RESPOSTA TÉCNICA. Urucum, plantio, colheita, manejo, adubação, pragas, produção, mudas, Minas Gerais.



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Transcrição:

RESPOSTA TÉCNICA CR 858 Título Manejo de urucum (Bixa orellana L.) no estado de Minas Gerais. Palavras-chave Urucum, plantio, colheita, manejo, adubação, pragas, produção, mudas, Minas Gerais. Atividade Cultivo do Urucum. Demanda Gostaria de obter informações sobre plantio, produção de mudas, colheita, manejo, adubação específica e controle de pragas do urucum, no Estado de Minas Gerais. Solução apresentada A semente de urucum, é utilizada na cuiinária como condimento e como substituto de corantes artificiais nas industrias de panificação, bebidas, sorvetes e massas. É empregada também como pigmento para fabricação de tintas utilizadas na industria textii. Como protetor da pele contra ação dos raios solares, tem aplicação na industria de cosméticos. Os resíduos dos frutos, depois da extração das sementes, servem para alimentação animal, adubo orgânico e cobertura morta (EMATER MG, 2000). Com base nas literaturas desenvolvidas pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa); Empresa de Pesquisa Agropecuária da Paraíba S.A. (Emepa); Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA) de título Urucum: sistemas de produção para o Brasil. Apresentamos as informações sobre sistemas de produção de urucum para o Sudeste. Na região Sudeste, o estado de São Paulo é o maior produtor de urucum. A Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (EMATER MG) constatou que os cultivares mais produtivos para o estado de Minas Gerais são: Piave Vermelha; Peruana Paulista; Bico de Pato. Manejo da Cultura Análise de solo A recomendação da adubação deve ser realizada com base em análises de solo. Para isso deve-se providenciar a coleta de amostras de solos para análises físico-químicas. BATISTA, A. F. Urucum - Cultivo em Minas Gerais. Casa do Produtor Rural ESALQ/USP. Piracicaba, 1/7p. 2010.

Dividido o terreno, são coletadas amostras compostas de solos, com auxílio de um trado, cavadeira ou enxadeco, nas profundidades de 0 a 25 cm, 26 a 50 cm e 51 a 75 cm (apenas para solos profundos). Para obter as amostras compostas, bastas caminhar pela área e coletar pequenas amostras aleatoriamente nas profundidades recomendadas, homogeneizando em um balde plástico. Tais amostras devem então ser enviadas a laboratórios idôneos para que sejam quantificados os estoques de nutrientes. As análises indicarão a necessidade ou não de aplicar corretivos e a fertilização adequada. É consenso entre os estudiosos dos programas de fertilização que é fundamental uma boa adubação de base e uma adequada programação da adubação de cobertura no desenvolvimento do povoamento. Recomendação de Adubação A partir das análises de solo, o ph ideal para o cultivo do Urucum está entre 6,0 e 6,5; se o ph do solo estiver mais ácido, corrigir a acidez através da aplicação de calcário. Realizar a calagem pelo menos 60 dias antes do plantio. O programa de adubação do Urucum deve contemplar o fornecimento de nutrientes para as três fases distintas do ciclo: adubação de implantação; adubação de formação (1º e 2º ano) e de produção (a partir do 3º ano). A adubação de macronutrientes (Nitrogênio, Fósforo e Potássio; N, P, K) deve ser feita a partir da análise de solo, essa análise permite verificar as concentrações desses macronutrientes no solo, em alto, médio e baixo teor, para cada um desses teores é recomendado uma quantidade de macronutrientes a ser utilizada por planta. Adubação de implantação P 2 O 5 120, 80 e 50 g/cova para solos com baixos, médios e alto teores de P, respectivamente, em solos de textura argilosa; ou 60, 30 e 20 g/cova, para solos com baixos, médios e alto teores de P, respectivamente, quando em solos de textura média a arenosa; K 2 O 60, 40 e 20 g/cova, para solos com baixos, médios e alto teores de K, respectivamente. N 20 a 10 g/cova, para solos com baixos, médios a altos teores de N, respectivamente. Adubação de formação P 2 O 5 60, 40 e 20 g/cova, para solos com baixos, médios e alto teores de P, respectivamente; K 2 O 40 45, 20 30, 0 10 g/cova, para solos com baixos, médios e altos teores de K, respectivamente. BATISTA, A. F. Urucum - Cultivo em Minas Gerais. Casa do Produtor Rural ESALQ/USP. Piracicaba, 2/7p. 2010.

