RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS DAS TECNOLOGIAS GERADAS PELA EMBRAPA

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Transcrição:

RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS DAS TECNOLOGIAS GERADAS PELA EMBRAPA Nome da tecnologia: Cultivares de algodão herbáceo para o cerrado brasileiro Ano de avaliação da tecnologia: 2002 a 2011 Unidade: CNPA Equipe de Avaliação: Gilvan Alves Ramos e Maria Auxiliadora Lemos Barros Campina Grande-PB, março de 2012 1

RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS DAS TECNOLOGIAS GERADAS PELA EMBRAPA 1.- IDENTIFICAÇÃO DA TECNOLOGIA 1.1. Nome/Título Cultivares de algodão herbáceo para o cerrado brasileiro 1.2. Objetivo Estratégico PDE/PDU Indique em qual objetivo estratégico da Embrapa (PDE/PDU) se enquadra a tecnologia avaliada: Objetivo Estratégico PDE/PDU X Competitividade e Sustentabilidade do Agronegócio Inclusão da Agricultura Familiar Segurança Alimentar Nutrição e Saúde Sustentabilidade dos Biomas Avanço do Conhecimento Não se aplica 1.3. Descrição Sucinta As principais características de uma cultivar de algodão desenvolvida pela Embrapa para utilização nos ambientes do cerrado são: alta produtividade (170 a 300 @/ha); resistência múltipla a doenças (viroses, ramulose, bacteriose, complexo fusarium + nematóide, alternaria, ramularia); alto rendimento de fibras (38 a 40%); alta resistência de fibras (acima de 28 gf/tex); finura de fibra na faixa de 3,9 a 4,2; fibra de comprimento médio entre 30 e 34 mm; e adaptação à colheita mecânica (Embrapa Algodão, 2003). Todas as cultivares de algodão desenvolvidas pela Embrapa, e seus parceiros, e recomendadas para as condições do cerrado brasileiro, apresentam características iguais ou superiores a essas. As cultivares de algodão que estão sendo avaliadas neste Relatório desde 2002 são: CNPA ITA 90 - lançada em 1990; BRS FACUAL - lançada em 1999; BRS AROEIRA - lançada em 2001; BRS IPÊ - lançada em 2001; BRS SUCUPIRA - lançada em 2001; BRS CEDRO - lançada em 2001; BRS JATOBÁ - lançada em 2002; BRS ACACIA - lançada em 2002; BRS CAMAÇARI - lançada em 2004; BRS ARAÇA lançada em 2005; BRS BURITI lançada em 2005; BRS 286 lançada em 2008 e BRS 293 lançada em 2009. Na safra 2010/2011, as principais cultivares de algodão da Embrapa usadas pelos agricultores do cerrado, de acordo com o zoneamento de cultivares do MAPA, 2

foram: a BRS 269 Buriti, a BRS 293, a BRS 286, BRS Araça e, em menor escala, a BRS Cedro. Para as regiões de Cerrado abrangendo os estados de Mato Grosso, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Rondônia, Maranhão e Piauí, estão disponíveis as cultivares de algodão de fibra branca BRS 269 Buriti e BRS 293. A BRS 269 Buriti é uma cultivar de ciclo longo, com elevado vigor de crescimento, resistente às principais doenças que ocorrem no Cerrado, com destaque para sua resistência à ramulariose. Sua produtividade média é próxima de 4,60 t/ha de algodão em caroço, com percentagem de fibra entre 38,5 % a 40,5%. O comportamento rústico, com tolerância a estresses bióticos (doenças) e abióticos (estresse hídrico), e responsivo com a melhoria dos ambientes, confere à BRS 269-Buriti ampla adaptabilidade. Já a BRS 293 é uma cultivar de ciclo médio, médio vigor de crescimento e elevado potencial produtivo, manifestado principalmente nos ambientes de maior altitude (acima de 700 m), com valores médios geralmente superiores a 2.200 kg de pluma de pluma/ha, haja vista seu elevado teor de fibra, frequentemente superiores a 42 %. Ambas as cultivares apresentam fibra de comprimento médio (29 a 31 mm) com resistência de fibra superior a 29 gf/tex e micronaire entre 3,8 a 4,3. Para o Cerrado dos estados da Bahia, Maranhão e Piauí e o Distrito Federal, é indicada a cultivar de fibra branca BRS 286, de ciclo precoce e baixo vigor de crescimento. Em condições do estado da Bahia, onde a BRS 286 é uma excelente opção para meio e fechamento de plantio, tem-se rendimento médio superior a 4,5 t/ha em sequeiro, com percentagem de fibra entre 39,5% e 41%. A BRS 286 é resistente a viroses e bacteriose e fibra com comprimento entre 29 mm e 31 mm, resistência de fibra superior a 28 gf/tex e micronaire entre 3,9 e 4,5. A cultivar BRS ARAÇÁ, indicada para cultivo nos estados de MT, GO, BA, MS, MA, PI e SP, apresenta porte médio (112 cm), é medianamente tolerante a ramulariose, e medianamente sensível à alternaria, além de apresentar baixo índice de apodrecimento de maçãs nas condições do Mato Grosso. Foi avaliada no Cerrado brasileiro por quatro safras (2000/01 a 2003/04) obtendo-se produtividade média de algodão em caroço de 4.625 kg/ha (308@/ha) e de 1.923 kg/ha de fibras (128@/ha). A cultivar também foi avaliada em espaçamentos ultra estreitos, e no plantio de safrinha, obtendo bons desempenhos nestas condições, podendo ser usada para terminação de plantios e safrinha. A cultivar BRS Cedro, indicada para cultivo nos estados de MT, GO, BA, MS, MA, PI e SP, apresenta porte alto, ciclo médio a tardio (em função da altitude), potencial produtivo de 250 a 300 @/ha, é altamente resistente a viroses. O sistema de produção de algodão envolvendo as cultivares da Embrapa no cerrado brasileiro é realizado em médias ou grandes propriedades. As áreas para plantio de algodão são consolidadas, em termos de fertilidade e correção do solo, em que o cultivo com algodoeiro é iniciado geralmente após alguns anos de plantio de outras 3

