REPRESENTAÇÃO N

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1 REPRESENTAÇÃO N Procedência : Curitiba - Paraná (145a Zona EleitoraJ) Representante. Ministério Público Eleitoral Representados : Carlos Roberto Massa Júnior : Coligação Paraná Mais Forte DECISÃO I - Relatório Trata-se de representação com pedido liminar ajuizada pelo Ministério Público Eleitoral em face de Carlos Roberto Massa Júnior e Coligação Parará Mais Forte, em razão da colocação de cavaletes, de maneira irregular, no cruzamento da Rua Sebastião Marcos Luiz com a Rua Filipinas, no bairro Centenário em Curitiba/PR. O representante afirmou que recebeu do Juízo da 145a Zona Eleitoral de Curitiba/PR a informação de que este, no dia 25/08/2014, efetuou providências no âmbito de poder de policia, relativas aos cavaletes irregularmente colocados nas esquinas das ruas mencionadas.. Informou que'os representados Carlos Roberto Massa Júnior e Coligação Paraná Mais Forte foram notificados da irregularidade, como se vê das fls. 30/40, mas voltaram a praticar o mesmo ato, como constatado (fls. 60/63). Requereu a procedência da representação a fim de condenar os representados nas sanções do artigo 11, 1, da Resolução /2014. Carlos Roberto Massa Júnior apresentou contestação em que argüiu que pelas fotos anexadas aos autos não foi possível a identificação da infração a norma descrita no caput do artigo 37 da Lei 9.504/97. Afirmou que a colocação de cavaletes em rotatórias, esquinas e

2 i em calçadas, desde que não atrapalhe o fluxo de veículos e o tráfego de pessoas, o que seria o caso dos autos, é lícito. Pleiteou pela improcedência do pedido, tendo em vista que não ocorreu irregularidade quanto à propaganda. A Coligação Paraná Mais forte não se manifestou, inobstante intimada, conforme certidão de fl. 87. É o breve relatório. II - Decisão e seus fundamentos Trata-se de representação eleitoral, na qual se busca a condenação dos representados nas sanções do artigo 11, 1o da Resolução /2014 TSE., Afirma o Ministério Publico Eleitoral, que recebeu da 145a Zona Eleitoral de Curitiba/PR, cópia dos Autos de Petição n 65-07, , nos quais se vê que em 25/08/2014 utilizando-se do seu poder de polícia, o Juízo Eleitoral constatou a existência de cavalete do representado Carlos Roberto Massa Júnior candidato ao cargo de deputado estadual pela representada Coligação Paraná Mais Forte, em local que dificultava o livre trânsito de pedestres. De fato. Analisando a prova documental produzida nos autos, em especial pela notícia de irregularidade 65/2014 de fls. 06, com fotos de fls. 13,17,21 é possível constatar a propaganda irregular realizada pelos representados, por meio de cavalete, no cruzamento da Rua Sebastião Marcos com a Rua Filipinas, no bajíio^e5inário em Curitiba. 2

3 TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL BO PARANÁ Houve a notificação dos representados, como se vê das fl. 27, e nova constatação, ha qual se viu que os representados continuaram a violar a lei (fls. 60/62). A legislação eleitoral veda a propaganda nos bens cujo dependa de cessão ou permissão do Poder Público, ou que a ele pertençam, inclusive nos de uso comum. uso A proibição do uso de tais recursos, trazida pelo legislador, busca manter a isonomia de oportunidades no pleito eleitoral, dando a todos os candidatos igualdade de condições na sua apresentação, sem que os cavaletes passem a ser o foco da propaganda eleitoral, bom andamento do trânsito Ho pessoas e veículos. bem como manter o A Resolução TSE /14 no seu artigo 11, em seu 4o, traz uma exceção,, estabelecendo que é possível a colocação de cavaletes, bonecos, cartazes, mesas para distribuição de material de campanha e bandeiras ao longo das vias públicas, desde que móveis e que não dificultem o bom andamento do trânsito de pessoas e veículos Veja-se: "Art. 11. Nos bens eujo uso dependa de cessão ou permissão de poder publico, ou que a ele pertençam, e nos de uso comum inclusive postes de iluminação pública e sinalização de tráfego' viadutos, passarelas, pontes, paradas de Ônibus e outros equipamentos urbanos; é vedada a veiculação de propaganda de qualquer natureza, inclusive pichação, inscrição a tinta, fixação de placas, estandartes, faixas e assemelhados (Lei n 9.504/97, art. 37, caput)..",. 4o E permitida a colocação de cavaietes, bonecos cartazes mesas para distribuição de material de campanha e bandeiras ao longo das v:as públicas, desde que móveis e que não dificultem o bom andamento do trânsito de pessoas e veículos (Lei n 9.504/97, art. 37, 6 ).

