SIMAVE PROEB Revista da Gestão Escolar

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Transcrição:

SIMAVE PROEB 2012 Revista da Gestão Escolar

ISSN 1983-0157 REVISTA DA GESTÃO ESCOLAR Sistema Mineiro de Avaliação da Educação Pública - Simave

governador de MinAS gerais ANTÔNIO AUGUSTO JUNHO ANASTASIA SEcrEtÁriA de EStAdO de EducAçãO ANA LÚCIA ALMEIDA GAZZOLA SEcrEtÁriA AdjuntA de EStAdO de EducAçãO MARIA SUELI DE OLIVEIRA PIRES chefe de gabinete MARIA CLÁUDIA PEIXOTO ALMEIDA SuBSEcrEtÁriA de informações E tecnologias EducAciOnAiS SÔNIA ANDÈRE CRUZ SuPErintEndEntE de AvAliAçãO EducAciOnAl MARIA INEZ BARROSO SIMÕES

caros EducAdOrES, Ana Lúcia Almeida Gazzola, Secretária de Estado de Educação na Era dos descobrimentos os navegadores carregavam consigo o quadrante, que os auxiliava a determinar a distância entre o ponto de partida e o lugar onde a embarcação se encontrava. Em outras palavras, o instrumento os auxiliava para defi nir a própria localização em alto mar. Ao receber da equipe do centro de Políticas Públicas e Avaliação da Educação (caed), da universidade federal de juiz de fora (ufjf), o relatório com os resultados da última Avaliação da rede Pública de Educação Básica (Proeb), experimento sensação similar àquela vivenciada pelos navegadores. tenho em minhas mãos um documento que informa o lugar onde estamos. E, olhando para o passado e para o presente da rede Estadual de Educação Básica de Minas gerais, não tenho dúvidas. O percurso é marcado por grandes conquistas. Basta, por exemplo, olhar para os resultados do Programa de Avaliação da Alfabetização (Proalfa). Em sete anos de 2006 a 2012 o percentual de estudantes que sabem ler, escrever, interpretar e fazer síntese em um padrão considerado recomendável praticamente dobrou. Em 2006, eram 48,65%. na última avaliação, em 2012, esse percentual foi de 87,3%. quando os nossos olhos se deslocam para o Proeb, também constato o quadro de evolução. A profi ciência, em Português e Matemática, obtida pelos alunos de todos os níveis avaliados e o percentual de estudantes que alcançaram o chamado patamar recomendável, o mais alto nível de desenvolvimento, cresceram em relação a 2011. Os excelentes resultados que vêm sendo conquistados, ano a ano, devem ser obviamente celebrados e, sobretudo, compartilhados. É preciso que reconheçamos a importância de nossos professores, diretores, analistas educacionais, coordenadores, inspetores, entre tantos outros, que são fundamentais para a manutenção de Minas na posição de destaque no cenário nacional.

Mas quando enfrentamos grandes desafi os, e a Educação é sem dúvida um deles, não basta saber onde estamos. É preciso vislumbrar onde queremos chegar. E se os navegadores contavam, e ainda contam, com a bússola para se orientar, nós temos nossas metas e objetivos. E assim como os navegadores de outros tempos, devemos manter em nós viva a chama da ousadia. Em Minas gerais, somos marcados pelo pioneirismo. na Educação Básica, idealizamos o Sistema Mineiro de Avaliação (Simave), destinado a verifi car o desempenho dos estudantes em diferentes momentos do percurso educacional; criamos, universalizamos e estendemos às redes municipais o Programa de intervenção Pedagógica (PiP), que nos permite acompanhar as escolas estaduais para orientar o plano pedagógico, propor estratégias de intervenção, apoiar os professores e alunos e, assim, garantir a qualidade do ensino; saímos em busca de respostas a um dos principais desafi os da Educação Básica mundial e estruturamos um programa inovador, o reinventando o Ensino Médio, em busca de sentido para este nível de ensino. Por isso, nós, que já somos ousados em tantos projetos que são referência para outros estados, vamos em busca de novos desafi os, novas metas, pois avançar é preciso. Só assim confi rmaremos a posição de melhor educação básica do país. O Proeb continuará avaliando os conhecimentos dos estudantes de nossa rede estadual para que tenhamos uma leitura mais precisa e ambrangente dos avanços necessários para continuar em busca por qualidade. E tenho certeza que poderemos trabalhar juntos em busca deste desafio. cordialmente, ana lúcia almeida gazzola Secretária de Estado de Educação de Minas gerais

sumário O desafio da gestão escolar Avaliação e qualidade do ensino PÁGINA 10 Padrões de Desempenho PÁGINA 17 GESTÃO ESCOLAR Uma mudança de paradigmas PÁGINA 14

