A IMPORTÂNCIA DA GUIA ANTERIOR EM PRÓTESE FIXA CONVENCIONAL E SOBRE IMPLANTES. FORMA DE OBTENÇÃO E TRANSFERÊNCIA AO TRABALHO DEFINITIVO.



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A IMPORTÂNCIA DA GUIA ANTERIOR EM PRÓTESE FIXA CONVENCIONAL E SOBRE IMPLANTES. FORMA DE OBTENÇÃO E TRANSFERÊNCIA AO TRABALHO DEFINITIVO. Daniele Matos 1 Francisco Mauro da Silva Girundi 2 RESUMO A guia anterior (GA), juntamente com a relação cêntrica (RC) e a dimensão vertical de oclusão (DVO) constituem-se nos princípios oclusais básicos que orientam os procedimentos reabilitadores. Uma guia anterior efetiva atua evitando e prevenindo as indesejáveis interferências posteriores, que por sua vez contribuem para um estado de descoordenação e hipercontração muscular. O objetivo deste artigo é abordar o conceito da guia anterior e sua importância nas reabilitações sejam elas sobre dentes naturais ou implantes. Além disso, será abordada também sua personalização em boca e transferência para o articulador semiajustável. A reconstituição e ou manutenção de uma guia anterior que funcione é fator decisivo para o sucesso de uma reabilitação oral, independente de envolver dentes naturais ou implantes, pois mais do que restabelecer os dentes o objetivo final é reabilitar o sistema neuromuscular em sua totalidade. Palavras chave: Prótese dentária. Oclusão dentária. Tensão muscular. ABSTRACT The anterior guidance (AG), together with the centric relation (CR) and the occlusal vertical dimension (OVD) consists in the occlusal basic principles that guide the procedures in oral rehabilitation. One anterior guidance effective acts preventing and avoiding undesirable the posterior interferences that in turn contribute for a state of incoordination and muscles hypercontraction. The aim of this article is to approach the concept of the anterior guide and its importance in rehabilitation they are on natural teeth or implants. Also, is addressed also in his mouth and customization transfer to the semi-adjustablearticulador. The reconstitution and or maintenance of one effective anterior guidance that it is decisive factor for the success of an oral rehabilitation, regardless of involving natural teeth or implants, as more than restore the teeth the ultimate goal is to rehabilitate the neuromuscular system in its entirety independent whitewashing to involve natural teeth or implantations, therefore what to reestablish teeth the final objective is to rehabilitate the system to neuromuscular in its totality. Words key: Dental prosthesis. Dental occlusion. Muscular tension. 1 Aluna do curso de especialização em prótese dentária do Instituto de Estudos da Saúde/Belo Horizonte, MG/2010 2 Professor do curso de especialização em prótese dentária do Instituto de Estudos da Saúde/Belo Horizonte, MG/2010

1 INTRODUÇÃO A guia anterior, a relação cêntrica e a DVO exercem um papel fundamental no restabelecimento da oclusão, sendo fatores críticos para o sucesso ou fracasso das reabilitações orais. (1) A guia anterior como uma determinante móvel da morfologia oclusal assume extrema importância quando se pensa em restaurar uma oclusão. (2) Idealmente, no momento da execução dos movimentos mandibulares, os dentes posteriores não devem participar da oclusão, sendo a função de desoclusão reservada aos dentes anteriores. Dessa forma, durante a protrusão as incisais dos dentes inferiores anteriores deslizam pela palatina dos ântero- superiores e durante a lateralidade os caninos são responsáveis pela desoclusão. (3) A desoclusão dos dentes posteriores durante as excentricidades mandibulares garantem a preservação dos mesmos. Assim, quando a guia anterior não é efetiva ou é mal reconstituída tem-se uma contribuição para a destruição da oclusão. O relacionamento entre os dentes anteriores no desempenho de variadas funções deve ocorrer de forma equilibrada para obtenção da oclusão mutuamente protegida. (2) Os dentes que compõem a guia anterior se comportam como guardiões para os dentes posteriores durante qualquer movimentação excêntrica controlando os movimentos mandibulares. (4) O formato da concavidade palatina dos dentes ântero-superiores, juntamente com o grau de trespasse horizontal e vertical entre os dentes irá refletir no funcionamento da guia anterior. (5) Sendo um aspecto diretamente dependente do sistema neuromuscular e envolvendo, portanto, mecanismos de arco reflexo, a personalização da guia anterior deve ser realizada diretamente em boca, por meio das restaurações provisórias devidamente ajustadas nos movimentos excêntricos da mandíbula. Depois de concluída, a guia anterior é transferida ao articulador semi-ajustável por meio da personalização da mesa incisal. (2) Os tipos e princípios básicos de oclusão em implantes têm sido amplamente derivados dos princípios oclusais para restaurações sobre dentes naturais. (6) (7) Até o momento parece prudente aceitar que os princípios e métodos aplicados em prótese convencional também possam ser utilizados para próteses implanto-suportadas. (8) O objetivo deste artigo é fazer uma revisão de literatura envolvendo a guia anterior. Aqui será abordado seu conceito, sua importância nas reabilitações envolvendo dentes naturais e implantes, assim como sua forma de obtenção e transferência ao articulador.

