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Transcrição:

TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DE MATO GROSSO DO SUL 32ª Zona Eleitoral PUBLICAÇÃO EM MURAL ELETRÔNICO Nº 10610/2016 CONTEÚDO DA DECISÃO RP Nº 139-52.2016.6.12.0032 - Classe REPRESENTAÇÃO REPRESENTANTE: Coligação para Ribas Voltar a Crescer REPRESENTADO: JOÃO PEGOLO REPRESENTADO: JOAQUIM DOS SANTOS JUIZ: IDAIL DE TONI FILHO SENTENÇA Vistos etc. Trata-se de Representação Eleitoral interposta pela Coligação Pra Ribas Voltar a Crescer contra Coligação a Força do Trabalho, João Ricardo Azevedo Pegolo e Joaquim Santos, objetivando, em caráter liminar, a determinação de constatação in loco na sede do Comitê de campanha da Coligação a Força do Trabalho das irregularidades que aponta no material de campanha dos representados e também a busca e apreensão do indigitado material. Relata que os representados estão distribuindo material de propaganda elaborado em desconformidade com a legislação eleitoral, isto porque o referido material estampa o nome do vice-prefeito em tamanho inferior a 30% (trinta por cento) em relação ao nome do candidato a prefeito, ofendendo o art. 36, 4º, da Lei n.º 9.504/97 e o art. 8º, da resolução n.º 23.457/15. Diz ainda que há nítida discrepância quanto à tiragem de referidos santinhos, pois na parte frontal o número da tiragem é 10.000 (dez mil) unidades, enquanto no verso o número apresentado é 5.000 (cinco mil), restando sua total inconformidade com a legislação eleitoral. representados ao pagamento de multa. Por fim requer a procedência da representação para o fim de condenar os Com a inicial juntou-se os documentos de fls. 06/13. O pedido liminar foi indeferido pela decisão de fls. 14/16. Citado, o representado Joaquim dos Santos de Oliveira apresentou contestação às fls. 18/28, aduzindo em preliminar que a representante não menciona em sua exordial quais as provas que pretende usar na comprovação de suas alegações nem faz o requerimento de sua produção, com o que se tem claramente configurada a inépcia da inicial. Alega ainda que no caso em testilha se reproduz as mesmas partes, a mesma cauda de pedir e os

mesmos pedidos da representação n.º 12-483.2016.6.12.0032, pelo que caracterizada a litispendência. No mérito sustenta que os materiais de propaganda estão em conformidade com a legislação de regência. Afirma que para caracterizar as condutas vedadas é necessário a existência de potencialidade para desequilibrar o resultado do pleito e que não há previsão legal para a aplicação de sanção pecuniária ao caso. Já o representado João Ricardo Azevedo Pegolo apresentou contestação às fls. 29/39, alegando exatamente a mesma matéria da contestação de fls. 18/28, sendo uma cópia da outra. representação (fls. 51/53). Instado a se manifestar, o Ministério Público opinou pela procedência da Vieram-me os autos conclusos. É o breve relato. Decido. Primeiramente é importante destacar que o combate a propaganda irregular é matéria de ordem pública e, portanto, trata-se de direito indisponível, não se aplicando, desta forma, os efeitos da revelia. Ademais disso, embora a Coligação A Força do Trabalho não tenha apresentado contestação, tenho que a resposta apresentada pelos representados João Ricardo Azevedo Pegolo e Joaquim dos Santos de Oliveira a ela aproveita, na forma do art. 345, inc. I, do NCPC. Superada esta questão preambular, passo a análise das preliminares suscitadas pelos representados em suas contestações. I. Das Preliminares. Os representados Joaquim e João alegam em preliminar que a representante não menciona em sua exordial quais as provas que pretende usar na comprovação de suas alegações, nem faz o requerimento de sua produção, com o que se teria claramente configurada a inépcia da inicial. Muito embora a representação de fls. 02/05 não traga de forma expressa a indicação das provas com que pretende comprovar os fatos alegados, facilmente se constata que essas provas foram juntadas aos autos às fls. 06/13. Portanto, essa mera irregularidade formal não tem o condão de impor a extinção do processo, notadamente quando as provas já estão carreadas aos autos. Sustentam ainda os representados Joaquim e João que há litispendência do presente feito com relação a representação n.º 12-483.2016.6.12.0032. Contudo, tal alegação não merece prosperar, já que embora a matéria jurídica

