas para a prevenção e controle como: - Identificação do provável local de infecção; - Identificação dos contatos e vacinação; - Identificação da ocorrência de casos secundários; - Realização de vacinação de bloqueio. 5
DOENÇA MENINGOCÓCICA A infecção pela N. meningitidis pode provocar meningite, meningococcemia e a associação da meningite e meningococcemia. Caso suspeito Crianca > 9 meses e adulto com febre, cefaléia, vômitos, rigidez de nuca, outros sinais de irritação meníngea (Kernig e Brudzinski), convulsão, sufusões hemorrágicas (petéquias) e torpor. Criança <9 meses observar também irritabilidade (choro persistente) ou abaulamento de fontanela. A meningococcemia se caracteriza por início súbito com febre alta, calafrios, prostação e manifestações hemorrágicas (petéquias e equimose) com ou sem sinais de meningite. Como proceder diante de um caso suspeito: A notificação de casos suspeitos de meningite meningocócica e/ou meningococcemia é imediata, durante o atendimento: Preencher ficha de notificação Coletar material para o diagnóstico líquor, hemocultura e/ou raspado de petéquias. Ver medidas de controle da doença (quimioprofilaxia) no repositório de documentos do GHC: Vigilância Epidemiológica Núcleo Hospitalar de Epidemiologia Rotinas Meningites. 6
A vigilância da infecção por N. meningitidis é de grande importância para a saúde pública em virtude da magnitude e gravidade da doença, bem como do potencial de causar epidemias. A notificação desencadeia uma série de medidas para a prevenção e controle: - Identificação dos contatos e realização de quimioprofilaxia; - Identificação da ocorrência de casos secundários; - Realização de vacinação de bloqueio. EBOLA Caso suspeito País Definição de caso Indivíduos procedentes, nos últimos 21 dias, de país com transmissão disseminada ou intensa de Ebola Libéria, Guiné e Serra Leoa, que apresente febre de início súbito, podendo ser acompanhada de sinais de hemorragia, como: diarréia sanguinolenta, gengivorragia, enterorragia, hemorragias internas, sinais purpúricos e hematúria. Como proceder diante de um caso suspeito: A notificação de casos suspeitos de Ebola é imediata para o celular de plantão da EVDT/SMS/POA: 9318-5191. - Após notificar e confirmar a suspeita com a EVDT/SMS/POA desencadear o fluxograma do Protocolo de Manejo Clínico, Biossegurança, Controle de Infecção e Vigilância Epidemiológica de Casos Suspeitos de Doença pelo Vírus Ebola (DVE) do HNSC, disponível em: H:\PUBLICO\Setores\CIH-HNSC\Ebola. controle: A notificação desencadeia uma série de medidas para a prevenção e 7
- Adoção de medidas de precaução e controle e isolamento, a fim de garantir atendimento seguro aos profissionais; - Identificação e monitoramento dos contatos; - Identificação da ocorrência de casos secundários. Óbito por SRAG Todo o indivíduo com quadro compatível com SRAG febre, tosse, dispnéia, saturação <95% que evoluir para óbito deve ser notificado imediatamente. Como proceder diante de um caso suspeito: A notificação é imediata: Preencher ficha de notificação; Coletar material mesmo post mortem: Aspirado nasal, aspirado traqueal ou swab nasofaringe; Definir a causa da morte; Determinar e monitorar as cepas circulantes de influenza. Referências: 1. Portaria GM/MS Nº 1.271, de 06 de Junho de 2014. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2014/prt1271_06_06_2014.html. Acesso em 22 Out 2014. 2. Guia de vigilância epidemiológica / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância Epidemiológica. 7. ed. Brasília: Ministério da Saúde, 2009. Disponível em: 8
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_vigilancia_epidemiologica_7ed.pdf Acesso em 22 Out 2014. 3- Alerta Epidemiológico Chikungunya. Equipe de Vigilância de Doenças transmissíveis. Coordenadoria Geral de Vigilância em Saúde. Secretaria Municipal de Saúde. Prefeitura Municipal de Porto Alegre. Porto Alegre, 23 de setembro de 2014. 4- Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Protocolo de vigilância e manejo de casos suspeitos de Doença pelo Vírus Ebola (DVE). Versão 7. Atualização em 08 de setembro de 2014. Disponível em: http://portal.saude.pe.gov.br/sites/portal.saude.pe.gov.br/files/protocolo-devigilanciaebola- 26-08-versao-5-.pdf. Acesso em 11 setembro 2014. 5- Plano de Contingência para o Risco de Epidemia de Febre Hemorrágica por Filovírus. Protocolo de Manejo Clínico, Biossegurança, Controle de Infecção e Vigilância Epidemiológica de Casos Suspeitos de Doença pelo Vírus Ebola (DVE). CIH/NHE/Serviço de Infectologia. Hospital Nossa Senhora da Conceição. Grupo Hospitlar Conceição. NRTO 02/2014. 30/Setembro/2014 Versão 10. 9