2 REVISÃO DE LITERATURA Em reabilitação oral, tanto os aspectos estéticos quanto os funcionais devem ser considerados para que o sucesso seja alcançado. O profissional deve estar atento as expectativas do paciente e ao correto funcionamento do sistema estomatognático quando da reconstituição protética. A guia anterior é representada pelo relacionamento dinâmico que ocorre entre o contorno lingual dos dentes ântero-superiores e a borda dos ântero-inferiores por meio de funções variadas durante os movimentos mastigatórios. (9) (1) (10) (2) (11) As funções básicas da guia anterior são a incisão dos alimentos, fonética, estética e proteção dos posteriores durante a mastigação, por meio da oclusão mutuamente protegida, sendo talvez um dos fatores de maior valor nas reabilitações parciais ou totais do sistema estomatognático. (10) Quando se planeja tratar dentes que sofreram problemas de desgaste, um dos principais objetivos a ser alcançado é a obtenção de uma guia anterior, que esteja em harmonia com os movimentos funcionais do paciente, e promova a desoclusão imediata dos dentes posteriores, assim que a mandíbula se mova em qualquer direção a partir da posição de relação cêntrica. Quando a desoclusão dos dentes posteriores for obtida com uma guia anterior em harmonia com o envelope de função, o prognóstico será excelente. (12) Fisiologicamente a guia anterior é produzida em função dos movimentos mandibulares, coordenados pelos músculos e por arcos reflexos condicionados. Uma vez perdida, só pode ser reconstituída a partir dos movimentos excêntricos determinados pelos arcos reflexos dos músculos que movimentam a mandíbula a partir da posição de relação cêntrica. (2) Em uma oclusão ideal, os movimentos excêntricos da mandíbula, deveriam ser conduzidos pelos dentes anteriores, de modo que os posteriores sejam protegidos das cargas horizontais, recebendo apenas forças mastigatórias axiais. (10) (2) Uma guia anterior efetiva deve ser capaz de evitar contatos nos dentes posteriores durante as excursões mandibulares, sendo, portanto, benéfica ao funcionamento do sistema estomatognático. Com o seu correto estabelecimento busca-se o equilíbrio do sistema neuromuscular e da ATM, e conseqüentemente um tratamento mais duradouro e estável. Conhecendo-se a importância da desoclusão anterior, os dentes anteriores devem ter seu contorno, posição, inclinação e trespasse determinados para que o resultado final seja de uma guia anterior funcionalmente efetiva. (1) Nas reabilitações orais, deve-se considerar que a força mastigatória de maior intensidade deve ser distribuída entre os dentes posteriores, reservando aos anteriores a função de desoclusão. Isto porque nos anteriores a força não está direcionada

ao longo eixo do dente, sendo assim, esses estariam sujeitos às sobrecargas se dependessem apenas de sua vantagem mecânica explicada pelo sistema de alavancas. (9) A mandíbula funciona como um sistema de alavancas. Uma guia anterior desarmônica resultará em algum tipo de interferência excursiva nos dentes posteriores alterando o sistema de alavancas que ocorre no aparelho estomatognático. Dessa forma, deixará de ser uma alavanca tipo III interpotente, alavanca essa favorável ao funcionamento do sistema estomatognático, onde os dentes anteriores sofrem menor esforço pelo seu distanciamento do fulcro quando comparado aos posteriores. (10) Durante os movimentos excêntricos se apenas os dentes anteriores contactam não existirá nos posteriores nenhum fulcro que resulte em uma alavanca classe I ou II. Teoricamente o único fulcro permitido entre os dentes posteriores é o alimento. (4) A guia anterior e condilar guardam uma estreita interelação. Deve-se ter em mente que a guia anterior deve ser maior ou igual à guia condilar, do contrario teremos interferências nos posteriores. Assim, a harmonia entre essas guias é de fundamental importância para que haja equilíbrio na distribuição de forças no sistema estomatognático e são fatores determinantes da morfologia dos dentes posteriores. (10) Para Mchorris (4) o angulo de desoclusão ideal anterior é em torno de 5 maior que o ângulo da eminência articular, mas muitos pacientes suportam bem um ângulo 10 maior que o da eminência articular. Um estudo sobre a incidência de disfunção da ATM em relação à ausência da guia anterior observou uma maior prevalência no sexo feminino, na cor branca, em solteiros sem profissão definida com idade