Os resultados da avaliação PÁGINA 24 Clima escolar e aprendizagem PÁGINA 20 EXPERIÊNCIA EM FOCO PÁGINA 25

1 O desafio da gestão escolar Avaliação e qualidade do ensino Cara Equipe Gestora, a Revista da Gestão Escolar oferece informações gerais sobre a participação dos alunos na avaliação e os resultados de proficiência alcançados, apresentando, de modo sintético, os Padrões de Desempenho estudantil, além de discussões em prol de uma educação de qualidade. A cidadania está ancorada nas metas públicas de uma educação de qualidade. Isso porque o indivíduo se torna cidadão não apenas quando o direito fundamental à vida lhe é assegurado, mas também quando está capacitado ao exercício da democracia, de modo a participar do destino da sociedade. Nesse sentido, a escola é uma das instâncias de referência para a formação deste sujeito crítico e ativo, sendo o papel formador um desafio para a gestão escolar. As atuais diretrizes federais propõem às instituições públicas de ensino autonomia no seu processo de decisões, tanto do ponto de vista pedagógico quanto financeiro. Para garantir uma aprendizagem de qualidade, é preciso, antes de tudo, fazer um diagnóstico da educação nas redes de ensino que indique quais ações educacionais e gerenciais devem ser tomadas, função desempenhada pela avaliação em larga escala. Para que as ações sejam concretizadas em prol da excelência do sistema educacional, faz-se necessário que gestores, professores, alunos e comunidade escolar conheçam, entendam e se apropriem de seus resultados. As informações obtidas subsidiam a elaboração de políticas públicas voltadas à melhoria do processo de ensino-aprendizagem e ao planejamento de propostas pedagógicas que possam propiciar o avanço necessário. 10 Proeb 2012

Embora recente, a avaliação em larga escala no Brasil tem um respaldo legal. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 1996 (LDB/96), em seu artigo 9º, inciso VI, estabelece que cabe à União assegurar o processo nacional de avaliação do rendimento escolar na Educação Básica e Superior, em colaboração com os sistemas de ensino, objetivando a definição de prioridades e a melhoria da qualidade da educação. Neste contexto, as principais avaliações no país são o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (Saeb), o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e o Exame Nacional de Desempenho de Estudante (Enade), que integra o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes). Minas Gerais por sua vez criou, em 2000, o Sistema Mineiro de Avaliação da Educação Pública - Simave. Ao monitorar a qualidade do ensino, as avaliações fornecem aos gestores um importante diagnóstico para embasamento de políticas públicas educacionais nas instâncias federal, estadual e municipal. A Secretaria de Estado de Educação (SEE - MG), em parceria com o Centro de Políticas Públicas e Avaliação da Educação da Universidade Federal de Juiz de Fora (CAEd UFJF), apresentam a Revista da Gestão Escolar/Proeb 2012. Esta publicação tem por finalidade oferecer informações gerais sobre a participação dos alunos na avaliação e os resultados de proficiência alcançados, apresentando, de modo sintético, os Padrões de Desempenho estudantil, além de discussões em prol de uma educação de qualidade. Também é disponibilizado nesta Revista depoimento da Superintendente da Avaliação Educacional de modo a aproximar a apropriação dos resultados à prática educacional. REVISTA DA GESTÃO ESCOLAR 11

