CONTROLE DE QUALIDADE MICROBIOLÓGICO DE FILTROS SOLAR PROVENIENTES DE FARMÁCIAS DE MANIPULAÇÃO DE TERESINA-PI

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Transcrição:

CONTROLE DE QUALIDADE MICROBIOLÓGICO DE FILTROS SOLAR PROVENIENTES DE FARMÁCIAS DE MANIPULAÇÃO DE TERESINA-PI CAVALCANTE, G. L; ALVES, C; LIMA, F. K. B; SILVA, G. M. L; BRITO, J. P. S; SOUSA, K. S; LIMA, J.V.O.L 2 ; CÔELHO, M. L³ 1 Discentes de Farmácia Facid/DeVry 2 Discente Faculdade Santo Agostinho ³ Docente do Curso de RESUMO Farmácia Facid/DeVry Introdução: Filtros solares são cosmecêuticos que estão sendo utilizados cada vez mais. Sua forma manipulada possui como vantagem um custo bem menor se comparado ao industrializado, porém, é necessário garantir sua qualidade microbiológica para que o consumidor possa fazer uso de forma segura. O objetivo do trabalho consiste em realizar a análise microbiológica, tanto para bactérias quanto para fungos, de amostras magistrais de protetores solares e verificar se estão dentro dos padrões permitidos. Metodologia: Trata-se de estudo experimental, com seleção randômica de amostras de filtro solar de três diferentes farmácias de manipulação localizadas na cidade de Teresina-PI. Utilizou-se o método Pour Plate, para testar e avaliar o crescimento de bactérias e de fungos em placas de ágar Tryptone Soya (TSA) e de ágar Sabouraud, respectivamente. Resultados e Discussão: Apenas uma das amostras (amostra 01) foi reprovada devido ao crescimento de bactérias acima do permitido e apenas uma amostra apresentou crescimento significativo para fungos (amostra 3). Conclusão: Portanto, esses resultados apontam para a necessidade de um controle de qualidade microbiológico mais rigoroso em farmácias de manipulação, de modo a garantir a segurança do paciente durante o uso do produto. Palavras-Chaves: Cosmecêuticos; Crescimento Microbiológico; Padrões Permitidos. ABSTRACT Introduction: Solar filters are cosmeceuticals that are being used more and more. Its handling has the advantage of a much lower cost when compared to industrialized, however, it is necessary to guarantee its microbiological quality for the consumer. The objective of this work is to carry out a microbiological analysis, both for bacteria and fungi, of magistral samples of sunscreens and to verify if they are within the standards of endoscibles. Methodology: This is an

experimental study, with random selection of sunscreen samples from three different manipulation pharmacies located in the city of Teresina-PI. The Pour Plate method was used to test and evaluate the growth of bacteria and fungi on Tryptone Soya (TSA) and Sabouraud agar plates, respectively. Results and discussion: Only one of the samples (sample 01) was revised due to the above-permitted growth of bacteria and only one sample showed significant growth for the fungi (sample 3). Conclusion: results for a need for a more stringent microbiological quality control in pharmacies handling, so as to ensure patient safety during product use. Keywords: Cosmeceuticals; Microbiological Growth; Standards Allowed. _ 1 INTRODUÇÃO Os filtros solares são amplamente utilizados no Brasil e no mundo, para proteção contra os raios solares, estes são exemplos de produtos não estéreis onde é aceito conceitualmente a presença de microrganismos até uma determinada quantidade, levando em consideração as características de sua utilização. Para garantir que a qualidade final do produto ou a segurança do paciente não seja comprometida, é coerente um controle de qualidade onde a carga microbiológica seja identificada e quantificada (PINTO et al., 2010). A contaminação microbiana pode não oferecer riscos a pele de indivíduos saudáveis, no entanto representa um sério problema a indivíduos imunodeprimidos, crianças, pessoas com pele sensível e adolescentes que sofrem com a acne. Ainda existe a possibilidade dos componentes serem degradados pelos micro-organismos ou por seus metabólitos diminuindo a ação do produto (CARVALHO et al., 2011). A RDC 67/07 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), que trata das Boas Práticas de Manipulação em Farmácias, define os cuidados essenciais a todo e qualquer tipo de manipulação como os necessários com a limpeza das áreas, instalações, materiais e equipamentos, os critérios para aquisição de matéria-prima e embalagens, a parte de armazenamento, a água utilizada na manipulação e os manipuladores. (BRASIL, 2007). O objetivo deste trabalho foi realizar a análise microbiológica, tanto para bactérias quanto para fungos, de amostras magistrais de protetores solares e verificar se estão dentro dos padrões permitidos. 3 METODOLOGIA