culturas anuais. O sistema de produção tem como base a rotação de culturas, o nãorevolvimento do solo, e o plantio direto sobre adequada camada de palha como cobertura vegetal do solo. Dentro do sistema plantio direto o espaçamento entre linhas pode variar de 0,76 a 0,90 m, permitindo a colheita com máquinas do tipo Picker (fusos). A população de plantas por hectare varia de 70.000 a 85.000 para cultivares de porte alto e de 85.000 a 100.000 para cultivares de porte baixo. Preconizam-se a adoção de manejo integrado de pragas, doenças e plantas invasoras, bem como o uso racional de fertilizantes, reguladores de crescimento, desfolhantes e promotor de abertura de maçãs. 1.4. Ano de Lançamento: a partir de 1990 1.5. Ano de Início de adoção: a partir de 1992 1.6. Abrangência Selecione os Estados onde a tecnologia selecionada está sendo adotada: Nordeste Norte Centro Oeste Sudeste Sul AL AC DF X ES PR BA X AM GO X MG RS CE AP MS X RJ SC MA X PA MT X SP PB RO PE RR PI X TO RN SE 1.7. Beneficiários Produtores rurais capazes de utilizar alto nível de tecnologia; vendedores de insumos e máquinas e equipamentos; empresários da indústria têxtil; trabalhadores rurais qualificados. 2.- IDENTIFICAÇÃO DOS IMPACTOS NA CADEIA PRODUTIVA Até a década de 1970 a produção brasileira de algodão possuía expressiva participação no mercado internacional; porém, do final dos anos 1980, até o início dos anos 1990, o Brasil perdeu participação neste mercado devido a razões econômicas, fitotécnicas e relativas ao comércio exterior que, associadas à falta de competitividade, provocaram desestímulo à produção interna, contribuindo para a ampliação da defasagem entre oferta e demanda. Após este período de infortúnio, passou-se a observar mudanças drásticas na cotonicultura brasileira, como o deslocamento das regiões produtoras do Nordeste e Sudeste para o Cerrado brasileiro e o uso de novas práticas culturais. A cultura 4

passou por um período de plena recuperação graças a incentivos fiscais, ao profissionalismo de grandes produtores e aos investimentos em pesquisas. Em pouco mais de uma década, a cultura do algodão se consolidou na agricultura do Cerrado, principalmente na região Centro-Oeste e no oeste do estado da Bahia. Nesses locais a produção é altamente tecnificada, moderna e empresarial, o que confere ao algodão brasileiro qualidade superior ou equivalente aos melhores algodões do mundo. Antes da adoção das tecnologias de produção agrícola recomendadas pela Embrapa como um todo, e o uso das cultivares de algodão desenvolvidas pela Embrapa Algodão, o algodão era produzido no Cerrado com a utilização de baixo padrão tecnológico, sendo o plantio realizado de forma convencional, com o uso da mesma área com a cultura por safras seguidas, aração e gradagem inadequadas, além de outras práticas não recomendadas. Como resultados dos investimentos feitos no cerrado, a área colhida no Brasil na safra 2002/2003 foi de 714 mil hectares, 6% inferior a área colhida em 2001/2002. No entanto, a produção em 2002/2003 atingiu 2,230 milhões de toneladas de algodão em caroço (aproximadamente 892 mil toneladas de pluma), quantidade 3% maior que a de 2001/2002. Esse resultado positivo no ano agrícola 2002/2003 deveu-se ao aumento de 9% no rendimento médio das lavouras, passando de 2.859 kg por hectare de algodão em caroço na safra anterior para 3.122 kg/ha. Em 2004, a safra brasileira de algodão em caroço foi de 3,790 milhões de toneladas, superando em aproximadamente 70% a safra anterior (aproximadamente 1,415 milhão de toneladas de algodão em pluma, ou seja, 523 mil toneladas a mais do que na safra anterior). O aumento de produção nessa safra resultou da grande expansão de área cultivada, que passou de 714,2 mil hectares, na safra 2002/2003, para 1,146 milhão de hectares na safra 2003/2004 (aumento de 60%). O rendimento também sofreu uma elevação de 6%, passando de 3.122kg/ha para 3.307kg/ha. Em 2005, a safra brasileira de algodão manteve seus números próximos aos do ano anterior. A área colhida foi de 1,255 milhão de hectares e a produção de algodão em caroço foi de 3,661 milhões de toneladas (aproximadamente 1,364 milhão de toneladas de pluma). Nesse ano, devido a problemas climáticos, e diminuição no uso de tecnologia, o rendimento sofreu uma redução de, aproximadamente, 12%. Em 2006, devido a problemas de mercado, houve uma acentuada queda em relação a 2005, tanto na área colhida, que atingiu 898.650 hectares, quanto na produção que atingiu 2.883.547 toneladas de algodão em caroço (aproximadamente 1,096 milhão de toneladas de pluma). Em 2007, houve uma nova recuperação da produção. A área colhida atingiu 1.121.288 hectares e a produção foi de 4.094.410 toneladas (aproximadamente 1,556 milhão de toneladas de pluma). 5

Em 2008, a safra brasileira de algodão manteve seus números próximos aos do ano anterior. A área colhida atingiu 1.062.847 hectares e a produção foi de 3.996.699 toneladas (aproximadamente 1,519 milhão de toneladas de pluma) (dados do IBGE- LSPA, 2002-2009). Em 2009, a produção de algodão sofreu um decréscimo de 26% em relação a 2008, sendo a área colhida um total de 812.295 hectares (redução de 23,5%) (dados do IBGE-LSPA, 2010). Esse declínio está associado à crise financeira internacional iniciada em 2008 que provocou, também, uma tendência de declínio nas exportações, nos estoques finais do produto e na relação estoque consumo. Em 2010, a produção de algodão manteve-se nos níveis de 2009, ainda como reflexos da crise financeira internacional iniciada em 2008. A área colhida atingiu 824.396 hectares e a produção foi de 2.931.295 toneladas. Em 2011, a safra brasileira de algodão em caroço foi de 5.058.763 milhões de toneladas, superando em aproximadamente 58% a safra anterior (ou seja, 2.127.468 mil toneladas a mais do que na safra anterior). O aumento de produção nessa safra resultou da grande expansão de área cultivada, motivada por forte demanda externa de pluma ocorrida no ano anterior, com preços majorados pela maior alta da História dessa cadeia produtiva (o preço do quilo da fibra do algodão passou de R$2,50, em fevereiro de 2010, para cerca de R$7,50, em janeiro de 2011); e isso esteve ligado a fato conjuntural, no caso, uma forte redução dos estoques estratégicos em todo o mundo, da quebra da safra global e no Brasil, do aumento do consumo interno e no mercado asiático. A área plantada passou de 831.687 hectares, na safra 2009/2010, para 1.401.314 hectares na safra 2010/2011 (aumento de um pouco mais de 68%). O rendimento também sofreu uma elevação de 1,57%, passando de 3.555 kg/ha para 3.611 kg/ha. Os acontecimentos das duas últimas safras, com decréscimo em 2009 e 2010 e muito forte recuperação do plantio em 2011, mostram que de 1998 a 2011, período que a cotonicultura se consolidou na agricultura do Cerrado brasileiro, a evolução da área colhida, da produção e do rendimento médio do cultivo de algodão no Brasil é muito positiva (Tabela 1): Tabela 1 - Evolução da área colhida, produção e rendimento médio de Algodão herbáceo em caroço no Brasil 1997/1998 a 2010/2011 SAFRA Área Produção Produtividade 1997/1998 825.029 1.172.017 1.420 1998/1999 669.313 1.477.030 2.206 1999/2000 801.618 2.007.102 2.503 2000/2001 875.107 2.643.524 3.020 2001/2002 760.431 2.166.014 2.848 2002/2003 712.556 2.199.268 3.086 2003/2004 1.150.040 3.798.480 3.302 2004/2005 1.258.308 3.666.160 2.913 6