O PrOEB O Sistema mineiro de Avaliação da Educação Pública - Simave foi criado em 2000 e tem seguido o propósito de fomentar mudanças em busca de uma educação de qualidade. Inicialmente o sistema contou com o Programa de Avaliação da Rede Pública de Educação Básica Proeb, mas, ao longo dos anos, foram incorporados o Programa de Avaliação da Aprendizagem PAAE (2005) e o Programa de Avaliação da Alfabetização Proalfa (2006), tornando o diagnóstico produzido pelo Simave mais completo. A Secretaria de Estado de Educação (SEE - mg), em parceria com o Centro de Políticas Públicas e Avaliação da Educação da universidade federal de Juiz de fora (CAEd ufjf), apresentam a Revista da Gestão Escolar/Proeb 2012. Esta publicação tem por fi nalidade oferecer informações gerais sobre a participação dos alunos na avaliação e os resultados de profi ciência alcançados, apresentando, de modo sintético, os Padrões de Desempenho estudantil, além de discussões em prol de uma educação de qualidade. Também PrOEB trajetória Número de alunos previstos 600.000 rede EStAduAl Número de alunos avaliados % Percentual de participação 500.000 400.000 300.000 200.000 100.000 2000 2001 2002 2003 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 - - - - - - 545.020 513.147 499.834 493.213 472.455 486.552 453.739 467.272 459.253 458.890 448.289 444.532 443.483 439.105 422.542 416.053 % - - - - - - 81,6 86,4 87,9 85,7 88,1 12 Proeb 2012

é disponibilizado nesta Revista depoimento da Superintendente da Avaliação Educacional de modo a aproximar a apropriação dos resultados à prática educacional. O Proeb avaliou os estudantes do 5 e 9º anos do Ensino fundamental e do 3 ano do Ensino médio das escolas municipais e estaduais de minas Gerais nas disciplinas de Língua Portuguesa e matemática. Na linha do tempo a seguir, pode-se verifi car a trajetória do Proeb e, ainda, perceber como tem se consolidado diante das informações que apresentam sobre o desempenho dos estudantes. 2000 2001 2002 2003 2006 a 2012 língua Portuguesa e Matemática 5º e 9º ano do Ef 3º ano do EM ciências humanas / ciências da natureza 5º e 9º ano do Ef 3º ano do EM língua Portuguesa 5º e 9º ano do Ef 3º ano do EM Matemática 5º e 9º ano do Ef 3º ano do EM língua Portuguesa e Matemática 5º e 9º ano do Ef 3º ano do EM Número de alunos previstos rede MuniciPAl Número de alunos avaliados % Percentual de participação 300.000 250.000 200.000 150.000 100.000 50.000 0 2000 2001 2002 2003 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 - - - - - - 255.708 263.692 263.989 271.400 258.433 4.737 28.613 77.290 60.088 183.793 224.742 217.534 231.746 237.274 238.455 229.510 % - - - - - - 85,1 87,9 89,9 87,9 88,8 REVISTA DA GESTÃO ESCOLAR 13

2 GESTÃO ESCOLAR Uma mudança de paradigmas Com a Constituição Federal de 1988, celebrada como uma nova fase para a sociedade e para a escola brasileiras, a gestão educacional experimentou a formalização jurídica de um processo de mudança de paradigmas que vinha acontecendo há algum tempo. A gestão escolar tem se tornado um tema cada vez mais central para os debates que envolvem a melhoria da qualidade da educação, no Brasil e no mundo. Sua centralidade reside na percepção de que existem características, relacionadas à própria escola, capazes de produzir a melhoria do ensino ofertado ao aluno. Uma dessas características é a gestão escolar eficaz e comprometida, condutora de processos de melhoria da qualidade do ensino ofertado no âmbito da escola. Com a Constituição Federal de 1988, celebrada como uma nova fase para a sociedade e para a escola brasileira, a gestão educacional experimentou a formalização jurídica de um processo de mudança de paradigmas que vinha acontecendo há algum tempo. O gestor escolar era percebido, essencialmente, como um ator responsável pela administração em sentido estrito da escola, a partir de um viés burocrático, organizacional e logístico, e tendo como base as 14 Proeb 2012

concepções de administração destinadas a outras instituições, e não, singularmente, à escola. A mudança de paradigma da gestão ocorreu com a percepção de que o gestor escolar deve ser mais do que um mero organizador da escola, no sentido formal e administrativo do termo. Longe de não reconhecer a importância desse aspecto, qual seja, o logísticoadministrativo, houve um processo de inclusão de novas funções para a gestão escolar, sem excluir a anterior, a administrativa, que sempre a caracterizou. Entre essas novas funções se destacam principalmente duas: o caráter pedagógico da gestão e a construção de uma gestão democrática, conforme previsão da Carta Constitucional. O enfoque pedagógico da gestão se fundamenta no reconhecimento do gestor escolar como um líder capaz de articular, junto aos demais atores escolares, uma liderança pedagógica que envolva a apropriação do currículo, o planejamento das disciplinas para cada área do conhecimento e para cada etapa de escolaridade, as avaliações escolares, chegando até mesmo a discussões relacionadas aos planos de aula dos professores. Não se trata de uma intervenção do gestor na autonomia do professor, mas, sim, de uma construção REVISTA DA GESTÃO ESCOLAR 15

