DÉCIMO TERCEIRO SALÁRIO



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6 FOLHA DE PAGAMENTO E PROVISÕES

Transcrição:

DÉCIMO TERCEIRO SALÁRIO O décimo terceiro salário (13º Salário) é o nome mais conhecido da gratificação de natal. É um salário extra, pago ao trabalhador urbano e rural, inclusive o doméstico e o avulso, tomando por base a remuneração devida em dezembro, de acordo com o tempo de serviço no ano em curso. Vejamos os procedimentos que o empregador deve adotar para apurar e efetuar o pagamento do 13º Salário. QUEM TEM DIREITO São beneficiários do 13º Salário todos os empregados regidos pela CLT Consolidação das Leis do Trabalho, os empregados domésticos, os trabalhadores rurais e os trabalhadores avulsos. Entretanto, os contribuintes individuais que são aqueles que prestam serviço sem vínculo empregatício, tais como os profissionais autônomos, os empresários, os sócios e titulares de empresas, os diretores, os diaristas, entre outros, não fazem jus ao 13º Salário. EMPREGADO Considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços de natureza não eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante salário. Sendo assim, todos os trabalhadores contratados com base na CLT fazem jus ao 13º Salário. EMPREGADO DOMÉSTICO Desde a promulgação da Constituição Federal de 1988, também faz jus ao 13º Salário, o empregado doméstico, que é aquele que presta serviços, de natureza contínua e de finalidade não lucrativa, à pessoa ou à família, no âmbito residencial destas. TRABALHADOR RURAL A remuneração devida ao trabalhador rural a título de 13º Salário é calculada com observância nos mesmos procedimentos aplicáveis ao trabalhador urbano. TRABALHADOR AVULSO A gratificação de natal devida ao trabalhador avulso, assim considerado aquele que presta serviço, sem relação de emprego, a diversas empresas, agrupado ou não em sindicato, é calculada de forma diversa daquela devida aos empregados. Considera-se trabalhador avulso, dentre outros: a) o estivador, o trabalhador de estiva em carvão e minérios e o trabalhador em Alvarenga; b) o conferente de carga e descarga; c) o consertador de carga e descarga; d) o vigia portuário; e) o trabalhador avulso de capatazia; f) o trabalhador no comércio armazenador (arrumador);

g) o ensacador de café, de cacau, de sal e de similares; h) o classificador de frutas; i) o amarrador; j) os trabalhadores na indústria da extração de sal. Pagamento O pagamento da gratificação de natal do trabalhador avulso deve ser realizado, pelos respectivos sindicatos de cada categoria ou órgão gestor de mão de obra, na terceira semana dos meses de junho e/ou dezembro de cada ano. Para o pagamento da referida gratificação, o sindicato comunicará em tempo hábil, ao estabelecimento bancário, o valor devido a cada um dos trabalhadores avulsos. Segundo a legislação do trabalhador avulso, na véspera do dia do pagamento, será entregue, pelo sindicato, cheque nominal de valor correspondente à gratificação de cada um dos trabalhadores. VALOR DO 13º SALÁRIO A gratificação de natal corresponde a 1/12 da remuneração integral devida ao empregado em dezembro, por mês de serviço do ano correspondente, sendo a fração igual ou superior a 15 dias de trabalho considerada como mês integral. O valor será pago de forma integral ou proporcional, conforme o número de meses trabalhados dentro do ano-calendário, ou seja, de janeiro a dezembro. ADICIONAIS Quando o empregado receber, além do salário-base estabelecido no contrato de trabalho, parcelas adicionais, estas devem ser incluídas na base de cálculo do 13º Salário pelo seu total ou pela média quando variáveis. Caracterizam-se como adicionais, dentre outras, as remunerações de horas extras, adicional noturno, insalubridade, periculosidade e repouso semanal remunerado. UTILIDADE Quando a remuneração do empregado for paga uma parte em dinheiro e outra em utilidades, tais como habitação, alimentação, o valor atribuído às utilidades deve ser computado para determinação da base de cálculo do 13º Salário. PARCELA VARIÁVEL Para os empregados que percebam remuneração variável, deve ser apurada a média dessas parcelas, para pagamento das 1ª, 2ª e 3ª parcelas. Nestes casos, a parte fixa do salário contratual do empregado, se houver, será acrescida ao resultado obtido pela média das parcelas variáveis. Em se tratando de horas extras, a média deve ser realizada pela quantidade de horas prestadas no ano, aplicando-se o valor do salário-hora da época do pagamento do 13º Salário.

INTEGRAÇÃO DO ADICIONAL OU DA PARCELA NO MOMENTO DO PAGAMENTO O adicional deve ser considerado na base de cálculo mesmo que, no momento do pagamento do 13º Salário, o empregado não o esteja percebendo. Isto porque, a integração do adicional deve levar em conta a habitualidade com que o mesmo foi pago durante o ano. No caso de o empregado que não esteja percebendo o adicional por ocasião do pagamento do 13º Salário, a empresa deve realizar a média para inclusão da parcela na base de cálculo, observando se existe algum critério mais vantajoso na norma coletiva da categoria. FALTAS AO SERVIÇO No cálculo do 13º Salário somente poderão ser deduzidas as faltas não justificadas. Já as faltas não descontadas da remuneração do empregado serão consideradas como justificadas. FALTAS LEGAIS Os períodos de ausência do empregado no trabalho que constituem faltas legais não devem ser deduzidos por ocasião do cálculo do 13º Salário. Os casos mais frequentes de ausências legais do empregado são os que ocorrem em virtude de doença, casamento, nascimento de filho (licença-maternidade e paternidade), falecimento de parente e comparecimento à Justiça. A relação das situações que são consideradas faltas legais pode ser encontrada na Orientação que trata sobre Interrupção e Suspensão do Contrato de Trabalho divulgada no Fascículo 36/2011, deste Colecionador. DESCONTO DE FALTAS Como já mencionamos anteriormente, a fração igual ou superior a 15 dias de serviço é considerada como mês integral para efeito de pagamento do 13º Salário. Assim, o empregado somente perde o direito ao avo daquele mês, quando o número de dias trabalhados, no respectivo mês, for inferior a 15. ACIDENTE DO TRABALHO E AUXÍLIO-DOENÇA A CLT estabelece que, em caso de acidente do trabalho ou auxílio-doença, o empregado é considerado em licença não remunerada durante o prazo do respectivo benefício. O TST Tribunal Superior do Trabalho, entretanto, através da Súmula 46, decidiu que as faltas ou ausências decorrentes de acidente do trabalho não são consideradas (descontadas) para os efeitos de cálculo da gratificação natalina. Assim, considerando a jurisprudência do TST, para o cálculo da gratificação natalina, no caso de afastamento por doença ou acidente do trabalho, devem ser observados os seguintes critérios: a) acidente do trabalho o empregador deve computar os meses e fração igual ou superior a 15 dias efetivamente trabalhados, bem como os primeiros 15 dias de atestado médico e todo o período relativo à percepção do benefício acidentário; b) auxílio-doença o empregador deve computar os meses e fração igual ou superior a 15 dias