SAFRA Área Produção Produtividade 2005/2006 898.008 2.898.721 3.227 2006/2007 1.125.256 4.110.822 3.653 2007/2008 1.063.817 3.983.181 3.744 2008/2009 813.389 2.943.764 3.619 2009/2010 824.396 2.931.295 3.556 2010/2011 1.400.905 5.058.763 3.611 Δ Anual (%) 2,2 8,2 6,0 Fonte: IBGE (PRODUÇÃO AGRÍCOLA MUNICIPAL, 2009); IBGE (LEVANTAMENTO SISTEMÁTICO DA PRODUÇÃO AGRÍCOLA, mar/2010 e dezembro/2011). Nota: Para as análises do Δ Anual, calculou-se a taxa geométrica de crescimento de séries temporais, com uso do seguinte modelo: Wi = A(1+r) x i i. Detalhes sobre esta metodologia podem ser encontrados em Negri Neto et al. (1993). Atualmente, a distribuição da produção e do consumo de algodão no Brasil pode ser visto da seguinte forma: os estados brasileiros que concentram a produção de algodão em áreas de Cerrado (Mato Grosso, Goiás, Bahia, Mato Grosso do Sul, Piauí e Maranhão), em 2011, contribuíram com 96,4% do algodão produzido no País. A indústria de fibra, por outro lado, tem se deslocado para o Nordeste, especialmente para os estados do Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte. O Nordeste detém o segundo maior parque industrial têxtil do Brasil, o qual passou a consumir, a partir de 1997, mais de 300 mil toneladas anuais de pluma, e em 2011 consumiu aproximadamente 400 mil toneladas. Na América Latina, apenas o México tem capacidade instalada maior do que a existente no Nordeste do Brasil, a qual vem sendo ampliada com a transferência de novas plantas industriais para essa região, em razão do baixo preço da mão-de-obra local. Em Campina Grande, na Paraíba, está localizada a maior fiadora do mundo, pertencente ao grupo Coteminas. A pluma consumida pela Coteminas no Nordeste (mais de 23 mil toneladas só no Rio Grande do Norte) é quase toda proveniente do Oeste da Bahia e da região Centro-Oeste. Vale ressaltar que o transporte dessa matéria-prima até à indústria tem enfrentado transtornos devido às más condições das estradas, às longas distâncias percorridas e ao elevado custo do transporte rodoviário no Brasil. O deslocamento da cotonicultura para o cerrado e a expansão da produção nacional podem ser consideradas integrantes do processo de reformulação produtiva, e gerencial, com o objetivo de modernização da atividade e de aumento da competitividade, imposto pela concorrência com a matéria-prima importada após a abertura comercial, no início dos anos 1990. Nesse sentido, o Estado brasileiro, com apoio de parceiros privados e dos governos dos estados do Mato Grosso, Goiás e Bahia, tem investido na qualidade do algodão através das pesquisas realizadas pela Embrapa em seu Centro Nacional de Pesquisa de Algodão (Embrapa Algodão). Para financiar o custeio dessas pesquisas foram constituídos fundos de apoio com incentivos fiscais concedidos pelos Governos desses estados. Fundações de produtores foram criadas para apoiar os trabalhos de melhoramento genético e adoção de novos sistemas de produção que 7

possibilitassem aumentos de produtividade, melhoria da qualidade da fibra produzida e redução dos custos de produção, principalmente em áreas de Cerrado. Os resultados desse esforço de recuperação da produção nacional de algodão podem ser visto ao se analisar os dados de produção dos principais estados envolvidos (MT, MS, GO e BA). Verifica-se que, na safra 2010/2011, esses estados responderam por, aproximadamente, 93,29% da área colhida e 94,10% da produção de algodão no Brasil, segundo dados do IBGE-LSPA ( 2012). Em 1990, ano de início da adoção do sistema de produção de algodão, recomendado pela Embrapa, a participação dos estados do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Bahia no total brasileiro era de apenas 22% e 17%, respectivamente à área colhida e à produção de algodão. A expressividade do trabalho de pesquisa fica evidenciada com o aumento do rendimento médio de algodão em caroço que passou de 969 kg/ha na safra 1989/1990 para 3.638 kg/ha em 2010/2011, em termos de média dos quatro estados. Se for analisado o resultado do programa no Mato Grosso, verificar-se-á que o rendimento médio que era de 1.073 kg/ha, em 1990/91, alcançou 3.660 kg/ha, em 2003/04; 3.489 kg/ha, em 2004/2005; 3.628 kg/ha, em 2005/06; 3.726 kg/ha, em 2006/07; 3.861 kg/ha, em 2007/08 ; 3.711 kg/ha, em 2009; 3.462 kg/ha, em 2010, e, 3.529 kg/ha, em 2011, os maiores registrados para algodão de sequeiro no mundo. Um dos principais fatores desse aumento da produção nacional tem sido a adoção de sistemas de produção de alto rendimento médio, centrados no intenso uso de insumos industriais (fertilizantes e defensivos), na utilização de cultivares resistentes a pragas e doenças e com características agronômicas adaptadas às diferentes condições de climas e solos das diversas regiões produtoras do país. Segundo FERREIRA, et al. (2005:32-36), o sistema de produção recomendado para o Cerrado envolve a mecanização em todas as etapas do processo produtivo e inclui o Manejo Integrado de Pragas (MIP); o uso de reguladores de crescimento; o descaroçamento na propriedade seguido de venda direta à indústria com eliminação de intermediários; tem menor custo operacional por arroba na colheita e obtenção de produtos de melhor qualidade; margem de lucro bruto de 11% a 38%; rentabilidade média superior a R$ 144.900,00/ano em propriedades acima de 230 ha; lucro líquido entre R$ 780,00 a R$ 910,00/ha em Goiás e Mato Grosso. Essa rentabilidade por hectare chegou a ser equivalente a 3,5 ha de soja e 19,5 ha de milho. A integração produção-descaroçamento (próprio ou arrendado) agrega renda ao produtor e permite a negociação direta da venda da fibra com a indústria, e a obtenção de financiamento da produção por meio da venda antecipada. As produtividades obtidas são altas, com os melhores produtores colhendo médias superiores a 300 @/ha, mesmo em condições de sequeiro. As altas produtividades compensam os elevados investimento na produção e o risco climático sempre presente. Cerca de 80% dos custos são variáveis e, portanto, ajustáveis pela adoção de maior racionalidade no sistema. 8