conjunta e articulada das diretrizes pedagógicas da escola. O enfoque pedagógico da gestão tem se mostrado um fator associado a bons desempenhos por parte dos alunos. Tanto o enfoque pedagógico da gestão quanto a gestão democrática são fatores que contribuem para a construção e para o estabelecimento de um ambiente favorável à aprendizagem, estando relacionados, portanto, ao clima escolar. Outro fator é a construção de uma gestão democrática. Mais do que um elemento previsto pela Constituição, a gestão democrática é uma forma de inserir, no processo de construção das diretrizes da escola, sejam elas administrativas ou pedagógicas, os diversos atores envolvidos e interessados nesse processo, como os professores, os pais, os alunos, os funcionários e a própria comunidade que envolve a escola. A democratização da gestão está envolvida com um processo de democratização mais abrangente, da escola e da sociedade; o que significa ampliar a participação de outros agentes no processo de tomada de decisões que afetem a escola. Por meio desta inclusão, o que se busca é o envolvimento destes atores com a escola, percebendo-a como um ambiente aberto e em constante construção e aprimoramento. Por democratização da escola e da gestão, tendo em vista a participação nas decisões e a circulação da informação na, e sobre a, escola, não se deve entender a transferência de responsabilidade decisória por parte da gestão. O gestor escolar continua sendo o responsável pela tomada de decisões e é isso o que se espera de sua função. No entanto, as decisões, quando compartilhadas, adquirem um novo caráter, para o gestor, para os demais participantes e para a escola como um todo. Tanto o enfoque pedagógico da gestão quanto a gestão democrática são fatores que contribuem para a construção e para o estabelecimento de um ambiente favorável à aprendizagem, estando relacionados, portanto, ao clima escolar. O clima escolar é um dos fatores que afetam o desempenho dos alunos, e as características da gestão, a forma como é construída e conduzida, são elementos que o compõem. Um ambiente propício à aprendizagem é capaz de impactar significativamente o desempenho dos alunos, devolvendo à escola a capacidade de produzir bons resultados a partir de suas próprias características. 16 Proeb 2012

3 Padrões de Desempenho Esta seção apresenta os Padrões de Desempenho agrupados em três níveis de acordo com intervalos de desempenho dos alunos na avaliação. Por meio desses Padrões, é possível planejar e realizar ações voltadas aos alunos a partir do nível em que se encontram. Os testes aplicados aos alunos trazem uma medida de seu desempenho nas habilidades avaliadas, denominada PROFICIÊNCIA. Os resultados de proficiência obtidos foram agrupados em três PADRÕES DE DESEMPENHO Baixo, Intermediário e Recomendado. Esses Padrões proporcionam uma interpretação pedagógica das habilidades desenvolvidas pelos alunos e oferecem à escola o entendimento a respeito do nível em que eles se encontram. Por meio deles é possível analisar a distância de aprendizagem entre os alunos que se encontram em diferentes níveis de desempenho, do mais baixo ao mais elevado. É importante atentar-se para os alunos que estão nos Padrões mais baixos, pois são eles os mais vulneráveis à evasão e ao insucesso escolar. Os níveis de proficiência compreendidos em cada um dos Padrões de Desempenho, para as diferentes etapas de escolaridade avaliadas, correspondem a determinados intervalos de pontuação alcançada nos testes e estão descritos mais detalhadamente na Revista Pedagógica desta Coleção. A seguir, são apresentados os Padrões de Desempenho e suas respectivas caracterizações. REVISTA DA GESTÃO ESCOLAR 17

Padrões de Desempenho Estudantil Caracterização Área do conhecimento avaliada Baixo Neste Padrão de Desempenho, o aluno demonstra carência de aprendizagem do que é previsto para a sua etapa de escolaridade. Ele fica abaixo do esperado, na maioria das vezes, tanto no que diz respeito à compreensão do que é abordado, quanto na execução de tarefas e avaliações. Por isso, é necessária uma intervenção focada para que possa progredir em seu processo de aprendizagem. Língua Portuguesa Matemática Intermediário O aluno que se encontra neste Padrão de Desempenho demonstra ter aprendido o mínimo do que é proposto para o seu ano escolar. Neste nível ele já iniciou um processo de sistematização das habilidades consideradas básicas e essenciais ao período de escolarização em que se encontra. Língua Portuguesa Matemática Recomendado Neste Padrão de Desempenho, o aluno demonstra ter adquirido um conhecimento apropriado ao que é previsto para a sua etapa de escolaridade. Neste nível, ele domina um maior leque de habilidades, tanto no que diz respeito à quantidade, quanto à complexidade, as quais exigem um refinamento dos processos cognitivos nelas envolvidos. Língua Portuguesa Matemática 18 Proeb 2012

INTERVALO NA ESCALA DE PROFICIÊNCIA POR etapa avaliada 5 ano EF 9 ano EF 3 ano EM até 175 até 200 até 250 até 175 até 225 até 300 175 a 225 200 a 275 250 a 300 175 a 225 225 a 300 300 a 375 acima de 225 acima de 275 acima de 300 acima de 225 acima de 300 acima de 375 REVISTA DA GESTÃO ESCOLAR 19

4 Clima escolar e aprendizagem Há uma extensa literatura que procura explicar a razão do baixo desempenho dos alunos da nossa Educação Básica nas avaliações em larga escala e das diferenças entre escolas e alunos. O objetivo, neste momento, é apresentar, especificamente, um aspecto considerado cada vez mais relevante para a melhoria do ensino ofertado pelas escolas brasileiras, qual seja o clima escolar. Como já apontado em estudos na área da Educação, características associadas aos alunos, como o nível socioeconômico e cultural, têm peso expressivo na sua aprendizagem. Inicialmente, acreditava-se que esses fatores eram suficientes para explicar o sucesso ou o fracasso dos alunos e a diferença de desempenho entre eles. No entanto, pesquisas recentes mostraram que os impactos de fatores associados à própria escola, embora menores que os das variáveis externas a ela, são altos o bastante para provocar mudanças na trajetória escolar do aluno. Isso significa que a escola pode fazer diferença no aprendizado e superar o esperado para ela, tendo em vista as características de seus alunos, independente das diferenças socioeconômicas e culturais entre eles. As escolas que conseguem esse resultado têm sido chamadas de escolas eficazes. Em um amplo estudo patrocinado pela Unesco, realizado de 1995 a 2000 em 14 países da América Latina, entre eles o Brasil, foram analisados os efeitos de mais de 30 variáveis, como condições de trabalho, salário, experiência e formação dos professores, número de livros na casa dos alunos e na biblioteca da escola, o tempo que os pais passam diariamente com os filhos e o total de alunos por classe. 20 Proeb 2012

No entanto, o resultado que mais chamou a atenção foi a importância do ambiente favorável à aprendizagem. Verificou-se que, nas instituições em que existe um clima escolar favorável ao aprendizado, em que predomina um relacionamento harmonioso, estimulante e de respeito, os alunos têm maiores possibilidades de sucesso escolar. A diferença constatada entre os alunos que estudam em escolas com um bom clima chegou a ser superior em 36% na avaliação de Linguagem e 46% na de Matemática, em relação àqueles que estudam em escolas cujo clima não é favorável à aprendizagem. O CAEd também vem desenvolvendo estudos a esse respeito, tendo como base as respostas aos questionários aplicados aos alunos de escolas públicas, do Ensino Fundamental e Médio (em diversos anos escolares), avaliados em vários estados brasileiros. O efeito do clima escolar sobre a aprendizagem foi investigado a partir da percepção dos alunos acerca de vários aspectos da vida escolar, conhecida por meio das respostas a 16 perguntas contidas no questionário contextual. No modelo de análise utilizado, o clima escolar foi concebido como tendo cinco dimensões: aprendizagem e desenvolvimento, conforto e segurança, convivência e relacionamento, pertencimento e inclusão, satisfação e motivação. A dimensão Aprendizagem e desenvolvimento inclui a percepção dos alunos de que o ambiente escolar é incentivador da criatividade e da imaginação e de que vale a pena estudar na escola porque aprendem coisas novas e interessantes. Conforto e segurança refere-se à percepção de que a escola está sempre limpa e bem cuidada, e os alunos protegidos de qualquer risco como a violência dentro da escola, gerando o sentimento de conforto e segurança. Convivência e relacionamento é a dimensão que envolve a qualidade das relações que se estabelecem na escola e traduz o sentimento de que o aluno gosta de estar na escola porque, na sua percepção, há respeito no tratamento entre os diversos atores escolares. Pertencimento e inclusão diz respeito ao sentimento de orgulho de pertencer à escola, de fazer parte da instituição. A dimensão Satisfação e motivação comporta o sentimento de que o aluno se sente cheio de energia e animado na escola e por isso gosta de estudar nela. A relação entre clima escolar e valor agregado pela escola, para todo Brasil, está exposta no Gráfico 1, o qual apresenta os resultados dos 5º e 9º anos do Ensino Fundamental dos estados avaliados pelo CAEd, em 2011. As escolas consideradas para a análise do 5º ano pertencem aos estados de Ceará, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Pernambuco, Piauí e Rio de Janeiro. No caso da 9º ano, os estados considerados foram: Ceará, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Pernambuco, Piauí e Rio de Janeiro. REVISTA DA GESTÃO ESCOLAR 21

