RELATO DE EXPERIÊNCIA EDUCAÇÃO EM SAÚDE PARA CRIANÇAS E ADOLESCENTES: VISÃO DE ACADÊMICAS DE ENFERMAGEM



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Transcrição:

RELATO DE EXPERIÊNCIA EDUCAÇÃO EM SAÚDE PARA CRIANÇAS E ADOLESCENTES: VISÃO DE ACADÊMICAS DE ENFERMAGEM Lori Anisia Martins de Aquino 1, Maria Elizabeth Roza Pereira 2, Angélica Martins Moreira Mundim 3, Camila Guilherme da Costa 4, Eleida Aparecida Moreira da Silva 5 1-Enfermeira, Mestre, Universidade Federal de Uberlândia, lorianisia@yahoo.com.br 2-Enfermeira, Mestre, Universidade Federal de Uberlândia, elizebthp@famed.ufu.br 3-Acadêmica de Enfermagem, Universidade Federal de Uberlândia, angélica_mundim18@hotmail.com 4-Acadêmica de Enfermagem, Universidade Federal de Uberlândia, camilaiurd20@yahoo.com.br 5-Acadêmica de Enfermagem, Universidade Federal de Uberlândia, eleidamrsilva@yahoo.com.br RESUMO A educação em saúde é um importante elo entre os desejos e as expectativas da população por uma vida melhor. Este trabalho traz o relato da experiência de três alunas do Curso de Graduação em Enfermagem, ao desenvolver o projeto de extensão vinculado ao Programa de Apoio à Extensão Universitária PROEXT 2008 MEC/SESU, intitulado Programa de ações integrais e integradas de saúde e ambiente para crianças e adultos de comunidades urbanas e rurais dos municípios de Uberlândia e Araguari/MG, que teve como objetivo oportunizar atividades de extensão, promoção da saúde e/ou prevenção de doenças, de forma integrada e interdisciplinar, buscando a inclusão social de escolares e adultos da zona rural e urbana dos municípios de Uberlândia e de Araguari, envolvidos nas ações integrantes do referido Programa, por meio da atenção à sua saúde e ambiente. A Enfermagem teve por objetivo disseminar informações de saúde entre crianças e adolescentes na faixa etária de 8 a 17 anos, estudantes de uma escola pública. Para isso, foram realizadas atividades didáticas, levando em consideração as necessidades dos alunos, relacionadas à sua saúde. Os temas abordados foram: Influenza H1N1, Higienização das mãos, Higiene corporal, Pediculose, Higiene oral, Higiene Intima, Desenvolvimento Corporal, Sexualidade, Métodos contraceptivos e Gravidez na adolescência. Como recursos didáticos foram utilizados cartazes, datashow, fantoches, teatro, apresentação oral e técnica de tinta guache. Frente aos temas discutidos, os resultados obtidos foram muito satisfatórios, com ampla demonstração de interesse e participação dos alunos, que demonstraram surpresa diante de formas de aprendizagem diferentes das cotidianas e pela distribuição de Kits de Higiene Oral. Nosso maior desafio foi lidar com alunos que apresentavam dificuldades de aprendizagem e de convívio social. No início eles se apresentavam dispersos, desinteressados e desmotivados, mas a cada encontro, o vinculo entre nós foi fortalecido, e a cumplicidade aumentou consideravelmente. Não tivemos dificuldades ao abordar os temas propostos e fomos bem recebidos pela comunidade escolar. Participamos de uma experiência rica de informações, proveitosa e motivadora. Através do projeto realizado, fica evidente que o enfermeiro pode atuar como agente transformador e multiplicador de saúde, possibilitando acrescentar ainda mais informações aos conhecimentos humanos, positivando a qualidade de vida, de forma preventiva, evitando problemas futuros. Palavras-chave: Educação em saúde; Saúde da criança; Saúde do Adolescente Nome do Relator: Eleida Aparecida Moreira da Silva

