EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA E EDUCAÇÃO EM SAÚDE EM UMA COMUNIDADE ASSISTIDA PELA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA

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Transcrição:

EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA E EDUCAÇÃO EM SAÚDE EM UMA COMUNIDADE ASSISTIDA PELA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA COÊLHO, Julyane Feitoza 1 ; BARROS, Sara Cirne Paes 2 ; GALDINO, Millena Melo 3 ; AGUIAR, Iaryn Gomes de 4 ; ALBUQUERQUE, Tarsyla Medeiros de 5 ; MARQUES, Elzienne Fernandes Limeira da Silva 6 ; FARIAS, Regina Lúcia Guedes Pereira de 7, AGUAR, Fernanda Burle de 8, HIRSCH-MONTEIRO, Cristine 9 Departamento de Fisiologia e Patologia / Centro de Ciências da Saúde / PROBEX 2012 RESUMO A formação de profissionais de saúde direcionados ao Sistema Único de Saúde brasileiro (SUS) é um dos principais objetivos das Diretrizes Curriculares Nacionais das graduações em saúde. A necessidade de uma formação humanizada desses profissionais tem sido objeto de projetos de pesquisa e de extensão, com a inserção de graduandos na realidade do sistema público de saúde. O outro lado desta atividade acadêmica, mais evidente na extensão, tem sido a construção de um processo de educação em saúde dos usuários do sistema. O presente estudo avalia a contribuição do projeto de extensão, Formação Humanizada do Profissional de Saúde, na versão PROBEX/UFPB 2012, na construção do processo educativo em saúde na comunidade, da Unidade de Saúde da Família (USF)Timbó II, localizada na cidade de João Pessoa. Os dados foram coletados através de um questionário semiestruturado. A amostra foi composta por 25 usuários(as) que participaram das rodas de conversa, sendo na maioria mulheres (88,0%), na faixa etária de 31 a 60 anos (62%). A análise dos dados revelou desempenho bastante satisfatório quanto às concepções de saúde, com média de 78,0% de acertos. Foi gratificante constatar que 100,0% dos participantes afirmaram que as rodas de conversa os ajudaram a responder às questões e que recomendam a participação no projeto para outras pessoas da comunidade. Deste modo, o impacto positivo do projeto de extensão comunitária, na construção de processo educativo em saúde dos moradores da comunidade assistida, pode ser comprovado. Palavras-chave: Humanização; Extensão comunitária; Educação popular em saúde. 1 Fonoaudiologia - CCS/UFPB, Extensionista Voluntária PROBEX 2012, julyanecoelho@hotmail.com; 2 Enfermagem - CCS/UFPB, Extensionista Voluntária PROBEX 2012, sarinh_@hotmail.com; 3 Medicina CCM/UFPB, Extensionista Voluntária PROBEX 2012, millena_nenena@hotmail.com; 4 Medicina CCM/UFPB, Extensionista Voluntária PROBEX 2012, iaryngomes@gmail.com; 5 Medicina CCM/UFPB, Extensionista Voluntária PROBEX 2012, tarsyla_medeiros@hotmail.com; 6 Enfermagem - CCS/UFPB, Extensionista Bolsista PROBEX 2012, zienne81@hotmail.com; 7 Depto Fisiologia e Patologia - CCS/UFPB, Orientadora PROBEX 2013, rlucia62@yahoo.com.br; 8 Depto Fisiologia e Patologia - CCS/UFPB, Orientadora PROBEX 2012, fernanda.burle@yahoo.com.br; 9 Depto Fisiologia e Patologia - CCS/UFPB, Orientadora PROBEX 2012, crishirsch2011@gmail.com.