efetivamente trabalhados, bem como os primeiros 15 dias de afastamento (atestado médico), cuja remuneração é de responsabilidade do empregador. Já o período referente ao benefício pago pela Previdência Social não é computado. SERVIÇO MILITAR O período em que o empregado permanece afastado do trabalho para prestação do serviço militar não é computado para efeito do 13º Salário. Assim, somente os períodos trabalhados antes e depois do afastamento serão considerados como tempo de serviço na determinação da gratificação de natal. PAGAMENTO DA PRIMEIRA PARCELA Entre os meses de fevereiro e novembro de cada ano, o empregador deve pagar de uma só vez, como adiantamento da gratificação de natal, metade do salário recebido pelo empregado no mês anterior. Ressaltamos que o empregador não está obrigado a pagar a 1ª parcela no mesmo mês a todos os seus empregados, podendo pagá-la em meses diversos, desde que até 30 de novembro de cada ano. APURAÇÃO DO VALOR O valor da 1ª parcela do 13º Salário corresponde à metade da remuneração percebida pelo empregado no mês anterior àquele em que se realizar o pagamento. Exemplificando, se o pagamento da 1ª parcela se der no mês de agosto, o valor desta corresponderá à metade da remuneração do mês de julho. Este critério também se aplica no caso de salário variável, quando a média será apurada até o mês anterior ao do pagamento. PAGAMENTO DA SEGUNDA PARCELA O pagamento da 2ª parcela do 13º Salário deve ser realizado até o dia 20 de dezembro de cada ano, sendo antecipado se este dia não for útil. APURAÇÃO DO VALOR O valor da 2ª parcela do 13º Salário é determinado pela apuração da diferença entre a importância correspondente à 1ª parcela, paga entre os meses de fevereiro e novembro, e a remuneração devida ao empregado no mês de dezembro, observado o tempo de serviço no respectivo ano. PAGAMENTO DA TERCEIRA PARCELA A 3ª parcela somente vai existir para os empregados que recebam parcelas variáveis (comissões, horas extras), pois neste caso a empresa não tem como apurar até o dia 20 de dezembro o valor exato da remuneração devida. Para estes empregados, o pagamento da 3ª parcela, que na verdade se constitui na diferença das variáveis apuradas a seu favor, quando for o caso, deverá ser efetuado até o dia 10 de janeiro do ano seguinte, sendo antecipado se este dia não for útil.

APURAÇÃO DO VALOR O valor da 3ª parcela é determinado pela apuração da diferença entre a importância apurada do 13º Salário, paga até 20 de dezembro, e a remuneração devida ao empregado no último dia do mês de dezembro, observado o tempo de serviço no respectivo ano. RESSARCIMENTO AO EMPREGADOR Após a apuração do valor devido do 13º Salário, pode ocorrer que no dia 20 de dezembro este tenha sido pago a maior ao empregado, possibilitando o ressarcimento por parte do empregador. Neste caso, o empregador efetuará a compensação, descontando o valor correspondente em folha de pagamento. PAGAMENTO EM PARCELA ÚNICA Há empresas que desejam efetuar o pagamento do 13º Salário de seus empregados em uma única parcela. Apesar de a legislação ser clara ao determinar que o pagamento seja feito em duas parcelas, o empregador que desejar pagar o 13º Salário de uma só vez, tem alguns inconvenientes. Caso adote este procedimento, ele poderá efetuar o pagamento em qualquer mês, desde que não ultrapasse o dia 30 de novembro, data-limite para pagamento da 1ª parcela, observando que o valor corresponde ao mesmo da remuneração de dezembro. CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES Suponhamos que o empregador quite todo o valor do 13º Salário em agosto e haja pagamento de parcelas variáveis nos meses de setembro, outubro, novembro ou dezembro. Neste caso, o empregador terá que recalcular o referido valor, efetuando o pagamento da diferença até o dia 20 de dezembro. Vale ressaltar, que a diferença de 13º Salário apurada é fato gerador dos recolhimentos de contribuição previdenciária e FGTS, bem como do imposto de renda, quando for o caso. Outro detalhe que deve ser observado, é que o pagamento em parcela única não poderá ocorrer no mês de dezembro, pois não estaria sendo respeitada a legislação que determina que o adiantamento de 50% deva ser efetuado entre os meses de fevereiro e novembro. Devemos considerar também a hipótese de ocorrer a rescisão do contrato de trabalho posteriormente à data do pagamento da parcela única do 13º Salário, pois, se as parcelas rescisórias não forem suficientes para compensar o valor adiantado, a empresa terá que arcar com o prejuízo da diferença não restituída. Por fim, resta destacar que alguns fiscais do Ministério do Trabalho e Emprego não aceitam a possibilidade do pagamento do 13º Salário em parcela única, autuando o empregador por não atender o que determina expressamente a legislação. PAGAMENTO NAS FÉRIAS O pagamento da 1ª parcela do 13º Salário pode ser efetuado por ocasião das férias do empregado. Para isso, o empregado deve fazer a respectiva solicitação à empresa, durante o mês de

janeiro do ano correspondente. Nas férias gozadas no mês de janeiro, ainda que requerida pelo empregado, o empregador não está obrigado ao pagamento da 1ª parcela do 13º Salário. A obrigatoriedade do pagamento da 1ª parcela será em relação às férias concedidas a partir do mês de fevereiro, desde que requerida no prazo previsto. Relativamente às férias gozadas em fevereiro, alertamos que a antecipação da 1ª parcela do 13º Salário deve ser atendida mesmo que a remuneração das férias seja paga no mês de janeiro. EMPREGADO ADMITIDO NO CURSO DO ANO Quando o empregado tiver sido admitido no curso do ano ou não tiver permanecido à disposição do empregador durante todos os meses, o valor da 1ª ou 2ª parcela, corresponderá a 1/12 da remuneração, por mês efetivo de serviço ou fração igual ou superior a 15 dias, calculados separadamente sobre cada parcela. INCIDÊNCIA DO INSS A remuneração paga ou creditada a título de 13º Salário integra o salário de contribuição para fins de incidência da contribuição previdenciária. A incidência ocorrerá quando do pagamento ou crédito da última parcela ou por ocasião da rescisão de contrato de trabalho. BASE DE CÁLCULO A contribuição do empregado é calculada com base nas alíquotas de 8%; 9% ou 11%, aplicadas de forma não cumulativa de acordo com a faixa salarial em que esteja situado o valor bruto do 13º Salário, sem a compensação (sem o desconto) dos adiantamentos pagos, independentemente do salário do mês de dezembro ou daquele pago no mês da rescisão do contrato de trabalho, devendo ser observado o limite máximo previdenciário. Desta forma, a base de cálculo da contribuição previdenciária no mês de pagamento ou crédito da gratificação natalina será o valor bruto do 13º Salário, ou seja, na base de cálculo não será incluído o valor da remuneração do mês, pois sobre esta parcela a contribuição previdenciária será calculada separadamente. Assim, o cálculo do valor líquido da 2ª parcela do 13º Salário de uma empregada, com 1 dependente, cujo salário no mês de dezembro/2012 é de R$ 4.700,00, considerando que no mês de novembro/2012 o valor da 1ª parcela de seu 13º Salário foi de R$ 2.350,00, será feito conforme a seguir: a) 13º Salário integral (12/12): R$ 4.700,00 b) Desconto do INSS (11% de R$ 3.916,20 limite máximo previdenciário): R$ 430,78 c) IRRF Dedução da Contribuição Previdenciária = R$ 430,78 Dedução de 1 dependente = R$ 164,56 Base de Cálculo: R$ 4.700,00 R$ 430,78 R$ 164,56 = R$ 4.104,66

