PALAVRAS-CHAVE: Alimentação animal; agricultura familiar; Ipomoea batatas (L) Lam.

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Palavras-chave: cultivares de milho, efeito residual de adubos.

Transcrição:

COLETA E SELEÇÃO DE CLONES DE BATATA-DOCE PARA PRODUÇÃO DE FORRAGEM Área Temática: Tecnologia e produção Autor(es): Ângelo Gadens 1, Tania Helena Neunfeld 2, Juliano Tadeu Vilela de Resende 3. RESUMO: Pertencente à família das convolvuláceas, a batata-doce, originária de regiões tropicais, já era cultivada pelos indígenas antes mesmo do descobrimento da América. No Brasil, a área ocupada com batata-doce é bastante vasta, tendo uma ampla gama de usos. Apesar do uso da forragem de ramas de batata-doce apresentar um pequeno número de estudos, sua utilização é prática de longa data entre os agropecuaristas. O objetivo do presente estudo é fornecer bases sobre a produção de forragem de ramas de batata-doce, com avaliação da adaptabilidade através do rendimento de raízes e massa foliar de batata-doce produzidos. Os estudos foram conduzidos em laboratório, casas de vegetação e área experimental da Universidade Estadual do Centro-Oeste, Campus CEDETEG, Guarapuava, Paraná. A produção de mudas se deu a partir do banco de germoplasma da Unicentro através de pequenos pedaços de ramas-semente com dois nós; utilizando-se bandejas de polipropileno de 50 células preenchidas com substrato comercial e mantidas em casa de vegetação. O plantio e colheita da cultura se procederam nas estações de primavera e verão, respectivamente. Utilizou-se o delineamento experimental em blocos casualizados (DBC), consistindo o número de tratamentos aos 30 clones em três repetições. Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância pelo teste F, e as médias comparadas pelo teste de Tukey (p>0,05). Nas análises quantitativas de raízes e ramas, observou-se grande variabilidade quanto à produtividade dos genótipos. Conclui-se que mais estudos qualitativos necessitam ser realizados antes da indicação dos melhores genótipos aos agricultores. PALAVRAS-CHAVE: Alimentação animal; agricultura familiar; Ipomoea batatas (L) Lam. 1. INTRODUÇÃO/CONTEXTO DA AÇÃO A batata-doce (Ipomoea batatas (L) Lam) pertencente à família das convolvuláceas é originária de regiões tropicais da América, na região compreendida do Peru ao México; pesquisas sugerem que seu cultivo pelos indígenas é bastante anterior ao descobrimento da América, ao passo que foi introduzida na Europa por Cristóvão Colombo, donde foi levada para Índia, China, Japão e demais países, (BAPTISTELA, 1987). De acordo com Filgueira (2007) a cultura está disseminada na maioria das regiões brasileiras, tratando-se de espécie perene cultivada como anual, caracterizada por planta herbácea de caule rastejante, que atinge até três metros de comprimento, exibindo folhas com pecíolos longos, com sistema radicular amplo, composto por raízes superficiais originárias dos nós das ramas, raiz principal e raízes laterais ativas na absorção de nutrientes, que 1 Acadêmico do 1º ano do curso de graduação em 2016 da Unicentro. angelogadens@hotmail.com 2 Doutoranda em Agronomia. tanianeunfeld@yahoo.com.br 3 Professor de Agronomia do Departamento de Agronomia da Unicentro. jvresende@uol.com.br

