O COORDENADOR DE EDUCAÇÃO FÍSICA COMO MEDIADOR NO DESENVOLVIMENTO MOTOR DE CRIANÇAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL.



Documentos relacionados
Desenvolvimento Motor de Crianças Prof. Maicon Albuquerque

OS CONHECIMENTOS DE ACADÊMICOS DE EDUCAÇÃO FÍSICA E SUA IMPLICAÇÃO PARA A PRÁTICA DOCENTE

O COORDENADOR PEDAGÓGICO COMO MEDIADOR DE NOVOS CONHECIMENTOS 1

********** É uma instituição destinada ao atendimento de crianças de 0 a 3 anos e faz parte da Educação Infantil. Integra as funções de cuidar e

Instituto Educacional Santa Catarina. Faculdade Jangada. Atenas Cursos

Estado da Arte: Diálogos entre a Educação Física e a Psicologia

EDUCAÇÃO E CIDADANIA: OFICINAS DE DIREITOS HUMANOS COM CRIANÇAS E ADOLESCENTES NA ESCOLA

PROJETO DE LEITURA E ESCRITA LEITURA NA PONTA DA LÍNGUA E ESCRITA NA PONTA DO LÁPIS

BRINCAR E APRENDER: A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL

O Currículo das Séries Iniciais e a Educação para a Saúde

REGULAMENTO NÚCLEO DE APOIO PEDAGÓGICO/PSICOPEDAGÓGICO NAP/NAPP. Do Núcleo de Apoio Pedagógico/Psicopedagógico

V Seminário de Metodologia de Ensino de Educação Física da FEUSP Relato de Experiência INSERINDO A EDUCAÇÃO INFANTIL NO CONTEXTO COPA DO MUNDO.

Integrar o processo de ensino, pesquisa e extensão;

PRÁTICA PROFISSIONAL INTEGRADA: Uma estratégia de integração curricular

CASTILHO, Grazielle (Acadêmica); Curso de graduação da Faculdade de Educação Física da Universidade Federal de Goiás (FEF/UFG).

SAÚDE E EDUCAÇÃO INFANTIL Uma análise sobre as práticas pedagógicas nas escolas.

2.5 AVALIAÇÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL

ISSN ÁREA TEMÁTICA: (marque uma das opções)

Colégio La Salle São João. Professora Kelen Costa Educação Infantil. Educação Infantil- Brincar também é Educar

Centro de Estudos Avançados em Pós Graduação e Pesquisa

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO SECRETARIA DE EDUCAÇÃO BÁSICA

CURSOS PRECISAM PREPARAR PARA A DOCÊNCIA

CURSO: EDUCAR PARA TRANSFORMAR. Fundação Carmelitana Mário Palmério Faculdade de Ciências Humanas e Sociais

Projeto Pedagógico Institucional PPI FESPSP FUNDAÇÃO ESCOLA DE SOCIOLOGIA E POLÍTICA DE SÃO PAULO PROJETO PEDAGÓGICO INSTITUCIONAL PPI

FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES 1

Curso de Especialização Educação Infantil 2ª Edição EMENTA DAS DISCIPLINAS

PROGRAMA ESCOLA DA INTELIGÊNCIA - Grupo III ao 5º Ano

ISSN PROJETO LUDICIDADE NA ESCOLA DA INFÂNCIA

Resgate histórico do processo de construção da Educação Profissional integrada ao Ensino Médio na modalidade de Educação de Jovens e Adultos (PROEJA)

REGULAMENTO ESTÁGIO SUPERVISIONADO CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA FACULDADE DE APUCARANA FAP

Pedagogia Estácio FAMAP

SIGNIFICADOS ATRIBUÍDOS ÀS AÇÕES DE FORMAÇÃO CONTINUADA DA REDE MUNICIPAL DE ENSINO DO RECIFE/PE

CURSO: LICENCIATURA DA MATEMÁTICA DISCIPLINA: PRÁTICA DE ENSINO 4

Núcleo de Educação Infantil Solarium

Programa de Capacitação

PLANEJAMENTO ANUAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA ENSINO MÉDIO INTRODUCÃO

GUIA DE SUGESTÕES DE AÇÕES PARA IMPLEMENTAÇÃO E ACOMPANHAMENTO DO PROGRAMA DE INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA

Elvira Cristina de Azevedo Souza Lima' A Utilização do Jogo na Pré-Escola

Brincadeiras que ensinam. Jogos e brincadeiras como instrumentos lúdicos de aprendizagem

A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO FISICA NAS SÉRIES INICIAIS DA EDUCAÇÃO BÁSICA LEILA REGINA VALOIS MOREIRA

ESTÁGIO DOCENTE DICIONÁRIO

PROJETO BRINQUEDOTECA PEDAGOGIA

O futuro da educação já começou

Necessidade e construção de uma Base Nacional Comum

A Família e sua importância no processo educativo dos alunos especiais

II. Atividades de Extensão

Experimentação Esportiva

POLÍTICAS PÚBLICAS PARA AS ALTAS HABILIDADES / SUPERDOTAÇÃO. Secretaria de Educação Especial/ MEC

CONSELHO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO

Profissionais de Alta Performance

Campanha Nacional de Escolas da Comunidade Mantenedora da Faculdade Cenecista de Campo Largo

Projeto Político-Pedagógico Estudo técnico de seus pressupostos, paradigma e propostas

Regulamento de Estágio Curricular

No final desse período, o discurso por uma sociedade moderna leva a elite a simpatizar com os movimentos da escola nova.

1.3. Planejamento: concepções

PRÁTICAS DE INCLUSÃO SÓCIO EDUCATIVAS, CULTURAIS E RECREATIVAS COMO FORMA DE REDUZIR DESIGUALDADES.

O COORDENADOR PEDAGÓGICO E AS REUNIÕES PEDAGÓGICAS POSSIBILIDADES E CAMINHOS

FUNDAÇÃO CARMELITANA MÁRIO PALMÉRIO FACIHUS FACULDADE DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS Educação de qualidade ao seu alcance SUBPROJETO: PEDAGOGIA

Fórum Nacional de Diretores de Faculdades/Centros/Departamentos de Educação das Universidades Públicas Brasileiras (FORUMDIR)

CENTRO UNIVERSITÁRIO DE FORMIGA CREDENCIAMENTO: Decreto Publicado em 05/08/2004 RECREDENCIAMENTO: Decreto Publicado em 15/12/2006

O ENSINO FUNDAMENTAL DE 9 ANOS: CONTRIBUIÇÕES PARA UM DEBATE

Prefeitura Municipal de Santos

É projeto porque reúne propostas de ação concreta a executar durante determinado período de tempo. É político por considerar a escola como um espaço

O ORIENTADOR FRENTE À INCLUSÃO DA PESSOA COM DEFICIENCIA NA ESCOLA REGULAR DE ENSINO

MATRIZES CURRICULARES MUNICIPAIS PARA A EDUCAÇÃO BÁSICA - MATEMÁTICA: UMA CONSTRUÇÃO COLETIVA EM MOGI DAS CRUZES

FACCAMP FACULDADE CAMPO LIMPO PAULISTA COORDENADORIA DE EXTENSÃO E PESQUISA

Proposta de curso de especialização em Educação Física com ênfase em Esporte Educacional e projetos sociais em rede nacional.