N 60 a 20 g/cova, para solos com baixos, médios a alto teores de N, respectivamente. Adubação de produção P 2 O 5 40, 20 e 10 para solos com baixos, médios e alto teores de P, respectivamente, em solos de textura argilosa; ou 60, 30 e 15 g/cova, para solos com baixos, médios e alto teores de P, respectivamente, em solos de textura argilosa; K 2 O 60-40 e 20 40 e 20-10 g/cova, para solos com baixos, médios e alto teores de K, respectivamente; N 50 a 20 g/cova, para solos com baixos, médios a altos teores de N, respectivamente. Preparo de Solo Consiste em realizar uma aração à aproximadamente 30 cm de profundidade, com duas gradagens leves e cruzadas. O preparo manual pode ser feito através de perfuradores ou enxadas, esse método é mais utilizado em áreas com declividade acima de 20%, as covas devem possuir dimensões de 50 cm de diâmetro por 40 cm de profundidade, a orientação das linhas de plantio deve seguir as curvas de nível. Espaçamento O espaçamento mais utilizado para o plantio do urucum é o 6 m x 5 m, ou seja, 6 metros entre linhas e 5 metros entre plantas. O espaçamento pode variar de acordo com as características climáticas e de solos da região. No estado de São Paulo o espaçamento mais utilizado é 6 m x 4 m. Produção de Mudas As mudas do urucueiro são produzidas normalmente por semeadura em sacos plásticos ou em canteiros. Para obtenção das sementes, devem ser escolhidas plantas rústicas e produtivas, tolerantes às pragas e doenças, de produção precoce e alto teor de bixina. Colher as melhores cápsulas completamente maduras. Retiradas das cápsulas, as sementes podem ser semeadas imediatamente. Se isto não for feito, deixar as sementes à sombra, em local ventilado. A armazenagem da semente deve ser evitada. Quando necessária, a umidade da semente não deve ser reduzida a menos de 13%. Secagem excessiva pode provocar dormência das sementes. Quando as sementes sofrerem um período de armazenagem, recomenda-se colocá-las de molho em água fria por 24 horas. Isso facilita a germinação e possibilita a separação de sementes de pouco peso, que ficam boiando. Retiradas da água, as sementes podem ser semeadas imediatamente. Semeadura em sacos plásticos Usam-se sacos de polietileno escuro, de 11 x 22 cm, perfurados no terço inferior. Encher os sacos plásticos com uma mistura formada na proporção de 650 litros de terra vegetal, BATISTA, A. F. Urucum - Cultivo em Minas Gerais. Casa do Produtor Rural ESALQ/USP. Piracicaba, 3/7p. 2010.