1.INTRODUÇÃO Este breve relato é produto da experiência de três alunas do Curso de Graduação em Enfermagem da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Uberlândia, ao participarem de um projeto de extensão vinculado ao Programa de Apoio à Extensão Universitária PROEXT 2008 MEC/SESU, intitulado Programa de ações integrais e integradas de saúde e ambiente para crianças e adultos de comunidades urbanas e rurais dos municípios de Uberlândia e Araguari/MG, que teve como objetivo oportunizar atividades de extensão, promoção da saúde e/ou prevenção de doenças, de forma integrada e interdisciplinar, buscando a inclusão social de escolares e adultos, envolvidos nas ações integrantes do referido Programa, por meio da atenção à sua saúde e ambiente. Foram desenvolvidas diversas atividades de educação em saúde e prevenção de doenças para crianças e adolescentes de ambos os sexos, com faixa etária entre 08 a 17 anos, no período de Agosto à Novembro/2009, em uma Escola Municipal de uma cidade do interior de Minas Gerais. A educação em saúde é um dos mais importantes elos de ligação entre os desejos e expectativas da população por uma vida melhor, devendo promover o senso de identidade individual, a dignidade, a solidariedade e a responsabilidade comunitária, possuindo como objetivos o desenvolvimento do senso de responsabilidade social; a instrumentalização do individuo para que participe conscientemente das transformações e do progresso social; formação política para o pleno exercício da cidadania; formação para as parcerias, solidariedade e integração social, desenvolvendo um senso de responsabilidade pela sua própria saúde e pela saúde da comunidade de uma maneira construtiva 1. O desenvolvimento de tais ações em saúde nas escolas de rede publica é de suma importância, visto ser neste local que encontramos um grande número de crianças e adolescentes, sendo o lugar mais indicado para o desenvolvimento de ações informativas e educação em saúde, tendo um grande impacto na conscientização dos alunos sobre o estilo de vida saudável, condutas de baixo risco e a compreensão de que saúde não é só ausência de doenças, mas o resultado de condições adequadas de saneamento, habitação, educação, alimentação, segurança, cultura, lazer, dentre outros 1.

2.OBJETIVOS Este projeto pretendeu disseminar informações de saúde entre os alunos da escola aqui referida através do desenvolvimento de ações de promoção de saúde, com vistas à formação de hábitos saudáveis, bem como adoção de comportamentos de baixo risco à saúde, contribuindo assim para a formação de espírito crítico e capacidade criativa essenciais para intervir de forma positiva em suas vidas e no ambiente que os cercam, criando condições para se apropriarem de sua própria existência. 3.METODOLOGIA As atividades foram realizadas no turno matutino, para oito turmas do quarto ao sexto ano do ensino fundamental, sendo que entre as turmas havia uma com alunos de idade entre 13 a 17 anos, com dificuldade de aprendizagem e de convívio social, sendo carinhosamente designada de turma especial. Os encontros ocorreram semanalmente com duração de três horas, sendo destinados vinte minutos de atividades para cada turma, com exceção da primeira atividade que foi um teatro apresentado no pátio da escola para grupos de três e quatro turmas, e ainda a turma especial separadamente com duração de cinqüenta e cinco minutos para cada apresentação. No primeiro encontro, além da apresentação da proposta de trabalho, procurouse conhecer a instituição de ensino, os alunos e a coordenadora da instituição que nos orientou acerca de propostas de temas a serem discutidos em sala de aula segundo as principais necessidades relacionadas à saúde apresentadas pelos alunos. De acordo com a discussão entre o grupo e a coordenadora, chegou-se a conclusão de que o primeiro tema a ser discutido no próximo encontro seria acerca da Infuenza H1N1, pois estava ocorrendo uma alta taxa de infecções por esta doença em todo o território de Minas Gerais, gerando muitas discussões e dúvidas entre professores e alunos, sobre o que é esta doença, quais os métodos de transmissão e prevenção. No segundo encontro, de acordo com a proposta anterior, realizamos uma atividade a respeito da Gripe A. Após discussão entre o grupo optamos por desenvolver um teatro como forma de atividade didática, com o intuito de promover a interação com os alunos, bem como conseguir a concentração e assimilação das informações fornecidas. No teatro foram abordados os seguintes sub-temas: conceito, formas de transmissão, sinais e sintomas e prevenção. Durante o desenvolvimento desta atividade surgiram muitas dúvidas por parte dos alunos a respeito da técnica correta de

