Registro: 2015.0000509504 ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos do Agravo de Instrumento nº 2116673-23.2015.8.26.0000, da Comarca de, em que é agravante SANIPLAN ENGENHARIA E SERVIÇOS AMBIENTAIS LTDA., é agravado PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO PAULO. ACORDAM, em do Tribunal de Justiça de, proferir a seguinte decisão: "Negaram provimento ao recurso. V. U.", de conformidade com o voto do Relator, que integra este acórdão. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores PAULO DIMAS MASCARETTI (Presidente) e RUBENS RIHL., 22 de julho de 2015 MANOEL RIBEIRO RELATOR Assinatura Eletrônica
Voto nº 1880 TRIBUNAL DE JUSTIÇA Agravo de Instrumento nº 2116673-23.2015.8.26.0000 Agravante: SANIPLAN ENGENHARIA E SERVIÇOS AMBIENTAIS LTDA. Agravada: PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO PAULO AGRAVO DE INSTRUMENTO Arbitramento dos honorários periciais definitivos em R$10.000,00 Irresignação Descabimento Montante arbitrado com base na natureza, complexidade, tempo de trabalho consumido e qualificação técnica do profissional nomeado Critérios adotados corretamente Razoabilidade, proporcionalidade e moderação Ausência de prova da incapacidade financeira para suportar o custo da prova Decisão mantida Agravo não provido. Cuida-se de agravo de instrumento interposto contra a decisão de fls. 46, que fixou os salários definitivos do perito em R$10.000,00, intimando a agravante ao recolhimento, no prazo de dez dias. Sustenta a agravante que não dispõe de recursos financeiros para arcar com a despesa da prova, considerando que o trabalho não impõe medições tão complexas, diante da utilização de programas informatizados. Postula que, se diverso o entendimento, que seja determinado o pagamento ao final pelo vencido. Pede efeito suspensivo. Agravo de Instrumento nº 2116673-23.2015.8.26.0000 - - Voto nº 1880-2/5
Deferido o pedido de efeito suspensivo, foram dispensadas as informações e o procedimento previsto no artigo 527 do Código de Processo Civil. É o relatório. O recurso não merece provimento. A r.decisão recorrida, da lavra do eminente magistrado, Dr. Fausto José Martins Seabra, está devidamente fundamentada, nela constando: A fixação dos salários do perito não leva em consideração apenas o valor econômico da causa e o proveito almejado pelos litigantes, mas também a natureza, a complexidade e o tempo de trabalho consumido, além da qualificação técnica do profissional nomeado, cuja remuneração deve ser moderada, porém condigna com a sua especialidade. No caso em foco, em que pese a discordância manifestada a fls. 185, justificou o experto com razoabilidade a estimativa salarial, que é condizente com o trabalho a ser desenvolvido e o número de horas para a sua conclusão Inicialmente, cabe considerar que a pessoa jurídica agravante não demonstra sua incapacidade financeira. Aliás, teve indeferido seu pedido de assistência judiciária gratuita, exatamente porque não fez qualquer comprovação de hipossuficiência econômica (fls. 89). A ação versa sobre cobrança de prestação de serviço Agravo de Instrumento nº 2116673-23.2015.8.26.0000 - - Voto nº 1880-3/5
no valor de R$154.531,49, quantia apurada para o ano de 2009, envolvendo contrato de remoção, transporte e tratamento do solo contaminado com substância química tóxica (Hexaclorohexano). A perícia contábil determinada tem como objeto analisar as medições realizadas pela ré, relativas à prestação de serviços além do contratado. Segundo a petição inicial foram escavadas, acondicionadas, carregadas e transportadas 243,890 toneladas de resíduos contaminados, havendo superação de 32,890 toneladas da quantidade estimada. Diante da complexidade da perícia, estimou o perito seus honorários em R$10.000,00, levando em consideração seu conhecimento técnico e o dispêndio de 40 horas de trabalho, o que parece razoável na situação. Não se pode considerar simples a perícia contábil relacionada à medições envolvendo escavação, acondicionamento, carregamento e transporte de resíduos tóxicos. O juízo levou em consideração os diversos fatores que declinou, estando a decisão condizente com a importância e complexidade da causa. Há razoabilidade, proporcionalidade e moderação. A pretensão de diferimento do pagamento da perícia ao final pelo vencido encontra resistência legal (art. 33 do CPC) e falta de justa causa, pois não há prova da incapacidade financeira da agravante. Agravo de Instrumento nº 2116673-23.2015.8.26.0000 - - Voto nº 1880-4/5
Ante o exposto, nega-se provimento ao agravo, revogada a antecipação de tutela concedida. Manoel Ribeiro Relator Agravo de Instrumento nº 2116673-23.2015.8.26.0000 - - Voto nº 1880-5/5