acumulam fotossintatos e tornam-se raízes tuberosas. Segundo Castro (2007) no Brasil a área ocupada com batata-doce é superior a 78 mil hectares sendo uma cultura de grande repercussão socioeconômica para a região sul do país que é responsável por 54% da safra nacional; com produtividades médias de 9,6; 14,7 e 14,8 toneladas por hectare no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, respectivamente. A batata-doce apresenta uma ampla gama de usos, podendo ser utilizada na alimentação humana (raízes), alimentação animal (raízes e parte aérea), e na produção de etanol (raízes). Silva et al. (2008) enfatiza o suprimento de vitaminas dos grupos A e B pela cultura, tornando-a um importante complemento alimentar para as famílias de baixa renda, se comparada com a composição do arroz. Massaroto (2008) relata a importante utilização da batata-doce na alimentação de animais como é o caso de bovinos, suínos, e em menor proporção aves e peixes; isso se dá com a utilização de raízes deformadas e fora do padrão comercial para alimentação humana o que, entretanto, esbarra nas restrições nutricionais: baixo teor de proteína e inibidores de tripsina, que reduzem a digestibilidade das raízes no trato digestório; o que pode ser minimizado com o cozimento das raízes ou com a prática da ensilagem. A dificuldade na recomendação da utilização de forragem de ramas de batata-doce reflete o nível tecnológico e de estudos efetuados com a cultura, que ainda apresentam-se escassos e insuficientes em âmbito nacional, especialmente considerando-se os diferentes manejos da cultura, genótipos disponíveis, localidades, e o seu impacto nas dietas de ruminantes e monogástricos. Silveira (2008) salienta que a escolha por esta espécie vem de encontro com uma ampla gama de vantagens, citando-se a capacidade de produção em solos de baixa a média fertilidade, qualidade nutricional, a sua extensa faixa de cultivo no território nacional, a possibilidade de transformação em diversos produtos em decorrência do processamento industrial, o emprego na alimentação animal seja in natura quanto processada, assim como, por apresentar-se como ótima alternativa para a agricultura familiar com a possibilidade de cultivo em terras de baixa a média fertilidade. Embora a silagem de ramas de batata-doce apresente um pequeno número de estudos, a utilização das raízes de batata-doce para produção animal já é prática de longa data entre os agropecuaristas. Entretanto, pouco se sabe sobre a adaptabilidade da cultura às regiões como a do centro sul do estado do Paraná com finalidade de produção de forragem para alimentação animal, não havendo parâmetros de comparação que possibilitem a total e confiável implantação de extensas áreas da cultura. Assim, o presente estudo objetiva fornecer bases sobre a produção de forragem de ramas de batata-doce, com avaliação da adaptabilidade através do rendimento de raízes e massa foliar de batata-doce produzidos. 2. DETALHAMENTO DAS ATIVIDADES E/OU DA METODOLOGIA Os estudos foram conduzidos no laboratório, casas de vegetação e área experimental do Núcleo de Pesquisas em Hortaliças do Departamento de Agronomia pertencentes à Universidade Estadual do Centro-Oeste, Campus CEDETEG, Guarapuava, Paraná.

O clima da região, segundo a classificação climática de Köppen é do tipo clima temperado propriamente dito (Cfb), com temperatura média no mês mais frio abaixo de 18⁰C e temperatura média no mês mais quente abaixo de 22⁰C (IAPAR, 2014). Mudas da cultura advindas de acessos de batata-doce provenientes do banco de germoplasma da Unicentro foram produzidas através de pequenos pedaços de ramas-semente com dois nós; utilizando-se bandejas de polipropileno de 50 células preenchidas com substrato comercial e mantidas em casa de vegetação, segundo metodologia proposta por Brune et al. (2005). Posteriormente, as mudas foram transplantadas a campo onde permaneceram até a colheita. O plantio e colheita da cultura se procederam nas estações de primavera e verão, respectivamente. O solo utilizado para desenvolvimento da cultura à campo foi analisado quimicamente, procedendo-se a calagem e adubação de acordo com as necessidade da cultura. Utilizou-se o delineamento experimental em blocos casualizados (DBC), consistindo o número de tratamentos aos 30 clones em três repetições. Por ocasião da colheita foi determinada a massa fresca das raízes (MFR)) que juntamente com a contagem de raízes, forneceu o peso médio de raízes (PMR). Também foram amostradas plantas de dois blocos experimentais com pesagem das ramas colhidas rente ao solo para verificação da produtividade de massa fresca ramas (MR). As ramas frescas também foram cortadas a fim de separá-las em folhas (MF), pecíolo (MP), caule (MC) e inflorescência com posterior pesagem das partes separadamente. As folhas de batata-doce também tiveram a área foliar (AF) mensurada através do equipamento LI-3100 em cm². Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância pelo teste F, e as médias comparadas pelo teste de Tukey (p>0,05), analisados utilizando o programa estatístico ASSISTAT versão 7.7, 2014 (SILVA, 2014). 3. APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS, ANÁLISE E DISCUSSÃO Nas análises quantitativas de raízes, observou-se grande variabilidade quanto à produtividade dos genótipos, com teto produtivo médio acima de 37Kg por parcela experimental, enquanto a menor produtividade ficou abaixo de 700g. As maiores produções de massa fresca de raízes (MFR) por área foram registadas nos genótipos UGA 125 e 127, seguidos por UGA 29, UGA 34, UGA 49 e UGA 81 que apresentaram também os maiores pesos de raízes (PMR) como observado na Tabela 1. O desenvolvimento superior do sistema radicular foi acompanhado também de maior desenvolvimento aéreo para alguns dos genótipos estudados, como observados nos genótipos UGA 49 3 UGA 125. Entretanto, alguns materiais mostraram-se mais eficientes na produção de massa fresca de ramas (MR) do que de raízes como é o caso dos genótipos UGA 110 e Parcela 49, isso os coloca em uma posição de destaque na utilização das ramas para alimentação animal, não se excetuando a alta amplitude dos resultados, como também observado por Massaroto (2008) que avaliando 20 acessos e cinco cultivares de batata-doce observou produtividade de matéria fresca de ramas variando de 5 a 50 t ha -1. Tabela 1. Massa fresca de raízes (MFR), peso médio de raízes (PMR), massa fresca de ramas (MR), massa fresca de folhas (MF), massa fresca de pecíolos (MP), massa fresca de caule (MC) e área foliar (AF)