LUDICIDADE E EDUCAÇÃO: O ENCANTAMENTO DE APRENDER BRINCANDO

CURSO DE EDUCAÇÃO FISICA ATIVIDADES EXTRA CURRICULARES

José Fernandes de Lima Membro da Câmara de Educação Básica do CNE

WALDILÉIA DO SOCORRO CARDOSO PEREIRA

A PERSPECTIVA DOS PROFESSORES DA ESCOLA BÁSICA SOBRE A EDUCAÇÃO FINANCEIRA INFANTIL

LURDINALVA PEDROSA MONTEIRO E DRª. KÁTIA APARECIDA DA SILVA AQUINO. Propor uma abordagem transversal para o ensino de Ciências requer um

PROPOSTA PEDAGOGICA CENETEC Educação Profissional. Índice Sistemático. Capitulo I Da apresentação Capitulo II

NÚCLEO DE APOIO DIDÁTICO E METODOLÓGICO (NADIME)

Manual do Estagiário 2008

Plano Integrado de Capacitação de Recursos Humanos para a Área da Assistência Social TEMA A IMPORTÂNCIA DO TRABALHO EM EQUIPE E A ARTICULAÇÃO DA REDE

A IMPORTÂNCIA DOS FUNCIONÁRIOS NO PROCESSO EDUCATIVO NAS ESCOLAS

Organização dos Estados Ibero-americanos Para a Educação, a Ciência e a Cultura MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO FUNDO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO

O AMBIENTE MOTIVADOR E A UTILIZAÇÃO DE JOGOS COMO RECURSO PEDAGÓGICO PARA O ENSINO DE MATEMÁTICA

Escola Superior de Ciências Sociais ESCS

ESTRUTURA CURRICULAR DO CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM MBA EM GESTÃO DE PESSOAS, LIDERANÇA E COACHING

OS LIMITES DO ENSINO A DISTÂNCIA. Claudson Santana Almeida

DIFICULDADES DE LEITURA E ESCRITA: REFLEXÕES A PARTIR DA EXPERIÊNCIA DO PIBID

RELATO DE EXPERIÊNCIA: PROJETO DE EXTENSÃO PRÁTICA DE ENSINO E FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES

PROGRAMA ATIVIDADE MOTORA ADAPTADA

ALGUNS ASPECTOS QUE INTERFEREM NA PRÁXIS DOS PROFESSORES DO ENSINO DA ARTE

FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES ALFABETIZADORES: O PNAIC EM FOCO

XI Encontro de Iniciação à Docência

ESTÁGIO SUPERVISIONADO NA FORMAÇÃO INICIAL DOS GRADUANDOS DE LICENCIATURA EM MATEMÁTICA

A EDUCAÇÃO FÍSICA NAS ESCOLAS MUNICIPAIS DE PONTA GROSSA/PR: ANÁLISE DO ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO DAS AULAS

2 - Sabemos que a educação à distância vem ocupando um importante espaço no mundo educacional. Como podemos identificar o Brasil nesse contexto?

Faculdade de Alta Floresta - FAF REGULAMENTO DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO DO CURSO DE PEDAGOGIA DA FACULDADE DE ALTA FLORESTA - FAF

Associação Catarinense das Fundações Educacionais ACAFE PARECER DOS RECURSOS

As diferentes linguagens da criança: o jogo simbólico

O Ensino a Distância nas diferentes Modalidades da Educação Básica

ANEXO I DESCRIÇÃO DAS ATRIBUIÇÕES DOS CARGOS TABELA A ATRIBUIÇÕES DO CARGO PROFESSOR E PROFESSOR DE EDUCAÇÃO FÍSICA 20 HORAS

AIMPORTÂNCIA DA FORMAÇÃO CONTINUADA COLABORATIVA ENTRE PROFESSORES QUE ATUAM COM PESSOAS COM AUTISMO.

tido, articula a Cartografia, entendida como linguagem, com outra linguagem, a literatura infantil, que, sem dúvida, auxiliará as crianças a lerem e

PÓS-GRADUAÇÃO CAIRU O QUE VOCÊ PRECISA SABER: Por que fazer uma pós-graduação?