4 5o A mobilidade referida no parágrafo anterior estará caracterizada com a colocação e a retirada dos meios de propaganda entre as 6 e as 22 horas (Lei n 9.504/97, art. 37, Assim, assiste razão ao Ministério Público, eis que vedada a utilização de cavaletes ao longo da via pública que dificultem o bom andamento do trânsito e pessoas, o que restou caracterizado na presente representação. : Os representados alegaram que não é possível extrair das fotos trazidas nos autos a infração à norma eleitoral, contudo, deixaram de comprovar suas alegações, não tendo se desincumbido de seu ônus probatório, nos termos do que estabelece o artigo 333, II, do Código de Processo Civil. Há vedação expressa da Lei, pela proibição de propaganda eleitoral com a colocação de cavaletes, bonecos, cartazes, mesas para distribuição de material de campanha e bandeiras ao longo das vias públicas, que impeça o bom andamento do trânsito. maior do que o normal, No caso, ainda, se trata de cavalete grande, com tamanho é como se vê das fotos. Um deles estava caído no chão, como se vê da fl. 13, abandonado no bem público, causando poluição ambiental e visual, quiçá até mesmo um acidente com transeuntes que tenham mobilidade reduzida. Comprova-se, assim, que sequer havia o cuidado com tais materiais e com o espaço público. terceiros. O representado Carlos Roberto Massa fala que a culpa é de

5 Representação n , Todavia, candidatos e Coligações não pode se eximir de suas responsabilidades ao alegar que os cavaletes não atrapalhavam o trânsito. PROPAGANQA ELEITORAL. CAVALETES MÓVEIS CANTEIRO DE VIAS PUBLICAS. PREJUÍZO AO TRÂNSITO VEDAÇÃO LEGAL. _ NOTIFICAÇÃO DO REPRESENTANTE PARA REMOÇÃO E RESTAURAÇÃO DO BEM. INÉRCIA MULTA RECURSO IMPROVIDO. 1. A afixação de cavaletes móveis no canteiro de vias públicas, quando acontece com embaraço à regular fruição do trânsito, constitui propaganda ilícita. 2. A ciência e inércia do responsável pela propaganda a regular e prévia notificação para a remoção e retirada do bem, sob pena de multa implica em fixação desta de acordo com os ditames da Resolução n /TSE. 3. Recurso improvido.(tre-pa - RE 4211 PA Relator: JOSÉ RUBENS BARREIROS DE LEÃO Data de Julgamento: 07/05/2009, Data de Publicação: DOE - Diário Oficial do Estado, Volume CE8, Data 19/05/2009, Página 4). Assim, como há infringência ao artigo 11, da Resolução /2014 e ao artigo 37, da Lei 9.504/97, a procedência da presente representação é medida que se impõe. III - Dispositivo Diante disso, com base no artigo 269, inciso I do Código de Processo Civil, artigo 37, da Lei 9.504/97 e artigo 11 da Resolução /TSE, julgo procedente a presente representação para aplicar a pena de multa de R$2.000,00 (dois mil reais), para cada representado, individualmente. Publique-se. Registre-se. Intimem-se. Curitiba, 22 de Outubro de ourival