INTERVENÇÃO PROFERIDA NO PLENÁRIO



Documentos relacionados
Plano e Orçamento para Políticas de Promoção de Emprego e Empregabilidade

A Declaração recomenda prudência na gestão de todas as espécies e recursos naturais e apela a uma nova ética de conservação e salvaguarda.

INVESTIMENTOS NA ILHA TERCEIRA

POLÍTICAS SOCIAIS APOIO À NATALIDADE, À TERCEIRA IDADE, IGUALDADE E INCLUSÃO SOCIAL

INTERVENÇÃO DE TRIBUNA. Abertura do ano lectivo 2006/2007

Senhor Presidente da Assembleia Senhoras e Senhores Deputados Senhor Presidente do Governo Regional Senhora e Senhores Membros do Governo

Antes de mais gostaria, Sr. Presidente, de desejar-lhe os maiores sucessos no exercício das suas funções, bem como ao jovem IX Governo Regional dos

Gestão dos resíduos e sustentabilidade

GRANDES OPÇÕES DO PLANO 2008 PRINCIPAIS ASPECTOS

ASSEMBLEIA LEGISLATIVA REGIONAL DOS AÇORES SESSÃO PLENÁRIA DE 11 a 13 NOVEMBRO DE 2002 Intervenção do Deputado Cabral Vieira

Com a discussão do Plano Regional para o ano 2012 damos início ao último ano do período de programação do X Governo dos Açores e da IX legislatura.

Ganhar o Futuro com (a) Educação

É esta imensidão de oceano, que mais tarde ou mais cedo teremos de aproveitar de um modo sustentável.

Desporto e Hábitos de Vida Saudável

CONTRIBUTO DA UGT SOBRE O PROGRAMA INTEGRADO DO REFORÇO DO COMBATE À EVASÃO E À FRAUDE FISCAL

CARTA DE PRINCÍPIOS ORÇAMENTO PARTICIPATIVO DO CONCELHO DE OEIRAS 2012/2013

GRANDES OPÇÕES DO PLANO 2009

ACQUALIVEEXPO. Painel A INTERNACIONALIZAÇÃO DO SECTOR PORTUGUÊS DA ÁGUA EVOLUÇÃO DO SECTOR DA ÁGUA NOS BALCÃS: O EXEMPLO DA SÉRVIA

Senhor Presidente da Assembleia, Senhoras e Senhores Deputados, Senhor Presidente, Senhora e Senhores membros do Governo.

Macau é o primeiro território no quadro da Região da Grande China, onde vigora o regime de escolaridade gratuita de 15 anos.

I CONFERÊNCIA ENERGIA PARA O DESENVOLVIMENTO DA CPLP. Sessão de Abertura. Lisboa, 24 de junho de 2015

Excelentíssimo Senhor Presidente da Assembleia Legislativa da Madeira, Excelentíssimas Senhoras e Senhores Deputados,

SISTEMA DE INCENTIVOS À I&DT

REGULAMENTO DO BANCO LOCAL DE VOLUNTARIADO DE MIRANDELA. Preâmbulo

PROJETO DE RESOLUÇÃO. Estudo Analítico sobre jovens açorianos qualificados

Senhor Presidente. Senhoras e Senhores Deputados. Senhoras e Senhores Membros do Governo

Discurso de Sua Excelência o Governador do Banco de Cabo Verde, no acto de abertura do XIII Encontro de Recursos Humanos dos Bancos Centrais dos

Plano Regional Anual e Orçamento 2011 Pescas, Portos e Equipamentos. Senhor Presidente, Senhoras e Senhores deputados

MINISTÉRIO DO AMBIENTE

Diagnóstico de Sustentabilidade

RELATÓRIO E CONTAS BBVA BOLSA EURO

DECLARAÇÃO FINAL Quebec, 21 de setembro de 1997

ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DA REGIÃO AUTÓNOMA DOS AÇORES COMISSÃO DE POLÍTICA GERAL INTRODUÇÃO

Plano a Médio Prazo e Orçamento Intervenção no Plenário Assembleia Legislativa da R.A.A. 5 a 8 de Abril de 2005