Transcrição:

O COORDENADOR DE EDUCAÇÃO FÍSICA COMO MEDIADOR NO DESENVOLVIMENTO MOTOR DE CRIANÇAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL. Michelle Souza de Oliveira Estudante, FSJT, Rio de Janeiro, profedfmichelle@gmail.com Alborina Matos Paiva, M. Sc. Orientadora, FSJT, Rio de Janeiro, alborinap@terra.com.br Resumo Este artigo científico é requisito parcial para obtenção do certificado de especialista em Gestão e Coordenação Pedagógica do curso de pós-graduação lato sensu da Faculdade São Judas Tadeu. O objetivo principal do artigo é o papel do coordenador de Educação Física como mediador no desenvolvimento infantil. Caracterizando como objetivo específico à identificação da importância do professor de educação física na educação infantil como mediador de suas habilidades motoras. A pesquisa justifica-se deste tema ao fato de acordo com o contexto a se observar os aspectos relativos ao desenvolvimento motor em crianças na faixa etária de 4 e 6 anos de idade, ou seja, na educação infantil. No entanto a relevância da pesquisa é para que o Coordenador de Educação Física tenha como principal função estabelecer que ainda que haja fatores que efetivamente determinam a existência da diferença no desenvolvimento motor da criança, que o professor de Educação Física juntamente com seu Coordenador tenha como meta contribuir para reforçar, e justificar, a necessidade de professores qualificados para estarem atuando na primeira etapa do ensino infantil. PALAVRAS CHAVES: Coordenação, Educação Física, Educação Infantil, 1/15

Introdução A idade pré-escolar é considerada a fase áurea da vida em termos de psicologia evolutiva, pois é nesse período que o organismo se torna estruturalmente capacitado para o exercício de atividades psicológicas mais complexas como, por exemplo, o uso da linguagem articulada (PAIM, 2003) e, nesta fase, se abrange os movimentos fundamentais (correr, saltar, arremessar, receber, quicar, chutar) e suas combinações. Na educação infantil, a Educação Física utiliza-se de jogos e brincadeiras como um instrumento para auxiliar o desenvolvimento das crianças, seja no plano motor, afetivo ou cognitivo (CAMPÃO, 2008), sempre visando promover um estilo de vida mais ativo e saudável, desta forma, obtendo uma qualidade de vida satisfatória. O desenvolvimento motor pode ser entendido como um processo seqüencial, contínuo e relacionado à idade cronológica, pelo qual o ser humano adquire uma enorme quantidade de habilidades motoras sendo que as mudanças mais acentuadas ocorrerem nos primeiros anos de vida (TANI, et all, 1988). Lembrando que, cada indivíduo tem um relógio biológico que regula seu progresso. O crescimento biológico e maturidade da criança, não prosseguem necessariamente em comum acordo com o calendário do tempo ou sua idade cronológica (Bernhoeft, 2005). Quanto mais elevado for seu nível de desenvolvimento, mais rápido e mais seguramente poderão ser aprendidos movimentos novos ou difíceis, com uma economia de esforço, propiciando melhor orientação e precisão (PEREIRA, 2002). Portanto, o desenvolvimento motor é importante e, apesar disso o início da vivência educacional formal das pessoas é conduzido por professores não especialistas e infelizmente, como argumenta Ayoub (2005) temas relacionados à área da Educação Física raramente são estudados nos cursos de formação de professores, ou, quando são, acabam sendo abordados equivocadamente de forma reducionista (p.53-61). Na LDB nº 9394/96 art. 26 LDB, 3º, consta que a Educação Física, integrada à proposta pedagógica da escola, é um componente obrigatório da Educação Básica, entretanto. No entanto não está indicado neste documento qual professor deve ser o responsável por lecioná-la na Educação Infantil e no Ensino 2/15

