UMA REFLEXÃO SOBRE AS CONCEPÇÕES DE ESTÁGIO CURRICULAR E SUAS CONTRIBUIÇÕES PARA O FUTURO LICENCIADO EM CIÊNCIAS AGRÍCOLAS.

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Transcrição:

UMA REFLEXÃO SOBRE AS CONCEPÇÕES DE ESTÁGIO CURRICULAR E SUAS CONTRIBUIÇÕES PARA O FUTURO LICENCIADO EM CIÊNCIAS AGRÍCOLAS. Modalidade: Ensino, Pesquisa, Extensão; Nível: Superior; Área: Ciências Agrárias, Educação. Ceciliana Aparecida de MIRA 1, Meriéle Cecília de MIRA 2, 1 Licenciada em Ciência Agrícolas pelo IFC Instituto Federal Catarinense de Ciências e Tecnologia Campus Araquari. Pós Graduada em Educação Especial pelo IPGEX Instituto de Pós Graduação e Extenção, Professora no CAESP Centro de Atendimento Educacional Especializado; 2 Licencianda em Licenciatura em Ciências Agrícolas pelo IFC Instituto Federal Catarinense de Ciências e Tecnologia Campus Araquari. Professora de Educação Especial no CAESP Centro de Atendimento Educacional Especializado. Introdução Este trabalho apresenta uma reflexão sobre concepções de estágio. A pesquisa está ligada ao estágio como espaço de articulação nos cursos de formação de professores, no entanto para Miranda (2008), o estágio é quase sempre, reduzido a uma atividade de prática instrumental que limita o papel do aluno estagiário a mero observador e, consequentemente, empobrece as possibilidades de ação na escola campo. No entanto, para Imbernón (2002), a formação inicial é o momento para a aquisição do conhecimento profissional básico, necessário ao exercício da profissão, e, no caso específico do licenciado ou pedagogo em formação, o estágio supervisionado, deve fornecer as bases para poder construir o conhecimento pedagógico especializado, que é estreitamente ligado a ação. Dessa forma entende-se que, o estágio deve ser direcionado para uma perspectiva investigativa, onde o estagiário já tenha passado pelo processo de lapidação, informações teóricas e pesquisas significativas para que as observações realizadas durante o estágio tenham um sentido. Os dados discutidos têm como objetivo apontar sobre as concepções de Estágio Curricular e suas contribuições no campo da pesquisa para o futuro Licenciado. Para Metz e Pienta (2011), o estágio supervisionado na formação do pedagogo é um importante componente curricular, entretanto é também a disciplina que desvenda a problemática relação entre a teoria e a prática. O trabalho tem como objetivo fazer uma reflexão sobre as concepções de estágio curricular e suas contribuições para o futuro Licenciado em Ciências Agrícolas, indicando caminhos que levem o futuro licenciado a refletir sobre qual a função do estágio na sua formação, o estágio supervisionado possibilitará observações, pesquisas que proporcionarão ao futuro licenciado a aproximação da sala de aula e da realidade na qual se vai atuar.