PRONUNCIAMENTO SOBRE PARCERIA DO GOVERNO BRASILEIRO E DO BID PARA INVESTIMENTOS NO SETOR DE TURISMO NA REGIÃO AMAZÔNICA

A. E. / P T Comunicações PROPOSTA DE REVISÃO * 2009

Freguesia de Tabuadelo e São Faustino. Concelho de Guimarães

A sustentabilidade da economia requer em grande medida, a criação duma. capacidade própria de produção e fornecimento de bens e equipamentos,

Senhor Presidente. Senhor Presidente,

Lei nº 8/90 de 20 de Fevereiro. Bases da contabilidade pública

Projeto de Lei n.º 850/XII/4.ª

Apresentação e Discussão do Orçamento Retificativo para 2012

Debate Quinzenal Economia Intervenção do Primeiro-Ministro José Sócrates

Saúde Aviso de Abertura de Concurso para Apresentação de Candidaturas S/1/2007

DESENVOLVER E GERIR COMPETÊNCIAS EM CONTEXTO DE MUDANÇA (Publicado na Revista Hotéis de Portugal Julho/Agosto 2004)

REQUERIMENTO Loteamentos Concelho de Ponta Delgada

INTERVENÇÃO DO DEPUTADO BERTO MESSIAS EMPREENDEDORISMO. Empreendedorismo pode ser definido como uma dinâmica de identificação e

AGENDA 21 LOCAL UM DESAFIO DE TODOS RESUMO

entre o Senhor Secretário Regional da Economia, Vasco Cordeiro, e o Senhor Ministro da Economia e Trabalho, Álvaro dos Santos Pereira, tendo

PROCONVERGENCIA ORIENTAÇÃO N.º 1/2011 ORIENTAÇÃO DE GESTÃO PROGRAMA OPERACIONAL DOS AÇORES PARA A CONVERGÊNCIA REGIÃO AUTÓNOMA DOS AÇORES

Balanço a 30 de Junho de 2004

CÂMARA DOS DEPUTADOS. REQUERIMENTO (Da Sra. Iracema Portella) Senhor Presidente:

Questionário sobre a aplicação da Recomendação do Parlamento Europeu. 1. Quadro 1 instituições que gerem o património cinematográfico

Uma reflexão sobre Desenvolvimento Económico Sustentado em Moçambique

CAPITAL DE RISCO EM MUDANÇA

INICIATIVA ESTRATÉGICA CONHECIMENTO E INOVAÇÃO

MINISTÉRIO DA HOTELARIA E TURISMO

1. Tradicionalmente, a primeira missão do movimento associativo é a de defender os

PLANO DE AÇÃO E MELHORIA DO AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DE ALPENDORADA 1. INTRODUÇÃO

GRUPO PARLAMENTAR ASSEMBLEIA LEGISLATIVA REGIONAL DOS AÇORES VII Legislatura

Eng.ª Ana Paula Vitorino. por ocasião da

REQUERIMENTO N o, DE 2015

III COLÓQUIO INTERNACIONAL SOBRE SEGUROS E FUNDOS DE PENSÕES. Sessão de Abertura

1. Objectivos do Observatório da Inclusão Financeira

Intervenção do Secretário Executivo da. Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) Embaixador Murade Murargy

Junta de Freguesia de Ançã

DECRETO LEGISLATIVO REGIONAL Nº 42/2006 CRIA O PROGRAMA JOVENS AO CENTRO

PROJECTO DE LEI N.º 125/IX ACESSO UNIVERSAL À INTERNET EM BANDA LARGA. Exposição de motivos

Sistema de Gestão Estratégica

DECLARAÇÃO POLÍTICA DESAFIOS DO FUTURO NO MAR DOS AÇORES BERTO MESSIAS LIDER PARLAMENTAR DO PS AÇORES

COMENTÁRIOS DA UGT AO DOCUMENTO PACTO PARA O EMPREGO GRUPO DE TRABALHO PARA A QUALIFICAÇÃO E O EMPREGO

PLANO DE PROMOÇÃO DA EFICIÊNCIA NO CONSUMO (PPEC) REVISÃO DAS REGRAS

Decreto-Lei n.º 213/92 de 12 de Outubro Altera o Decreto-Lei n.º 93/90, de 19 de Março (Reserva Ecológica Nacional).