Fundamental I. Nestas fases é admitida, como formação mínima para o exercício do magistério, a modalidade Normal, oferecida em nível médio (LDB, art. 62). Ao contrário do que seria o recomendado, no Parecer do Conselho Nacional de Educação nº 16/2001, outro documento do Ministério da Educação no qual é abordada a obrigatoriedade da Educação Física como componente curricular da Educação Básica, é discutido e sugerido que o professor regente, isto é, aquele formado no curso Normal e/ou em pedagogia, deve ser o responsável para conduzir tal disciplina na educação infantil e nos quatro primeiros anos do Ensino Fundamental. Recentemente o Conselho Nacional de Educação (CNE) por meio da resolução 07/2010 publicou através da Câmara de Educação Básica, que poderão estar a cargo o professor de referência da turma, aquele com o qual os alunos permanecem a maior parte do período escolar, ou de professores licenciados nos respectivos componentes (CNE, 2010, art. 31). Esta resolução mais recente criou uma grande mobilização entre a área de Educação Física para que os professores formados em Educação Física não perdessem o espaço conquistado há algum tempo e, principalmente que a tarefa não fosse delegada àqueles com quase nenhuma competência para conduzi-la de forma produtiva. Cabe ressaltar a importância de um desenvolvimento motor ensinado e estimulado de forma adequada e, devemos saber se há diferença no desenvolvimento motor de crianças entre 4 a 6 anos, ou seja, na educação infantil, que praticam aulas de educação física ministradas por um professor de Educação física e aulas sem o professor especializado. Metodologia Este Trabalho de Conclusão de Curso trata-se de uma pesquisa exploratória, baseada na coleta de dados bibliográficos dos autores: David Gallahue (2002), Lei De Diretrizes e Bases Da Educação Nacional (1996) e Laurinda Almeida (2003), cujas obras estão relacionadas com o coordenador de educação física como mediador no desenvolvimento motor de crianças na educação infantil. 3/15

Segundo Lakatos (1992, p.44): A pesquisa bibliográfica permite compreender que, se de um lado a resolução de um problema pode ser obtida através dela, por outro, tanto a pesquisa de laboratório quanto à de campo (documentação direta) exigem, como premissa, o levantamento do estudo da questão que se propõe analisar e solucionar. A pesquisa bibliográfica pode, portanto, ser considerada também como o primeiro passo de toda pesquisa científica. A metodologia de estudo utilizada é classificada como teórica, tendo sido utilizados livros e sites de pesquisas que contribuem para o esclarecimento dos profissionais da educação. Educação Física escolar. A história nos diz que a educação física ao começar na educação infantil, teve como objetivo instrumentalizar o aspecto psicomotor das crianças através de atividades que utilizam a área motora, o que, conseqüentemente, ajudaria no seu processo de alfabetização, tendo como principal, auxiliar às aprendizagens de valor cognitivo. Assim nesta perspectiva, a educação física vincula-se aos princípios da educação infantil de cunho compensatório, onde a educação física fica subordinada a outras disciplinas escolares favorecendo o processo de ensino através das atividades psicomotoras, favorecendo assim algo que seja lúdico e agradável a esta faixa etária. Assim a educação física no ambiente infantil acaba por ser instrumento, não sendo as formas culturais do movimentar-se humano, considerados um saber a ser transmitido pela escola. Vieira (2007, p.5) apresenta que a educação física na educação infantil pode configurar-se como um espaço em que a criança brinque com a linguagem corporal, com o corpo, com o movimento, alfabetizando-se nessa linguagem. Ele mostra que criando situações em que a criança venha entrar em contato com várias manifestações da cultura corporal tendo em vista sempre a 4/15