alíquota: 27,5 % parcela a deduzir do imposto: R$ 756,53 Cálculo do Imposto: R$ 4.104,66 x 27,5 = R$ 1.128,78 R$ 756,53 = R$ 372,25 100 d) 1ª parcela do 13º Salário: R$ 2.350,00 e) Valor Líquido a Receber: R$ 4.700,00 R$ 2.350,00 R$ 430,78 R$ 372,25 = R$ 1.546,97 PREENCHIMENTO DA GPS O recolhimento da contribuição deve ser efetuado através da GPS Guia da Previdência Social utilizada especificamente para esta finalidade. No preenchimento da GPS deve ser observado o seguinte: a) Campo 4 Competência: apor o nº 13 indicando o mês de competência referente ao 13º Salário e os 4 últimos dígitos do ano correspondente (Ex.:13/2012); b) Campo 6 Valor do INSS: lançar o resultado do somatório do valor da contribuição descontada do empregado e da devida pela empresa. c) Campo 9 Valor de Outras Entidades e Fundos: lançar o valor das contribuições das entidades e fundos (terceiros) a que estiver sujeita a empresa. Compensação na GPS Na GPS relativa ao pagamento das contribuições previdenciárias incidentes sobre o 13º Salário, poderão ser compensadas as importâncias que a empresa tenha recolhido indevidamente, sem que exista qualquer limite para compensação, sobre o valor total devido à Previdência Social nessa competência. Cessão ou Empreitada de Mão de Obra No caso de cessão ou empreitada de mão de obra, a compensação da retenção de 11% do valor bruto da nota fiscal, da fatura ou do recibo de prestação de serviços poderá ser efetuada com as contribuições devidas à Previdência Social incidentes sobre a remuneração do 13º Salário, desde que a retenção esteja: a) declarada em GFIP Guia de Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social na competência da emissão da nota fiscal, da fatura ou do recibo de prestação de serviços, pelo estabelecimento responsável pela cessão de mão de obra ou pela execução da empreitada total; e b) destacada na nota fiscal, na fatura ou no recibo de prestação de serviços ou que a contratante tenha efetuado o recolhimento desse valor. A compensação da retenção somente poderá ser efetuada com o valor das contribuições previdenciárias, não podendo absorver contribuições destinadas a outras entidades ou fundos, as quais deverão ser recolhidas integralmente pelo sujeito passivo. Reembolso na GPS A importância paga à empregada a título de 13º Salário proporcional ao período de licença-

maternidade gozada durante o ano será calculada sobre a gratificação natalina e reembolsada à empresa na GPS em que esta recolher as contribuições incidentes sobre o 13º Salário, exceto as contribuições destinadas a outras entidades ou fundos. Décimo Terceiro Salário Proporcional ao Período de Licença-Maternidade Para efeito da apuração da parcela do 13º Salário correspondente ao período da licençamaternidade, para fins de dedução na GPS, será considerado o período em que a empregada esteve em gozo de licença-gestante, contados dia a dia, dentro do exercício (ano). O montante a ser deduzido no campo 6 da GPS será apurado da seguinte forma: a) dividir o valor total do 13º Salário por 30; b) o resultado da operação anterior deverá ser dividido pelo número de meses considerados no cálculo do 13º Salário; c) multiplicar o resultado da operação descrita na letra b pelo número de dias de gozo da licença-maternidade no respectivo ano. Exemplo: Suponhamos uma empregada, admitida em 1-3-2010, cujo afastamento para gozo de licençamaternidade terá duração de 3-10-2012 a 30-1-2013, e que, no mês de dezembro/2012, o valor de seu 13º Salário será de R$ 1.200,00. O valor a ser reembolsado na GPS será de R$ 299,70, conforme abaixo: a) R$ 1.200,00 30 dias = R$ 40,00 b) R$ 40,00 12 meses = R$ 3,33 c) R$ 3,33 x 90 dias (de 3-10 a 31-12-2012)= R$ 299,70 Os 30 dias referentes ao salário-maternidade do período de 1-1 a 30-1-2013 serão reembolsados à empresa na GPS em que esta recolher as contribuições previdenciárias referentes à gratificação natalina do exercício de 2013. Reembolso do Valor Pago Por ocasião do recolhimento das contribuições previdenciárias incidentes sobre o 13º Salário, considerando, por exemplo, que a folha de pagamento chegue ao total de R$ 22.450,00 e que o valor a ser deduzido será o constante do subitem 10.2.2.1, a situação será a seguinte: a) contribuições devidas pela empresa, inclusive por acidente do trabalho (RAT), mais as descontadas dos empregados, subtraindo o valor do 13º Salário proporcional ao período de licença-maternidade: R$ 4.490,00 (R$ 22.450,00 x 20%) + R$ 449,00 (R$ 22.450,00 x 2%) + R$ 4.935,27 (desconto dos empregados) R$ 299,70 (reembolso do 13º Salário proporcional referente à licença-maternidade) = R$ 9.574,57 b) valor de outras entidades e fundos: R$ 1.302,10 (R$ 22.450,00 x 5,8%) Neste caso, os campos respectivos da GPS serão preenchidos da seguinte forma: Campo 6 VALOR DO INSS = R$ 9.574,57

Campo 9 VALOR DE OUTRAS ENTIDADES = R$ 1.302,10 Campo 11 TOTAL = R$ 8.272,47 PRAZO PARA RECOLHIMENTO DO INSS A contribuição incidente sobre o 13º Salário deve ser recolhida até o dia 20 de dezembro, antecipando-se o prazo para dia útil imediatamente anterior se não houver expediente bancário neste dia. A partir desta data, as contribuições serão acrescidas de juros e multa. Na hipótese de haver ajuste no valor do 13º Salário (3ª parcela diferença de parcelas variáveis), a contribuição deverá ser recolhida junto com as contribuições relativas à competência dezembro/2012, na GPS normal da própria empresa, até o dia 18 de janeiro/2013. EMPREGADO DOMÉSTICO Conforme já citamos anteriormente, considerando que os empregados domésticos têm direito à percepção do 13º Salário, este também será calculado com base na remuneração de dezembro. Em face da falta de dispositivo legal específico para os empregados domésticos, deve ser aplicado para o pagamento da 1ª e 2ª parcelas do 13º Salário o que rege a legislação dos empregados celetistas, devendo ser observado o que consta deste Comentário. A contribuição previdenciária incidente sobre o 13º Salário deve ser recolhida pelos empregadores domésticos até o dia 20 de dezembro ou dia útil anterior. A partir desta data, a contribuição será acrescida de juros e multa. O preenchimento da GPS será normal, com exceção do Campo 4 Competência, em que devem ser apostos o nº 13 relativo ao mês e os quatro últimos algarismos do ano (Ex.:13/2012). Caso a empregada doméstica tenha gozado licença-maternidade, a contribuição previdenciária sobre o 13º Salário será calculada da seguinte forma: a) contribuição do empregador 12% sobre o valor bruto do 13º Salário, ou seja, o valor relativo ao período efetivamente trabalhado na residência e o período proporcional aos meses em que a empregada esteve afastada em licença-maternidade, cujo salário-maternidade foi pago pelo INSS; b) contribuição da empregada alíquota correspondente (8, 9 ou 11%) aplicada sobre o somatório do valor do 13º Salário relativo ao período efetivamente trabalhado para o empregador doméstico e da parcela do 13º Salário proporcional aos meses de saláriomaternidade pago pelo INSS. Cabe ressaltar que o valor do 13º Salário correspondente ao período de duração da licençamaternidade é pago juntamente com a última parcela do salário-maternidade devido. Caso o empregador doméstico tenha optado por recolher a contribuição para o FGTS incidente sobre a remuneração paga ao empregado doméstico, ele também terá de recolher a contribuição sobre o valor do 13º Salário (1ª e 2ª parcelas).