Freelapro. Título: Como o Freelancer pode transformar a sua especialidade em um produto digital ganhando assim escala e ganhando mais tempo

DECLARAÇÃO DE BRASÍLIA

Normas do Orçamento Participativo

COMO FAZER A TRANSIÇÃO

INTERVENÇÃO DO SENHOR SECRETÁRIO DE ESTADO DO TURISMO NO SEMINÁRIO DA APAVT: QUAL O VALOR DA SUA AGÊNCIA DE VIAGENS?

A Evolução dos Serviços de Água em Portugal

A visão Social da Previdência Complementar. Palestrante: Henda Mondlane F. da Silva

Desenvolvimento Sustentável de São Jorge

REGULAMENTO DE ATRIBUIÇÃO DE APOIO FINANCEIRO ÀS ASSOCIAÇÕES AMBIENTAIS, CÍVICAS, CULTURAIS, DESPORTIVAS E JUVENIS DO MUNICÍPIO DA LOUSÃ

REU IÃO I FORMAL DOS CHEFES DE ESTADO E DE GOVER O DE 7 DE OVEMBRO VERSÃO APROVADA

O ALOJAMENTO NO TERRITÓRIO DOURO ALLIANCE - EIXO URBANO DO DOURO

Índice Descrição Valor

Estruturando o modelo de RH: da criação da estratégia de RH ao diagnóstico de sua efetividade

Intervenção de abertura. António Saraiva, Presidente da CIP

SAÚDE E EDUCAÇÃO INFANTIL Uma análise sobre as práticas pedagógicas nas escolas.

PLANO ESTRATÉGICO DE ACÇÃO 2009/2013

PROJECTO DE LEI N.º 100/IX ESTATUTO DO DIRIGENTE ASSOCIATIVO VOLUNTÁRIO. Preâmbulo

CAPÍTULO I Disposições gerais

::ENQUADRAMENTO ::ENQUADRAMENTO::

O modelo de balanced scorecard

Enquadramento 02. Justificação 02. Metodologia de implementação 02. Destinatários 02. Sessões formativas 03

Consolidação de Contas

Planeamento e gestão de recursos. Jornadas dos assistentes técnicos da saúde Porto

QUALIDADE E INOVAÇÃO. Docente: Dr. José Carlos Marques

INTRODUÇÃO INTRODUÇÃO

DIREÇÃO NACIONAL DA CUT APROVA ENCAMINHAMENTO PARA DEFESA DA PROPOSTA DE NEGOCIAÇÃO DO SALÁRIO MÍNIMO, DAS APOSENTADORIAS E DO FATOR PREVIDENCIÁRIO

Apoio às políticas públicas já existentes;

Transcrição:

1 INTERVENÇÃO PROFERIDA NO PLENÁRIO DEBATE DO PLANO E ORÇAMENTO PARA 2005 E ORIENTAÇÕES DE MÉDIO PRAZO PARA O PERÍODO DE 2005 A 2008 Senhoras e Senhores Deputados, Senhora e Senhores Membros do Governo Aquando do debate do Programa do IX Governo Regional, em Dezembro passado, abordámos na nossa intervenção a problemática da sustentabilidade, na certeza de que esta convoca uma nova agenda para o século XXI e que essa agenda é a criação duma sociedade sustentável, assumindo como desafio civilizacional a necessidade de transformar os valores ambientais nos elementos reorganizadores da sociedade. O princípio do desenvolvimento sustentável, apoiado na prosperidade económica, na protecção da natureza e na equidade social e ambiental, deve nortear toda a política, particularmente a política de Ambiente, e afirmar-se como imperativo ético. É fundamental, desde logo, que se vença um processo de mudança de mentalidades, de forma a que o exercício de uma cidadania activa na defesa do Ambiente seja, cada vez mais, assumido pela generalidade dos cidadãos, já que o desafio da sustentabilidade só poderá vir a ser alcançado tendo por base um exercício de cidadania alargado. São, também, estes os desafios que IX Governo Regional que, em coerência com o seu Programa e com a política que, segura e persistentemente, vem sendo implementada desde

