O DIREITO AUTORAL E AS RELAÇÕES DE PLÁGIO ACADÊMICO MIRANDA, M.R. RESUMO: Abordar-se-á a prática do plágio acadêmico, que tornou-se muito mais acessível nas últimas décadas como jamais foi experimentado antes, pois com a popularização dos meios de pesquisas digitais, bem como as facilidades hoje encontradas, este roubo de ideias tornou-se rotineiro dentro do meio acadêmico. Plagiadores ao apresentarem trabalhos copiados ou comprados da internet cometem o ilícito penal tipificado pelo artigo 184 do Código Civil. Copiar sem dar os devidos créditos ao autor é plágio. *Palavras Chaves: Direito Autoral, Plágio Acadêmico, internet. ABSTRACT: It will address the practice of academic plagiarism, which has become much more affordable in recent decades as never been experienced before, since with the popularization of digital media research and found the facilities today, this "theft of ideas "became routine within academia. Plagiarists when submitting work copied from the internet or purchased commit the criminal offense criminalized by Article 184 of the Civil Code. Copy without giving due credit to the author is plagiarism. *KeyWords:, Copyright, Plagiarism Academic internet. INTRODUÇÃO Pretende-se proporcionar ao leitor uma linha de pensamento partindo desde o tema geral, o direito da personalidade, até o direito autoral violado por meio do plágio. Antigamente visto apenas à luz do Código Civil em seus artigos 649 1 e 673 2, artigos os quais legislam sobre a epígrafe da propriedade literária, científica e artística, hoje vem bem servido de jurisprudências e leis específicas. 1 Art. 649. Revogado pela Lei nº 9.610, de 19.2.1998: Ao autor de obra literária, científica ou artística pertence o direito exclusivo de reproduzi-la. (Redação dada pela Lei nº 3.447, de 23.10.1958) 1º Os herdeiros e sucessores do autor gozarão desse direito pelo tempo de 60 (sessenta) anos, a contar do dia de seu falecimento. 2º Se morrer o autor, sem herdeiros ou sucessores até o 2º grau, a obra cairá no domínio comum.
Procura-se mostrar com este estudo científico, informações sobre o assunto e regular os limites para a tipificação do plágio nas suas várias vertentes, porém dando uma ênfase maior no plágio acadêmico e passando brevemente por suas penalizações. REFERENCIAIS TEÓRICO-METODOLÓGICOS Neste resumo expandido, em primeiro momento, é muito importante analisar-se o conceito e a acepção jurídica de pessoa. 3 Os preceitos de pessoa face aos direitos personalíssimos, diz-se que são todos aqueles inerentes ao ser humano, sejam eles, o direito ao nome; a imagem; vida; etc. Atualmente regido pelo Código Civil de 2002, o direito da personalidade veio para dar ênfase ao direito da pessoa, segundo Venosa, os direitos da personalidade são aqueles que resguardam a dignidade humana 4. Silvio Rodrigues traz o direito da personalidade como uma maneira de conferir ao homem a possibilidade de ser o titular de direitos 5. O direito Autoral decorre de um dos direitos da personalidade, especificamente daqueles onde há a criação intelectual, ou seja, obras literárias, estudos científicos, músicas, etc. Portanto, dessa forma, o uso indevido da propriedade intelectual, seja ele qual for, acarretará na devida compensação ao autor sobre o direito moral e material violado. Podendo ainda ser o plagiário processado criminalmente, e ter 3º No caso de caber a sucessão aos filhos, aos pais ou ao cônjuge do autor, não prevalecerá o prazo do 1º e o direito só extinguirá com a morte do suucessor. (Parágrafo acrescentado pela Lei nº 3.447, de 23.10.1958). 2 Para segurança de seu direito, o proprietário da obra divulgada por tipografia, litografia, gravura, moldagem, ou qualquer outro sistema de reprodução, depositará, com destino ao registro, dois exemplares na Biblioteca Nacional, no Instituto Nacional de Música ou na Escola Nacional de Belas-Artes do Distrito Federal, conforme a natureza da produção. Parágrafo único. As certidões do registro induzem a propriedade da obra, salvo prova em contrario. 3 é o ente Físico ou coletivo suscetível de direitos e obrigações, sendo sinônimo de sujeito de direito. Sujeito de direito é todo aquele que é o sujeito de um dever jurídico, de uma pretensão ou titularladidade jurídica, que é o poder de fazer valer, através de uma ação o não cumprimento do dever jurídico, ou melhor, o poder de intervir na produção da decisão jurídica. Diniz, Maria Helena; 2010, p. 130. 4 VENOSA, 2004. p.151. 5 RODRIGUES, 1995, p. 254.