dimensão lúdica como Um dos elementos principais para a ação educativa na infância. O ato do brincar se relaciona com a linguagem corporal. O papel do Coordenador Pedagógico. Dentro das inúmeras mudanças que ocorrem na sociedade atual, de ordem econômica, política, social, ideológica, a escola, como instituição de ensino e de práticas pedagógicas, enfrenta muitos desafios que comprometem a sua ação frente às exigências que surgem. Assim, os profissionais, que nela trabalham, precisam estar conscientes de que os alunos devem ter uma formação cada vez mais ampla, promovendo o desenvolvimento das capacidades desses sujeitos. Para tanto, torna-se necessária à presença de um coordenador pedagógico consciente de seu papel, da importância de sua formação continuada e da equipe docente, além de manter a parceria entre pais, alunos, professores e direção. De acordo com determinados Regimentos Escolares, "a função de coordenação pedagógica é o suporte que gerencia, coordena e supervisiona todas as atividades relacionadas com o processo de ensino e aprendizagem, visando sempre à permanência do aluno com sucesso." (BRANDÃO, 2001). Já segundo Almeida (2003), cabe ao coordenador "acompanhar o projeto pedagógico, formar professores, partilhar suas ações, também é importante que compreenda as reais relações dessa posição. Partindo desse pressuposto, podemse identificar as funções formadora, articuladora e transformadora do papel desse profissional no ambiente escolar. Considerando a função formadora, o coordenador precisa programar as ações que viabilizem a formação do grupo do grupo para qualificação continuada desses sujeitos. Conseqüentemente, conduzindo mudanças dentro da sala de aula e na dinâmica da escola, produzindo impacto bastante produtivo e atingindo as necessidades presentes. Assim, muitos formadores encontram na reflexão da ação, momentos riquíssimos para a formação. Isso acontece à medida que professores e coordenadores agem conjuntamente observando, discutindo e planejando, vencendo as dificuldades, expectativas e necessidades, requerendo momentos individuais e coletivos entre os membros do grupo, atingindo aos objetivos desejados. 5/15

As relações interpessoais permeiam a prática do coordenador que precisa articular as instâncias escola e família sabendo ouvir, olhar e falar a todos que buscam a sua atenção. Conforme Almeida (2003), na formação docente, "é muito importante prestar atenção no outro, em seus saberes, dificuldades", sabendo reconhecer e conhecer essas necessidades propiciando subsídios necessários à atuação. Assim, a relação entre professor e coordenador, à medida que se estreita e ambos crescem em sentido prático e teórico (práxis), concebe a confiança, o respeito entre a equipe e favorece a constituição como pessoas. A importância da Educação Física na Educação Infantil. A Educação Física é essencial na Educação Infantil, ela trabalha de forma lúdica, com os aspectos cognitivo e afetivo, conectados com o movimento por meio dos jogos, brincadeiras e atividades rítmicas, revelando a cultura corporal de cada grupo social e constituindo-se em atividade privilegiadas, nas quais o movimento é aprendido e ganha significados, tornando-se um meio para se alcançar uma educação integral (trabalha com a ética, o social e o intelectual da educação) e global (vincula ações cognitivas, afetivas e motoras). Na educação infantil é muito importante que se faça o uso dos maiores números de experiências possíveis, apresentando um novo mundo, mundo este que precisa ser lúdico e agradável ao desenvolvimento infantil, Sendo assim esse mundo deve ser de acordo com a realidade da criança, pois é assim que a mesma começa a se relacionar com um meio social e físico, ajudando assim no seu desenvolvimento. E a educação física consegue isso de uma forma muito prazerosa através de jogos, brincadeiras e esportes. Assim a educação física na infância é muito importante, pois através dela que é importante para o desenvolvimento motor, cognitivo e sócio afetivo, pontos estes que auxiliam para uma boa convivência na sociedade. E com as brincadeiras, a criança estimula a imaginação, aprende a respeitar as regras de convivência entre outros. E para isso a figura do Coordenador que deve ser o interventor, ajudando o professor e aluno a desenvolver seus conhecimentos, habilidades e relações sociais. A figura do coordenador juntamente com o professor de educação física precisa entender cada estágio de desenvolvimento infantil tem como principal 6/15