O valor agregado expressa a diferença entre o desempenho efetivamente obtido pela escola e o que é esperado para ela, dado o nível socioeconômico dos alunos. Traduz, portanto, o efeito da escola na aprendizagem dos alunos. Um alto valor agregado, por exemplo, significa que a escola obteve rendimentos escolares médios superiores à média de rendimentos obtidos pelo grupo de escolas com nível socioeconômico semelhante. Sendo assim, os alunos desta escola, em média, apresentaram maiores rendimentos do que alunos de outras escolas, que se assemelham em termos de condições socioeconômicas. Um baixo valor agregado, por sua vez, indica que a escola obteve rendimentos escolares muito próximos à média e por isso pouco acrescentou ao que era esperado, dado as suas características socioeconômicas. Observa-se no Gráfico 1 que a percepção dos alunos quanto à qualidade do clima escolar está fortemente associada ao sucesso da escola. A percepção dos alunos de que o clima escolar é ruim está sempre acompanhada de um nível mais elevado de escolas que fracassam no seu propósito de obter melhores resultados. Por exemplo, no 5º ano do Ensino Fundamental, a maioria (51,7%) das escolas com clima considerado ruim pelos alunos possui baixo valor agregado. Por outro lado, a maioria (52,8%) das escolas com bom clima escolar alcança alto valor agregado. No 9º ano, esse fato se repete, com diferenças menos acentuadas. Os resultados desse estudo apontam que escolas semelhantes em relação ao nível socioeconômico dos alunos, mas que se distinguem pela qualidade do clima escolar, irão afetar de modo diferente o seu aprendizado; ou ainda, a diferença que a escola faz no aprendizado dos alunos está fortemente relacionada à percepção que eles têm da qualidade do clima escolar. Gráfico 1 - Clima Escolar e Valor Agregado 5º e 9º anos do Ensino Fundamental - Redes Estaduais e Municipais Estados Avaliados (2011) 5 ano 9 ano ruim 51,7% 40,8% 7,6% ruim 35,3% 46,2% 18,5% médio 29,0% 46,8% 24,1% médio 26,6% 42,1% 31,3% bom 14,0% 33,2% 52,8% bom 20,6% 37,2% 42,2% clima escolar Alto Valor Agregado Médio Valor Agregado Baixo Valor Agregado 22 Proeb 2012 Fonte de dados básicos CAEd 2011.

O Clima Escolar nas escolas de Minas Gerais Os resultados da análise dos dados obtidos para o 5 e 9 anos do Ensino Fundamental de Minas Gerais estão apresentados no Gráfico 2. Para ambos os anos de ensino, tanto na Rede Estadual quanto na Municipal, permanece evidente a associação positiva da percepção de um bom clima escolar na diferença que a escola pode fazer no aprendizado dos alunos. Gráfico 2 - Clima Escolar e Valor Agregado - 5º e 9º anos do Ensino Fundamental Rede Estadual Rede Municipal 5 ano 5 ano ruim 7,7% 66,7% 25,6% ruim 16,0% 70,3% 13,7% médio 5,6% 50,2% 44,2% médio 4,4% 57,5% 38,1% bom 1,2% 24,6% 74,3% bom 1,5% 30,8% 67,7% 9 ano 9 ano ruim 8,2% 45,8% 46,0% ruim 22,8% 50,9% 26,3% médio 1,7% 30,2% 68,0% médio 6,8% 38,1% 55,0% bom 1,0% 16,9% 82,2% bom 3,7% 26,7% 69,5% clima escolar Alto Valor Agregado Médio Valor Agregado Baixo Valor Agregado REVISTA DA GESTÃO ESCOLAR 23