A mudança da fronteira agrícola na produção de algodão, para o Cerrado brasileiro, foi iniciada na década de 1990 com o desenvolvimento da variedade CNPA ITA 90, no ano de 1990, resultante da parceria da Embrapa com o Grupo Itamarati. Grande parte do sucesso da cotonicultura do Cerrado pode ser creditada a esta variedade, devido às características desejáveis de qualidade têxtil da fibra, alta produtividade (até 4.500 kg/ha) e adaptação ao cultivo mecanizado. Passados 19 anos do lançamento, tal variedade ainda tem grande aceitação pelos agricultores, no entanto, seu uso em larga escala consiste em risco iminente de quebra na produção, pois a mesma possui alta suscetibilidade a viroses. Entretanto, contrariamente ao início da década de 1990, atualmente o agricultor dispõe de um grande rol de variedades como opção de plantio. A atividade se tornou profissionalizada e mais organizada para se manter lucrativa. A exigência de um padrão mínimo se tornou essencial para a sobrevivência do cotonicultor. Nos últimos anos, além dos fatores tecnológicos, o bom desempenho da cultura do algodão deveu-se, também, à melhoria do preço e ao aumento das exportações. O Brasil está no sétimo ano de exportações em quantidade significativa de algodão em pluma para o mercado externo. Em 2002, foram exportadas 109,6 mil toneladas; em 2003, 175,4 mil; em 2004, os agricultores fecharam contratos para venda de 331,0 mil toneladas; em 2005, as exportações alcançaram 391,0 mil toneladas; em 2006 atingiram 304,5 mil; em 2007 as exportações atingiram um total de 419,4 mil toneladas; em 2008 o Brasil exportou 520 mil toneladas; em 2009, as exportações atingiram 504.916 toneladas; em 2010, foram exportadas 512.507 toneladas, apesar da crise financeira internacional que afetou o setor, e em 2011 o total exportado foi de 758.328 toneladas (CONAB, 2012). Essa garantia de mercado foi o fator determinante para o aumento da produção, via expansão da área colhida no Cerrado brasileiro. A tecnologia é inserida na cadeia produtiva do algodão impactando o produtor rural, via expansão da área cultivada, aumento do rendimento médio, melhoria da qualidade da fibra produzida e agregação de valor. Essa agregação se dá com o descaroçamento realizado na propriedade e com eliminação de intermediários, pois o produtor faz diretamente a venda da fibra à indústria têxtil, do caroço do algodão à indústria de subprodutos e a da semente ao vendedor de sementes. O impacto da tecnologia também atinge outros agentes da cadeia produtiva, quais sejam: a) o vendedor de insumos (semente, fertilizante, calcário, inseticida, etc.) e de máquinas e equipamentos, pelo incremento da demanda; b) os empresários da indústria têxtil e confeccionista, pelo aumento da oferta e melhoria da qualidade da matéria-prima agrícola; c) os exportadores de pluma e de subprodutos de algodão, pelo aumento da oferta dos produtos; d) os produtores de cadeias industriais onde a matéria-prima é o fio de algodão, pelo aumento da oferta e melhoria da qualidade da matériaprima; e, e) os consumidores, pela melhoria da qualidade dos produtos a eles ofertados, principalmente tecidos e confecções. Vale ressaltar que a indústria têxtil e a indústria confeccionista brasileiras formam um dos mais importantes setores da economia nacional; e mundial, em que ocupa a quarta posição a têxtil e a quinta 9

posição a de confecções, segundo a ABIT, 2011. Isso tanto na geração de empregos quanto no valor de sua produção. Em valores monetários a cadeia têxtil brasileira produz riquezas superiores a US$32 bilhões, o que equivale a 4,1 % do PIB total brasileiro e 17,2 % do PIB da indústria de transformação. Os empregos gerados na cadeia têxtil somam mais de 1,5 milhão, ou o equivalente a 1,7% da população economicamente ativa e 17,2% do total de trabalhadores alocados na indústria da transformação, o que bem demonstra que este é um setor de grande relevância para a economia do país e de forte impacto social (BRASIL TÊXTIL, 2006). 3.- AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS ECONÔMICOS 3.1- Avaliação dos Impactos Econômicos Se aplica: sim ( X ) não ( ) Tipo de Impacto: Incremento de Produtividade Tabela Aa - Ganhos Líquidos Unitários Ano Unidade de Medida - UM Rendimento Anterior/UM (A) Rendimento Atual/UM (B) Preço R$/UM (C) Unitário Custo Adicional R$/UM (D) Ganho Unitário R$/UM E=[(B-A)xC]-D 2002 3.750 3.900 1,33 0,00 199,50 2003 3.645 3.900 1,87 0,00 476,85 2004 3.696 4.050 2,08 0,00 736,32 2005 3.855 3.900 1,17 0,00 52,65 2006 3.900 4.050 1,17 0,00 175,50 hectare 2007 3.860 4.050 1,20 0,00 228,00 2008 3.800 4.200 1,19 0,00 476,00 2009 3.750 3.900 1,13 0,00 169,50 2010 3.900 4.050 1,20 0,00 180,00 2011 3.750 3.894 3,50 0,00 504,00 Tabela Ba - Benefícios Econômicos na Região 10

Ano Ganho Líquido Área de Participação Embrapa Adoção: Área de Adoção: Benefício da Embrapa R$/UM Unidade de QuantxUM (H) Econômico I=(GxH) % (F) G=(ExF) Medida-UM 2002 60% 119,7 276.720 33.123.384,00 2003 60% 286,11 177.314 50.731.308,54 2004 60% 441,792 315.565 139.414.092,48 2005 60% 31,59 358.600 11.328.174,00 2006 60% 105,3 131.200 13.815.360,00 hectare 2007 60% 136,8 113.075 15.468.660,00 2008 60% 285,6 51.550 14.722.680,00 2009 60% 101,7 37.000 3.762.900,00 2010 60% 108 25.000 2.700.000,00 2011 60% 302,40 25.000 7.560.000,00 TOTAL 292.626.559,02 Tipo de Impacto: Expansão da Produção em Novas Áreas Tabela Ac - Ganhos Unitários de Renda Ano 2002 Unidade de Medida - UM Renda com Renda com Renda Adicional Produto Anterior Produto Atual - R$ Obtida R$ C=(B-A) -R$ (A) (B) 4.987,50 5.187,00 199,50 2003 6.816,15 7.293,00 476,85 2004 7.687,68 8.424,00 736,32 2005 4.510,35 4.563,00 52,65 2006 4.563,00 4.738,50 175,50 hectare 2007 4.632,00 4.860,00 228,00 2008 4.522,00 4.998,00 476,00 2009 4.237,50 4.407,00 169,50 2010 4.680,00 4.860,00 180,00 2011 13.125,00 13.629,00 504,00 Tabela Bc- Benefícios Econômicos na Região Ano Participação da Embrapa - % (D) Ganho Líquido Embrapa - R$/UM E=(CxD) Área de Expansão: Unidade de Medida - UM Área de Expansão Quant./UM (F) Benefício Econômico - R$ G=(ExF) 2002 60% 119,70 276.720 33.123.384,00 2003 60% 286,11 hectare 177.314 50.731.308,54 2004 60% 441,79 315.565 139.414.092,48 11