higienização das mãos, que é uma forma importante de prevenção desta e de várias outras doenças. Diante disso decidimos que este seria o tema do próximo encontro. Além do teatro, conseguimos para esta atividade vários cartazes e panfletos educativos do Ministério da Saúde sobre o tema, obtidos na Secretaria de Vigilância Epidemiológica da Prefeitura Municipal de Uberlândia. Os panfletos foram distribuídos entre os alunos durante a apresentação teatral e os cartazes foram fixados em diferentes áreas da escola. No terceiro encontro realizamos as atividades com cada sala individualmente. E para a realização desta foram utilizados os seguintes materiais: tinta guache azul, rosa e verde, sabonete líquido, papel toalha e água. Em cada turma as crianças foram separadas de acordo com o sexo, as meninas foram levadas para um tanque e os meninos para o banheiro masculino. Nestes locais foram feitas demonstrações da técnica correta de higienização das mãos sendo que um dos integrantes do grupo teve sua mão pintada com tinta guache demonstrando-as completamente limpas após a lavagem. Foi realizada em seguida uma breve apresentação oral sobre a importância da correta higienização das mãos. As crianças apresentaram interesse em realizar a técnica e tiveram suas mãos manchadas com tinta guache e foram auxiliadas por um dos integrantes do grupo para a realização da técnica, podendo através desta demonstração observar os locais, como por exemplo embaixo da unha e entre os dedos, de mais difícil limpeza e onde encontram-se vários agentes infecciosos. Com a realização desta atividade observamos que varias crianças tinham unhas grandes e com sujidades, pois a grande maioria residia em fazendas. Decidimos então que nosso próximo tema a abordar seria higiene corporal. Para a realização da atividade proposta no quarto encontro fizemos uso de cartazes confeccionados pelo grupo, além de apresentações orais em cada sala separadamente. Foram abordados os seguintes sub-temas: higiene de couro cabeludo, bucal, íntima e áreas do corpo onde há maior acúmulo de suor e sujidades. Durante a apresentação surgiram várias dúvidas e perguntas dos alunos, possibilitando um debate rico entre o grupo e os mesmos. Por fim deixamos os cartazes fixados em cada uma das salas. Foi percebido pelo grupo um grande número de dúvidas por parte das crianças a respeito da correta higienização do couro cabeludo, bem como o surgimento de piolhos. Com isso decidimos que nosso próximo tema seria sobre a pediculose, pois há uma grande incidência nas escolas. No nosso quinto encontro utilizamos como método didático um teatro de fantoches confeccionados pelo grupo através de pequenos bonecos, frascos vazios de

shampoo, pente fino, lenços e um grande piolho feito de papel e fixado em palitos. Foi utilizado um roteiro abordando o tema pediculose de forma bem didática, engraçada e de uma maneira que chamasse a atenção das crianças e as deixassem interessadas pelo que estava sendo exposto. O teatro foi apresentado em cada uma das salas de aulas presentes na instituição. Devido ao grande interesse das crianças pelo tema higiene, discutimos entre o grupo e chegamos à conclusão de que o próximo assunto que seria abordado era higiene oral, sendo este o serviço mais procurado por crianças e adolescentes nas Unidades de Saúde do SUS. No sexto encontro, para a realização da abordagem do tema higiene oral utilizamos uma réplica de dentes artificiais, escova de dente grande e fio dental, conseguidos como empréstimo no curso de Odontologia da UFU. Fizemos uma demonstração correta da utilização do fio dental e escovação dos dentes, além de uma apresentação oral sobre o tema. Para a realização desta atividade as salas de aulas foram divididas em duas a três turmas e foram encaminhadas ao pátio da escola, onde realizamos a atividade. Na apresentação oral abordamos como sub-temas: a importância de uma higiene bucal bem feita, as doenças que podem estar presentes nesta região, entre outros. Após a apresentação do assunto proposto abrimos espaço para perguntas e discussões com os alunos, surgindo perguntas interessantes e um rico debate. Em seguida, foram entregues às crianças kits com escovas de dente, fios dentais e pasta de dentes, kits estes conseguidos pelo grupo através de verbas do projeto. As crianças ficaram encantadas com os kits, sendo solicitado que os mantivessem nas mochilas e usassem após as refeições realizadas na escola. Ainda seguindo em frente com o tema higiene decidimos que o próximo assunto a ser abordado seria higiene íntima para todas as turmas e a junção com o desenvolvimento corporal para as turmas acima de 10 anos. No nosso sétimo encontro foram utilizados cartazes confeccionados pelo grupo, alguns com informações a respeito de higiene íntima e outros com o desenho de uma menina e o desenho de um menino ainda crianças. Levamos os órgãos desenvolvidos separadamente para que estes fossem fixados nos cartazes infantis à medida que abordávamos as transformações ocorridas na puberdade. Com essa forma de apresentação retratávamos a passagem da fase infantil para a fase de adolescência, período onde surgem muitas dúvidas acerca das modificações corporais. As crianças apresentaram um grande interesse por ambos os temas. Os cartazes com informações sobre higiene íntima ficaram fixados nos banheiros. Para o nosso próximo encontro foi solicitado pela professora da turma especial que abordássemos assuntos relacionados

