Foto: Rosana Maneschy NOTA TÉCNICA DE PESQUISA Avaliação da forragem produzida por árvores de ocorrência espontânea em pastagens na Amazônia Rosana Quaresma Maneschy, Andréa Hentz de Mello, Alexandre Mehl Lunz, Rodrigo Alexandre Geyer, Nathália Karoline Feitosa dos Santos, David dos Reis Cunha da Silva Junior 2017
Avaliação da forragem produzida por árvores de ocorrência espontânea em pastagens na Amazônia Rosana Quaresma Maneschy 1, Andréa Hentz de Mello 2, Alexandre Mehl Lunz 3, Rodrigo Alexandre Geyer 4, Nathália Karoline Feitosa dos Santos 5, David dos Reis Cunha da Silva Junior 5 O uso de forrageiras de alta qualidade é uma alternativa para melhorar a dieta dos animais a pasto, geralmente baseadas em gramíneas, e consequentemente elevar a produção animal. O uso de leguminosas arbóreas ou arbustivas pode amenizar os problemas de deficiência alimentar causados pela escassez de alimentos durante o período seco do ano quando a oferta de gramíneas diminui; e a associação das leguminosas com fungos micirrízicos arbusculares (FMAs) podem propiciar melhor resistência ao estresse hídrico, temperaturas elevadas e acidez do solo. A pesquisa tem por objetivo selecionar espécies forrageiras de ocorrência espontânea em pastagens no sudeste do Pará como alternativa sustentável para a atividade pecuária. Estão sendo avaliadas cinco espécies forrageiras, sendo uma introduzida e quatro já identificadas com ocorrência natural em pastagens no sudeste do Pará; a saber: mutamba preta (Guazuma ulmilifolia Lam.), burdão de velho (Samanea saman (Jacq.) Merr.), mungulu ou mulungu (Erythina glauca Willd.) e jurema ou rosquinha (Chloroleucon tortum (Mart.) Pittier ex Barneby & J. W. Grimes). Os parâmetros avaliados 1 Engenheira-agrônoma, professora do Núcleo de Meio Ambiente da Universidade Federal do Pará, Belém, PA. 2 Engenheira-agrícola, professora da Faculdade de Ciências Agrárias de Marabá da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará, PA. 3 Engenheiro-florestal, pesquisador da Embrapa Amazônia Oriental, Belém, PA. 4 Estudante do curso de Agronomia, Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará, Marabá, PA. 5 Engenheiro-agrônomo, Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará, Marabá, PA.
estão sendo comparados com a espécie introduzida gliricídia (Gliricidia sepium (Jacq.) Walp.). A área do experimento possui 3.686 m 2, com 576 plantas/espécie. Foi utilizado o delineamento de Blocos ao acaso com esquema de parcelas subdivididas no tempo considerando os períodos do ano (chuvoso e seco). Estão sendo testados 15 tratamentos (5 espécies com adubação convencional, com inoculação de FMAs e testemunha). O plantio foi realizado em 17 de janeiro de 2014 (Figura 1), sendo utilizado o espaçamento 0,5 m x 1 m entre plantas. Figura 1. Plantio do experimento com árvores forrageiras, Fazenda Cristalina, São Domingos do Araguaia - PA. Coveamento e adubação (Figura 1A), Plantio das mudas (Figura 1B), Inoculção com Fungos micorrízicos arbusculares (Figura 1C). 1A 1B Fotos: Rosana Maneschy, 2014. 1C Estão sendo realizadas periodicamente avaliações de sobrevivência, parâmetros de crescimento (altura total, diâmetro de copa e diâmetro do coleto/a altura do peito) e ocorrência de pragas e/ou doenças (Figura 2).
Figura 2 Avaliação do experimento. Altura em parcela de mutamba-preta (Figura 2A); Presença de ácaro em planta de mutamba-preta (Figura 2B); e Avaliação de altura em parcela de mungulu (Figura 2C). 2A 2B Fotos: Marília Pantoja, 2014. 2C Estão sendo realizados dois cortes por ano (inverno e verão). As plantas são avaliadas quanto a capacidade de rebrota após o pastejo simulado aos 20, 40 e 60 dias após o corte. São avaliados a altura total, altura dos ramos e número de brotações (Figura 3). Os parâmetros de sobrevivência e crescimento das espécies avaliadas foram considerados satisfatórios. Dentre as espécies testadas a gliricídia e a mutamba preta apresentaram a melhor capacidade de rebrota.
Figura 3 Parcela de mungulu (Figura 3A), Corte das plantas (Figura 3B), Rebrota da gliricídia (Figura 3C). 3A Fotos: Afonso Tiago Sousa, 2015. 3B 3C Em 01 de agosto de 2017 foi realizado o corte das plantas para avaliação da massa de forragem produzida no período seco do ano (verão) (Figura 4). Figura 4 Parcela de mungulu (Figura 3A), Corte das plantas (Figura 3B), Rebrota da gliricídia (Figura 3C). 4B 4A 4C Fotos: Rosana Maneschy (3A e 3B) e Alexandre Mehl (3C), 2017.
As amostras serão secas em estufa por 72h e moídas para análises no Laboratório da UNIFESSPA em Marabá-PA. Após o preparo das amostras, as mesmas serão encaminhadas para avaliação da qualidade nutricional das forragens quanto ao Extrato Etéreo, Fibra Bruta, FDN, FDA, Lignina, N, P, K, Ca, Mg, Na, Cu, Fe, Mn e Zn. O Projeto Biomas é uma parceria entre Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e possui o apoio do Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES).