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5 Criando empregos: uma visão geral Quem reformou mais? Onde há mais facilidades para se fazer negócios? Menos oneroso não significa menos proteção São necessárias mais reformas na África O sucesso requer mais empregos na economia formal Se você estivesse abrindo uma nova empresa no Laos, os procedimentos legais levariam 198 dias. Se estivesse abrindo na Síria, teria de comprovar US$ 61 mil de capital mínimo 51 vezes a renda média anual. Se você estivesse construindo um depósito na Bósnia-Herzegovina, as taxas de ligação aos serviços públicos e seguimento dos regulamentos da construção civil equivaleriam a 87 vezes a renda média. Se você dirigisse uma empresa na Guatemala, seriam necessários 1.459 dias para resolver uma disputa simples nos tribunais. E se em Serra Leoa você pagasse todos os impostos devidos, gastaria 164% do lucro bruto da sua empresa. 1 Mesmo nas melhores circunstâncias, abrir uma empresa é um ato de fé. Os governos deveriam encorajar os ousados, e muitos o fazem. Em 2004, 99 países 2/3 da amostra de Doing Business introduziram 185 reformas para tornar mais fácil fazer negócios. Eles simplificaram aspectos das regras que regem os negócios, fortaleceram os direitos de propriedade, reduziram os custos de exportação e importação, reduziram o ônus fiscal e aumentaram o acesso ao crédito. Essas reformas permitem que as empresas cresçam mais depressa e criem empregos. Um número crescente desses empregos estará na economia formal, porque os benefícios de ser formal (como acesso mais fácil ao crédito e melhores serviços públicos) muitas vezes superam os custos (como impostos). E mais empregos formais significa que mais trabalhadores estarão protegidos por pensões, regulamentos de segurança e assistência à saúde. As mulheres, que hoje representam 3/4 dos trabalhadores no setor informal, serão as grandes beneficiadas, assim como os trabalhadores jovens e inexperientes em busca do primeiro emprego. Empregos são uma prioridade para os países que emergem de conflitos, para absorver os ex-soldados na força de trabalho e possibilitar que as famílias reconstruam rapidamente as suas vidas. Sem empregos existe um alto risco de esses países voltarem a uma situação de conflito. E os empregos na economia formal são prioritários para os países da África os quais apresentam os maiores obstáculos para se fazer negócios e estão efetuando reformas mais lentamente do que os outros países. Quem realizou mais reformas? Em 2004, Sérvia e Montenegro liderou a realização das reformas que podem incentivar o crescimento de empresas e empregos, tendo melhorado em 8 das 10 áreas estudadas por Doing Business (tabela 1.1). A exigência de capital para abrir uma nova empresa foi reduzida de 5.000 euros para 500. O prazo para se abrir uma nova empresa foi reduzido de 51 para 15 dias. Uma nova lei trabalhista tornou mais fácil a contratação de trabalhadores permitindo que as empresas ofereçam contratos a termo em vez de serem obrigadas a contratar sem prazos definidos mesmo para atender a necessidades temporárias. O prazo para a solução de disputas comerciais caiu de 1.028 dias para 635, graças a um novo código de processo civil. Os impostos sobre a folha de pagamento e as vendas foram substituídos por um imposto sobre valor agregado, que é mais fácil de arrecadar. Em 2004 o número de novas empresas registradas (formais) aumentou 42% em relação ao ano anterior.