350 litros de esterco de curral curtido (sem resíduo de herbicidas) e 5 quilos de superfosfato simples. Essa mistura deve ser coberta com Iona plástica. A semeadura é feita a 2 centímetros de profundidade, usando-se 2 ou 3 sementes por recipiente. Recomenda-se cobrir os recipientes com palha para conservar a umidade. O tempo de germinação é de 6 a 10 dias, e o gasto de sementes para produzir as mudas necessárias ao plantio de 1 hectare é de aproximadamente 50 gramas. As mudas estão prontas para o plantio quando atingirem 20 a 30 centímetros de altura. Isto ocorre 3 a 4 meses depois da germinação. No verão, há necessidade de proteção das mudas encanteiradas, reduzindo-se a entrada de Iuz pela metade e aumentando-a aos poucos para acostumar as mudas ao Sol. Em épocas mais frias do ano, esse sombreamento é dispensável. Semeadura em canteiros Os canteiros são construídos a 15 a 20 cm de altura do chão, 1 m de largura e comprimento variável. Para cada metro de canteiro misturam-se 5 litros de esterco curtido e 100 gramas de adubo de formulação 4 14-8. Isso deve ser feito 10 dias antes da semeadura. Se a terra for muito ácida, acrescentar 200 gramas de calcário dolomítico para cada metro de canteiro. A semeadura é feita em sulcos de 2 a 3 cm de profundidade, espaçados de 20 a 25 cm, deixando-se uma distância de 2 a 5 cm entre as sementes dentro dos sulcos. Fechar os sulcos com terra peneirada, cobrir o canteiro com capim seco sem sementes e regar. Fazer o desbaste 20 a 30 dias depois da germinação, deixando nas linhas um espaço de 5 a 10 cm entre as plantas. Para plantá-las no local definitivo, as mudas são retiradas dos canteiros com raiz nua, quando estiverem com aproximadamente 40 centímetros de altura. Irrigar bem as mudas nos primeiros 10 dias depois do transplante. Nesse período, as folhas caem, mas rebrotam logo depois. Cuidados com as mudas Combater as formigas cortadeiras, eliminar as plantas daninhas e irrigar diariamente; se o crescimento das mudas não for satisfatório, fazer a cada 15 dias uma adubação foliar com NPK + micronutrientes na dosagem de 20 gramas ou 20 mililitros para cada 20 litros de água. Observações As mudas podem ser produzidas também em tubetes de PVC de 60 a 120 centímetros cúbicos preenchidos com vermiculita ou mistura apropriada de terra e adubo. Nesse processo, a semeadura é semelhante a dos sacos plásticos, sendo recomendáveis adubações de cobertura com NPK depois de 20 dias da germinação. Por seus inconvenientes, a semeadura direta no campo é pouco recomendável; mas, se assim for desejado, a semeadura é feita a 2 centímetros de profundidade, usando-se 3 a 5 sementes por cova e eliminando as mudas mais fracas após germinação, deixando apenas a mais vigorosa. É ainda necessário que as mudas sejam protegidas com meiasombra no caso de insolação intensa. BATISTA, A. F. Urucum - Cultivo em Minas Gerais. Casa do Produtor Rural ESALQ/USP. Piracicaba, 4/7p. 2010.

Plantio O plantio deve ser realizado na época das chuvas para reduzir a utilização de irrigação, que possui um custo muito elevado, é comum após o plantio a queda das folhas das mudas, mas a rebrota ocorre facilmente algum tempo depois. Poda A poda visa controlar o crescimento das plantas, promove o surgimento de novos galhos, mais baixos e mais produtivos, facilita as operações de colheita. A poda do urucum pode ser realizada de dois em dois anos e após o quarto ano de vida da cultura. Pode-se ainda realizar uma poda no primeiro ano da cultura eliminando os galhos ladrões próximos ao solo. Controle de Plantas Daninhas O controle das daninhas ao longo das linhas de plantio (próximo e abaixo das plantas) deve ser feito por meio de capinas manuais ou químicas (herbicidas pré-emergentes e pós-emergentes), de forma que o solo embaixo das copas fique limpo. As plantas daninhas presentes nas entrelinhas podem ser controladas apenas por capina mecânica (roçadeiras), não sendo necessária a aplicação de herbicidas nas entrelinhas. Pragas e Doenças O urucum é considerado uma planta resistente ao ataque de doenças, assim poucas doenças ocorrem na cultura, as principais doenças que atacam o urucum são: Oídio e Cercosporose. As principais pragas são: formigas cortadeiras, tripes, percevejos, cochonilhas, coleópteros e ácaros. As pragas e doenças devem ser controladas, quando presentes, através de pulverização seguindo as recomendações técnicas e acompanhados por um engenheiro agrônomo ou técnico agrícola. Colheita Na região sudeste, a colheita do urucum é realizada cerca de 120 dias após a abertura da flor ou quando se observa que ¾ das cápsulas estão secas, quando passam da cor verde ou vermelho para a cor castanho ou marrom. A primeira colheita normalmente ocorre nos meses de julho/agosto e a segunda, conhecida como safrinha, ocorre nos meses de fevereiro/março. Dar preferência para colher somente as cápsulas que estejam maduras e secas. A colheita das cápsulas que poderá ser feita com uma tesoura de poda cortando o pendúnculo próximo à cápsula. Após a etapa da colheita, realizar a secagem das cápsulas ao sol. Pré-secagem dos frutos Os frutos devem ser colocados sobre uma lona, em terreiros de alvenaria, onde o objetivo dessa etapa é reduzir a umidade dos frutos (cachopas) e das sementes, sem a perda da BATISTA, A. F. Urucum - Cultivo em Minas Gerais. Casa do Produtor Rural ESALQ/USP. Piracicaba, 5/7p. 2010.