INTRODUÇÃO O Projeto de Extensão Formação Humanizada do Profissional de Saúde (Projeto Timbó) vem, desde 2007, inserindo estudantes de cursos de graduação em saúde da UFPB dos períodos iniciais de formação na realidade do Sistema Único de Saúde brasileiro, através da vivência junto aos profissionais de saúde de uma Unidade de Saúde da Família - USF Timbó II, localizada no bairro dos Bancários, Distrito Sanitário III do município de João Pessoa-PB (BRITO et al., 2008; SILVA et al., 2010). A proposta do Projeto Timbó percebe a educação popular como importante instrumento para a incorporação de novas práticas por parte dos profissionais inseridos nos serviços de saúde e para confirmar compromisso da academia com as classes populares, com a luta por melhores condições de vida e de saúde, pela cidadania e pelo controle social (ALBUQUERQUE; STOTZ, 2004). Além disto, a Educação Popular em Saúde toma como ponto de partida os saberes e as experiências anteriores dos indivíduos, possibilita a troca entre os saberes científico e popular, existindo uma grande valorização das trocas interpessoais e objetiva a construção de mudanças de concepções em saúde, com o acréscimo de conhecimento. Neste processo, a atenção básica se mostra como um contexto privilegiado para o desenvolvimento de práticas educativas em saúde, devido à maior proximidade com a população e a ênfase nas ações preventivas e promocionais de saúde (VASCONCELOS, 2001; ALVES, 2004). Este processo educativo, cultural e científico, que articula ensino e pesquisa, viabilizando encontros e diálogos entre estudantes, professores e sociedade, vem sendo fortalecido e tem possibilitado a produção de novos conhecimentos. O caráter emancipador da extensão comunitária se apresenta ainda, a partir do movimento de troca e construção entre os saberes científico e popular, como uma estratégia potencializadora de mudanças (ACIOLI, 2008). É neste contexto que o Projeto Timbó vem buscando contribuir com a comunidade e com a Equipe da USF Timbó II construção do processo de educação em saúde (AZEVEDO et al., 2009 e 2011; DAMASCENO et al., 2010). O vínculo com a comunidade é recíproco, demonstrado pela assiduidade nas reuniões das casas de apoio, e o prazer do convívio são evidentes (ANDRADE et al., 2009). Mas uma real abordagem da efetividade da contribuição do Projeto Timbó na melhoria das concepções de saúde da população nunca havia sido realizada. Acredita-se que avaliação contínua e conjunta das ações pode trazer benefícios para todos: extensionistas, futuros profissionais de saúde, Equipe da USF e a comunidade.

O presente trabalho, aprovado pelo Comitê de Érica em Pesquisa do Centro de Ciências da Saúde (Parecer 279.278), visa apresentar uma avaliação da contribuição do projeto para a melhoria das concepções de saúde da comunidade assistida pela USF Timbó II que vem desde 2007 participando das rodas de conversa com os extensionistas. DESENVOLVIMENTO No Projeto Timbó versão 2012, aconteceram rodas de conversa em 8 casas de apoio, distribuídas pelas cinco microáreas cobertas ou não pelos ACS da USF Timbó II, durante os meses de dezembro de 2012 e março de 2013, totalizando cerca de dez reuniões por casa de apoio. A cada encontro eram trabalhados temas relevantes para a saúde da comunidade, como: automedicação, alimentação saudável, diabetes, hipertensão, higiene dos alimentos, saúde da mulher, doenças sexualmente transmissíveis (DST), métodos contraceptivos, dentre outros. O universo da pesquisa incluiu 50 usuários adstritos na USF Timbó II e participantes das rodas de conversa em 2012. A amostra contou com 25 participantes que apresentaram frequência às reuniões acima de 80% e, tendo assinados os termos de consentimento livre e esclarecidos, aceitaram participar da pesquisa. Para coleta de dados foram aplicados questionários semiestruturados para descrever o perfil socioeconômico e das concepções de saúde do grupo. As questões sobre temas trabalhados em todos os grupos foram apresentadas com as seguintes possibilidades de respostas: concordo ou não concordo. Ao final do questionário, era facultada a possibilidade dos participantes deixarem impressões pessoais sobre o impacto dessa atividade em seu conhecimento sobre saúde. A análise dos dados mostrou que a amostra foi composta por maioria de mulheres (88,0%), na faixa etária de 31 a 60 anos (62%), que já haviam participado das rodas de conversa há pelo menos dois anos (52%) e que representavam todas as cinco microáreas de adstrição de clientela à USF Timbó II. O desempenho quanto às concepções de saúde mostrou que a média de acertos para as 24 questões foi de 18,7+2,35 acertos (78,0%). Para as questões relativas aos temas saúde da mulher, higiene e DST o desempenho superou 80% de acertos (Tabela 1).