tratada neste feito seja idêntica à já decidida no feito de n.º 12-483.2016.6.12.0032, tem-se que o material de propaganda questionado é diverso do daqueles autos. Sendo assim, tenho que as preliminares suscitadas devem ser rejeitadas. II. Do Mérito. Como é do conhecimento comum o art. 36, 4º, da Lei n.º 9.504/97 e o art. 8º, da Resolução TSE n.º 23.457/15, regulamentam a forma como o nome do candidato a viceprefeito deve ser exposto na propaganda eleitoral dos candidatos ao cargo majoritário, in verbis: do ano da eleição. Art. 36. A propaganda eleitoral somente é permitida após o dia 15 de agosto In albis. 4o Na propaganda dos candidatos a cargo majoritário deverão constar, também, os nomes dos candidatos a vice ou a suplentes de senador, de modo claro e legível, em tamanho não inferior a 30% (trinta por cento) do nome do titular. Art. 8º Da propaganda dos candidatos a cargo majoritário, deverão constar também os nomes dos candidatos a vice, de modo claro e legível, em tamanho não inferior a trinta por cento do nome do titular. Parágrafo único. A aferição do disposto no caput será feita de acordo com a proporção entre os tamanhos das fontes (altura e comprimento das letras) empregadas na grafia dos nomes dos candidatos, sem prejuízo da aferição da legibilidade e da clareza. Da redação dos dispositivos supramencionados extrai-se que o nome do candidato a vice deve constar da propaganda eleitoral do candidato a cargo majoritário, seja ela qual for, em tamanho não inferior a 30% (trinta por cento) ao do candidato a prefeito. Da mesma forma, o Parágrafo único, do art. 8º, da Resolução TSE n.º 23.457/15, aduz que a aferição da regra é feita de acordo com a proporção entre os tamanhos das fontes (altura e comprimento das letras) empregadas na grafia dos nomes dos candidatos, sem prejuízo da aferição da legibilidade e da clareza. No caso dos autos, conforme fazem prova os documentos de fls. 06/07, essa determinação legal não foi cumprida pelos representados, eis que o nome do candidato a vice, senhor Joaquim Santos, está em tamanho menor que o determinado na legislação de regência. que segue: Para contextualizar elaborei, com a simples utilização de uma régua, a tabela Propaganda Alt. nome Prefeito Alt. nome Vice Percentual Panfl. fl. 06 1,7cm 0,3cm 17,64% Panfl. fl. 07 1,1cm 0,2cm 18,18% Ades. fl. 07 1,7cm 0,3cm 17,64%