função, para estimular corretamente cada etapa. E para isso, esses estímulos podem fazer a criança se desenvolver de uma forma mais rica e agradável. Assim, a partir de brincadeiras e jogos podem-se aprimorar as capacidades físicas básicas: como saltar, correr, arremessar, pular, subir. Por isso os principais objetivos da atividade física infantil são: o domínio do controle corporal; diferenciar cada parte do corpo através do movimento; a noção de espaço e tempo; melhorar o desempenho em atividades de força, resistência, flexibilidade e velocidade; e cooperar em atividades de grupo. Dessa forma, fazendo uso das brincadeiras e de determinadas atividades a criança adquire um comportamento próprio, de organização, de socialização e da capacidade para criar e obedecer a regras como disse anteriormente. O Referencial Curricular Nacional atribui grande importância ao trabalho com o corpo e o brincar, enfatizando a relação do indivíduo com os outros e o ambiente que o circunda, gerando produção de conhecimento: propiciando a brincadeira, portanto, cria-se um espaço no qual as crianças podem experimentar o mundo e internalizar a compreensão particular sobre as pessoas, sentimentos e os diversos conhecimentos (BRASIL, 1998, p. 28). A psicomotricidade no desenvolvimento infantil. A educação psicomotora pode permitir a recuperação, em parte, do atraso, aumentando a vivência corporal. Por outro lado, uma experiência motora pobre pode retardar o processo de maturação (hipocinesia). O desenvolvimento motor representa um aspecto do processo desenvolvimentista total e está intrinsecamente inter-relacionado às áreas cognitivas e afetivas do comportamento humano, sendo influenciado por muitos fatores. A importância do desenvolvimento motor ideal não deve ser minimizada ou considerada como secundária em relação a outras áreas do desenvolvimento. Portanto, o processo do desenvolvimento motor revela-se basicamente por alterações no comportamento motor, do bebê ao adulto, é um envolvido no processo permanente de aprender a mover-se eficientemente, em reação ao que enfrentamos diariamente em um mundo em constante modificação (GALLAHUE; OZMUN, 2002). 7/15

Nos primeiros anos de vida a criança explora o mundo que a rodeia com os olhos e as mãos, através das atividades motoras. Ela estará, ao mesmo tempo, desenvolvendo as primeiras iniciativas intelectuais e os primeiros contatos sociais com outras crianças. É em função do seu desenvolvimento motor que a criança se transformará numa criatura livre e independente (BATISTELLA, 2001). Segundo Oliveira (2001), toda seqüência básica do desenvolvimento motor está apoiada na seqüência de desenvolvimento do cérebro, visto que a mudança progressiva na capacidade motora de um indivíduo, desencadeada pela interação desse indivíduo com seu ambiente e com a tarefa em que ele esteja engajado. Em outras palavras, as características hereditárias de uma pessoa, combinada com condições ambientais específicas (como por exemplo, oportunidade para prática, encorajamento e instrução) e os próprios requerimentos da tarefa que o indivíduo desempenha, determinam a quantidade e a extensão da aquisição de destrezas motoras e a melhoria da aptidão (GALLAHUE; OZMUN, 2002). É através das atividades psicomotoras, principalmente nos jogos e atividades lúdicas que a criança irá explorar o mundo que a cerca, diferenciando aspectos espaciais, reelaborando o seu espaço psíquico, ligações afetivas e domínio do seu próprio corpo. Considerações Finais Como resultado das pesquisas realizadas para a construção desse trabalho, concluo que o professor de Educação Física possui uma função indispensável dentro da escola. Por isso, é necessária a intervenção do profissional de Educação Física na infância. A lição que aprendi é que Portanto cabe aos coordenadores e professores dar continuidade a esse trabalho, para que nosso papel dentro da educação e do desporto seja cada vez mais uma referência. Através de uma aprendizagem teórica tenho como conclusão que este artigo contribuirá para o desenvolvimento da Educação Física como disciplina escolar essencial para o desenvolvimento motor de crianças na educação infantil que. Perante o exposto e análise apresentada, verifico que quem melhor do que o professor especializado em Educação Física, para proporcionar e intervir no desenvolvimento motor da criança, já que em sua formação o tema é abordado com 8/15

grande aprofundamento, pois o professor de Educação Física não estuda apenas como deve ensinar e sim o porquê deve ser ensinado e suas conseqüências, mas entende-se que o coordenador e o professor de Educação Física deve a cada dia buscar vários meios de qualificar-se profissionalmente, pois não adianta obter o conhecimento e não por em prática. 9/15