2 1996, alinha pelas mais avançadas opções políticas nos domínios do Ambiente e do Desenvolvimento Sustentável. Senhores Deputados e Membros do Governo Felizmente, longe vão os tempos em que, nos Açores, as questões relativas ao Ambiente eram marginalmente tratadas e estavam entregues a um simples serviço da direcção regional com competência nas áreas da habitação e urbanismo da Secretaria Regional do Equipamento Social. Como distante também já está o ano de 1989 que marca o surgimento da Direcção Regional do Ambiente, integrada na então criada Secretaria Regional do Turismo e Ambiente, do IV Governo Regional, mas que nasceu sem abranger áreas de enorme importância como o ordenamento do território e os recursos hídricos. Foi preciso chegarmos a 1996 para com a nova orgânica e a acção do VII Governo Regional serem criadas as condições básicas para a implementação de uma política de desenvolvimento sustentável na nossa Região. O Partido Socialista manifestou, então, uma forte vontade política e assumiu orientações claras na prossecução de uma efectiva política de Ambiente nos Açores. Foram muitos anos demasiados anos aqueles em que a nossa Região se manteve numa situação de quase inoperância no que respeita ao fomento e ao controlo da qualidade do

3 Ambiente, já que aquilo que em outros sítios é susceptível de se diluir no espaço, por norma adensa-se nas ilhas, e os efeitos das más decisões acabam pesando para além da conjuntura. Senhoras e Senhores Deputados, Senhora e Senhores Membros do Governo Se o Programa do IX Governo Regional evidencia, claramente, essa opção política, os documentos ora em apreciação Plano e Orçamento para 2005 e Orientações de Médio Prazo para o período de 2005 a 2008 confirmam em absoluto a determinação do Governo Regional e do Partido Socialista em tornar operacional o conceito de sustentabilidade, contemplando um claro fortalecimento das políticas públicas de Ambiente. E se, em geral, o incremento das políticas públicas de Ambiente é factor fundamental para induzir a mudanças estruturais, os instrumentos de planeamento devem ser, em cada momento, simultaneamente, instrumento e expressão desses necessários e indispensáveis ajustamentos. Como não podia deixar de ser, os documentos em apreciação são, pois, instrumentos de consolidação da estratégia definida pelo Partido Socialista e ratificada pelo Povo Açoriano e por este Parlamento, há pouco meses. São documentos que transcrevem, a nível do investimento e das orientações políticas, as prioridades estratégicas definidas, continuando a apostar fortemente na valorização da qualidade do Ambiente e nos recursos naturais. E, para que não sobejem quaisquer dúvidas, detenhamo-nos nos seguintes dados:

4 - No Plano de Médio Prazo de 1993/1996 foram orçamentados 5,1 milhões de euros (1,3 milhões de contos) para as políticas de Ambiente, Ordenamento do Território e Recursos Hídricos; - No somatório dos Planos Anuais de 1997 a 2000 orçamentaram-se montantes seis vezes superiores aos do quadriénio anterior, concretamente 30,5 milhões de euros (6,1 milhões de contos); - Para o período de 2001 a 2004 foram inscritas no Plano de Médio Prazo 52 milhões de euros (10,4 milhões de contos). Da análise dos relatórios de execução dos anos terminais das três últimas legislaturas, podemos ainda constatar que o investimento efectivo nos domínios do Ambiente foi de: - 1,7 milhões de euros (346 mil contos) em 1996; - 8 milhões de euros (1,6 milhões de contos) em 2000; - E 10,4 milhões de euros (2,2 milhões de contos) em 2004. Ainda, e relativamente aos documentos em debate: - O Plano para 2005 prevê investimentos globais de 21,9 milhões de euros (4,4 milhões de contos); - E para o período da legislatura (2005 a 2008), segundo a informação prestada na Comissão pela Senhora Secretária Regional do Ambiente, é intenção do Governo Regional efectuar um investimento global superior a 71 milhões de euros (14,2 milhões

5 de contos), não estando contabilizadas neste montante as eventuais verbas provenientes de fundos comunitários nos anos de 2006, 2007 e 2008. Senhores Deputados e Membros do Governo É, pois, neste registo plurianual que se pode verdadeiramente avaliar a consistência das opções de estratégia de carácter estrutural assumidas pelos VII, VIII e IX Governos Regionais, e aí a evidência confirma não só a justeza dos caminhos escolhidos, mas também a dimensão dos esforços efectivamente levados a cabo. Hoje, podemos afirmar com segurança e, sobretudo, com orgulho que o Ambiente participa activamente na configuração do modelo de desenvolvimento dos Açores, sendo encarado pelo poder político como uma infra-estrutura fundamental da nossa estratégia de desenvolvimento. Sala das Sessões, em 7 de Abril de 2005 O Deputado Regional, Hernâni Jorge