5 Os resultados da avaliação Nesta seção são apresentados os resultados dos alunos desta escola na avaliação do Proeb 2012. Para uma interpretação apropriada do desempenho da escola, encontram-se a seguir os resultados de proficiência média, participação e distribuição dos alunos por Padrão de Desempenho; bem como análises contextuais, baseadas nos questionários aplicados junto aos testes. Esses resultados têm como objetivo oferecer à escola um panorama do desempenho dos alunos avaliados em todas as etapas de escolaridade e áreas de conhecimento no ciclo 2012. Legenda explicativa para o quadro de resultados de desempenho e participação Resultados: é explicitado o desempenho da escola e das demais instâncias do sistema de ensino por disciplina e etapa de escolaridade. Edição: ano em que a prova foi aplicada e ao qual o resultado se refere. Proficiência média: grau ou nível de aproveitamento na avaliação. Desvio padrão: medida da variação entre as proficiências individuais (ou seja, das diferenças de proficiência entre os alunos avaliados).»» Considerando um caso hipotético, em que todos os alunos de uma mesma escola obtenham exatamente o mesmo resultado no teste, o desvio padrão é igual a zero, indicando que não houve variação de proficiência dentre os alunos daquela escola. Valores menores de desvio padrão indicam, portanto, uma situação mais igualitária dentro da escola, pois apontam para menores diferenças entre os desempenhos individuais dos alunos. Por outro lado, valores maiores de desvio padrão indicam que os alunos da escola constituem uma população mais heterogênea do ponto de vista do desempenho no teste, ou seja, mais desigual, de modo que se percebem casos mais extremos de desempenho, tanto para mais quanto para menos. Este dado indica o grau de equidade dentro da escola, sendo muito importante, pois um dos maiores desafios da Educação é promover o ensino de forma equânime. Nº previsto de alunos: quantidade de alunos calculada para participar da avaliação antes da realização da prova. Nº de alunos avaliados: quantidade de alunos que realmente responderam aos testes da avaliação. Participação (%): percentual de alunos que fizeram o teste a partir do total previsto para a avaliação.»» Este percentual é importante, pois quanto mais alunos do universo previsto para ser avaliado participarem, mais fidedignos serão os resultados encontrados e maiores as possibilidades de se implementar políticas que atendam a esse universo de forma eficaz. % de alunos por Padrão de Desempenho: percentual de alunos que, dentre os que foram efetivamente avaliados, estão em cada Padrão de Desempenho. 24 Proeb 2012

EXPERIÊNCIA EM FOCO Sucesso da avaliação externa Superintendente mineira acredita que bons resultados são obtidos com esforço conjunto O sucesso da avaliação externa depende, sobretudo, do empenho conjunto de toda comunidade educacional. É o que acredita a Superintendente de Avaliação Educacional de Minas Gerais, Maria Inez Barroso Simões. Graduada em Psicologia, Mestre em Gestão e Avaliação da Educação Pública e com a experiência de quem está há 13 anos no cargo, ela destaca algumas políticas que têm dado certo no Estado, a partir da análise dos resultados. Segundo Maria Inez, o sucesso do processo começa na hora da aplicação dos testes com logística criteriosa e bem definida, e com o envolvimento de todos no processo. É importante que os profissionais da educação conheçam os programas de avaliação do sistema e participem da capacitação para garantir a transparência do processo e assegurar que os resultados reflitam a realidade de cada escola. Ressalto, ainda, a importância de um clima escolar tranquilo, mantendo a rotina da escola nos dias da avaliação, completa. A participação e o empenho dos pais, incentivando os filhos a não faltarem às aulas nos dias dos testes, e dos próprios discentes, também são primordiais, garante a superintendente. É essencial a participação de todos os alunos da melhor maneira possível para responder aos testes, mostrando o que aprenderam durante o seu percurso escolar, contribuindo para que esse diagnóstico continue sendo consistente e eficaz para as intervenções necessárias, declara. Outra fase fundamental, segundo a superintendente, é a divulgação dos resultados, pois representa a fase em que estes devem ser utilizados pela instituição de ensino na prática pedagógica. Em Minas Gerais, conforme relata Maria Inez, a Secretaria de Estado de Educação (SEE/MG) faz, em um primeiro momento, um seminário com a presença de técnicos É essencial a participação de todos os alunos da melhor maneira possível para responder aos testes, mostrando o que aprenderam durante o seu percurso escolar, contribuindo para que esse diagnóstico continue sendo consistente e eficaz para as intervenções necessárias Maria Inez Barroso Simões Superintendente de Avaliação Educacional de Minas Gerais REVISTA DA GESTÃO ESCOLAR 25