entre 11 e 30 anos e as queixas mais freqüentes dos pacientes sem guia anterior consistiam em estalos e dor na ATM. Através da análise oclusal dos pacientes, pode-se observar que as interferências oclusais eram uma constante e os músculos mais afetados eram o pterigóideo lateral, seguido pelo pterigóideo medial e temporal consecutivamente. (13) Os efeitos da desoclusão pelos caninos e da desoclusão com interferência nos posteriores, sobre o músculo temporal e masseter foram determinados pelo estudo de Williamson & Lundquist. (14) Neste estudo, concluiu-se que somente quando a desoclusão posterior é obtida por uma guia anterior apropriada pode uma elevada atividade do músculo masseter e temporal ser reduzida. Além disso, concluiu-se que não é o contato do canino, durante a desoclusão, que diminui a atividade dos músculos elevadores, mas a eliminação dos contatos posteriores. Estudos têm demonstrado que durante os movimentos excursivos laterais, os dentes anteriores têm melhor capacidade de receber e dissipar as forças horizontais

(15) ao contrário, contatos posteriores durante os movimentos excursivos induzem forças desfavoráveis para o sistema mastigatório. (16) (17) A presença de interferências oclusais nos posteriores, durante os movimentos excêntricos impedindo que a guia anterior exerça o seu papel produzirá um efeito de descoordenação e de hiperatividade de todos os músculos elevadores principalmente dos pterigóides laterais levando a dor por espasmo como conseqüência direta. (2) Assim, nas reabilitações, as primeiras estruturas a serem consideradas devem ser os músculos e as articulações temporomandibulares. Os músculos por sua vez são coordenados pelo sistema nervoso central que capta os estímulos através de proprioceptores. A propriocepção proveniente de uma guia anterior correta cria condições propícias para uma mastigação mais verticalizada, e uma estabilidade do sistema estomatognático conduzindo a resultados excelentes e duradouros. (9) Os implantes osseointegrados, diferentemente dos dentes naturais, por não possuírem ligamento periodontal (LPD) reagem biomecanicamente de forma diferente à força oclusal. Quando submetidos à carga oclusal, a compressibilidade e a deformabilidade do LPD podem fazer a diferença na capacidade adaptativa quando comparados aos implantes osseointegrados. Dessa forma, acredita-se que os implantes sejam mais propensos à sobrecarga oclusal, o que pode resultar em perda óssea periimplantar e falha do conjunto implante prótese. A sobrecarga (cantileveres extensos, parafunções, desenho oclusal inadequado, e contatos prematuros) pode influenciar de forma negativa a longevidade do implante. Por isso, é importante estabelecer a oclusão dentro de limites fisiológicos para assegurar o sucesso do implante em longo prazo. (6) A guia anterior de uma prótese sobre implantes deve ser o mais rasa possível, principalmente nos pacientes que apresentam parafunção, uma vez que trajetos mais íngremes geram maior força sobre os implantes anteriores. Quando se tem mais de um implante estes devem estar esplintados para ajudar a dissipar as forças laterais. Um implante unitário na região do canino não deve receber nenhum contato na coroa durante os movimentos excursivos para o lado oposto e durante a protrusão. Caso haja necessidade de um contato na coroa durante o movimento protrusivo, esse deverá ocorrer sob força acentuada. Durante a excursão do canino no lado de trabalho um dente natural deve ser incluído, preferencialmente o incisivo lateral, por estar mais distante da ATM, ou o 1 pré-molar. A desoclusão do canino sobre implante no lado de trabalho é preocupante. A propriocepção do canino natural bloqueia a atividade do masseter e temporal, diminuindo a força de mordida. A substituição de um canino natural por implante é complexa não somente pela posição do canino natural, mas