COMPETÊNCIA NOVEMBRO De acordo com a Lei 11.324/2006, os empregadores domésticos que não fizeram a opção pelo recolhimento trimestral poderão recolher a contribuição previdenciária relativa à competência novembro até o dia 20 de dezembro, juntamente com a contribuição referente ao 13º Salário, utilizando-se de um único documento de arrecadação, identificado com a competência onze e o ano a que se referir. (Ex.: no Campo 4 da GPS deve constar 11/2012) INCIDÊNCIA DO FGTS Sobre o valor do 13º Salário, seja na 1ª, 2ª ou 3ª parcela, incide o depósito de 8% para o FGTS Fundo de Garantia do Tempo de Serviço. Em se tratando de contrato de trabalho do aprendiz, o depósito do FGTS corresponde a 2% da remuneração. PRAZO PARA RECOLHIMENTO A GRF Guia de Recolhimento do FGTS deve ser quitada até o dia 7 de cada mês, em relação à remuneração do mês anterior. Se não houver expediente bancário no dia 7, o prazo para recolhimento sem acréscimos legais é o dia útil imediatamente anterior. A remuneração referente a cada parcela de 13º Salário pago, devido ou creditado ao trabalhador deve ser informada no mês de competência, para efeito de recolhimento exclusivo ao FGTS, obedecendo ao mesmo prazo da remuneração mensal. No caso de salário variável (3ª parcela), o ajuste relativo ao 13º Salário deve ser considerado na competência do mês e ano da complementação, ou seja, dezembro. O FGTS relativo à 3ª parcela deve ser recolhido até o dia 7 de janeiro. No caso de não haver pagamento da 3ª parcela, mas sim devolução por parte do empregado, a empresa deve recalcular o depósito para o FGTS apurado, quando do pagamento da 2ª parcela, de forma a não recolher valor maior que o devido. GFIP/SEFIP Desde o ano de 2005, devem ser apresentadas Gfip/Sefip distintas para os fatos geradores referentes ao mês de dezembro, competência 12; e para os fatos geradores referentes ao 13º Salário, competência 13. A Gfip/Sefip da competência 13 destina-se exclusivamente a prestar informações à Previdência Social, relativas a fatos geradores das contribuições relacionadas ao 13º Salário, com exceção quando este for pago na rescisão de contrato de trabalho. Isto porque, o 13º Salário pago na rescisão, inclusive a ocorrida no mês de dezembro, será informado na Gfip/Sefip da competência da rescisão. A declaração referente à competência 13 deverá ser apresentada até o dia 31 de janeiro do ano seguinte ao da referida competência, observando-se, quanto à forma de preenchimento, as normas contidas no Manual da Gfip/Sefip. EXEMPLO Considerando um empregado mensalista que tenha recebido, no mês de outubro/2012, a remuneração fixa de R$ 1.650,00, teremos:

Determinação do valor da 1ª parcela, pago em novembro/2012: R$ 1.650,00 2 = R$ 825,00 Determinação do valor bruto da 2ª parcela, supondo-se que a sua remuneração tenha sido reajustada, no mês de dezembro, para R$ 1.800,00. Valor bruto da 2ª parcela: R$ 1.800,00 R$ 825,00 = R$ 975,00 FGTS da 1ª parcela = R$ 66,00 (8% de R$ 825,00), a recolher em dezembro/2012; FGTS da 2ª parcela = R$ 78,00 (8% de R$ 975,00), a recolher em janeiro/2013. INCIDÊNCIA DO IR/FONTE O 13º Salário é tributado separadamente dos demais rendimentos recebidos no mês, aplicando-se as alíquotas e as parcelas a deduzir da Tabela Progressiva do Imposto de Renda vigente no mês da respectiva quitação, sendo devido o recolhimento de qualquer valor, mesmo que inferior a R$ 10,00. O fato gerador ocorre na data do pagamento da 2ª parcela do 13º Salário, não sendo devido por ocasião do adiantamento (1ª parcela). DEDUÇÃO PERMITIDA O IR/Fonte incide sobre o valor integral do 13º Salário diminuído das seguintes parcelas, conforme o caso: a) encargos de família: R$ 164,56 por dependente (valor de janeiro a dezembro/2012); b) contribuições para a Previdência Social da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e que tenham incidido sobre o 13º Salário; c) alimentos ou pensões: valor efetivamente pago por força de acordo ou decisão judicial, inclusive a prestação de alimentos provisionais; d) previdência privada: contribuições para as entidades privadas domiciliadas no País e as contribuições para o Fapi, cujo ônus tenha sido do contribuinte, destinadas a custear benefícios complementares assemelhados aos da Previdência Social. PRAZO PARA RECOLHIMENTO O IR/Fonte deve ser recolhido até o último dia útil do segundo decêndio do mês subsequente ao mês de ocorrência dos fatos geradores. O recolhimento do IR/Fonte deve ser efetuado, de forma centralizada, pelo estabelecimento matriz da pessoa jurídica. COMPLEMENTAÇÃO DO 13º SALÁRIO No caso de pagamento de complementação do 13º Salário posteriormente ao mês fixado, o imposto deverá ser recalculado sobre o valor total dessa gratificação, utilizando a tabela vigente no mês de dezembro ou da rescisão do contrato. Do imposto apurado será deduzido o valor do imposto retido anteriormente. PENSÃO ALIMENTÍCIA A pensão alimentícia é prestada por uma pessoa, como encargo ou como obrigação para

alimentação de outra, tendo que ser cumprida de forma espontânea ou por imposição judicial, firmada em sentença proferida em ação competente. Apesar de a legislação trabalhista não prever o desconto de pensão alimentícia no salário, esta deve ser efetuada por ocasião do seu pagamento, pois se trata de cumprimento de decisão judicial. Sendo assim, o desconto da pensão alimentícia é devido sobre o valor do 13º Salário (1ª, 2ª e 3ª parcela, quando for o caso), pois tal verba está compreendida nas expressões vencimentos, salários ou proventos que consolidam a totalidade dos rendimentos recebidos pelo alimentante. O percentual de desconto será o previsto no termo judicial, determinado pelo juiz, em ofício endereçado à empresa. O desconto da pensão alimentícia não modifica a base de cálculo do salário para o desconto da contribuição previdenciária. Entretanto, quanto ao desconto do IR/Fonte, o valor da pensão alimentícia poderá ser abatido para apuração da base de cálculo. RECIBO DE PAGAMENTO A legislação trabalhista não determina modelo oficial de recibo para o pagamento do 13º Salário. Portanto, podem ser utilizados recibos próprios ou folhas de pagamento com espaço para quitação, adquiridos em papelarias especializadas, ou modelos criados pela própria empresa para esse fim. COMPROVANTE DE DEPÓSITO BANCÁRIO Tem força de recibo o comprovante de depósito em conta bancária, aberta para esse fim em nome de cada empregado, com o consentimento deste, em estabelecimento de crédito próximo ao local de trabalho. Assim, se o valor do 13º Salário for depositado em conta bancária, aberta em nome do empregado, a empresa estará dispensada de adotar o modelo impresso de recibo. Apesar de a empresa que deposita o 13º Salário em conta bancária estar dispensada de colher a assinatura do empregado em recibo impresso, a SIT Secretaria de Inspeção do Trabalho, através do Precedente Administrativo 86, estabeleceu que a empresa fica obrigada, apenas, a entregar ao trabalhador um contracheque ou demonstrativo de pagamento, em que se discriminem as parcelas salariais, bem como os valores descontados. Cabe ressaltar, ainda, que o contracheque é documento de comprovação de renda para o empregado. EXEMPLOS PRÁTICOS Apresentamos, a seguir, a título de exemplificação, as modalidades de cálculo das 1ª, 2ª e 3ª parcelas, quando for o caso, do 13º Salário, referente ao ano de 2012, considerando os pagamentos realizados nos meses de novembro e dezembro, respectivamente, observando, ainda, as diversas formas de pagamento das remunerações devidas.