o diploma de bacharelado cassado. Sendo for fim os três tipos de sanções: Civil, Penal e Administrativa. O direito autoral, sob aspectos preliminares, está diretamente ligado à Propriedade Imaterial, que por sua vez engloba Direito Autoral e Direito da Personalidade, pois protege as obras científicas como bens incorpóreos, criados pelo homem e dotados de originalidade e inventividade, conforme ensinamentos de Carlos Alberto Bittar 6. O simples fato de usar obra intelectual sem prévia autorização do autor não caracteriza plágio. O plágio vai muito além do simples uso da obra em bem próprio, pois a maior caracterizadora está no fato do uso disfarçado, da ideia alheia apresentada como própria. Dirceu de Oliveira e Silva 7 considera o ato um furto intelectual, devida a dissimulação utilizada pelo plagiário, pois mesmo escrevendo de maneira diferente da obra original, porém apresentando certo grau de semelhança e apresentar como próprio, o plágio já estará caracterizado. Embora seja de difícil identificação, e tendo em vista a gravidade do assunto, o plágio vem sendo considerado pela doutrina e jurisprudência como um verdadeiro crime. Edman Ayres de Abreu denomina como um verdadeiro assalto, destacando ainda os aspectos morais do plagiador. Eliane Y. Abrão, formada e pós graduada em Direito pela USP, especialista com mais de 30 anos de atuação no Direito de Propriedade Imaterial, em seu estudo diz que: (...) o grande problema, principalmente em relação a textos que a Internet traz, é o relativo à autenticidade da obra, literária ou científica, em virtude da facilidade de adulterá-la pelos meios técnicos colocados à disposição do operador de qualquer computador. Essa violação aos direitos morais do autor podem vir a ser combinados com danos morais puros porque a alteração poderá vir a 6 BITTAR, 2005. p. 193. 7 SILVA, 1956, p. 64
atingir o autor, como pessoa, em sua honra subjetiva. Sendo possível a prova, pois, há que se coibir esse uso negativo da obra do espírito. Os atalhos Ctrl C + Ctrl V, são tidos como o maior difusor do plágio através do vasto conteúdo disponível na maior biblioteca virtual do mundo, ou seja, a Internet. CONCLUSÃO A citação é a grande arma contra o plágio, pois através dela dão-se os devidos créditos ao autor da propriedade intelectual. Pois na concepção de contrafação segundo artigo 5, inciso VII da lei 9.610/98 8, trás o conceito de reprodução não autorizada, já o plágio é caracterizado pelo uso indevido da obra alheia como sua, utilizando-se o plagiário de meios que irão mascarar a origem real. Portanto, utilizar obra, total ou parcial, sem citar a fonte já será considerado contrafação. Já utilizar-se de obra; personagem; artigo, total ou parcial como se fosse de criação própria usando de meios que irão disfarçar, encobrir a origem real, isto é crime. REFERÊNCIAS ASCENSÃO, José de Oliveira. Direito Autoral. 2. Edição. Rio de Janeiro: Editora Renovar, 1997. CHAVES, Antônio. Criador da obra intelectual. São Paulo: Editora LTr, 1995. COSTA NETTO, José Carlos. Direito autoral no Brasil. São Paulo: Editora FTD, 1998. DINIZ, Maria Helena Curso de Direito Cicil. 26 ed São Paulo. Saraiva 2010. PEREIRA, Caio Mário da Silva. Instituições de direito civil. Rio de Janeiro: Editora Forense, 2005. 8 Art. 5º Para os efeitos desta Lei, considera-se: VII - contrafação - a reprodução não autorizada;
PIMENTA, Eduardo S. Dos crimes contra a propriedade intelectual: violação de direito autoral, usurpação de nome ou pseudônimo. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 1994. RODRIGUES, Silvio. Direito civil. v.1. 25. ed. atual. São Paulo: Saraiva, 1995. SILVA, Dirceu Oliveira e, O Direito de Autor. Editora Nacional de Direito, Rio de Janeiro, 1956. VENOSA, Silvio Salvo, Curso de Direito Civil. São Paulo: Atlas, 2004, v. 6.