também pelo complexo nervoso do ligamento periodontal dessa região, daí a justificativa para se incluir um dente natural à desoclusão. (18) As considerações sobre as guias excursivas vão variar entre as próteses sobre implantes parciais e totais. Em desdentados parciais, quando os dentes anteriores remanescentes apresentam um adequado suporte ósseo, eles podem ser utilizados para desoclusão dos implantes posteriores durante a protrusão. Caninos e incisivos saudáveis podem fazer a desoclusão lateral dos implantes posteriores, evitando contatos em balanço. Quando implantes anteriores são usados durante os movimentos protrusivos surgem questões como; quantos implantes são necessários e qual inclinação eles devem ter. Considerações semelhantes são feitas com relação à guia lateral quando implantes posteriores são utilizados como guia de desoclusão na ausência de um dente natural adequado. As decisões precisam ser tomadas a respeito de se usar uma função em grupo no lado de trabalho ou se o paradigma da guia anterior deve ser considerado. (7) Na oclusão das próteses fixas sobre implantes posteriores, a guia anterior em dentes naturais, reduz o potencial de forças laterais nos implantes osseointegrados. A função em grupo deve ser utilizada somente se os dentes anteriores encontram-se periodontalmente comprometidos. (19) (5) (20) (6) Proteção mútua e desoclusão anterior são desejáveis na oclusão das próteses fixas dento- suportadas. O mecanismo de proteção neuromuscular e a vantagem mecânica de uma alavanca classe III são exigidos para reduzir a sobrecarga oclusal, parafunções e desordens temporomandibulares. Aplicar estes mesmos princípios na implantodontia parece ser problemático uma vez que esses não apresentam ligamento periodontal e são mais susceptíveis a perda óssea cervical quando submetidos à sobrecarga oclusal. As considerações sobre proteção mútua e desoclusão anterior vão variar entre casos onde há prótese convencional e sobre implantes associados e nos casos onde só há prótese implanto-suportada. Nos casos onde há próteses sobre dentes e sobre implantes deve-se decidir se dentes desocluem os implantes, ou se implantes, ou dentes e implantes suportam uma guia excursiva, e se as restaurações são independentes ou esplintadas. (7) Uma revisão de literatura envolvendo aspectos relacionados com a oclusão em prótese sobre implante sugeriu que diversos princípios da oclusão podem ser utilizados e que não há provas de que qualquer conceito único seja superior a outros. A opinião amplamente consensual de que os implantes são superiores aos dentes naturais foi refutada por duas conferencias recentes, que concluíram que em longo prazo as restaurações sobre implantes não são melhores que sobre dentes naturais. Pacientes com uma oclusão ideal são pouco comuns. A oclusão da maioria dos nossos pacientes desvia um pouco da oclusão ideal, mas

ainda funciona bem, são fisiologicamente aceitáveis e não necessitam de qualquer intervenção. Esses princípios foram originalmente formulados para oclusão de dentes naturais e prótese convencional. Não se sabe bem se tais princípios também são aplicados nas próteses sobre implantes. Até o momento parece ser prudente aceitar que os princípios e métodos aplicados nas próteses convencionais podem, de modo geral, ser aplicados em prótese sobre implantes. (8) Quando não há uma guia anterior adequada, a mesma deverá ser diretamente personalizada na cavidade bucal, uma vez que a sua reprodução é resultado da ação muscular, determinada pelos arcos reflexos condicionados dos músculos que movimentam a mandíbula, sempre a partir da posição em relação cêntrica. Mesmo os articuladores, auxiliados pelos registros que transferem os valores das determinantes fixas da morfologia oclusal, não são capazes de reproduzir uma guia anterior. Isso mostra perfeitamente que as determinantes posteriores não determinam parâmetros para reconstituição da guia anterior. Dessa forma, as determinantes fixas posteriores e a guia anterior são entidades independentes uma da outra, mas devem andar em perfeita harmonia. O ideal é que a guia anterior, por meio da concavidade palatina e da inclinação dos dentes anteriores, tenha em média 5 de inclinação a mais que as guias condilares, o que torna mais segura a desoclusão dos posteriores. A harmonização entre a guia anterior e a guia condilar deve ser feita pela personalização no próprio paciente. A guia anterior é gerada diretamente na boca, por meio de movimentos excêntricos realizados sucessivamente pelo paciente, de acordo com a técnica específica. Após a conclusão da fase clínica, transfere-se ao articulador através da personalização na mesa guia incisal do articulador semi- ajustável. (2) A personalização da guia incisal facilita a comunicação entre o laboratório e o profissional, de modo que o trabalho confeccionado adquira as mesmas características das restaurações provisórias já ajustadas, facilitando assim as etapas de ajuste oclusal das próteses