2005 60% 31,59 358.600 11.328.174,00 2006 60% 105,30 131.200 13.815.360,00 2007 60% 136,80 113.075 15.468.660,00 2008 60% 285,60 51.550 14.722.680,00 2009 60% 101,70 37.000 3.762.900,00 2010 60% 108,00 25.000 2.700.000,00 2011 60% 302,40 25.000 7.560.000,00 TOTAL 292.626.559,02 3.2.- Análise dos impactos econômicos O benefício econômico atribuído à Embrapa Algodão pela participação na geração e transferência da tecnologia que modificou marcadamente o sistema de produção de algodão no Cerrado brasileiro, foi de 15,120 milhões de reais em 2011, contabilizados em termos de incremento de produtividade (60% de participação da Embrapa) e expansão da produção em novas áreas (60% de participação da Embrapa). Se forem considerados os gastos com a geração e transferência desta tecnologia, nesse mesmo ano, da ordem de 8,064 milhões de reais (valor base de 1º de março de 2012 corrigido pelo IGP-DI, da Fundação Getúlio Vargas), constata-se que o retorno foi de aproximadamente 87% do total dos recursos aplicados, no mesmo ano, para a geração e transferência dessa tecnologia. Se forem considerados os benefícios acumulados com essa tecnologia, de 2002 a 2011, que foram da ordem de 585,253 milhões de reais, e os gastos acumulados que foram da ordem de 53,472 milhões de reais (valor base de 1º de março de 2012 corrigido pelo IGP-DI, da Fundação Getúlio Vargas), verifica-se, pois, que o retorno foi de aproximadamente 10,9 vezes o total dos recursos aplicados no mesmo período para a geração e transferência dessa tecnologia. Se considerarmos o total dos recursos aplicados na Embrapa Algodão de 2002 a 2011, da ordem de 268,584 milhões de reais (a preços de 1º de março de 2012) e relacionarmos com os benefícios acumulados no mesmo período, somente essa tecnologia gerou benefícios para a sociedade brasileira equivalentes a 2,17 vezes o total dos recursos aplicados. Vale ressaltar que os benefícios econômicos não foram maiores devido à manutenção da área de adoção da tecnologia, que teve seu ponto máximo em 2005 (358.600 ha) e continuou com 25.000 ha em 2011. 3.3. Fonte de dados CONAB (Brasília, DF). Indicadores da agropecuária, ano 18, n. 2, 2009. Disponível em: http://www.conab.gov.br/conabweb/ia-fev09.pdf. Acesso em: 24 março 2012. 12

CEPEA/ESALQ. Indicador de preços do algodão: séries de preços em reais. Disponível em: http://www.cepea.esalq.usp.br/algodão/. Acesso em: 24 março 2012. EMBRAPA ALGODÃO (Campina Grande, PB). BRS 286: cultivar de alta produtividade de pluma, de porte baixo, para cultivo no estado da Bahia. 2ª edição. Campina Grande, 2010. (Folder). EMBRAPA ALGODÃO (Campina Grande, PB). Cultivar BRS 293: maiores produtividades em condições de altitude. Campina Grande, 2010. (Folder). EMBRAPA ALGODÃO (Campina Grande, PB). BRS Buriti. 3ª edição. Campina Grande, 2010. (Folder). EMBRAPA ALGODÃO (Campina Grande, PB). BRS Araçá. 2ª edição. Campina Grande, 2005. (Folder). EMBRAPA e FUNDAÇÃO CENTRO OESTE. Cultivares de algodão 2005/2006: BRS Cedro, BRS Jatobá, BRS Araçá. Primavera do Leste, MT 2005/2006. (Folder). MELO FILHO, G. A.; MENDES, S. D. Estimativa de custo de produção de Algodão, no sistema de plantio convencional safra 1999/2000. Dourados: Embrapa Agropecuária Oeste,1999. 2 p. (EMBRAPA AGROPECUARIA OESTE. Comunicado Técnico, 6). MELO FILHO, G. A.; LEMES, R. M. M. Estimativa de custo de produção de Algodão, no sistema de plantio convencional safra 2000/2001 em Mato Grosso. Dourados: Embrapa Agropecuária Oeste, 2000. 4 p. (EMBRAPA AGROPECUARIA OESTE. Comunicado Técnico, 21). MELO FILHO, G. A.; RICHET, A. Estimativa do custo de produção de Algodão, Safra 2001/2002 em Mato Grosso. Dourados: Embrapa Agropecuária Oeste, 2001. 4 p. (EMBRAPA AGROPECUARIA OESTE. Comunicado Técnico, 40). MELO FILHO, G. A.; RICHET, A. Estimativa do custo de produção de Algodão, Safra 2002/2003 para Mato Grosso do sul e Mato Grosso. Dourados: Embrapa Agropecuária Oeste, 2002. 11p. (EMBRAPA AGROPECUARIA OESTE. Comunicado Técnico, 56). MELO FILHO, G. A.; RICHET, A. Estimativa do custo de produção de Algodão, Safra 2003/2004 para Mato Grosso do sul e Mato Grosso. Dourados: Embrapa Agropecuária Oeste, 2003. 11p. (EMBRAPA AGROPECUARIA OESTE. Comunicado Técnico, 78). LEVANTAMENTO SISTEMÁTICO DA PRODUÇÃO AGRÍCOLA, Rio de Janeiro: IBGE, 2002-2011. 13

RICHETTI, A.; MELO FILHO, G.A.de; LAMAS, F.M.; STAUT, L.A.; FABRÍCIO, A.C. Estimativa do Custo de Produção de Algodão, Safra 2004/05, para Mato Grosso do Sul e Mato Grosso. Dourados: Embrapa Agropecuária Oeste, 2004. 16p. (Embrapa- CPAO. Comunicado Técnico, 91). - Estimativa do Custo de Produção de Algodão, Safra 2005/06, para Mato Grosso do Sul e Mato Grosso. Dourados: Embrapa Agropecuária Oeste, 2005. 16p. (Embrapa-CPAO. Comunicado Técnico, 110). RICHETTI, A.; Estimativa do Custo de Produção de Algodão, Safra 2006/07, para Mato Grosso do Sul e Mato Grosso. Dourados: Embrapa Agropecuária Oeste, 2006. 15p. (Embrapa-CPAO. Comunicado Técnico, 125). - Estimativa do Custo de Produção de Algodão, Safra 2007/08, para Mato Grosso do Sul e Mato Grosso. Dourados: Embrapa Agropecuária Oeste, 2007. 13p. (Embrapa-CPAO. Comunicado Técnico, 136). - Estimativa do Custo de Produção de Algodão, Safra 2008/09, para Mato Grosso do Sul e Mato Grosso. Dourados: Embrapa Agropecuária Oeste, 2008. 13p. (Embrapa-CPAO. Comunicado Técnico, 149). 4.- AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS SOCIAIS 4.1.- Avaliação dos Impactos A Unidade utilizou a metodologia AMBITEC-Social: ( X ) sim ( ) não. 4.1.1.Tabela - Impactos sociais aspecto emprego Indicadores Se aplica (Sim/Não) Tipo 1 (*) Tipo 2 (**) Geral Capacitação Sim 10,67 10,67 Oportunidade de emprego local qualificado Sim -2,6-2,6 Oferta de emprego e condição do trabalhador Sim -1,1-1,1 Qualidade do emprego Sim 3,77 3,77 * Tipo 1 - Produtor familiar ( pequeno ). **Tipo 2 - Produtor patronal ( médio e grande, comercial ). O aspecto Emprego baseia-se na análise de quatro indicadores: (1) Indicador Capacitação: na opinião dos entrevistados a mudança tecnológica provocou aumentos significativos na procura e na realização de treinamentos local de curta duração e especialização de curta duração, tanto em nível básico como técnico, além da busca de capacitação oficial regular de nível superior, resultando em um impacto positivo igual a 10,67. A consideração de ter havido essa alteração refere-se à maior complexidade do sistema de produção que demanda grande número de mão-de-obra especializada, incluindo técnicos agrícolas, agrônomos, operadores de 14