6 DOING BUSINESS EM 2006 A Geórgia foi a segunda colocada em reformas. Uma nova lei de licenciamento reduziu de 909 para 159 o número de atividades licenciadas. Foi criada uma central única para a solicitação de todas as licenças, de forma que agora as empresas podem apresentar ali todos os documentos, sem necessidade de verificação por outros órgãos do governo. Uma simplificação do código fiscal eliminou 12 dos 21 impostos. E o prazo para o registro de propriedades caiu 75% e seu custo 70%. Em termos regionais, a maior parte das reformas teve lugar na Europa do Leste e na Ásia Central, onde cada país deu pelo menos um passo para tornar as coisas mais fáceis para as empresas (figura 1.1). Muitas dessas reformas foram motivadas pela integração com a União Européia. Três países da Europa do Leste Eslováquia, Romênia e Letônia estiveram entre os 12 maiores reformadores em 2004 (ver a tabela 1.1), e a Eslováquia foi a líder em reformas em 2003. Estes países facilitaram a abertura de novas empresas. Esses esforços parecem estar compensando: em 2004 o número de novas empresas subiu 8% na Letônia, 13% na Eslováquia e 22% na Romênia. As reformas mais comuns na região, ocorrendo em metade dos países, envolveram a simplificação da administração de impostos e a redução do ônus fiscal. Reformas anteriores na Estônia, Rússia e Eslováquia abriram o caminho. Algumas das reformas mais ousadas, que levaram às melhorias mais significativas nos indicadores de Doing Business, foram: A simplificação dos procedimentos para a abertura de novas empresas na Sérvia e Montenegro. A simplificação dos procedimentos aduaneiros e documentos comerciais no Egito. As mudanças na lei de falências no Brasil. Sérvia e Montenegro transferiu o registro de novas empresas dos tribunais para um novo cartório de registro administrativo. Os empresários podem efetuar o registro on-line e uma regra de quem cala consente garante uma rápida aprovação. Além disso, um novo banco de dados eletrônico unificado faz a ligação entre os tribunais comerciais, a central de estatísticas, o escritório aduaneiro, o Banco Central e as prefeituras. Com essas reformas, uma empresa pode começar a operar em 15 dias em vez de levar 51 (figura 1.2). TABELA 1.1 Os maiores reformadores em 2004 País Abertura de uma empresa Lidando com licenças Contratação e demissão de funcionários Registro de propriedades Obtenção de crédito Proteção de Pagamento de investidores impostos Comércio através de fronteiras Adesão a contratos Fechamento de uma empresa Alemanha Egito Eslováquia Finlândia Geórgia Holanda Letônia Paquistão Romênia Ruanda Sérvia e Montenegro Vietnã Nota: Os países são classifi cados pelo número de reformas. Países que têm o mesmo número de reformas são classifi cados pelo impacto dessas reformas sobre os indicadores de Doing Business. Quanto maior o impacto positivo sobre cada conjunto de indicadores, melhor a classificação do país em termos de reformas. Fonte: Banco de dados de Doing Business.

CRIAÇÃO DE EMPREGOS: UMA VISÃO GERAL 7 O Egito estabeleceu uma central única para a documentação de comércio internacional e reduziu o número de itens para aprovação de 26 para 5. Hoje vigora um prazo-limite de 2 dias para a passagem pela alfândega. As melhorias na alfândega fizeram parte de uma reforma mais ampla para reduzir o número de itens tarifários de 27 para 6 e simplificar os procedimentos de inspeção nas fronteiras. A nova lei de falências do Brasil dá, às empresas insolventes, a opção de permanecerem abertas enquanto passam por uma reestruturação. Os credores têm mais controle sobre a condução dos procedimentos de reorganização através do estabelecimento de comitês de credores que dão seu voto sobre os planos de reestruturação. Quando os ativos são vendidos, os credores com garantia têm preferência sobre as reivindicações fiscais. A nova lei reduziu à metade, de 10 para 5 anos, o prazo médio dos processos de falência e espera-se que eleve o índice de recuperação de 0% para 7,5 % dos ativos da empresa. Mas nem todas as mudanças nos indicadores de Doing Business foram para melhor. Em 2004, 20 países 18 deles pobres tornaram mais difícil fazer