Trata-se de um estudo experimental, com seleção randômica de amostras de filtro solar de três diferentes farmácias de manipulação localizadas na cidade Teresina-PI. Foram adquiridas três amostras de filtro solar em creme, sendo uma proveniente de cada farmácia. Foi aplicada a técnica Pour Plate que viabiliza a contagem de colônias em placa (estudo quantitativo) (OKURA; RENDE, 2008). Os testes foram realizados no Laboratório de Microbiologia da Faculdade Integral Diferencial (DeVry Facid). Antes de iniciar os testes, todos os materiais utilizados para o processamento das amostras foram esterilizados em autoclave, a uma temperatura de 121ºC/1 atm por 15 minutos. A amostra de cada protetor solar foi diluída com solução salina peptonada e tamponada, Com isso, foi obtida a diluição 10-1. Em seguida foi realizada a neutralização dos agentes antimicrobianos presentes nos produtos, (metilparabenos e propilparabenos) que de acordo com GELLI & REBELLO (1990) utiliza-se o inativante (polissorbato 80). E em seguida a solução foi homogeneizada no vórtex, através de agitação mecânica. Nas placas para contagem total de bactérias utilizou-se o Ágar caseínasoja (TSA) e, para a contagem total de fungos e leveduras, utilizou-se o Ágar Sabouraud. Foi semeado 0,1 ml das amostras diluídas em cada placa pela técnica de espalhamento. As placas de caseína-soja foram incubadas em estufa a 37ºC por 5 dias e as placas de Sabouraud a 37º C por 7 dias. Após o crescimento, calculou-se o número de Unidade Formadora de Colônia (UFC) por grama com auxílio de um contador de colônias (BRASIL, 2010). Os testes foram realizados em duplicata e após as contagens das bactérias, fez-se ainda a coloração de gram para identificação dos tipos de bactérias. 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES Os resultados obtidos na análise microbiológica das amostras estão apresentados na Tabela 1, todas foram realizadas em triplicata, para maior representatividade dos resultados. De acordo com as especificações para produtos pertencentes a classe II da RDC 481/99 propostas por Pinto et al. (2010) apenas uma das amostras (amostra 01) foi reprovada devido ao crescimento de bactérias acima do permitido.

TABELA 1- Determinação do número de bactérias e fungos nas amostras de protetor solar AMOSTRAS BACTÉRIAS (UFC/G) FUNGOS (UFC/G) 01 INC* 1,3 X 10 2 02 4,5 X 10 2 Não cresceu 03 3,9 X 10³ 9,05 x10² Fonte: Dados da pesquisa (2017) \ Legenda: * = incontáveis colônias De acordo com a coloração de gram, detectou-se bacterias gram -, a presença destas é susgestiva de varias bacterias, drente elas a mais comum Pseudomonas aeruginosa FAVERO & et al. (1971). Existem relatos nos Estados Unidos de infecções oculares decorrentes deste patógeno oriundos de cosméticos e que levaram os usuários à cegueira (KALLINS & et al. 1966). A contaminação pode ter sido transmitida por falhas na manutenção do sistema de purificação da água que é fornecida aos laboratórios de manipulação, E ainda pode-se levar em conta como possíveis causas de contaminação, a infraestrutura inadequada utilizada na realização do controle microbiológico em questão, pelo fato de não seguir fielmente às Boas Práticas de Manipulações (BPM). Nas análises realizadas apenas uma das amostras apresentou crescimento significativo de fungos (amostra 3), resultado este semelhante ao obtido por SOUZA & et al. (1994), que encontrou uma amostra nas 114 analisadas com contagem superior ao limite estabelecido e de acordo com TORRES & et al.(2003), onde não foi encontrada nenhuma amostra (em 48 analisadas) contaminada por fungo. Ressaltando que que a amostra 2 não houve crescimento de fungos no meio especifico cultivado. 5 CONCLUSÃO Os resultados encontrados servem de alerta e orientação para as farmácias, devendo adotar-se as Boas Práticas de Manipulação (BPM), fazer um rastreamento das possíveis fontes de contaminação (e a partir destas traçar um plano de correção) e utilizar um sistema conservante eficaz, assegurando assim, a estabilidade microbiológica de produtos cosméticos e a segurança do consumidor durante o uso do produto. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

BRASIL. Ministério da Saúde. Anvisa.Guia de estabilidade de produtos cosméticos. 1. ed., v. 3, Brasília: ANVISA,2004. BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução de Diretoria Colegiada (RDC) nº 67 de 8 de outubro de 2007. BRASIL. Farmacopéia Brasileira. 5ª ed. Brasília: Agência Nacional de Vigilância Sanitária, 2010. CARVALHO, L.L. et al. Avaliação da qualidade microbiológica de filtros solares manipulados em forma de gel. Rev. Bras. Farm. 92(4): 314-317, 2011. FAVERO, M.S. & et al. Pseudomonas aeruginosa growth in distilled water from hospitals. Science, New York, v. 173 p. 836-838, 1971. GELLI, D.S. & REBELLO, T.F.S. Laboratório de Microbiologia: Método de Análise. Cosmetics & Toiletries. São Paulo: v.02, nº. 4, jul/ago 1990 p. 55. KALLINGS, L.O. & et al. Microbiological contamination of medical preparations. Acta Pharm Suee. v. 3. 1966. 219-228 MURRAY, P.R. & et al. Microbiologia Medica. 4 ed. São Paulo: Guanabara- Koogan S A, 2006. OKURA, M. H.; RENDE, J. C. Microbiologia roteiros de aulas práticas. São Paulo: Tecmedd, 2008. PINTO, T.J.A.; et al. Avaliação da contaminação microbiana em drogas vegetais. Brazilian J Pharm Sci. 2010;41(4):491-7. SOUZA, M.R.S.E.L.; OHARA, M.T. & SAITO, T. Contaminação microbiana em emulsões cosméticas para aplicação dérmica. Ver. Farm. Bioquímica. Univ. São Paulo, São Paulo, v. 30, n. jan/jun, 1994. p. 23-28 TORRES, L.M.S. & SERAFINE, A. Qualidade sanitária e risco associados ao uso de emulsões cosméticas para aplicação dérmica, manufaturadas nas farmácias de manipulação do Município de Goiânia. Brasil. Revista de Patologia Tropical, Goiânia, v. 32, no 2, 2003. p. 193 VENERANDA, N. Controle de Contaminação é prioridade para Indústrias de Cosméticos. Controle de Contaminação. São Paulo, ano 6, no. 53, set 2003. p. 12-17.