definitivas. Buscando-se o correto funcionamento do sistema estomatognático, a personalização da guia anterior é fundamental para a harmonia da desoclusão durante os movimentos excursivos, evitando-se danos através de uma oclusão mutuamente protegida. (21) A guia anterior é obtida por meio da moldagem das restaurações provisórias previamente ajustadas em boca. A partir da individualização da mesa incisal tem-se uma adequada concavidade palatina a ser transferida para o trabalho definitivo. Caso contrário existirá uma guia anterior arbitrária. Os pacientes podem se adaptar a ela, mas se este novo envelope de função é restringido pode ocorrer dor e desconforto, mobilidade dental ou deslocamento condilar posterior. (22)

3 DISCUSSÃO Muito do que se aplica às próteses convencionais tem sido transferido ao esquema oclusal adotado nas próteses sobre implantes, como os relatos de Misch e Blidez (20), Kim et al. (6) e Carlsson (8). No entanto, trabalhar sobre dentes naturais guarda uma diferença fundamental em relação aos trabalhos sobre implantes. Os dentes naturais estão fixados ao osso por meio do ligamento periodontal, o que não acontece nos implantes fazendo com que estes tenham um comportamento biomecânico diferente quando submetidos ao esforço oclusal, estando mais susceptíveis às sobrecargas oclusais e perda óssea cervical. Para Gross (7) os fatores biomecânicos locais podem pesar mais que os supostos benefícios da desoclusão anterior e mutuamente protegida. Quando uma guia anterior for ajustada sobre implantes a força deverá ser distribuída em contatos múltiplos, suaves, ou seja, com uma inclinação mais plana, os implantes devem ser longos e se possível esplintados distribuindo a força pelo maior número de intermediários possíveis. Para Gross (7) oclusão mutuamente protegida e a desoclusão anterior tem sido consideradas como modalidades terapêuticas aceitáveis, embora não existam evidências filogenéticas de que a proteção mútua seja uma característica evolutiva das espécies. Teoricamente os caninos foram feitos para atacar uma presa e os incisivos para cortar alimentos, e não para proteger os molares durante a função. Não há nenhuma evidência convincente de que casos classe II divisão I, classe III de Angle e outras dentições sem desoclusão anterior tenham maior morbidade ou maior incidência de desordens mandibulares. Entretanto, há um consenso entre a maioria dos autores revisados de que se deve procurar estabelecer uma oclusão baseada na proteção mútua, onde os anteriores desocluem os posteriores durante as excursões mandibulares evitando assim as interferências em dentes posteriores. (4) (20) (18) (1) (10) (2) (3) Interferências excursivas nos dentes posteriores irão alterar o sistema de alavancas que deixará de ser do tipo III favorável ao funcionamento do sistema estomatognático. (4) (10) Gross (7) também relata em seu trabalho que de um modo geral não está claro que os benefícios neuromusculares atribuídos a guia anterior e a proteção mútua se aplicam a guia anterior implanto-suportada. Apesar de se conhecer um mecanismo osseopercepitivo, a sua contribuição neuromuscular de proteção anterior é desconhecida. Muitas vezes é difícil escolher entre uma leve desoclusão anterior e uma desoclusão anterior com simultâneos contatos posteriores. Entretanto as interferências posteriores em excursões laterais ativam os músculos masseter e temporal, gerando maior capacidade de desgaste dos dentes

posteriores em paciente bruxônomos. (14) Além disso, nas reabilitações as primeiras estruturas a serem consideradas devem ser os músculos e as ATMs buscando uma diminuição da atividade muscular e o correto funcionamento da ATM. (9) (2) Trabalhos realizados em desdentados totais também confirmam o aumento da atividade muscular quando não há a proteção da guia anterior. Nesses pacientes, mesmo sem a presença da propriocepção fornecida pelo ligamento periodontal, um padrão de oclusão balanceada bilateral gerou maior atividade muscular. Mesmo Gross (7) que questiona a validade da guia anterior afirma que quando a estética predomina, uma guia anterior em restaurações implanto-suportada pode ser inevitável. Nestes casos a distribuição da força deverá ocorrer em contatos múltiplos, os implantes deverão ter o maior comprimento possível e a esplintagem de implantes adjacentes deve ser considerada para se aperfeiçoar os resultados. Nos pacientes classe II divisão I e classe III