Referências Bibliográficas ALMEIDA, Laurinda R. O relacionamento interpessoal na coordenação pedagógica. 2003. AYOUB, Eliana. Reflexões sobre a educação física na educação infantil. Revista Paulista de educação física, São Paulo, supl4, p. 53 61 2005. BATISTELLA, P. A. Estudo de Parâmetros Motores em Escolares com Idade de 6 a 10 anos da Cidade de Cruz Alta R.S. Dissertação de mestrado (Ciências do Movimento Humano). Centro de Ciências da Saúde e do Esporte da Universidade do Estado de Santa Catarina CEFID/UDESC, 2001. BERNHOEFT, Marcus F. In: Conceito de maturidade biológica. Disponível em: http://www.cbda.org.br/arquivos. Acesso em 7 de novembro de 2013. BRACHT, V. A constituição das teorias pedagógicas da educação física. Cadernos CEDES, são Paulo, v.19, n 48, p.69, 1999. BRANDÃO, Carlos Rodrigues. O que é educação? São Paulo: Brasiliense, 2001. (Coleção primeiros passos). BRASIL, Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei n 9.394/96). Brasília, 1996. Disponível na Internet: <www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm.> Visitado em 14 de setembro de 2013. BRASIL. Ministério da Educação. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil. Brasília: MEC, 1998. Disponível em <http://,mec.gov.br>. Acesso em 05/02/2014 10/15

CAMPÃO, Daiana dos Santos; CECCONELLO, Alessandra Marques. A contribuição na Educação Física no desenvolvimento psicomotor na educação infantil. Revista digital. Ano 13, n 123,2008.. Consulta quanto à obrigatoriedade da Educação Física como componente curricular da Educação Básica e sobre a grade curricular do curso de Educação Física da rede pública de ensino. Parecer do Conselho Nacional de Educação (CNE/CEB 16/2001). Brasília, 2001. Disponível na Internet: <http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/pceb16_01.pdf.> Visitado em 20 de janeiro de 2014.. Fixa Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental de 9 (nove) anos. Ministério da Educação. MEC/CNE 07/2010. Brasília. Resolução nº 7, de 20 de janeiro de 2014. GALLAHUE, D.L.; OZMUN, J.C. Compreendendo o Desenvolvimento Motor: bebês, crianças, adolescentes e adultos. São Paulo: Phorte, 2002. LAKATOS, Maria Eva. MARCONI, Maria de Andrade. Metodologia do trabalho cientifico /4 ed. São Paulo. Revista e Ampliada. Atlas, 1992. OLIVEIRA, A. J. Padrões motores fundamentais: Implicações e aplicações na educação física infantil. Revista Integração. Varginha: 6 (6), 2001. PAIM, M. C. Desenvolvimento motor de crianças pré-escolares entre 5 e 6 anos. 2003. Disponível em http://www.efdeportes.com/ acessado em 10/11/2014 às 19:30hs. PEREIRA, C.O. Estudo dos Parâmetros em Crianças de 02 e 06 anos de Idade na Cidade de Cruz Alta. Dissertação de mestrado (Ciências do Movimento Humano). Centro de Ciências da Saúde e do Esporte da Universidade do Estado de Santa Catarina CEFID/UDESC, 2002. 11/15

TANI, G., etall. Educação física escolar: fundamentos de uma abordagem desenvolvimentista. EPU, São Paulo, 1988. VIEIRA, M.S. Por uma educação física com sabor: possibilidades e desafios no ensino infantil. In: Anais do XV Congresso Brasileiro de Ciências do Esporte e II Congresso Internacional de Ciências do Esporte. Recife: CBCE, 2007. 12/15