com a sexualidade, métodos contraceptivos, e gravidez na adolescência, visto o surgimento de dúvidas pelos alunos durante aulas expostas por esta professora. Diante disso, no nosso oitavo e último encontro a atividade foi realizada somente com a turma especial, com adolescentes entre 13 a 17 anos, utilizando como materiais didáticos slides e materiais áudios-visuais. Abordamos durante a apresentação os assuntos solicitados pela professora. 4.RESULTADOS Este trabalho de intervenção teve como meta o favorecimento de acesso à informação pelos alunos e adolescentes carentes de uma escola municipal de uma cidade do interior de Minas Gerais. Nos encontros foram discutidos diversos assuntos voltados para o bem estar e saúde das crianças, dando enfoque aos cuidados corporais, prevenção de doenças em foco e as principais transformações ocorridas na puberdade, sendo uma realidade da maioria das crianças daquela instituição. O tema sexualidade, bem como seus sub-temas, foram destinados ao público alvo que estão vivendo esta realidade, ou seja, a turma especial, com o maior número de adolescentes. Presenciamos alunos de diversas faixas etárias, com diversas perguntas e experiências, que aos pouco fomos conhecendo através do convívio e vínculo que criamos a cada encontro. As primeiras atividades realizadas, Gripe A, Higiene corporal e pediculose, as crianças mostraram-se interessadas e participativas, tanto no uso de fantoches, apresentações teatrais e orais, recursos utilizados para abordagem dos três temas aqui citados. O objetivo foi transmitir através desses recursos didáticos informações sobre o que era correto ou não na realização de tarefas cotidianas. Foi com esse intuito que demos continuidade nas atividades, objetivando alcançar o que havia sido proposto. Os assuntos foram tratados com naturalidade pelos alunos que interagiam fazendo perguntas e dando exemplos de colegas, vizinhos, primos que possuíam alguns dos problemas relatados na apresentação, com o intuito de averiguar a veracidade dos fatos ocorridos. Sempre ao final das apresentações dos temas abríamos para perguntas e discussões com os alunos, momento bastante proveitoso onde tirávamos dúvidas e conhecíamos um pouco mais cada criança. Atentávamos sempre que possível para relatos dos alunos acerca do que era ensinado pelos pais dentro de casa e a realidade social de cada um, tentando levar novas soluções cabíveis de serem realizadas para problemas apresentados.

Quanto à atividade sobre a correta higienização das mãos, as crianças estavam participativas e curiosas se a tinta ia ou não sair das suas mãos com a utilização da técnica. Foi uma atividade criativa e nova para os alunos e professores, que se mostravam entusiasmados e colaborativos. Observamos durante a realização da dinâmica que os alunos possuíam certa dificuldade de memorização dos passos corretos a serem seguidos, sendo preciso fixar em cada um dos banheiros cartazes ilustrativos de crianças realizando passo a passo a técnica correta. Vimos através de perguntas que os alunos detinham conhecimentos suficientes sobre a importância de tal higienização, bem como os momentos que deveriam realizar a técnica. Ao abordar o assunto sobre higiene oral, os alunos tiveram uma grande surpresa, sendo presenteados com Kits contendo materiais suficientes para uma boa e correta higienização bucal. Percebemos que apesar de possuir na instituição um profissional de odontologia, foi uma surpresa para os alunos os Kits, mostrando-se entusiasmados através de comparações dos seus com os dos colegas. Observamos que as crianças de modo geral não tinham dúvidas quanto ao método de escovações, o mesmo não se enquadrava quanto ao conhecimento sobre a utilização do fio dental, sendo necessária a realização da demonstração do procedimento em dentes artificiais conseguido pelo grupo. A assimilação da apresentação oral e da demonstração nos dentes facilitou o entendimento do processo. A penúltima atividade realizada abordou o tema higiene intima para crianças menores e sua junção com o tema desenvolvimento do corpo para alunos maiores de 10 anos. As explicações eram destinadas para ambos os sexos, tentando demonstrar as crianças o corpo humano bem como as transformações ocorridas na puberdade, como sendo algo natural, que acontece com todos os colegas. A realização da atividade em si ocorreu sem problemas, mas as crianças sentiam-se constrangidas ao mencionar as partes genitais, mesmo com o uso de desenhos didáticos; tinham em mente o corpo humano como algo engraçado e imoral. Mesmo com todos os empecilhos as crianças possuíam muitas dúvidas, principalmente de fimose pelos meninos e menstruação pelas meninas, que foram esclarecidas pelo grupo. A última atividade foi destinada apenas para os alunos da turma especial, sendo discutidos sobre sexualidade, gravidez na adolescência e os métodos contraceptivos. Em relação aos recursos didáticos utilizados, para a maioria foi uma novidade, pois nunca haviam tido uma apresentação em slides, isso possibilitou maior concentração da atenção por parte dos alunos. Desde o começo, por ser uma sala com alunos com