negócios. Entre os exemplos estão: Madagascar elevou seu requisito de capital mínimo para se abrir uma empresa para US$ 6.500 22 vezes a renda per capita anual. FIGURA 1.2 Facilitando a abertura de empresas na Sérvia e Montenegro Prazo para abrir empresa (dias) 50 40 30 20 10 0 Prazo reduzido de 51 para 15 dias 2004 2005 Procedimentos reduzidos de 11 para 10 1 11 Procedimentos O Chade aumentou os impostos de transferência de imóveis e as taxas de cartórios para o registro de propriedades. Os impostos e taxas para a compra de imóveis equivale a 21% do seu valor um nível entre os mais elevados do mundo. A Mauritânia elevou o imposto de renda para empresas de 20 para 25% o único país a aumentar este imposto em 2004. Onde é fácil fazer negócios? Segundo os indicadores de Doing Business, a Nova Zelândia tem a regulamentação de negócios mais fácil do mundo (tabela 1.2). Cingapura é a segunda colocada. Os Estados Unidos estão em terceiro lugar. Cinco países do Extremo Oriente Hong Kong (China), Japão, Tailândia, Malásia e Coréia estão entre os 30 melhores, assim como os países bálticos Lituânia, Estônia e Letônia. Essa classificação é um feito notável, uma vez que somente uma década se passou desde que eles iniciaram suas reformas. Mas as classificações sobre a facilidade de fazer negócios também mostram que muitos países, apesar das reformas efetuadas, ainda têm um longo caminho pela frente. Apesar de a Europa do Leste ter sido a região com maior número de reformas, alguns dos países dessa região ainda têm uma classificação baixa no que se refere à facilidade para fazer negócios. Por exemplo, Sérvia e Montenegro ficaram em 92 o lugar, a Croácia em 118 o e a Ucrânia em 124 o. O Egito, outro país que fez muitas reformas em 2004, classificou-se em 141 o lugar. E a Índia, embora tenha feito grandes progressos na recuperação de garantias e na facilidade de registro de propriedades, está em 116 o 25 lugares abaixo da China. TABELA 1.2 As 30 melhores economias em termos de facilidade para fazer negócios 1 Nova Zelândia 2 Cingapura 3 Estados Unidos 4 Canadá 5 Noruega 6 Austrália 7 Hong Kong, China 8 Dinamarca 9 Reino Unido 10 Japão 11 Irlanda 12 Islândia 13 Finlândia 14 Suécia 15 Lituânia Nota: As classificações de todas as economias são verificadas em janeiro de 2005 e incluídas nas tabelas dos países. As médias da facilidade para fazer negócios são calculadas através dos 10 tópicos cobertos por Doing Business em 2006. As classificações deste ano não podem ser comparadas com as do ano passado, uma vez que foram incluídos três novos conjuntos de indicadores lidando com licenças, pagando impostos e comércio através de fronteiras. Ver detalhes nas Notas sobre Dados. Fonte: Banco de dados de Doing Business 16 Estônia 17 Suíça 18 Bélgica 19 Alemanha 20 Tailândia 21 Malásia 22 Porto Rico 23 Maurício 24 Holanda 25 Chile 26 Letônia 27 Coréia 28 África do Sul 29 Israel 30 Espanha

8 DOING BUSINESS EM 2006 As classificações sobre a facilidade para fazer negócios não contam toda a história. O indicador é limitado quanto ao escopo, não leva em conta a proximidade do país de grandes mercados, a qualidade dos serviços de infra-estrutura (além dos serviços ligados ao comércio através das fronteiras), a segurança das propriedades contra roubos e saques ou as condições macroeconômicas. Assim, embora a Jamaica esteja melhor classificada (em 43 o lugar) em facilidade para fazer negócios do que a França (44 o ), isto não significa que uma empresa opere melhor em Kingston do que em Paris. Criminalidade e desequilíbrios macroeconômicos dois aspectos não estudados diretamente em Doing Business tornam a Jamaica menos atraente para investimentos. Mas uma alta classificação em termos de facilidade para fazer negócios não significa que o governo criou um ambiente regulador completamente favorável para empresas. Com freqüência, melhorias nos indicadores de Doing Business representam reformas mais amplas nas leis e instituições, as quais afetam mais que os procedimentos administrativos e o tempo e o custo para cumprir os regulamentos de negócios. Menos oneroso não significa menos proteção Estar bem classificado em termos de