De acordo com Metz e Pienta (2011), o estágio supervisionado tem como função, possibilitar uma reflexão a respeito das possibilidades formativas do estágio, tecendo considerações acerca de sua importância na formação de uma profissional bem preparado para enfrentar os desafios da prática pedagógica. Material e Métodos O trabalho foi fundamentado por meio de materiais didático-pedagógico das aulas de Estágio supervisionado compostas de atividades práticas, dialógicas, debates em grupo, atividades lúdicas e leituras em diversos teóricos. Durante a realização do estágio os acadêmicos do Curso de Licenciatura em Ciências agrícolas buscaram vivenciar uma concepção de estágio fundamentada na prática reflexiva e no conhecimento da realidade escolar. Para vivenciar uma prática investigativa foi necessário conhecer o espaço de estágio, o público-alvo que é atendido; os documentos que norteiam a organização pedagógica e administrativa da escola e como se organizam os sujeitos (alunos, professores, gestores, funcionários) que dela fazem parte. Foram proporcionados pelo orientador momentos de estudos, onde a pesquisa esteve presente em todos os momentos, assim como as orientações e toda a organização para a realização do Estágio Supervisionado I, composto de uma carga horária de 60 horas. O Estágio Supervisionado I foi realizado no 5º semestre do curso e teve como objetivo verificar a proposta pedagógica de uma escola de educação básica, especificamente: Concepção de educação; Plano Curricular do Ensino de Ciências Naturais; Avaliação do processo ensino aprendizagem e Planejamento da área de Ciências Naturais. O plano de Estágio também contemplou a realização de observações do trabalho docente e entrevistas com os professores e gestores escolares. A metodologia adotada pelo professor orientador proporcionou informações necessárias para a primeira etapa do estágio, pois os alunos tiveram o privilégio de vivenciar na prática a elaboração de questionários, planejamentos e comportamentos éticos no ambiente escolar, fator indispensável na prática pedagógica. Resultados e discussão A LDBEN 9394/96 especificamente em seu artigo 61 relata em sua redação que durante o processo de formação o aluno deverá vivenciar experiências em seu campo de

atuação. A formação de profissionais da educação, de modo a atender aos objetivos dos diferentes níveis e modalidades de ensino, e as características de cada fase do desenvolvimento do educando, terá como fundamentos: I a associação entre teorias e práticas, inclusive mediante a capacitação em serviço. II aproveitamento da formação e experiências anteriores em instituições de ensino e outras atividades. (LDBEN, 9394/96, p 28). Já no artigo 65 a LDBEN 9394/96 fala sobre o cumprimento da carga horária para a formação do licenciado, onde a formação docente, exceto para a educação superior, incluíra prática de ensino de no mínimo, trezentas horas. (LDBEN, 9394/96, p. 28). Dessa forma, considera-se fundamental o funcionamento das práticas profissionais estabelecidos na resolução CNE/CP2, de l9 de fevereiro de 2002 e na LDBEN, 9394/96, respectivamente em seus artigos 61 a 65, que definem e fundamentam a estrutura dos cursos de licenciaturas, regulamentando o funcionamento das práticas profissionais e do estágio supervisionado. O estágio no contexto escolar não pode se tornar para o acadêmico em formação uma atividade de análise crítica da realidade escolar, pois ele ainda não tem subsídios e experiências necessárias para realizar análises de determinantes da realidade no espaço educacional. O estágio deve ir além de preenchimentos de fichas e formulários preestabelecidos ou padronizados, o estágio é, portanto, uma ação educativa e social, uma forma de intervir na realidade (Miranda, 2008, p.16). Miranda (2008, p.16) ainda relatam que, a produção de saberes a partir da prática não é um processo linear, pois envolve reflexão, análise problematização, assim como o enfrentamento de dúvidas e incertezas. Segundo Metz e Pienta (2011), o Estagio Supervisionado é um importante componente curricular nos cursos de formação de professores, entretanto é também a disciplina que desvenda a problemática relação entre teoria e prática. Nesse sentido a autora deixa claro que a teoria e a prática caminham de mãos dadas, pois sem teoria não se pode observar, entender e tão pouco refletir sobre a prática, uma vez que a teoria dá um novo olhar sobre a prática, e a prática somada aos conhecimentos teóricos se transforma em práticas inovadoras. Para Miranda (2008), ao interagir com a dinâmica da sala de aula e enfrentar os desafios do cotidiano escolar, reconsidera a teoria, não para confirmá-la, mas para confrontar seus fundamentos com a realidade histórica, cultural e social.

