AVALIAÇÃO DE TRATAMENTOS PARA SUPERAÇÃO DE DORMÊNCIA EM SEMENTES DE Crambe Abyssinica

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Transcrição:

AVALIAÇÃO DE TRATAMENTOS PARA SUPERAÇÃO DE DORMÊNCIA EM SEMENTES DE Crambe Abyssinica Ana Paula Bento Barros, ENERBIO, anabentobarros@hotmail.com Mariana Fonseca Machado, ENERBIO, maryfonsecamachado@hotmail.com Sávio Henrique do Carmo Mendonça Marra, UIT, iquemarra@hotmail.com Alex Nogueira Brasil, UIT, brasil@uit.br Diego Luiz Nunes, UFMG, diego@deq.ufmg.br RESUMO: Devido à necessidade da criação de um modelo de aproveitamento de biomassa, a produção de biodiesel a partir de oleaginosas tem dado destaque ao estudo de sementes que não somente as tradicionais soja, milho e colza. Atualmente, uma das oleaginosa que tem despertado interesse para a produção de biosiesel é o Crambe abyssinica. Com a possibilidade do uso do óleo do crambe para a produção do biodiesel, o objetivo deste trabalho foi verificar os efeitos dos tratamentos para superação de dormência realizados nas sementes de Crambe abyssinica. Foram realizados 3 tratamentos distintos nas sementes: retirada do tegumento das sementes, retirada do tegumento e embebidas em água aquecida à 50ºC por 15 e presença de tegumento e embebidas em água aquecida à 50ºC por 15. Verificou-se que as sementes não apresentavam problemas de dormência. Com estes resultados, o Crambe abyssinica se mostra uma boa opção como fonte de matéria prima para a produção de biodiesel. Palavras-Chave: Dormência, Crambe abyssinica, Biodiesel.

INTRODUÇÃO As preocupações ambientais e a possível crise energética eminente indicam a necessidade da criação de um modelo energético baseado no aproveitamento de biomassa, que é uma fonte de energia renovável e limpa (MELLO, 2001). No Brasil existe mais de 200 espécies de plantas oleaginosas com potencial para produzir óleo como fonte de matéria prima para a produção de biodiesel (BELTRÃO, 2006). Uma das oleaginosas em destaque é o Crambe abyssinica, pertencente à família das crucíferas sendo normalmente utilizado como forragem para pasto. Possui crescimento rápido, é um vegetal robusto e o mais importante, consegue se desenvolver em condições antagônicas (OPLINGER, 1991). Muitas espécies de plantas têm sua propagação dificultada pela ocorrência de dormência das sementes (SANTOS, 2003). O fenômeno da dormência pode ser caracterizado pela ausência temporária da capacidade de germinação. Sob o ponto de vista evolutivo, a dormência é uma característica adaptativa que garante a sobrevivência das espécies nos diferentes ecossistemas. Considerada um obstáculo para a agricultura, gerando desuniformidade na germinação, necessitando então de se utilizar tratamentos adequados para a superação de dormência antes da semeadura (DIAS, 2005). Diante o exposto, para que se realize a produção de biodiesel a partir do óleo de Crambe abyssinica é necessário pesquisas sobre a propagação desta oleaginosa. O presente trabalho tem como objetivo avaliar os efeitos de alguns tratamentos conhecidos para superação de dormência em sementes de Crambe abyssinica, fornecendo assim embasamento científico que possa fomentar os próximos estudos acerca desta espécie. MATERIAL E MÉTODOS O trabalho foi realizado em casa de vegetação da Universidade de Itaúna, Minas Gerais. A região encontra-se numa altitude que varia entre 857 a 1191 m. A temperatura média anual é de 21,8 ºC e a média pluviométrica anual é de 1419 mm, e de acordo com a classificação do Köppen, possui clima do tipo Cwa - Tropical de altitude. (INMET) As sementes utilizadas no estudo foram doadas pela Biominas (Itaúna, MG), provenientes da Fundação MS, localizada no estado de Mato Grosso do Sul. Foram utilizados três tratamentos diferentes para superação de dormência, e divididas em quatro grupos: Grupo 1 (T) testemunhas (sementes sem tratamento); Grupo 2 (S/T) retirada do tegumento das sementes;