Conforme examinamos anteriormente, devem ser observadas as incidências de FGTS, INSS e IR/Fonte. HORISTA, DIARISTA OU SEMANALISTA A determinação das 1ª e 2ª parcelas do 13º Salário, dos empregados que tenham a remuneração por hora, dia ou semana, é realizada através dos mesmos procedimentos relativos aos mensalistas ou quinzenalistas, uma vez que a base de cálculo é o valor da remuneração mensal que lhes é devida. a) DIARISTA ADMITIDO ANTES DO ANO DE 2012 1ª PARCELA Suponhamos um empregado que tenha recebido, no mês de outubro/2012, o salário diário de R$ 47,00, a determinação do valor da 1ª parcela do seu 13º Salário será realizada da forma a seguir: R$ 47,00 x 31 dias = R$ 1.457,00 Valor da 1ª parcela: R$ 1.457,00 2 = R$ 728,50 FGTS da 1ª parcela R$ 58,28 (8% de R$ 728,50) 2ª PARCELA Considerando que a sua remuneração diária no mês de dezembro passe a ser de R$ 52,00, o valor bruto da 2ª parcela do 13º Salário a ele devido será determinado do modo a seguir: R$ 52,00 x 31 dias = R$ 1.612,00 Valor bruto da 2ª parcela: R$ 1.612,00 R$ 728,50 (1ª parcela) = R$ 883,50 Desconto de INSS (9% de R$ 1.612,00) ( ) R$ 145,08 Valor líquido a receber = R$ 738,42 FGTS da 2ª parcela R$ 70,68 (8% de R$ 883,50) b) HORISTA ADMITIDO ANTES DO ANO DE 2012 (JORNADA FIXA) 1ª PARCELA Suponhamos um empregado que tenha recebido, no mês de outubro/2012, o salário-hora de R$ 5,00, a determinação do valor da 1ª parcela do seu 13º Salário será realizada da forma a seguir: R$ 5,00 x 220 horas = R$ 1.100,00 Valor da 1ª parcela: R$ 1.100,00 2 = R$ 550,00 FGTS da 1ª parcela R$ 44,00 (8% de R$ 550,00) 2ª PARCELA Considerando que o seu salário-hora no mês de dezembro passe a ser de R$ 6,50, o valor bruto da 2ª parcela do 13º Salário a ele devido será determinado do modo a seguir:

R$ 6,50 x 220 horas = R$ 1.430,00 Valor bruto da 2ª parcela: R$ 1.430,00 R$ 550,00 (1ª parcela) = R$ 880,00 Desconto de INSS (9% de R$ 1.430,00) ( ) R$ 128,70 Valor líquido a receber = R$ 751,30 FGTS da 2ª parcela R$ 70,40 (8% de R$ 880,00) c) HORISTA ADMITIDO DURANTE O ANO DE 2012 (JORNADA VARIÁVEL) A determinação das 1ª e 2ª parcelas do 13º Salário, dos empregados que tenham a remuneração por hora deve ser apurada pela média do período, considerando os meses efetivamente trabalhados. Assim, um empregado que tenha sido admitido em 10-7-2012 e que seu salário-hora seja de R$ 7,00, a determinação do valor da 1ª parcela do seu 13º Salário, pago em 30-11-2012, será realizada da forma a seguir: 1ª PARCELA Mês Média das horas de julho a outubro = 472 horas = 118 horas 4 meses Remuneração média: R$ 7,00 x 118 horas = R$ 826,00 Repouso Semanal Remunerado: 1/6 de R$ 826,00= R$ 137,67 Horas Trabalhadas Julho 80 Agosto 122 Setembro 130 Outubro 140 Total 472 Valor da 1ª parcela, considerando o período trabalhado de 5 meses (julho até novembro): 5/12 de R$ 963,67 (R$ 826,00+ R$ 137,67) R$ 963,67 12 x 5 = R$ 401,53 R$ 401,53 2 = R$ 200,77 FGTS da 1ª parcela R$ 16,06 (8% de R$ 200,77) 2ª PARCELA Considerando que o mesmo empregado tenha realizado, no mês de novembro, a quantidade de 153 horas, a 2ª parcela do seu 13º Salário, paga em 20-12-2012, será determinada da seguinte forma:

Média das horas de julho a novembro = 472 + 153 horas = 125 horas 5 meses Remuneração média: R$ 7,00 x 125 horas = R$ 875,00 Repouso Semanal Remunerado: 1/6 de R$ 875,00 = R$ 145,83 Valor da 2ª parcela, considerando o período trabalhado de 6 meses (julho até dezembro): 6/12 de R$ 1.020,83 (R$ 875,00 + R$ 145,83) Valor bruto do 13º Salário: R$ 1.020,83 12 x 6 = R$ 510,42 Valor bruto da 2ª parcela: R$ 510,42 R$ 200,77 (1ª parcela) = R$ 309,65 Desconto de INSS (8% de R$ 510,42) ( ) R$ 40,83 Valor líquido a receber = R$ 268,82 FGTS da 2ª parcela R$ 24,77 (8% de R$ 309,65) 3ª PARCELA Ao final do mês de dezembro, deve ser apurado o valor efetivo do 13º Salário integral devido, através do cômputo das horas trabalhadas naquele mês. Dessa apuração pode resultar diferença a favor do empregado ou da empresa, como exemplificamos a seguir: DIFERENÇA A FAVOR DO EMPREGADO Supondo-se que o empregado mencionado faça jus, no mês de dezembro, a 161 horas, o valor do seu 13º Salário integral corresponderá a: Média das horas de julho a dezembro = 625 + 161 horas = 131 horas 6 meses Remuneração média: R$ 7,00 x 131 horas = R$ 917,00 Repouso Semanal Remunerado: 1/6 de R$ 917,00 = R$ 152,83 Valor da 2ª parcela, considerando o período trabalhado de 6 meses (julho até dezembro): 6/12 de R$ 1.069,83 (R$ 917,00 + R$ 152,83) Valor bruto do 13º Salário: R$ 1.069,83 12 x 6 = R$ 534,92 Diferença a favor do empregado: R$ 534,92 R$ 200,77 (1ª parcela) R$ 309,65 (2ª parcela) = R$ 24,50 Desconto de INSS (8% de R$ 534,92) = R$ 42,79 INSS sobre a 3ª parcela: R$ 42,79 R$ 40,83 ( ) R$ 1,96