Genótipo MFR PMR MR MF MP MC AF ----------------------------------- (g parcela -1 ) ----------------------------------------- cm² UGA 07 3673,33fgh 240,93ab 14417 bcdefg 937,10 1132,65abc 907,15 35898bc UGA 11 821,66gh 71,74b 29500 abcdefg 2177,55 1725,85abc 3336,05 30450,9bc UGA 20 1498,33gh 83,67b 2140 g 401,35 360,05bc 297,6 14495,84bc UGA 29 26275,00abcd 457ab 27830abcdefg 2065,65 2648,85abc 3644,75 69008abc UGA 34 24958,33abcde 156,21ab 19610bcdefg 1363,15 1416,3abc 2022,35 58061,5abc UGA 37 13206,67defgh 144,01b 49065abcdef 2850,30 2210,15abc 16170,15 103885,9ab UGA 43 936,67gh 90,44b 11355bcdefg 1150,65 429,15bc 936,8 40959,34bc UGA 45 22153,33bcde 328,42ab 33802abcdefg 723,65 1318,99abc 1531,85 27305,4bc UGA 49 24506,67abcde 421,44ab 56136ab 7037,20 1615,15abc 2383,3 56072,89abc UGA 60 673,33h 81,55b 26265abcdefg 1517,80 1763,95abc 2443,85 31188,39bc UGA 62 3636,67fgh 198,5ab 190 g 301,10 218,35bc 216 10782,6c UGA 67 11865,00efgh 187,65ab 34090abcdefg 2543,55 3776,7ab 6082,2 79232,2abc UGA 70 1243,33gh 201,55ab 2925g 674,75 251,35bc 379,45 26451,5bc UGA 71 10931,67efgh 272,05ab 14190bcdefg 483,40 772,15abc 393,1 14399,79bc UGA 72 1360,00 gh 86,6b 3762g 508,85 253bc 735,1 19349,62bc UGA 73 22696,67bcde 328,96ab 41417abcdefg 2044,60 1702,15abc 2736,85 70043,77abc UGA 76 21288,33cde 234,7ab 30377abcdefg 1008,30 949,25abc 1852,25 32423,26bc UGA 79 2828,33fgh 80,94b 10020cdefg 708,00 491,85abc 1172,95 24554,03bc UGA 80 22488,33bcde 89,32b 52112abcd 748,60 979,15abc 1455,75 29480,85bc UGA 81 28953,33abc 246,44ab 49900abcde 1406,50 2251,05abc 4453,15 42042,62bc UGA 83 921,67gh 63,84b 5587efg 930,40 812,05abc 705,5 30436,41bc UGA 92 4530,00fgh 148,37ab 3787fg 373,50 543,05abc 513,15 14960,76bc UGA 93 1803,33gh 147,63ab 1405g 114,30 49,7c 76,7 4712,9c UGA 95 1085,00gh 57,73b 7917defg 289,90 215,85bc 531,55 9724,04c UGA 110 16233,33cdef 553,61a 54002abc 4211,27 4105,45a 6836,2 140076,8a UGA 115 1638,33 gh 176,53ab 1317g 156,00 68,1c 76,2 6400,35c UGA 125 37566,67a 138,64b 43320abcdefg 632,40 752,95abc 1212,4 25710,04bc UGA 126 22975,00bcde 148,35ab 36072abcdefg 1368,20 1778,65abc 2236,55 54437,6abc UGA 127 36225,00ab 107,38b 37392abcdefg 365,95 422,85bc 967,05 17910,26bc Parcela 49 15021,67cdefg 297,34ab 68065 a 1168,80 1104,55abc 2343,75 39481,27bc F (Blocos) 1.9090 ns 2,9607 ns 0,0756 ns 0,0743 ns 10,4715 ** 2,2233 ns 0,0844 ns F (Gen.) 21,5190 ** 2,9388 ** 6,6613 ** 1,1530 ns 2,7585 ** 1,6569 ns 3,6783 ** Média 12.799,83 194,71 25656 1342,09 1.203,97 2288,32 38664,56 Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey (p<0,05). ** significativo a 1%; ns: não significativo. Na separação dos componentes das ramas em foliar (MF), caule (MC) e pecíolo (MP) apenas este último apresentou diferença estatística significativa, devendo-se ressaltar que a porção foliar é a mais importante. Esta contêm um menor espessamento da parede celular composta por lignina e hemicelulose, que são as porções menos digestíveis do material pois