facilidade para fazer negócios não significa a ausência de regulamentos no país. Poucas pessoas afirmariam que na Nova Zelândia, é cada um por si para as empresas, que os trabalhadores sofrem abusos no Canadá ou que, na Holanda, os credores se apossam dos ativos dos devedores sem um processo justo. E para proteger os direitos de credores e investidores, bem como estabelecer ou melhorar os cartórios de registro de crédito, para chegar à lista dos 30 melhores é preciso ter mais regulamentos e não menos. Todos os países mais bem classificados regulam os negócios, mas o fazem de formas menos onerosas e incômodas. Consideremos os 5 países nórdicos, que estão no topo da na lista dos 30 melhores; Noruega (5 o ), Dinamarca (8 o ), Islândia (12 o ), Finlândia (13 o ), Suécia (14 o ). Esses países não regulamentam menos. Em vez disso, eles têm regulamentos simples que permitem às empresas serem produtivas e concentram a intervenção onde ela é importante na proteção dos direitos de propriedade e na provisão de serviços sociais. Os países nórdicos têm impostos sobre empresas entre moderados e altos 52% do lucro bruto na Finlândia e na Islândia, 53% na Suécia e 60% na Noruega. Contudo, apenas 8% da atividade econômica ocorre no setor informal (empresas não registradas). A razão é que as empresas recebem excelentes serviços públicos em troca daquilo que pagam. Por exemplo, a Dinamarca conta com a melhor infra-estrutura comercial do mundo. 2 A Noruega é a número 1 no índice de desenvolvimento humano produzido pelo Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas, com a Suécia em segundo lugar. 3 Nesses países,assim como nos outros da lista dos 30 melhores, os reformadores não precisam escolher entre tornar os negócios mais fáceis e prover proteção social. Eles encontraram uma forma para ter ambos. São necessárias mais reformas na África Se os reformadores de negócios na África estiverem em busca de exemplos, devem procurar na vizinhança em Ruanda. Em 2001 novas leis trabalhistas e de empresas facilitaram a abertura de empresas e a contratação de trabalhadores. No ano seguinte o governo começou a reforma das leis relativas à titulação de terras. E em 2004 Ruanda estava entre os 12 países líderes em reformas (ver tabela 1.1). Os procedimentos aduaneiros foram simplificados e o serviço de registro de créditos melhorado. Os procedimentos judiciais também foram simplificados, apressando as providências para forçar a adesão a contratos. O presidente do país explicou a importância da reforma judiciária: Como diz o ditado, justiça adiada é justiça negada. Nossos tribunais estão entupidos por um sempre crescente atraso em processos, alguns dos quais datam de 10 anos FIGURA 1.3 A África teve em 2004 a menor intensidade de reformas Intensidade de reforma (número médio de reformas por país) África Subsaariana Oriente Médio e Norte da África América Latina e Caribe Extremo Oriente e Pacífico Sul da Ásia OECD com alta renda Europa do Leste e Ásia Central 0 0.5 1.0 1.5 2.0 2.5

CRIAÇÃO DE EMPREGOS: UMA VISÃO GERAL 9 ou mais. Os ricos, poderosos e bem relacionados recebem tratamento preferencial... Um dos gargalos enfrentados pelo nosso programa de reconstrução nacional é o sistema judiciário que funciona mal. 4 Depois que se deu início às reformas, o crescimento econômico médio de Ruanda elevou-se para 3,6% ao ano um dos mais altos da África. Há outras histórias de sucesso subsaariano. Em 2004 a Nigéria implantou 3 reformas, envolvendo abertura de empresas, práticas trabalhistas e informações de crédito. As Ilhas Maurício, classificadas em 23 o entre os países mais fáceis para se fazer negócios, realizaram 2 reformas. A África do Sul está em 28 o lugar e a Namíbia, em 33 o. Esses países podem inspirar outros na região, assim como o sucesso do Japão motivou reformas no Extremo Oriente e o sucesso do Chile incentivou seus vizinhos latino-americanos. Alguns governos africanos estão reagindo, com reformas ambiciosas planejadas em Burkina Faso, Lesoto e Malauí, entre outros. E as reformas, é importante dizer, são necessárias. Na África, os empresários enfrentam mais obstáculos em termos de regulamentos do que em qualquer