de Angle, a guia de desoclusão deverá ter uma inclinação mais plana, com uma correta distribuição de carga pelo maior número de intermediários possíveis, com contatos suaves para minimizar o desfavorável risco biomecânico. Para Carlsson (8) muitos fatores podem influenciar a falha de um implante e a perda óssea perimplantar, mas pouco se sabe a respeito desses fatores. Contudo, muito provavelmente, fatores oclusais e detalhes da oclusão são geralmente de menor importância para o tratamento em próteses sobre implantes, não havendo evidencias sobre a recomendação de um desenho oclusal específico. A oclusão em prótese sobre implantes pode ser manuseada com sucesso usando métodos simples de registro intermaxilar e diferentes conceitos oclusais. Diferentemente de Carlsson (8), Kim et al. (6), relata que os princípios básicos de oclusão em implantes são importantes, como a obtenção de uma guia anterior livre de interferência nos movimentos laterais, tanto no lado de trabalho quanto no lado de não trabalho. Além desse, outros aspectos importantes seria a estabilidade oclusal bilateral em cêntrica, a distribuição uniforme dos contatos oclusais, não interferências de cêntrica para habitual e liberdade em cêntrica. A presença de guia anterior minimiza potencialmente as forças destrutivas nos implantes posteriores. (23) (6) Quando se planeja uma reabilitação oral as primeiras considerações devem estar voltadas para os músculos e as ATMs, os quais devem estar livres de sintomatologias. Em primeiro lugar, deve-se estabelecer a guia anterior e os dentes posteriores serão confeccionados a partir da guia anterior pré-estabelecida (1) (9) A propriocepção decorrente de uma correta guia anterior contribui para uma mastigação mais vertical e para estabilidade do sistema estomatognático. (9) Reconstituindo-se primeiro a guia anterior o profissional pode

sanar as necessidades estéticas e fonéticas mais facilmente, uma vez que a guia funciona como um desprogramador estabilizando a mandíbula em relação cêntrica. Porém, o profissional não teria mais a oportunidade de alterar a dimensão vertical, nem o comprimento ou forma dos dentes anteriores de acordo com as necessidades do caso. (24) (1) Matsumoto, Santos e Novais (1) descrevem uma seqüência para obtenção da guia anterior montando os modelos em articulador na DVO adequada e fazendo o enceramento da guia anterior dentro de princípios ideais. A partir deste enceramento faz-se a individualização da mesa, seguido pelo enceramento dos posteriores feito no articulador. Daí confecciona-se os provisórios e posteriormente faz-se o enceramento dos posteriores e anteriores preparados usando a mesa individualizada. Em resumo, todas as etapas são feitas em articulador sem a personalização em boca. Entendendo que a guia anterior seja, segundo os relatos de Henriques (2) um produto dos movimentos mandibulares, comandada, portanto pelos músculos e por arcos reflexos condicionados a mesma deve ser reconstituída em boca, sendo impossível reconstituí-la com exatidão em articuladores semi-ajustáveis. Isto provavelmente levaria a muitos ajustes clínicos do trabalho definitivo quando de sua instalação em boca, podendo prejudicar a anatomia dental obtida e até mesmo exposição da infra estrutura metálica provocada pelo desgaste de uma coroa metalocerâmica durante seu ajuste. A guia anterior, sendo um dos fundamentos básicos das reabilitações protéticas, tornou-se foco de muitos estudos. A partir da constatação de que nos casos onde a guia anterior está corretamente estabelecida há um estado de normalidade da fisiologia do sistema estomatognático fica mais fácil reconhecer a sua importância. (2) É por meio do seu papel de desoclusão que os posteriores são protegidos o que justifica a busca por uma oclusão mutuamente protegida, com uma guia anterior funcionalmente efetiva nas reabilitações protéticas parciais ou totais, independente de ser o trabalho realizado sobre dentes naturais ou sobre implantes 4 CONCLUSÃO O estabelecimento de uma oclusão mutuamente protegida favorece o sistema de alavancas, a atividade muscular e o funcionamento articular. Portanto a reconstituição e ou manutenção de uma guia anterior que funcione é fator decisivo para o sucesso de uma reabilitação oral, seja ela sobre dentes naturais ou sobre implantes, principalmente se entendermos que não estamos apenas reabilitando dentes, mas sim um complexo sistema neuromuscular.