Grupo 3 ( S/T 50ºC 15 ) retirada do tegumento e embebidas em água por 15 aquecida à 50ºC; Grupo 4 (C/T 50ºC 15 ) presença de tegumento e embebidas em água por 15 aquecida à 50ºC. Foram utilizadas 25 sementes para cada grupo com 4 repetições cada. Durante 10 dias após a semeadura foram feitas as avaliações de cada grupo, com base na porcentagem de germinação de cada grupo (%G), tamanho da parte aérea (TPA) e o índice da velocidade de germinação (IVG), calculado pela Equação 1, sugerida por Popinigis (1977): N N N n + + D D D 1 2 IVG = +... 1 2 n Equação 1 onde N 1 é o número de plântulas emergidas no primeiro dia, N 2 é o número de plântulas emergidas no segundo dia, N n é o número acumulado de plântulas emergidas no enésimo dia; D 1 é o primeiro dia de contagem, D 2 é o segundo dia de contagem e D n é o número de dias após a última leitura. RESULTADOS E DISCUSSÃO O patógeno que causa sintomas mais agravantes no crambe é o Alternaria brassicicola. Trata-se de um fungo que provoca escurecimento das sementes e caules, além de reduzir a germinação. A utilização de sementes de alta qualidade é a melhor defesa contra problemas. Elas podem também ser tratadas com um fungicida ou água quente (OPLINGER, 1991). O aquecimento da água de embebição foi adotado como prevenção contra algum outro tipo de doença que pudesse estar presente nas sementes brasileiras, em especial o fungo citado. Em relação à porcentagem de germinação de cada grupo, podemos observar na Figura 1, que as sementes do Grupo 1 tiveram 82% de germinação. As que foram retiradas o tegumento tiveram um valor muito próximo, igual a 80%. As que foram retiradas o tegumento e ficaram embebidas em água à 50ºC tiveram 81% de germinação e finalmente as que permaneceram com tegumento e foram embebidas em água à 50ºC tiveram 78% de germinação.

% Germinação Dia Figura 1: Germinação de sementes de Crambe abyssinca A Tabela 1 apresenta a porcentagem de germinação, a variação média do tamanho da parte aérea (TPA) e índices de velocidade de germinação (IVG). Os valores dos índices de velocidade de germinação, mostrados na Tabela 1, não mostraram diferenças significativas de um grupo para o outro. Tabela 1: Resultados das variáveis avaliadas em sementes de Crambe abyssinica submetidas a tratamentos para superação de dormência. ICB-UIT, 2008. Grupos %G TPA IVG Grupo 1 (T) 82 4,6* 227,5 Grupo 2 (S/T) 80 4,5* 213,6 Grupo 3 (S/T 50ºC 15 ) 81 4,1* 224,8 Grupo 4 (C/T 50ºC 15 ) 78 3,9* 211,8 * média do grupo %G Porcentagem de germinação; TPA Tamanho da parte aérea e IVG Índice da velocidade de germinação. Pelos resultados apresentados na Tabela 1, constatou-se que, dentre os tratamentos aplicados às sementes, nenhum se mostrou vantajoso sobre as testemunhas. Observou-se que o período de 15 minutos de embebição em água aquecida à 50ºC não causa nenhum dano e

nenhuma vantagem sobre a semente, tanto com a presença do tegumento quanto na ausência deste. CONCLUSÃO As sementes de Crambe abyssinica se mostram como promissora oleaginosa com aplicação direta como matéria prima para a produção de biodiesel, por não apresentar dormência, não tendo assim dificuldades de germinação uniforme no campo. Faz-se desnecessário qualquer pré-tratamento das sementes para a semeadura e estudos estão sendo realizados para verificar o potencial e estabilidade da semente em processos de armazenamento. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BELTRÃO, N.E.M. Considerações gerais sobre o Pinhão manso (Jatropha curcas L.) e a necessidade urgente de pesquisas, desenvolvimento e inovações tecnológicas para esta planta nas condições brasileiras. DIAS, D.C.F.S. Dormência em sementes: mecanismos de sobrevivência das espécies. Seed News, n.4, reportagem de capa do mês Julho/agosto, 2005. Intituto Nacional de Meteorologia (INMET). Disponível em: <http:www.inmet.gov.br> Acesso em: 15 março 2008. MELLO, M.G. Biomassa Energia dos trópicos em Minas Gerais. Editora Labmídia. Belo Horizonte, 2001. OPLINGER, E. S. et al., Crambe, alternative field crops for biodiesel production, Bioresource Technology, article in press, 2007. POPINIGIS, F. Fisilogia da semente. Brasília: ABRATES, 1985. 298p. SANTOS, M.R.A.; PAIVA, R.; GOMES, G.A.C.; PAIVA, P.D.O.; PAIVA, L.V. Estudos sobre superação de dormência em sementes de Smilax japecanga GRISEBACH. Ciênc. Agrotec., Lavras, v.27, n.2, p.319-324, mar/abr., 2003.