Valor líquido a receber = R$ 22,54 FGTS da 3ª parcela R$ 1,96 (8% de R$ 24,50) O valor de R$ 22,54 corresponde à diferença do 13º Salário que deve ser paga até o dia 10 de janeiro do ano seguinte. DIFERENÇA A FAVOR DA EMPRESA Supondo-se que o mesmo empregado tivesse trabalhado 101 horas no mês de dezembro, caberia a empresa se ressarcir do valor pago a maior. Nesse caso, a empresa deve refazer os cálculos do modo demonstrado a seguir: Média das horas de julho a dezembro = 625 + 101 horas = 121 horas 6 meses Remuneração média: R$ 7,00 x 121 horas = R$ 847,00 Repouso Semanal Remunerado: 1/6 de R$ 847,00 = R$ 141,17 Valor da 2ª parcela, considerando o período trabalhado de 6 meses (julho até dezembro): 6/12 de R$ 988,17 (R$ 847,00 + R$ 141,17) Valor bruto do 13º Salário: R$ 988,17 12 x 6 = R$ 494,09 Diferença a favor da empresa: R$ 494,09 R$ 200,77 (1ª parcela) R$ 309,65 (2ª parcela) = ( ) R$ 16,33 Desconto de INSS (8% de R$ 494,09) = R$ 39,53 INSS a ser restituído ao empregado: R$ 40,83 R$ 39,53 ( ) R$ 1,30 Valor líquido a ser devolvido pelo empregado: = R$ 15,03 Nesse caso, como já foi recolhido o FGTS relativo à 1ª parcela (8% de R$ 200,77), a empresa recolherá o FGTS sobre o valor da 2ª parcela, que corresponderá a 8% de R$ 293,32 (R$ 309,65 R$ 16,33). MENSALISTA OU QUINZENALISTA a) ADMITIDO ANTES DO ANO DE 2012 1ª PARCELA Considerando um empregado que tenha recebido, no mês de outubro/2012, a remuneração fixa de R$ 1.500,00, teremos: Determinação do valor da 1ª parcela, pago em novembro: R$ 1.500,00 2 = R$ 750,00 FGTS da 1ª parcela R$ 60,00 (8% de R$ 750,00)

2ª PARCELA Determinação do valor bruto da 2ª parcela, supondo-se que a sua remuneração tenha sido reajustada, no mês de dezembro, para R$ 1.600,00. Valor bruto da 2ª parcela: R$ 1.600,00 R$ 750,00 (1ª parcela) = R$ 850,00 Desconto de INSS (9% de R$ 1.600,00) ( ) R$ 144,00 Valor líquido a receber = R$ 706,00 FGTS da 2ª parcela R$ 68,00 (8% de R$ 850,00) b) ADMITIDO DURANTE O ANO DE 2012 A 1ª parcela do 13º Salário devido ao empregado admitido no curso do ano corresponde à metade de 1/12 da sua remuneração por mês integral do serviço ou fração igual ou superior a 15 dias. 1ª PARCELA Considerando um empregado admitido em 10-7-2012, com salário fixo mensal de R$ 900,00 em outubro, o valor da 1ª parcela do seu 13º Salário, paga em novembro, é determinado como examinado a seguir: Período de Trabalho de 5 meses (julho a novembro): 1/12 da remuneração de outubro: R$ 900,00 = R$ 75,00 12 13º Salário proporcional (até novembro): R$ 75,00 x 5 meses = R$ 375,00 Valor da 1ª parcela: R$ 375,00 2 = R$ 187,50 FGTS da 1ª parcela R$ 15,00 (8% de R$ 187,50) 2ª PARCELA Considerando que a sua remuneração tenha sido reajustada no mês de dezembro para R$ 1.100,00, o valor bruto da 2ª parcela do 13º Salário a ele devido será determinado do modo a seguir: 1/12 da remuneração de dezembro: R$ 1.100,00 = R$ 91,67 12 Valor do 13º Salário: R$ 91,67 x 6 meses (julho a dezembro) = R$ 550,02 Valor bruto da 2ª parcela: R$ 550,02 R$ 187,50 (1ª parcela) = R$ 362,52 Desconto de INSS (8% de R$ 550,02) ( ) R$ 44,00

Valor líquido a receber = R$ 318,52 FGTS da 2ª parcela R$ 29,00 (8% de R$ 362,52) MENSALISTA COM HORAS EXTRAS a) ADMITIDO ANTES DO ANO DE 2012 Suponhamos um empregado que tenha, em novembro/2012, o salário fixo de R$ 1.300,00 e que tenha feito, de janeiro a outubro/2012, a quantidade de horas extras a seguir discriminadas: 1ª PARCELA Mês Quantidade de Horas Extras Janeiro 12 Fevereiro 2 Março 8 Abril 7 Maio 11 Junho 6 Julho 9 Agosto 12 Setembro 9 Outubro 14 Total 90 O valor da 1ª parcela do 13º Salário do empregado, a ser pago em novembro/2012, será determinado conforme a seguir, considerando que seu salário-hora mais o adicional de 50% vigente em outubro/2012 equivale a: R$ 8,86 (R$ 1.300,00 220 horas x 1,50) Média das horas de janeiro a outubro: 90 horas extras = 9 horas extras 10 meses Valor da média: R$ 8,86 x 9 horas extras = R$ 79,74 Repouso Semanal Remunerado s/o valor da média: 1/6 de R$ 79,74 = R$ 13,29 Valor da 1ª parcela do 13º Salário: R$ 1.300,00 + R$ 79,74 + R$ 13,29 = R$ 696,52 2 FGTS da 1ª parcela R$ 55,72 (8% de R$ 696,52)

2ª PARCELA Prosseguindo no cálculo, considerando que o empregado tenha feito, no mês de novembro/2012, mais 20 horas extras, a 2ª parcela do seu 13º Salário será apurada conforme a seguir, sendo que o seu salário-hora acrescido do adicional de 50% continua, em dezembro/2012, a ser de R$ 8,86. Média das horas de janeiro a novembro: 90 + 20 horas extras = 10 horas extras 11 meses Valor da hora extra: R$ 8,86 Valor da média: R$ 8,86 x 10 horas extras = R$ 88,60 Repouso Semanal Remunerado s/o valor da média: 1/6 de R$ 88,60 = R$ 14,77 Valor bruto do 13º Salário: R$ 1.300,00 + R$ 88,60 + R$ 14,77 = R$ 1.403,37 Valor bruto da 2ª parcela: R$ 1.403,37 R$ 696,52 (1ª parcela) = R$ 706,85 Desconto de INSS (9% de R$ 1.403,37) ( ) R$ 126,30 Valor líquido a receber = R$ 580,55 FGTS da 2ª parcela R$ 56,55 (8% de R$ 706,85) 3ª PARCELA No término do mês de dezembro, deve ser apurado o valor efetivo do 13º Salário. Desta forma, da apuração pode resultar diferença a favor do empregado ou da empresa, conforme segue: DIFERENÇA A FAVOR DO EMPREGADO Considerando que o empregado tenha feito no mês de dezembro 22 horas extras, o valor integral de seu 13º Salário corresponde a: Média das horas de janeiro a dezembro: 110 + 22 horas extras = 11 horas extras 12 meses Valor da hora extra: R$ 8,86 Valor da média: R$ 8,86 x 11 horas extras = R$ 97,46 Repouso Semanal Remunerado s/o valor da média: 1/6 de R$ 97,46 = R$ 16,24 Valor efetivo do 13º Salário: R$ 1.300,00 + R$ 97,46 + R$ 16,24 = R$ 1.413,70 Diferença a favor do empregado: R$ 1.413,70 (13º Salário integral) R$ 1.403,37