máquinas e profissionais que controlam a aplicação de defensivos ou monitoram a incidência de pragas na lavoura. (2) Indicador Oportunidade de Emprego Local Qualificado: os empregos gerados como resultado da adoção da tecnologia foram, preferencialmente, para pessoal especializado (braçal especializado, técnico de nível médio e técnico de nível superior) do próprio município e da região. No entanto, a adoção da tecnologia provocou grande redução na oportunidade de empregos para trabalhadores braçais não-especializados. Com essas características, o indicador resultou em impacto negativo igual a -2,6. (3) Indicador Oferta de Emprego e Condição do Trabalhador: a adoção da tecnologia resultou em grande redução da ocupação para trabalhadores temporários. Pouco efeito ocorreu na oferta de emprego permanente e nenhum efeito em nível familiar. Esta configuração de oferta de emprego resulta em impacto negativo igual a -1,1. (4) Indicador Qualidade do Emprego: segundo os entrevistados, houve grande aumento no que se refere aos componentes Registro e Contribuição Previdenciária, resultando em impacto positivo igual a 3,77. 4.1.2. Tabela - Impactos sociais aspecto renda Indicadores Se aplica (Sim/Não) Tipo 1 (*) Tipo 2 (**) Geral Geração de Renda do estabelecimento Sim -5,83-5,83 Diversidade de fonte de renda Sim 0,67 0,67 Valor da propriedade Sim 1,53 1,53 * Tipo 1 - Produtor familiar ( pequeno ). **Tipo 2 - Produtor patronal ( médio e grande, comercial) O aspecto Renda baseia-se na análise de três indicadores: (1) Indicador Geração de Renda: segundo os entrevistados, não houve melhorias nesse indicador após a adoção da inovação tecnológica. Apesar de admitirem que houve grande aumento no montante da renda, os entrevistados consideram que os componentes Segurança e Estabilidade sofreram grande redução, resultando um coeficiente de impacto negativo igual a -5,83. Essa avaliação pode estar relacionada com o momento de conjuntura econômica desfavorável, quando os agricultores, inevitavelmente, podem confundir os efeitos do momento com o verdadeiro impacto provocado pela inovação tecnológica; (2) Indicador Diversidade de Fontes de Renda: a inovação tecnológica trouxe moderada alteração nesse indicador, resultando um coeficiente de impacto positivo igual a 0,67. (3) Indicador Valor da Propriedade: a adoção da inovação tecnológica implicou em moderado aumento nos componentes investimentos em benfeitorias e conservação dos recursos naturais, resultando um coeficiente de impacto positivo igual a 1,53. 4.1.3. Tabela - Impactos sociais aspecto saúde Indicadores Se aplica (Sim/Não) Tipo 1 (*) Tipo 2 (**) Geral Saúde ambiental e pessoal Sim 3,67 3,67 Segurança e saúde ocupacional Sim 1,47 1,47 Segurança alimentar Sim 6,67 6,67 * Tipo 1 - Produtor familiar ( pequeno ). **Tipo 2 - Produtor patronal ( médio e grande, comercial) 15

O aspecto Saúde baseia-se na análise de três indicadores. Segundo os entrevistados, todos os indicadores (Saúde Ambiental e Pessoal, Segurança e Saúde Ocupacional e Segurança alimentar) tiveram alterações positivas iguais a 3,67 1,47 e 6,67, respectivamente. Segundo os entrevistados, os indicadores de impacto tiveram um aumento de escala com a nova tecnologia, na proporção que houve aumento de área cultivada, mas, proporcionalmente, o risco diminuiu. 4.1.4. Tabela - Impactos sociais aspecto gestão e administração Indicadores Se aplica (Sim/Não) Tipo 1 (*) Tipo 2 (**) Geral Dedicação e perfil do responsável Sim 8,37 8,37 Condição de comercialização Sim 6,43 6,43 Reciclagem de resíduos Sim 3 3 Relacionamento institucional Sim 10,83 10,83 *Tipo 1 - Produtor familiar ( pequeno ). **Tipo 2 - Produtor patronal ( médio e grande, comercial) O aspecto Gestão e Administração é formado por quatro indicadores: (1) indicador Dedicação e Perfil do Responsável: com a inovação tecnológica houve grande aumento, principalmente, nos componentes Capacitação, Uso de Sistema Contábil, Modelo Formal de Planejamento. A consideração de ter havido essa alteração refere-se ao fato de que a exigência de um padrão tecnológico mínimo se tornou essencial para a sobrevivência do cotonicultor. Com o avanço tecnológico, a atividade se tornou profissionalizada e mais organizada para se manter lucrativa. O índice de impacto resultante foi igual a 8,37. (2) indicador Comercialização: com a inovação tecnológica houveram aumentos significativos nos componentes desse indicador, principalmente a Venda direta/antecipada/cooperada, o Processamento local, o Armazenamento local e a Cooperação entre os produtores. O índice de impacto para esse indicador foi igual a 6,43. (3) indicador Reciclagem de Resíduos: a adoção tecnológica trouxe grande efeito no tratamento dos resíduos da produção, no que se refere a destinação ou tratamento final. Sobre as variáveis de tratamento de resíduos domésticos não houveram mudanças. O índice de impacto para esse indicador foi igual a 3. (4) indicador Relacionamento Institucional: os componentes desse indicador que tiveram grande alteração positiva com a adoção da tecnologia, foram Utilização de Assistência Técnica, Associativismo/Cooperativismo e Utilização de Assessoria Legal/vistoriada (AGRODEFESA). O índice de impacto positivo foi igual a 10,83. 4.2.- Análise dos Resultados Com base na média dos resultados das entrevistas realizadas junto a cinco produtores (grandes produtores) adotantes da tecnologia, apresentou-se nos itens 4.1.1, 4.1.2, 4.1.3 e 4.1.4 uma síntese dos principais resultados da aplicação da metodologia Ambitec Social, com as estimativas dos coeficientes de impactos sociais por indicador, abordando os aspectos Emprego, Renda, Saúde e Gestão e Administração. O índice Geral de Impacto Social do Sistema de Produção de 16