Auto medicação Alimentação saudável Hipertensão Diabetes Saúde da Mulher Higiene DST Dengue Média + DP 2,1+0,76 2,0+0,84 2,4+0,81 2,0+0,68 3,2+0,91 2,0+0,00 2,8+0,47 2,2+0,69 % de acerto 69,3 68,0 78,7 68,0 80,0 100,0 94,7 72,0 Tabela 1: Desempenho dos participantes das rodas de conversa no questionário sobre concepções de saúde (n=25) Além destes resultados, foi gratificante para todos extensionistas - graduandos, professoras e Equipe da USF - constatar que 100,0% dos participantes das casas de apoio organizadas pelo Projeto Timbó, alegaram que a participação nas rodas de conversa os ajudou a responder às questões e que recomendariam a participação no projeto para outras pessoas da comunidade. CONSIDERAÇÕES FINAIS A análise dos dados nos permitiu confirmar a efetividade do projeto de extensão na comunidade assistida pela USF Timbó II e os resultados positivos evidenciam que os membros da comunidade que participaram do projeto, adquiriram conhecimento a respeito dos temas tratados durante as rodas de conversa. Contribuindo, sem dúvida, para a melhoria das condições de vida da comunidade. REFERÊNCIAS ACIOLI, S. A prática educativa como expressão do cuidado em Saúde Pública. Rev. Bras. Enferm., v.61, n.1, p.117-21. 2008. ALBUQUERQUE, P. C.; STOTZ, E. N. A educação popular na atenção básica à saúde no município: em busca da integralidade. Interface - Comunic., Saúde, Educ., v.8, n.15, p.259-74, mar/ago 2004.

ALVES, V. Um modelo em educação em saúde para o Programa de Saúde da Família: pela integralidade da atenção e reorientação do modelo assistencial. Interface Comunic., Saúde, Educ., v.9, n.16, p. 39-52, set.2004/fev.2005. ANDRADE, S.L.E., MADEIRO, S.A.L., DAMASCENO, S.S., CASTRO, T.A., SOUSA, P.M., AZEVEDO, L.N., HIRSCH-MONTEIRO, C. Terapia comunitária como estratégia de humanização do futuro profissional de saúde: relato de experiência. An. IV CBEU. Dourados/MS. Abr., 2009. AZEVEDO, L. N; AGUIAR, A. L; COSTA, C. L; PEREIRA, M. C. B; HIRSCH- MONTEIRO, C. Usuários e Equipe Saúde da Família no Processo de Construção da Saúde. Rev. Bras. Ciênc. Saúde, v.15, p.143-152, 2011. AZEVEDO, L.N; SOUTO, L.M; BARROS, T.V.S.Q.T; FREIRE, K.R; OLIVEIRA, N.Z.R; HIRSCH-MONTEIRO, C.. Extensão universitária e tecnologias leves na promoção à saúde: relato de experiência. An. IV CBEU. Dourados/MS. Abr; 2009. BRITO, L. L.; AZEVEDO, L. N.; URSULINO, A. I. M.; AGUIAR, A. L.; COSTA, C. L.; CAVALCANTI, C. O.; SILVA, J. L. M.; CALDAS, L. F.; HIRSCH-MONTEIRO, C. Extensão comunitária e formação do profissional de saúde. An. X ENEX UFPB. 2008. DAMASCENO, S.S; BRITO, K.K.G; HIRSCH-MONTEIRO, C. Fomentando o controle social em rodas de conversa com usuários de uma Unidade Saúde da Família. Rev. Debate Saúde, v.34, p.59 66. 2010. SILVA, J. L. M; AZEVEDO, L. N; PEREIRA, M.C.B; AGUIAR, A. L; COSTA, C. L; URSULINO, A. I.M; CAVALCANTI, C.O.; CALDAS, L. F; HIRSCH-MONTEIRO, C. Extensão comunitária contribuindo para a inserção na atenção básica e formação de profissionais da saúde. Rev. APS, v.13, n.4, p.406-411. 2010. VASCONCELOS, E. M. Redefinindo as práticas de Saúde a partir de experiências de Educação Popular nos serviços de saúde. Interface - Comunic., Saúde, Educ., v.8, p. 121-126, fev. 2001.