outra região. Contudo, em 2004 as reformas foram mais lentas do que em outras regiões (figura 1.3). Os 16 países do oeste da África conseguiram apenas duas reformas: a República dos Camarões impôs um limite de 7 dias para desembaraço aduaneiro e a Costa do Marfim reduziu de 2 semanas para 1 dia o prazo para o registro de segurança social dos trabalhadores. Em toda a região, para cada 5 países que melhoraram sua regulamentação, um tornou-a mais incômoda. O sucesso requer novos empregos na economia formal Primeiramente, eu gostaria de ter um trabalho de qualquer espécie, diz um equatoriano de 18 anos em Voices of the Poor (Vozes dos Pobres), uma pesquisa do Banco Mundial que capta as perspectivas de pessoas pobres em todo o mundo. As pessoas sabem como escapar da pobreza (figura 1.4). O que elas precisam é achar um emprego decente. Estudos confirmam isto a grande maioria das pessoas que escapam da pobreza o fazem abrindo sua própria empresa ou achando trabalho em uma já existente. 5 O melhor desempenho em termos de facilidade para fazer negócios está associado a mais empregos (figura 1.5). A Nova Zelândia, líder global em facilidade para fazer negócios, tem 4,7% de desemprego. Na Grécia, o país da OCDE com a pior classificação (80 o ) pelos indicadores de Doing Business, o desemprego é de 10,9%. Estudos anteriores confirmam este padrão. A criação trimestral de empregos em Portugal, que tem um dos mercados de trabalho mais fortemente regulamentado, equivale a 59% daquela dos Estados Unidos em termos per capita. Uma empresa portuguesa tem 40% menos probabilidade do que uma americana para criar empregos durante uma fase positiva da economia. 6 Recuperações econômicas sem a criação de empregos são comuns em mercados fortemente regulamentados e significam que as pessoas permanecem sem trabalho por longos períodos. 7 Existem enormes oportunidades para a criação de empregos. Se a Croácia adotasse o ambiente de negócios da Dinamarca, com tudo o mais permanecendo igual, a análise sugere que o desemprego poderia cair até 4 pontos percentuais (ver figura 1.5). Se a Argentina adotasse regulamentos sobre negócios e proteção aos direitos de FIGURA 1.4 Abrir uma empresa é a forma primordial de sair da pobreza Maneiras consideradas eficazes (% dos entrevistados) Abrir uma empresa Achar emprego numa empresa já existente Trabalhar no campo Obter crédito Ir à escola Emigrar MULHERES HOMENS 0 10 20 30 40 50 60 Nota: Baseada em entrevistas com 60 mil pessoas pobres em mais de 50 países. Fonte: Narayan e outros (2000). propriedade ao estilo dinamarquês, o desemprego poderia cair até 3,3 pontos percentuais. 8 Mas nos países em que os regulamentos são onerosos e incômodos, as empresas freqüentemente operam na economia informal e permanecem pequenas, criando poucos empregos. Considere o exemplo de Burkina Faso. Naquele país, Oumarou dirige uma empresa de alimentos. Ele gostaria de passar para a economia formal e assim poder atender a clientes maiores, que exigem recibos fiscais de valor agregado. Mas o registro de uma empresa requer um capital mínimo equivalente a quase 5 vezes a renda per capita anual. Só as taxas custam 1,5 vez a renda per capita. Para conseguir um empréstimo bancário Oumarou precisaria oferecer uma grande garantia. Mas ele nunca registrou o imóvel que possui, porque o registro exigiria o pagamento de taxas equivalentes a 16% do seu valor. Diante de tantos obstáculos, Oumarou mantém sua empresa na

10 DOING BUSINESS EM 2006 FIGURA 1.5 A maior facilidade para fazer negócios está associada a um número menor de desempregados Taxa de desemprego Mais alta Redução no desemprego decorrente de melhorias até o topo em termos de facilidade para fazer negócios 12% 8% 4% Redução decorrente Taxa decorrente após redução Mais baixa Mais fácil Mais difícil Mais fácil Países classificados por facilidade para fazer negócios, quintis Nota: As relações são significativas no nível de 1% e assim permanecem quando se leva em consideração a renda per capita. Fonte: Banco de dados de Doing Business, ILO (2005). Mais difícil informalidade e pequena. E ele não está só: num país de mais de 12 milhões de habitantes, somente 