dificuldade de aprendizagem e convívio social e diferentes idades, sempre foi mais difícil à execução das atividades, pois se mantinham sempre dispersos, desmotivados e desinteressados. Isso representou um grande desafio, porém a cada encontro demonstrávamos a eles que estávamos ali para ajudá-los e ao mesmo tempo crescermos junto, levando conhecimentos e ganhando experiências e novos conhecimentos. Com a realização desta atividade, passamos toda a manhã com estes alunos, e sentimos que fomos bem recebidos, mas não impediu que eles ficassem envergonhados ao falarmos e mostrarmos figuras sobre sexualidade, mesmo que com caráter didático. Os homens presentes na sala, principalmente, ao relatarmos sobre ejaculação, ereção e espermatozóides, cobriam o rosto e recusavam ver os desenhos, as meninas não tiveram a mesma reação, porém observavam tudo caladas e sem manifestações de idéias. Ao abordarmos sobre os métodos contraceptivos e gravidez na adolescência, pudemos perceber maior interesse dos alunos em geral, mas sem manifestação de opiniões e perguntas. Ao final da apresentação resolvemos passar uma caixa de dúvidas, com o intuito de esclarecer perguntas surgidas durante a apresentação, que por algum motivo, não foram esclarecidas. Para que os alunos ficassem a vontade resolvemos sair da sala até que redigissem as perguntas, em um papel e depositassem na caixa. A idéia teve resultado positivo, pois a maioria dos alunos participou, promovendo um debate rico e proveitoso entre o grupo e professores. Percebemos que as perguntas que prevaleceram foram elaboradas pelos meninos da turma. De forma geral não tivemos dificuldades ao abordar os temas propostos. Fomos bem recebidos pelos alunos, professores e demais funcionários da instituição. Desenvolvemos uma atividade rica de informações, proveitosa e motivadora. Acreditamos que alcançamos com êxito o objetivo proposto. 5.CONCLUSÃO No decorrer de todo trabalho aqui relatado, o cuidado na escolha e desenvolvimento das atividades propostas em cada um dos encontros foi marcada pelo objetivo de promover interesse dos alunos e professores, de modo a incentivar a participação dos mesmos, com vista à inclusão de todos 2. A cada encontro o vínculo entre o nosso grupo e os alunos ficou mais forte, e a cumplicidade aumentou consideravelmente. O grupo sempre buscou respeitar as crenças e culturas de cada um, bem como as dificuldades sociais enfrentadas, visto que esses

requisitos refletem as vivências e crenças familiares, que devem ser levadas em consideração. Através do projeto realizado, fica evidente que o enfermeiro pode atuar como agente transformador e multiplicador de saúde, possibilitando acrescentar ainda mais informações aos conhecimentos humanos, positivando a qualidade de vida, de forma preventiva, evitando problemas futuros 3. Devemos ressaltar que orientar uma criança e transformar seus hábitos não é tarefa fácil, visto que a criança está inserida em vários contextos sociais. Mas através de intervenções, informações e conhecimentos transmitidos, como ocorreu neste projeto, há uma maior probabilidade de assimilação dos conhecimentos pelas crianças. Essa experiência deve ser reforçada de tempos em tempos e servir de modelo para outros projetos e atividades em vista, seja pelos componentes do grupo ou que sirva de modelo para outros acadêmicos de enfermagem que tenham interesse em trabalhar com crianças e adolescentes. 6.REFERÊNCIAS 1. Levy S.N, Silva J.J.C da, Cardoso J.F.R, Werbeich P.M, Moreira L.L.S., Montiani H. Educação em saúde: histórico, conceitos e propostas. Brasília(DF): Ministério da Saúde,2009.(citado 2010 jun.). Disponível em:http://www.datasus.gov.br/cns/temas/educacaosaude/educaçãosaude.htm acessado dia 01/06/2010 às 15:15hs. 2. Maheirie K., Urnau L.C, Vavassori M.B, Orlandi R., Baurle R.F. Oficinas sobre sexualidade com adolescentes: um relato de experiência. Psicologia em Estudo, 2005, set./dez; 10(3): 537-42. 3. Orso P.J. Educação em saúde: a interdisciplinaridade como desafio. Revista Online Bibl.Prof.Joel Martins, 2000, out.; 2(1): (citado 2010 jun.). Disponível em: www.fae.unicamp.br/etd/include/getdoc.php?id=949&article=329... Acessado dia 01/06/2010 às 15:30hs.