qualidade do produto, sendo que o objetivo principal dessa etapa é facilitar o processo de debulha. Debulha das cápsulas Para pequenos produtores de urucum que não dispõe de máquinas agrícolas, a debulha de sementes pode ser realizada semelhante à debulha de sementes de feijão em pequenas propriedades, batendo as cachopas com varas. Nesse método é inevitável a perda de sementes com pigmentos devido o atrito da vara batendo nas cápsulas do fruto. Logo após essa etapa as sementes estão em condições de serem aproveitadas para a produção de corantes naturais. Peneiramento O peneiramento manual é realizado após a debulha dos frutos, nesta etapa também perde-se uma parte do corante devido ao atrito do peneiramento e excesso de umidade das sementes caso estejam muito úmidas. Secagem das Sementes No método de secagem ao sol sobre lonas em terreiros de alvenaria, recomenda-se mexer as sementes o mínimo possível, para evitar as perdas do corante tanto por atrito quanto pelo calor (o sol causa oxidação do corante). Recomendação de Literatura Urucum: Sistemas de Produção para o Brasil, escrito em parceria pela Embrapa / Emepa / APTA. Existem ainda materiais e artigos sobre o cultivo, colheita, melhoramento, mercado, cultivares, manejo, etnobotânica, pragas e doenças do urucum disponíveis no site da Emepa no endereço: <http://www.emepa.org.br/urucum.php>. Fontes consultadas EMATER MG: Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais. A Cultura do Urucum. Disponível em: <http://www.emater.mg.gov.br/doc%5csite%5cserevicoseprodutos%5clivraria%5ccultur as%5ccultura%20do%20urucum.pdf>. Acesso em: 12 nov. 2010. EMEPA: Empresa de Pesquisa Agropecuária da Paraíba S.A. Disponível em: <http://www.emepa.org.br/urucum.php>. Acesso em: 10 set. 2010. FRANCO, C.F. de O.; FABRI, E. G.; BARREIRO NETO, M.; MANFIOLLI, M. H.; HARDER, M.N.C.; RUCKER, N. C. de A. Urucum: Sistemas de Produção para o Brasil. João Pessoa: Emepa, apta, 2008. p. 84-89.:il. SÃO JOSÉ, A. R.; LOPES, J. D. S. Cultivo de Urucum e Produção de Corantes Naturais. Viçosa MG, CPT, 2003. p. 106 108. BATISTA, A. F. Urucum - Cultivo em Minas Gerais. Casa do Produtor Rural ESALQ/USP. Piracicaba, 6/7p. 2010.

Elaborado por Alan Ferreira Batista Graduando em Engenharia Florestal Estagiário da Casa do Produtor Rural Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz ESALQ/USP Acompanhamento técnico Fabiana Marchi de Abreu Engenheira Agrônoma CREA: 5061273747 Casa do Produtor Rural Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz ESALQ/USP Data de finalização 19 de novembro de 2010. BATISTA, A. F. Urucum - Cultivo em Minas Gerais. Casa do Produtor Rural ESALQ/USP. Piracicaba, 7/7p. 2010.