O estágio, quando bem encaminhado, torna-se um campo de pesquisa significativa para o acadêmico, ele faz uma aproximação do estudante com a escola que torna-se um laboratório de pesquisa para ele. De Acordo com o Artigo 4º do Regulamento de Estágio Curricular para o Curso de Licenciatura em Ciências Agrícolas do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Catarinense, Campus Araquari (2013). O Estágio é ato educativo escolar supervisionado, desenvolvido no ambiente de trabalho, que visa à preparação para o trabalho produtivo de educandos que estejam frequentando o ensino regular em instituições de educação superior, de educação profissional, de ensino médio, da educação especial e dos anos finais do ensino fundamental, na modalidade profissional da educação de jovens e adultos (Lei Nº 11.788 25/09/2008). 1º O Estágio é, ainda, o desenvolvimento de atividades para além da sala de aula, não devendo as observações e a regência serem reduzidas a esse espaço, mas vivenciando a vida escolar de um modo geral. 2º O Estágio é o tempo de aprendizagem que, através de um período de permanência, alguém se demora em algum lugar ou ofício para aprender a prática do mesmo e depois poder exercer uma profissão ou ofício. (Parecer CNE/CP 28/2001 CNE/CP, de 02/10/2001). 3º- O Estágio pode ser definido como uma aprendizagem sobre a docência em suas múltiplas dimensões envolvendo o que acontece no ambiente escolar pela participação e vivência de todo projeto educativo escolar (relações de ensinar e aprender de diferentes sujeitos e tudo que essa relação envolve), a percepção da importância do vínculo com os alunos, com outros professores e demais profissionais que atuam nesse ambiente, relacionamento com a comunidade modos de tratar o conhecimento e as atividades desenvolvidas para sua assimilação e produção. Nesse contexto o estágio pode ser considerado um espaço de investigação que oportuniza pesquisas e novos saberes e experiências para o futuro licenciado, desenvolvendo assim habilidades inovadoras, tornando-se um profissional pesquisador, indagador, reflexivo, flexível, criativo, possibilitando aos seus futuros alunos um processo de aprendizagem significativa. Ao término da primeira etapa do estágio supervisionado I o professor orientador organizou um debate participativo com os alunos envolvidos, oportunizando a todos expor suas vivências no campo de atuação. Esse momento tornou-se um espaço de reflexão sobre as experiências vivenciadas pelos acadêmicos, oportunizando troca de saberes, problematizações e discussões para a construção de novos saberes; práticas e atuação no campo de estágio. Formar professores com um novo olhar sobre a prática pedagógica não e tarefa fácil para os orientadores. Portanto, esses também devem estar pautados de conhecimentos inovadores, e um olhar especial para a prática, planejamento e avaliações inclusivas que venham de encontro com as especificidades dos acadêmicos.

Conclusão Ao concluir todas as etapas do estágio supervisionado, entende-se que, o estágio é parte integrante de um ato educativo, pois o mesmo está ligado ao processo de ensinoaprendizagem, são essas etapas do estágio que auxilia o futuro licenciado a construir a sua práxis pedagógica. Portanto, ao refletir sobre as experiências vivenciadas no campo de estágio o futuro licenciado percebe que a teoria e a prática se complementam, e, é através dessa articulação que o estágio supervisionado torna-se um instrumento da prática pedagógica que aproxima o futuro profissional da educação dos saberes docentes e o prepara para enfrentar a realidade escolar como um todo. Referências Brasil. Conselho nacional de educação Resolução CNE/CP 2, de 10 de Fevereiro de 2002. Diário Oficial da União, Brasília, 4 de março de 2002. Seção 1. p. 9.. Presidência da República. Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Brasília: 20 dez. 1996. Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_3/leis /L9394.htm> Acesso em 26 set. 2016.. Presidência da República. Lei n. 11.788, de 25 de setembro de 2008. Brasília: 25 de set. 2008. Disponível em:<http//www.planalto.gov.br/ccivil_303/_ato2007-2010/2008/lei11788.htm> Acesso em 25 set. 2016. Imbernón, F. 2002. Formação docente e profissional: formar-se para a mudança e a incerteza. 3. ed. São Paulo: Cortez. Metz. M. C. Pienta. A.C.G. 2011. Estágio Supervisionado da docência à gestão na educação básica. Curitiba: Fael. 270p. Miranda, M. 2008. Ensino e Pesquisa: O estágio como espaço de articulação. Belo Horizonte, Junqueira. 180p. São Paulo. Secretaria da Educação. Coordenadoria de Estudos e Normas Pedagógicas. Diretrizes e Bases da Educação Nacional: Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. São Paulo: SE/CENP, 2006.