dificultam a digestão pelos microrganismos devido a sua alta concentração da fração fibrosa Monteiro et al. (2007). 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS A existência de variabilidade genética demonstrada pela produção de ramas e raízes de batata-doce ressalta que este tema necessita de mais estudos na busca de aprimorar as metodologias de utilização desta matéria-prima alternativa na alimentação animal a fim de disponibilizar materiais de alta produtividade aos agricultores. REFERÊNCIAS BAPTISTELA, L.F.B. Principais culturas. Campinas: Instituto Campineiro de Ensino Agrícola. v.1. 1987, p.511. CASTRO, L.A.S. de. Sistema de Produção da Batata-doce. EMBRAPA CLIMA TEMPERADO, Sistemas de Produção, n.10, novembro 2007. FILGUEIRA, F.A.R. Novo manual de olericultura: Agrotecnologia moderna na produção e comercialização de hortaliças. 3. Ed. Viçosa, MG: Ed. UFV, 2007. MASSAROTO, J.A. Características agronômicas e produção de silagem de clones de batatadoce. Lavras, MG, 2008. Tese de doutorado em agronomia. Universidade Federal de Lavras, 73p. MONTEIRO, A.B.; MASSAROTO, J.A.; GASPARINO, C.F.; SILVA, R.R.; GOMES, L.A.A.; MALUF, W.R.; FILHO, J.C.S. Silagens de cultivares e clones de batata doce para alimentação animal visando sustentabilidade da produção agrícola familiar. Revista Brasileira de Agroecologia. v.2, p.978-981, 2007. SILVA, F. A. S. ASSISTAT: Versão 7.7 beta. DEAG-CTRN-UFCG Atualizado em 01 de abril de 2014. Disponível em <http://www.assistat.com/>. Acessado em: 20 de maio de 2014. SILVA, J.B.C. da; LOPES, C.A.; MAGALHÃES, J.S. Batata-doce (Ipomoea batatas). EMBRAPA HORTALIÇAS, CNPTIA: Sistemas de Produção, n.6, junho de 2008. SILVEIRA, M.A.Batata-doce: uma nova alternativa para a produção de etanol. In: INSTITUTO EUVALDO LODI. Álcool combustível. Brasília: IEL, 2008, p.109-122.