REFERÊNCIAS (1) Matsumoto W, Santos LPR, Novais PMR. O papel funcional da guia anterior na reabilitação oral. Rev Bras Odont, 1996, 53(4):2-5. (2) Henriques SEF. Reabilitação oral. Filosofia: planejamento e oclusão. São Paulo: Santos, 2003. (3) Pegoraro LF. Prótese fixa. São Paulo: Artes Médicas: 2004. (4) Mchorris WH. Focus on anterior guidance. J Gnathol, 1989, 8(1):3-13. (5) Hobo S, Ichida E, Garcia LT. Ideal occlusion. In: Hobo S, Ichida E, Garcia LT. Osseointegration and occlusal rehabilitation. Tókio: Quintessence, 1989. p.315-328. (6) Kim Y, Oh T, Carl EM, Wang H. Occlusal considerations in implant therapy: clinical guidelines with biomechanical rationale. Clin Oral Impl Res, 2005, 16(1):26-35. (7) Gross MD. Occlusion in implant dentistry. A review of the literature of prosthetic determinants and current concepts. Aust Dent J, 2008, 53(1):S60- S68. (8) Calrsson GE. Dental occlusion: modern concepts and their application in implant prosthodontics. Odontology, 2009, 97(1):8-17. (9) Miranda ME. A importância da guia anterior na reabilitação oral. Rev Gaucha Odontol, 1989, 37(5):376-383. (10) Spyrides GM, Spyrides SM, Chávarry, NGM. A guia anterior no estudo da oclusão. J Bras Odontol Clín, 1998, 2(11):47-55. (11) Baratieri LN. Odontologia restauradora: fundamentos e possibilidades. São Paulo: Santos, 2001. 739p. (12) Dawson PE. Resolução dos problemas de desgaste oclusal. In: Dawson PE. Avaliação, diagnóstico e tratamento dos problemas oclusais. São Paulo: Artes Médicas, 1993. p.540-555. (13) Melo JB, Araujo MAM. Incidência de disfunção da ATM em relação a ausência da guia anterior. Rev Odontol Bras. Central, 1997, 6(22):52-55. (14) Williamson EH, Lundquist DO. Anterior guidance: its effect on electromyographic activity of the temporal and masseter muscles. J Prosthet Dent, 1983, 49(6):816-823.

(15) Standleee JP, Caputo AA, Ralph JP. Stress transfer to the mandible during anterior guidance and group function eccentric movements. J Prosthet Dent 1979;41(1):35-39 (16) Ramfjord SP. Dysfunctional temporomandibular joint and muscle pain. J Prosthet Dent, 1961, 11:353-374 apud Doan PD, Goldstein GR. The use of diagnostic matrix in the manegment of the severely worn dentition. J Prosthodont 2007, 16(4):277-281. (17) Mann A, Miralles R, Valdivia J, Bull R. Influence of variation in anteroposterior occlusal contacts on electromyographicactivity. J Prosthet Dent 1989, 61(5):617-623. (18) Misch CE. Considerações oclusais para a prótese implantossuportada: oclusão implantoprotegida. In: Misch CE. Prótese sobre implantes. São Paulo: Santos, 2006. p. 472-510. (19) Chapman RJ. Principles of occlusion for implant prostheses: guidelines for position, timing, and force of occlusal contacts. Quintessence Int, 1989, 20(7):473-480. (20) Misch CE, Bidez MW. Implant protected occlusion: a biomechanical rationale. Compemdium, 1994, 15(11): I330- I344. (21) Dekon SFC, Zavanelli AC, Zequetto MM, Goiato MC. A importância da personalização da mesa guia incisal em casos de próteses parciais fixas anteriores. Rev Bras Odontol, 2003, 60(6):384-386. (22) Chiche GJ, Pinault A. Estética em próteses fixas anteriores. São Paulo: Quintessence, 1996. (23) Quirynem M, Naert I, Van Steenberghe D. Fixture design and overload influence marginal bone loss and fixture success in the Branemark system. Clin Oral Implants Res,1992, 3(3): 104-111. (24) Okeson JP. Fundamentos de oclusão e desordens temporomandibulares. 2. ed. São Paulo: Artes Médicas, 1992.