(1ª e 2ª parcelas) = R$ 10,33 Desconto de INSS (9% de R$ 1.413,70 = R$ 127,23) INSS sobre a 3ª parcela: R$ 127,23 R$ 126,30 = ( ) R$ 0,93 Valor líquido a receber = R$ 9,40 FGTS da 3ª parcela R$ 0,83 (8% de R$ 10,33) A diferença a ser paga até o dia 10 de janeiro do ano seguinte será de R$ 9,40. DIFERENÇA A FAVOR DA EMPRESA Supondo-se que o empregado não tivesse feito horas extras no mês de dezembro; neste caso, caberia à empresa ser ressarcida do valor pago a maior, conforme se segue: Média das horas de janeiro a dezembro: 110 horas extras = 9,17 horas extras 12 meses Valor da hora extra: R$ 8,86 Cálculo do Valor da média: R$ 8,86 x 9 horas extras = R$ 79,74 (R$ 0,15 (R$ 8,86 60 min) x 17 min) R$ 2,55 Total da Média: R$ 82,29 (R$ 79,74 + R$ 2,55) Repouso Semanal Remunerado s/o valor da média: 1/6 de R$ 82,29 = R$ 13,72 Valor efetivo do 13º Salário: R$ 1.300,00 + R$ 82,29 + R$ 13,72 = R$ 1.396,01 Valor do 13º Salário devido em dezembro: R$ 1.396,01 Diferença a favor da empresa: R$ 1.403,37 (1ª e 2ª parcelas) R$ 1.396,01 (13º Salário devido) = R$ 7,36 Desconto de INSS (9% de R$ 1.396,01) = R$ 125,64 INSS a ser restituído ao empregado: R$ 126,30 R$ 125,64 ( ) R$ 0,66 Valor líquido a ser devolvido pelo empregado: = R$ 6,70 Nesse caso, como já foi recolhido o FGTS relativo à 1ª parcela (8% de R$ 696,52), a empresa recolherá o FGTS sobre o valor da 2ª parcela, que corresponderá a 8% de R$ 699,49 (R$ 1.396,01 R$ 696,52). b) ADMITIDO DURANTE O ANO DE 2012 Para apurar o valor do 13º Salário dos empregados admitidos no curso do ano e que fizeram horas extras, no período compreendido entre o mês de admissão e o mês de dezembro, devem ser adotados os mesmos procedimentos ora abordados. Contudo, para fins de apuração da média das horas extraordinárias, deve-se considerar a quantidade de meses efetivamente trabalhados e/ou fração igual ou superior a 15 dias.

COMISSIONISTAS A base de cálculo da 1ª ou 2ª parcela do 13º Salário do empregado comissionista é constituída pela média das comissões percebidas, durante o ano, até o mês anterior ao pagamento. Para fins de apuração da média, a legislação não estabelece o procedimento que deve ser adotado pela empresa, no caso das comissões do mês em que o empregado esteve de férias. Assim sendo, a empresa poderá considerar o valor pago a título de férias, excluído o 1/3 constitucional, ou fazer a divisão final, sem considerar o mês das férias, observando o que for mais vantajoso para o empregado. O TST Tribunal Superior do Trabalho firmou entendimento, através da Súmula 340, que o empregado, sujeito a controle de horário, remunerado a base de comissões, tem direito ao adicional de, no mínimo, 50%, pelo trabalho em horas extras, calculado sobre o valor-hora das comissões recebidas no mês, considerando-se como divisor o número de horas efetivamente trabalhadas. a) ADMITIDO ANTES DO ANO DE 2012 Assim, um comissionista que tenha jornada de 220 horas, faça 20 horas extras mensais e tenha recebido, de janeiro a outubro/2012, os valores hipotéticos (Comissões + Repouso Semanal Remunerado + Adicional de Hora Extra s/comissões + RSR s/comissões) a seguir discriminados, terá o valor da 1ª parcela paga em novembro, calculado da seguinte forma: (II) (III) (IV) (V) (I) RSR s/comissões (I) Valor-Hora das Adicional de H.E. RSR s/h.e. Mês Comissões nº dias úteis x Comissões (I) 40 H s/comissões (III) x s/comissões (IV) domingos e feriados (220 H + 20 HE) 1,50 x 20 HE Janeiro R$ 950,00 R$ 182,69 R$ 3,96 R$ 118,75 R$ 19,79 Fevereiro R$ 830,00 R$ 216,52 R$ 3,46 R$ 103,75 R$ 17,29 Março R$ 920,00 R$ 136,30 R$ 3,83 R$ 115,00 R$ 19,17 Abril R$ 870,00 R$ 264,78 R$ 3,63 R$ 108,75 R$ 18,13 Maio R$ 850,00 R$ 163,46 R$ 3,54 R$ 106,25 R$ 17,71 Junho R$ 900,00 R$ 180,00 R$ 3,75 R$ 112,50 R$ 18,75 Julho R$ 810,00 R$ 155,77 R$ 3,38 R$ 101,25 R$ 16,88 Agosto R$ 980,00 R$ 145,19 R$ 4,08 R$ 122,50 R$ 20,42 Setembro R$ 950,00 R$ 237,50 R$ 3,96 R$ 118,75 R$ 19,79 Outubro R$ 930,00 R$ 178,85 R$ 3,88 R$ 116,25 R$ 19,38 6 Total R$ 8.990,00 R$ 1.861,06 R$ 37,46 R$ 1.123,75 R$ 187,29 Ressaltamos que há categorias profissionais que estabelecem nos Acordos ou Convenções Coletivas de Trabalho que, para se efetuar a média, as comissões devem ser atualizadas mês a mês e que o período de apuração seja inferior ao ano.

Assim, antes de efetuar os cálculos do 13º Salário dos empregados comissionistas, é necessário que o empregador se certifique se no Acordo ou Convenção Coletiva de Trabalho há cláusula neste sentido. 1ª PARCELA Base de cálculo (média das comissões de janeiro a outubro): R$ 8.990,00 + R$ 1.861,06 + R$ 1.123,75 + R$ 187,29 = R$ 12.162,10 = R$ 1.216,21 10 meses Valor da 1ª parcela: R$ 1.216,21 2 = R$ 608,11 FGTS da 1ª parcela R$ 48,65 (8% de R$ 608,11) Considerando que o mesmo empregado tenha percebido, no mês de novembro, o valor de R$ 1.375,00 (R$ 1.100,00 + R$ 275,00) a título de comissões e RSR s/comissões, e R$ 160,42 (R$ 137,50 + R$ 22,92) a título de adicional de H.E. s/comissões e RSR s/h.e. s/comissões, a 2ª parcela do seu 13º Salário será determinada da forma a seguir: Base de cálculo (média das comissões + AHE + RSR de janeiro a novembro): R$ 12.162,10 + R$ 1.375,00 + R$ 160,42 = R$ 13.697,52 = R$ 1.245,23 11 meses 2ª PARCELA Valor da 2ª parcela: R$ 1.245,23 R$ 608,11 (1ª parcela) = R$ 637,12 Desconto de INSS (9% de R$ 1.245,23) ( ) R$ 112,07 Valor líquido a receber = R$ 525,05 FGTS da 2ª parcela R$ 50,97 (8% de R$ 637,12) 3ª PARCELA Ao final do mês de dezembro, deve ser apurado o valor efetivo do 13º Salário integral devido, através do cômputo das comissões recebidas naquele mês. Dessa apuração, pode resultar diferença a favor do empregado ou da empresa, como exemplificamos a seguir: DIFERENÇA A FAVOR DO EMPREGADO Supondo-se que o empregado mencionado faça jus, no mês de dezembro, a comissões de R$ 1.300,00 e repouso remunerado sobre as comissões no valor de R$ 312,00, totalizando uma remuneração de R$ 1.612,00, não tendo feito horas extras, o valor do seu 13º Salário integral corresponderá a: Base de cálculo (média das comissões de janeiro a dezembro): R$ 13.697,52 + R$ 1.612,00 = R$ 15.309,52 = R$ 1.275,79 12 meses