e diretores das Superintendências Regionais de Ensino (SRE/MG), que, por sua vez, multiplicam-nos para as escolas das Redes Estaduais e Municipais de sua região. Cada escola recebe as revistas com os resultados individuais e os resultados também são divulgados via internet, no site da SEE/MG e do Centro de Políticas Públicas e Avaliação da Educação (CAEd), explica. Ela destaca, ainda, o papel da Superintendência de Desenvolvimento da Educação Infantil e Fundamental da SEE/MG e das equipes regionais nas visitas às escolas para divulgação e efetivação das intervenções pedagógicas, através do monitoramento realizado pelo Programa de Intervenção Pedagógica PIP. Maria Inez acrescenta que a avaliação é uma forma que o governo de Minas Gerais e a SEE/MG têm de diagnosticar a qualidade do ensino ofertado aos alunos durante o seu percurso escolar e a efetividade dos programas e ações implementados. Também uma oportunidade de corrigir rumos de forma a melhorar o processo de ensino-aprendizagem, buscando a promoção da equidade e a igualdade de oportunidades para todos os alunos da rede pública, complementa. Assim, segundo ela, os resultados devem ser utilizados pelos gestores públicos para a definição de políticas educacionais e de investimentos mais pontuais - de acordo com a realidade local. Eles também possibilitam a intervenção dos profissionais da educação no processo de ensino-aprendizagem. Comunidade escolar mineira recebe bem as avaliações Segundo a Superintendente, a receptividade das avaliações, nos 12 anos em que os processos vêm acontecendo, é muito positiva em todo o estado. O envolvimento é grande e acredito que todos têm o mesmo compromisso com a melhoria da qualidade da educação. Os resultados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) revelam que Minas tem a melhor educação básica do país. É um esforço coletivo e esses resultados têm sido monitorados pelos programas de avaliação que acontecem anualmente, destaca. 26 Proeb 2012

DIRETORIA DE AVALIAÇÃO DOS SISTEMAS EDUCACIONAIS DAVE gabriela dos SAntOS PiMEntA lima EQUIPE TÉCNICA ArlAinE APArEcidA da SilvA dário fausto de SOuzA luciana fonseca ribeiro BArBOSA roseney gonçalves de MElO DIRETORIA DE AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM DAAP MArinEidE costa de AlMEidA de toledo EQUIPE TÉCNICA ÉlidA ferreira MArtinS lília BOrgES rego rosana cleide da SilvA gonçalves SuElY da PiEdAdE AlvES

reitor da universidade federal de juiz de fora HENRIQUE DUQUE DE MIRANDA CHAVES FILHO coordenação geral do caed LINA KÁTIA MESQUITA DE OLIVEIRA coordenação técnica do PrOjEtO MANUEL FERNANDO PALÁCIOS DA CUNHA E MELO coordenação da unidade de PESquiSA TUFI MACHADO SOARES coordenação de AnÁliSES E PuBlicAçõES WAGNER SILVEIRA REZENDE coordenação de instrumentos de AvAliAçãO RENATO CARNAÚBA MACEDO coordenação de MEdidAS EducAciOnAiS WELLINGTON SILVA coordenação de OPErAçõES de AvAliAçãO RAFAEL DE OLIVEIRA coordenação de PrOcESSAMEntO de documentos BENITO DELAGE coordenação de design da comunicação JULIANA DIAS SOUZA DAMASCENO responsável PElO PrOjEtO gráfico EDNA REZENDE S. DE ALCÂNTARA

MINAS GERAIS. Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais SEE/MG. Simave/Proeb 2012/ Universidade Federal de Juiz de Fora, Faculdade de Educação, CAEd. v. 2 (jan/dez. 2012), Juiz de Fora, 2012 Anual. ARAÚJO, Carolina Pires; MELO, Manuel Fernando Palácios da Cunha e; OLIVEIRA, Lina Kátia Mesquita de; REZENDE, Wagner Silveira. Conteúdo: Revista da Gestão Escolar. ISSN 1983-0157 CDU 373.3+373.5:371.26(05)