50 mil trabalham de maneira formal. Reformas podem mudar essa situação. Uma elevação dos indicadores de Doing Business de um país ao nível do quartil superior está associada a uma queda de 9 pontos percentuais na parcela do PIB representada por atividades informais (figura 1.6). Em outras palavras, as reformas ampliam o alcance da regulamentação trazendo empresas e empregados para a formalidade. As mulheres e os jovens trabalhadores seriam os maiores beneficiados com essas mudanças. Os dois grupos constituem uma grande parcela dos desempregados (figura 1.7), e regulamentos incômodos afetam de forma significativa suas oportunidades de emprego. Por exemplo, no Irã um empregador não pode usar um contrato a termo a menos que a tarefa seja sazonal. E as mulheres não podem trabalhar mais de 8 horas por dia. Não é por coincidência que somente 28% das mulheres na força de trabalho estão formalmente empregadas. Os governos de países afetados por conflitos são especialmente pressionados a criar empregos. A paz continuada depende da desmobilização dos exércitos rebeldes e de se conseguir sustento para milhares de refugiados e antigos combatentes. Este ano Doing Business estuda 5 países afetados por conflitos: Afeganistão, Eritréia, Iraque, Sudão e Timor Leste. Entre estes, o Afeganistão foi o que mais realizou reformas em 2004. O número de procedimentos para a abertura de novas empresas foi reduzido de 28 para 1 e o prazo para a conclusão do processo de 90 para 7 dias. A infra-estrutura de transportes nas principais rotas comerciais afegãs foi melhorada. Os registros de imóveis estão sendo compilados e digitalizados provendo a base para um novo sistema de registro (embora os registros cubram somente 1/4 do país). Também há planos para o estabelecimento de um registro de crédito, controlado pelo banco FIGURA 1.6 A maior facilidade para fazer negócios está associada a menos informalidade Setor informal (parcela do PIB) Mais alta Redução no setor informal decorrente de melhorias até o topo em termos de facilidade para fazer negócios 40% 30% 20% Redução decorrente Participação decorrente após redução Mais baixa 10% Mais fácil Mais difícil Mais fácil Países classificados por facilidade para fazer negócios, quintis Nota: As relações são significativas no nível de 1% e assim permanecem quando se leva em consideração a renda per capita. Fonte: Banco de dados de Doing Business, Schneider (2005), WEF (2004). Mais difícil

CRIAÇÃO DE EMPREGOS: UMA VISÃO GERAL 11 central e pelos bancos comerciais privados. Os sistemas de registro de imóveis e de crédito irão facilitar a concessão de empréstimos. São muitos os exemplos de reformas bem-sucedidas em regulamentos, com benefícios para a criação de empregos. As reformas feitas pela Eslováquia a partir de 2002 ajudaram a reduzir o número de desempregados em 43 mil. 9 Na Colômbia, reformas nas leis trabalhistas e nas exigências para a abertura de novas empresas criaram 300 mil empregos na economia formal. 10 Outra história de sucesso vem do Peru, onde na última década o governo emitiu títulos de propriedade de imóveis para 1,3 milhão de famílias urbanas. A garantia dos direitos de propriedade de imóveis permitiu que os pais encontrassem empregos em vez de ficar em casa para proteger sua propriedade. Com isso, hoje as crianças podem freqüentar escolas. Em conseqüência deste fato, a incidência de trabalho infantil caiu quase 30%. 11 FIGURA 1.7 Maior desemprego de jovens no Oriente Médio Taxa de desemprego (%) Oriente Médio e Norte da África América Latina e Caribe Leste da Europa e Ásia Central África Subsaariana OCDE com renda alta Sul da Ásia Leste da Ásia & Pacífico Fonte: ILO (2005). JOVENS DO SEXO FEMININO TODOS OS JOVENS 0 5 10 15 20 25 Notas 1. Definido como vendas menos os custos de materiais e de mão-de-obra. 2. WEF (2004). 3. UNDP (2004). 4. Kagame (2002, p. 8). 5. Ver também Fields e outros (2002). 6. Blanchard e Portugal (1998). 7. Holmes (1998). 8. Análise baseada em regressão de abrangência nacional, controlando as variáveis-padrão usadas na literatura trabalhista. 9. Slovak Artistical Office (2005). 10. Echeverry e Maria (2004). 11. Field (2002).