Portanto, evidente nos autos que a propaganda acima mencionada está em desconformidade com a legislação eleitoral. Veja-se que este Juízo está acatando expressamente o julgado colacionado à fl. 50 pelos representados já que não está considerando a proporção entre a área quadrada e/ou o número de pixels da imagem e sim a medida linear da altura das letras, conforme se vê do quadro elaborado acima. Não é possível entretanto aferir se a propaganda exemplificada pelas fotografias de fls. 09/13 está em desacordo com a determinação legal, eis que impossível realizar a medição somente por imagens. Assim, não havendo outras provas nos autos, deve ser afastada a irregularidade da propaganda exemplificada pelas fotografias de fls. 09/13. Lado outro, não há que se falar em desconhecimento dos representados acerca da irregularidade constatada, eis que os panfletos foram feitos sob a responsabilidade do candidato a prefeito, senhor João Pegolo, já que deles consta expressamente o CNPJ disponibilizado pela Receita Federal para o indigitado candidato utilizar em sua prestação de consta, qual seja, 25.654.255/0001-07. Da mesma forma, pelas circunstâncias que envolvem a confecção de tais panfletos era impossível que os representados não tivessem ciência da irregularidade apontada, devendo ser responsabilizados, nos exatos termos do Parágrafo único, do art. 40-B, da Lei n.º 9.504/97. Já no que tange a alegação da representada de que para caracterizar as condutas vedadas é necessário a existência de potencialidade para desequilibrar o resultado do pleito, tenho que ela não se aplica ao caso dos autos. Tal teoria é suscitada e defendida quando se analisa atos que possam ensejar a cassação de diploma ou o registro, e até nesses casos já se tem como superada em razão da redação do art. 22, inciso XVI, da Lei Complementar n.º 64/90. Verificada a ofensa a legislação eleitoral, cabe-nos analisar qual a sanção prevista em lei para os casos como o dos autos. Embora os artigos mencionados alhures não tragam a sanção explícita para a ofensa às suas determinações, a jurisprudência tem entendido que nesses casos se aplica a sanção prevista no 3º, do art. 36, da Lei n.º 9.504/97, senão vejamos: (...) 2. Constatado que a publicidade desatende ao critério legal quanto às dimensões da letra utilizada no nome do candidato a Vice-Prefeito em relação ao do titular da chapa, impõe-se a aplicação da multa prevista no 3º do art. 36 da Lei das Eleições. Precedente (RRP n.º 1086-12, Rel. Min. Admar Gonzaga, de 23.9.2014). (...). (R-Rp n.º 1092019, acórdão de 25.09.2014, publicado em sessão, relator Min. Tarcísio Vieira de Carvalho Neto). (grifei).

Destaco que o julgado colacionado pelos representados em suas contestações (fls. 27 e 38) não afasta a conclusão exposta na ementa supracitada. 25.000,00 (vinte e cinco mil reais). Portanto, a multa deve se dar no valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) a R$ Desta forma, considerando a condição econômica dos infratores, a gravidade do fato (eis que os representados já foram condenados a pagar multa em outra representação por fato análogo n.º 12-483.2016.6.12.0032) e a repercussão da infração (três tipos de panfletos com irregularidades), tenho por bem fixar o valor da multa em R$ 10.000,00 (dez mil reais). Posto isso e por tudo o mais que dos autos consta julgo parcialmente procedente os pedidos formulados na representação de fls. 02/05, para condenar cada um dos representados a pagar multa no valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais), o que faço com fulcro no art. 36, 3º, da Lei n.º 9.504/97. Determino, ainda, que os representados sejam intimados para, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, entregarem no Cartório Eleitoral todos os exemplares dos panfletos irregulares (fls. 06/07), sob pena de busca e apreensão. Transcorrido in albis o prazo recursal, certifique-se o trânsito em julgado, e, após, intimem-se os representados para que efetuem o pagamento da multa aplicada, sendo que, com o pagamento, arquive-se os autos mediante observância das formalidades legais. para a cobrança judicial. Em não havendo o devido pagamento voluntário, expeça-se o necessário Intime-se o representante do Ministério Público Eleitoral. Publique-se. Expeça-se o necessário. Cumpra-se com urgência. Às providências. Ribas do Rio Pardo, MS, 17 de setembro de 2016. (original assinado) EXMO. DR IDAIL DE TONI FILHO

Certifico que a(o) presente SENTENÇA, proferido(a) em 17 de Setembro de 2016, foi publicado(a) em Mural Eletrônico, sob nº 10610/2016, com fundamento no(a) Resolução TRE- MS nº 518/2014 e 568/2016. Do que eu, ISRAEL LINS ALMEIDA, lavrei em 18 de Setembro de 2016 às 19:00 horas.