Algodão para o Cerrado Brasileiro alcançou um valor pequeno, igual a 3,85, nas estimativas, de um valor máximo possível de 15, mas positivo (desejável), sugerindo possibilidades de melhorias. Os indicadores que sofreram impactos negativos são aqueles que merecem maior atenção para que sejam melhorados. O fato dessa avaliação ter alcançado um índice final pequeno na escala de resultados pode estar relacionado com um momento de conjuntura econômica desfavorável, quando os agricultores, inevitável e individualmente, podem confundir os efeitos do momento com o verdadeiro impacto provocado pela inovação tecnológica. Tipo 1 Tipo 2 Geral 3,85 3,85 4.3.- Impactos sobre o Emprego Embora a adoção dessa tecnologia implique no uso da mecanização, desde o preparo do solo até o beneficiamento do algodão em caroço, o cultivo incorpora mão-de-obra não-qualificada, em atividades como o abastecimento das plantadeiras (atuação por prazo determinado), as capinas e a colheita (atuação por tarefa contratada). Em maior quantidade, foram abertas vagas para mão-de-obra especializada, incluindo técnicos agrícolas, agrônomos, operadores de máquinas e profissionais que controlam a aplicação de defensivos ou monitoram a incidência de pragas na lavoura. Segundo estimativas da Ampa (Associação Mato-Grossense de Produtores de Algodão), a cada 10 hectares plantados são ofertados um emprego direto e três indiretos. Considerando assas estimativas e a área de adoção da tecnologia que foi de, aproximadamente, 25.000 hectares, o número de empregos gerados foi da ordem de 2.500 empregos diretos e 7.500 indiretos. O algodão exige uma estrutura complexa, por isso requer um grande contingente de pessoas trabalhando. Não se pode deixar de mencionar que o incremento da produção de algodão, propiciada pela incorporação dessa tecnologia, também induz a geração de empregos na cadeia produtiva têxtil brasileira que é composta por mais de 30 mil empresas, sendo uma das maiores empregadoras industriais do país. Os empregos gerados na cadeia têxtil somam mais de 1,5 milhão, ou o equivalente a 1,7% da população economicamente ativa e 17,2% do total de trabalhadores alocados na indústria da transformação, o que bem demonstra que esse é um setor de grande relevância para a economia do país e de forte impacto social (BRASIL TÊXTIL, 2006). Se considerarmos a geração de empregos adicionais, do ponto de vista quantitativo: Número de empregos gerados ao longo da cadeia produtiva: 10.000 17

4. Fonte de Dados: A avaliação dos impactos sociais foi realizada com base na média dos resultados das entrevistas realizadas junto a cinco produtores adotantes da tecnologia. Tomou-se como referencia o sistema de produção de algodão recomendado pela Embrapa Algodão (descrito no item 1.3), em substituição aos sistemas de produção convencionais existentes na região. Tabela 4.4.1 Número de consultas realizadas por município Produtor Produtor Patronal Municípios Estado Familiar Total Pequeno Médio Grande Comercial Santa Helena de Goiás GO - - 2-2 Acreúna GO - - 2-2 Turvelândia GO - - 1-1 Total 5 5.- AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS 5.1.- Avaliação dos impactos ambientais A Unidade utilizou a metodologia AMBITEC ( X ) sim ( ) não. 5.1.1.- Alcance da Tecnologia O cultivo de algodão no Cerrado brasileiro, especialmente da região Centro-Oeste, no Extremo-Oeste baiano, no Cerrado do Maranhão e do Piauí, atingiu uma área de aproximadamente 772 mil hectares no ano agrícola de 2009/2010. Em termos do alcance da tecnologia estima-se que em 3% dessa área (25 mil hectares) utilizou-se cultivares de algodão desenvolvidas pela Embrapa, destacando-se a BRS 269 Buriti, a BRS 293, a BRS 286, BRS Araçá e, em menor escala, a BRS Cedro. 5.1.2.- Eficiência Tecnológica Tabela 5.1.2.1 - Eficiência Tecnológica Indicadores Se aplica (Sim/Não) Tipo 1 (*) Tipo 2 (**) Geral Uso de agroquímicos/insumos químicos e ou Sim -5 materiais Uso de energia Sim -3,3 Uso de recursos naturais Sim -3,33 Tipo 1 - Produtor familiar ( pequeno ). **Tipo 2 - Produtor patronal ( médio e grande, comercial 18

Resultados da aplicação da metodologia Ambitec Agro, com as estimativas dos coeficientes de impactos ambientais por indicador, no aspecto eficiência tecnológica, o indicador uso de agroquímicos teve um coeficiente de impacto negativo igual a -5 devido ao aumento observado na frequência de aplicações de pesticidas, na variedade de ingredientes ativos, no volume utilizado de NPK hidrossolúvel, calcáreo e micronutrientes. O aumento no uso de agroquímicos é devido à cultura do algodão ser muito exigente quanto à fertilidade do solo e ao ataque de pragas ser intenso. O indicador Uso de Energia teve um coeficiente de impacto negativo igual a -3,3. Um dos fatores responsáveis pelo aumento do uso de energia é a frequência no uso de defensivos, pois, uma vez que a intensidade de tratamentos aumenta, o consumo de combustíveis também aumenta. O componente eletricidade também sofreu alteração positiva devido à inclusão do beneficiamento da pluma na própria fazenda, como parte do sistema de produção. O uso de recursos naturais teve um coeficiente de impacto negativo igual a -3,33. Esse item do sistema de produção é realizado, principalmente, em rotação com outras culturas, utilizando-se das estruturas já existentes na fazenda e o plantio ser feito em áreas já desbravadas, ou seja, sempre após a entrada de outras culturas. No entanto, os entrevistados relatam que houve aumento significativo no uso de solos para plantio. 5.1.3.- Conservação Ambiental Tabela 5.1.3.1 Conservação Ambiental para AMBITEC Agro Indicadores Se aplica (Sim/Não) Tipo 1 (*) Tipo 2 (**) Geral Atmosfera Sim -0,43 Capacidade produtiva do solo Sim 14,17 Água Sim 4,5 Biodiversidade Sim 0 *Tipo 1 - Produtor familiar ( pequeno ). **Tipo 2 - Produtor patronal ( médio e grande, comercial) Resultados da aplicação da metodologia Ambitec Agro, com as estimativas dos coeficientes de impactos ambientais por indicador, no aspecto conservação ambiental o indicador Atmosfera teve um coeficiente de impacto negativo igual a - 0,43. Esse índice resulta, principalmente, do aumento do trânsito de máquinas, provocando aumento na emissão de gases de efeito estufa e ruídos em nível pontual, local e entorno. Esse indicador é bastante afetado, também, pelo aumento do uso de pesticidas que provoca aumento no componente odor. O indicador capacidade produtiva do solo sofre alteração positiva igual a 14,17 com o uso da tecnologia devido o cultivo do algodão ser realizado no sistema plantio direto ou semi-direto. Nesse sistema de manejo do solo a palha e os restos vegetais são deixados na superfície do solo. O solo é revolvido apenas no sulco onde são depositadas sementes e fertilizantes. As plantas infestantes são controladas por herbicidas. Não existe preparo do solo além da mobilização no sulco de plantio. Dessa forma, tem-se maior controle da erosão, aumento da água armazenada no solo, melhoria da estrutura do solo, entre outras. O indicador Água também sofreu 19

alteração positiva igual a 4,5 devido o sistema de produção provocar reduções, principalmente, em sedimentos/assoreamento dos mananciais e em demanda bioquímica de oxigênio. O indicador biodiversidade tem coeficientes de alteração iguais a zero (componente inalterado), ou não se aplica para todas as variáveis. 5.1.4.- Recuperação Ambiental Tabela 5.1.4.1. - Recuperação Ambiental Indicadores Se aplica (Sim/Não) Tipo 1 (*) Tipo 2 (**) Geral Recuperação Ambiental Sim 2,33 * Tipo 1 - Produtor familiar ( pequeno ). **Tipo 2 - Produtor patronal ( médio e grande, comercial O aspecto recuperação ambiental teve um coeficiente de impacto igual a 2,33. Esse índice positivo é devido o sistema de produção de algodão ser realizado, principalmente, em rotação com outras culturas em áreas já desbravadas, que sofreram um processo de degradação e que estão sendo recuperadas para novos plantios. Indiretamente, a produção de algodão deve estar contribuindo para a recuperação/reincorporação de áreas que sofreram um processo de degradação (notadamente áreas de pastagens degradadas). Nessas áreas é feita a descompactação do solo, correção e adubação, onde o cultivo de algodão entra no sistema de rotação com outras culturas, principalmente a soja. 5.2.- Índice de Impacto Ambiental Com base na média dos resultados das entrevistas realizadas junto a cinco produtores (grandes produtores) adotantes da tecnologia, apresentou-se nos itens 5.1.2, 5.1.3 e 5.1.4 uma síntese dos principais resultados da aplicação da metodologia Ambitec Agro, com as estimativas dos coeficientes de impactos ambientais por indicador, abordando os aspectos eficiência tecnológica, conservação ambiental e recuperação ambiental. Considerou-se um peso de 0,125 para cada indicador de impacto ambiental, refletindo assim uma importância relativa única dada ao conjunto de indicadores. O Sistema de Produção de Algodão para os Cerrados Brasileiros atingiu um índice final de impacto ambiental da inovação tecnológica pequeno (0,97) nas estimativas, mas positivo (desejável), sugerindo possibilidades de melhoria tecnológica. Na determinação do índice final de impacto, os indicadores que tiveram índices negativos foram: Uso de Agroquímicos/insumos químicos e/ou materiais (-5), Uso de energia (-3,3), Uso de Recursos Naturais (-3,33) e Atmosfera (-0,43). No entanto, outros indicadores de grande importância como Capacidade Produtiva do Solo e Água tiveram impactos positivos significativos, contrabalançando os efeitos dos impactos negativos e resultando um índice final de impacto da tecnologia desejável. Tipo 1 Tipo 2 Geral 0,97 20

5.3. Fonte de dados A avaliação dos impactos ambientais foi realizada com base na média dos resultados das entrevistas realizadas junto a cinco produtores adotantes da tecnologia. Tomou-se como referencia o sistema de produção de algodão recomendado pela Embrapa Algodão (descrito no item 1.3), em substituição aos sistemas de produção convencionais existentes na região. Tabela 5.3.1 Número de consultas realizadas por município Produtor Produtor Patronal Municípios Estado Familiar Total Pequeno Médio Grand Comercia Santa Helena de Goiás GO - - e 2 - l 2 Acreúna GO - - 2-2 Turvelândia GO - - 1-1 Total 5 - - - 5 6.- AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS SOBRE CONHECIMENTO, CAPACITAÇÃO E POLÍTICO-INSTITUCIONAL 6.1.- Impactos sobre o Conhecimento Tabela 6.1.1. - Impacto sobre o Conhecimento Indicadores Se aplica (Sim/ Não) Avaliador 1 Avaliador 2 Avaliador 3 Nível de geração de novos conhecimentos Sim 3 3 1 2,33 Grau de inovação das novas técnicas e Sim 3 3 3 3,00 métodos gerados Nível de intercâmbio de conhecimento Sim 1 1 1 1,00 Diversidade dos conhecimentos aprendidos Sim 1 1 1 1,00 Patentes protegidas Sim 3 3 3 3,00 Artigos técnico-científicos publicados em Sim 3 3 3 3,00 periódicos indexados Teses desenvolvidas a partir da tecnologia Sim 3 1 1 1,67 Escala: Muito negativo (-3): redução de mais de 75%; Negativo (-1): redução de mais de 25% e menos de 75%; Sem mudança (0): sem alteração ou alterações que representam reduções ou aumentos menos de 25%; Positivo (1): aumento de mais de 25% e menos de 75%; Muito positivo (3): aumento de mais de 75%. Na opinião das pessoas consultadas todos os indicadores do aspecto Conhecimento foram positivos, pois o cultivo do algodão nos Cerrados se trata de uma tecnologia inovadora. Os indicadores Grau de inovação das novas técnicas e métodos gerados, Patentes protegidas e Artigos técnico-científicos publicados em periódicos indexados, tiveram coeficientes de alteração muito positivo (média igual a 3). Os indicadores Nível de geração de novos conhecimentos e Teses desenvolvidas a partir da tecnologia também tiveram bons destaques. Entre os anos de 2002 a 2011 Médi a 21

foram lançadas 15 (quinze) cultivares de algodão herbáceo para o Cerrado brasileiro, devidamente incorporadas aos sistemas de produção em uso pelos produtores. Com exceção das lançadas no segundo semestre de 2011 a BRS 335 e a BRS 336 -, que ainda não puderam ser experimentadas pelos cotonicultores no campo. Os resultados das pesquisas foram amplamente divulgados, principalmente, através de publicações de trabalhos técnico-científicos. 6.2.- Impactos sobre Capacitação Tabela 6.2.1 - Impacto sobre Capacitação Indicadores Capacidade de se relacionar com o ambiente externo Se aplica (Sim/ Não) Avaliador 1 Avaliador 2 Avaliado r 3 Sim 3 3 1 2,33 Capacidade de formar redes e de estabelecer Sim 3 3 1 2,33 parcerias Capacidade de compartilhar equipamentos e Sim 1 1 0 0,67 instalações Capacidade de socializar o conhecimento Sim 1 1 1 1,00 gerado Capacidade de trocar informações e dados Sim 1 0 0 0,33 codificados Capacitação da equipe técnica Sim 3 3 1 2,33 Capacitação de pessoas externas Sim 1 3 3 2,33 Escala: Muito negativo (-3): redução de mais de 75%; Negativo (-1): redução de mais de 25% e menos de 75%; Sem mudança (0): sem alteração ou alterações que representam reduções ou aumentos menos de 25%; Positivo (1): aumento de mais de 25% e menos de 75%; Muito positivo (3): aumento de mais de 75%. As pessoas consultadas acreditam que todos os indicadores do aspecto Capacitação e Aprendizagem foram positivos. Destaca-se que ocorreu um grande aumento na formação de agentes multiplicadores envolvendo técnicos da extensão rural, cursos de capacitação para produtores, dias de campo direcionados a agricultores, envolvendo grande número de participantes o que provocou um grande relacionamento da equipe técnica da Embrapa Algodão com o ambiente externo, socializando os conhecimentos adquiridos (acumulados). Destacou-se também a Capacidade de formação de redes e de estabelecer parcerias. O sistema de algodão para o Cerrado brasileiro permitiu o aumento de parcerias entre a Embrapa Algodão e Universidades, Instituições de apoio à pesquisa, Indústrias têxteis e de Confecção e Cooperativas. 6.3. - Impactos Político-institucional Tabela 6.3.1 - Impacto Político-institucional Indicadores Se aplica (Sim/ Avaliado r 1 Avaliado r 2 Avaliado r 3 Não) 22