Valor da 3ª parcela: R$ 1.275,79 (13º Salário integral) R$ 1.245,23 (1ª e 2ª parcelas) = R$ 30,56 Desconto de INSS (9% de R$ 1.275,79) = R$ 114,82 INSS sobre a 3ª parcela: R$ 114,82 R$ 112,07 ( ) R$ 2,75 Valor líquido a receber = R$ 27,81 FGTS da 3ª parcela R$ 2,44 (8% de R$ 30,56) O valor de R$ 27,81 será a diferença do 13º Salário que deve ser paga até o dia 10 de janeiro do ano seguinte. DIFERENÇA A FAVOR DA EMPRESA Supondo-se que o empregado da letra a tivesse recebido, no mês de dezembro, somente comissões de R$ 920,00 e repouso remunerado sobre comissões de R$ 220,80, totalizando o valor de R$ 1.140,80, caberia à empresa se ressarcir do valor pago a maior. Nesse caso, a empresa deveria refazer os cálculos do modo demonstrado a seguir: Base de cálculo (média dos valores de janeiro a dezembro): R$ 13.697,52 + R$ 1.140,80 = R$ 14.838,32 = R$ 1.236,53 12 meses Valor do 13º Salário apurado em dezembro = R$ 1.236,53 Diferença a favor da empresa R$ 1.245,23 (1ª e 2ª parcelas) R$ 1.236,53 (13º Salário integral) = R$ 8,70 Desconto de INSS (9% de R$ 1.236,53) = R$ 111,29 INSS a ser restituído ao empregado: R$ 112,07 R$ 111,29 ( ) R$ 0,78 Valor líquido a ser devolvido pelo empregado: = R$ 7,92 Nesse caso, como já foi recolhido o FGTS relativo à 1ª parcela (8% de R$ 608,11), a empresa recolherá o FGTS sobre o valor da 2ª parcela, que corresponderá a 8% de R$ 628,42 (R$ 1.236,53 R$ 608,11). b) ADMITIDO DURANTE O ANO DE 2012 A 1ª parcela do 13º Salário devida ao empregado comissionista admitido no curso do ano corresponde à metade de 1/12 da média das comissões percebidas, durante o ano, até o mês anterior ao pagamento. Assim, um empregado admitido em 1-6-2012, que tenha recebido, de junho a outubro/2012, os valores a seguir discriminados, terá o valor da 1ª parcela paga em novembro calculado da seguinte forma: Mês Comissões Repouso Remunerado Junho R$ 870,00 R$ 174,00

Julho R$ 610,00 R$ 117,31 Agosto R$ 960,00 R$ 142,22 Setembro R$ 830,00 R$ 207,50 Outubro R$ 990,00 R$ 190,38 1ª PARCELA Total R$ 4.260,00 R$ 831,41 Base de cálculo (média das comissões de junho a outubro): R$ 5.091,41 (R$ 4.260,00 + R$ 831,41) 5 = R$ 1.018,28 Valor bruto da 1ª parcela, considerando o período trabalhado de 6 meses (junho até novembro): 6/12 de R$ 1.018,28 R$ 1.018,28 12 x 6 = R$ 509,14 Valor da 1ª parcela do 13º Salário: R$ 509,14 2 = R$ 254,57 FGTS da 1ª parcela R$ 20,37 (8% de R$ 254,57) 2ª PARCELA Considerando que o mesmo empregado tenha percebido, no mês de novembro, o valor de R$ 1.200,00 a título de comissão e R$ 300,00 de repouso remunerado, a 2ª parcela do seu 13º Salário será determinada da seguinte forma: Base de cálculo (média das comissões de junho a novembro): R$ 5.091,41 + R$ 1.500,00 (R$ 1.200,00 + R$ 300,00) 6 = R$ 1.098,57 Valor bruto da 2ª parcela, considerando o período trabalhado de 7 meses (junho até dezembro): 7/12 de R$ 1.098,57 R$ 1.098,57 12 x 7 = R$ 640,83 Valor da 2ª parcela: R$ 640,83 R$ 254,57 (1ª parcela) = R$ 386,26 Desconto de INSS (8% de R$ 640,83) ( ) R$ 51,27 Valor líquido a receber = R$ 334,99 FGTS da 2ª parcela R$ 30,90 (8% de R$ 386,26) 3ª PARCELA Supondo-se que o empregado faça jus, no mês de dezembro, à comissão de R$ 1.350,00 e ao repouso remunerado de R$ 324,00, o valor total do seu 13º Salário corresponderá a: Base de cálculo (média das comissões de junho a dezembro): R$ 6.591,41 + R$ 1.674,00 (R$ 1.350,00 + R$ 324,00) 7 = R$ 1.180,77 Valor do 13º proporcional: 7/12 de R$ 1.180,77

R$ 1.180,77 12 x 7 = R$ 688,78 Valor da 3ª parcela: R$ 688,78 (13º Salário integral) R$ 640,83 (1ª e 2ª parcelas) = R$ 47,95 INSS (8% de R$ 688,78) = R$ 55,10 INSS sobre a 3ª parcela: R$ 55,10 R$ 51,27 ( ) R$ 3,83 Valor líquido a receber = R$ 44,12 FGTS da 3ª parcela R$ 3,84 (8% de R$ 47,95) O valor de R$ 44,12 corresponde à diferença do 13º Salário que deve ser pago até o dia 10 de janeiro do ano seguinte. SALÁRIO MISTO No caso de empregado que, além das comissões, perceba salário fixo, o seu 13º Salário será determinado pela soma da média das comissões, com a parte fixa calculada de acordo com o item 16.2 anterior. TAREFEIROS Embora o texto legal não faça distinção entre os comissionistas e os tarefeiros no que se refere à determinação da remuneração média para fins do 13º Salário, alguns doutrinadores entendem que, em vez de se proceder à média aritmética simples das remunerações percebidas pelos tarefeiros durante o ano, o mais justo seria a adoção do critério estabelecido pela CLT para apuração da remuneração de férias para os trabalhadores assim remunerados. Por esse critério, o empregador apuraria, inicialmente, a produção média do empregado de janeiro a dezembro ou no período trabalhado, conforme o caso, multiplicando, em seguida, o quantitativo médio de produção pelo valor remuneratório da tarefa vigente na época do pagamento da gratificação natalina. Entendemos ser esse critério mais justo, pois corrige eventual defasagem que possa existir em virtude de diferentes valores atribuídos às tarefas no decorrer do ano. a) ADMITIDOS ANTES DO ANO DE 2012 Nessa linha de entendimento, imaginemos um empregado que em outubro/2012 percebesse, por exemplo, o valor de R$ 19,00, já incluído o repouso remunerado por unidade produzida, e que, durante o ano de 2012, tenha apresentado a seguinte produção: 1ª PARCELA Produção de Janeiro a Outubro/2012 Quantidade Produzida Janeiro 75 Fevereiro 59 Março 81 Abril 62