Prevalência de doenças pulpares e periapicais na Clínica de especialização em Endodontia da FOP/UPE

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Transcrição:

Recebido em 03/03/2010 Pithon, Aprovado et em al. 10/07/2010 V11N1 Prevalência de doenças pulpares e periapicais na Clínica de especialização em Endodontia da FOP/UPE Prevalence of pulp and periapical diseases in the Clinic of Specialization in Endodontics at FOP / UPE Ludmila Araújo de Albuquerque I Cynthia Emmy Archer I Rafaella Maria Silva de Souza I Rosana Maria Coelho Travassos IV Simone Guimarães Farias Gomes II Roberto Alves dos Santos III RESUMO Este estudo teve como objetivo estudar o diagnóstico endodôntico realizado na Clínica de Especialização em Endodontia da Faculdade de Odontologia de Pernambuco- FOP/UPE, verificando a etiologia das alterações pulpares e periapicais, os testes semiotécnicos empregados para o diagnóstico, a prevalência de patologias pulpares e periapicais correlacionando-as ao gênero e observando o dente tratado, através da análise de 300 de pacientes atendidos nesta clínica. O estudo foi analisado por estatística descritiva, e aplicado o teste do qui-quadrado de Pearson com significância estatística de p <0,05, obtendo-se os seguintes resultados: em 81,3% diagnosticaram-se patologias pulpares, sendo necrose pulpar (69,3%) a mais freqüente. Em 18,7% diagnosticaram-se patologias periapicais, sendo periodontite apical (30,4%) a mais freqüente. Dos fatores etiológicos mais freqüentes, a cárie foi o mais citado (70%), seguido de fratura coronária (8.9% ) e trauma oclusal (1.1%). Dos testes semiotécnicos os mais utilizados foram o térmico (63,3%), o de percussão horizontal e vertical (30,1%) e o de cavidade (6,6%). Das patologias periapicais diagnosticadas a mais prevalente, no sexo masculino, foi o abscesso dentoalveolar crônico e,no sexo feminino, a periodontite apical. Das pulpares, em ambos sexos, a necrose pulpar foi a mais prevalente. Quanto aos dentes os primeiros molares foram os mais acometidos. Palavras-chave: Endodontia; Diagnóstico; Doenças da polpa Doenças do periápice ABSTRACT This study aimed to evaluate the endodontic diagnosis conducted at Clinic of Specialization in Endodontics, Faculty of Dentistry of Pernambuco-FOP / UPE, verifying the aetiology of pulpal and periapical changes, semiotics tests used for diagnosis, the prevalence of pulpal and periapical diseases were correlated with gender and observing the treated tooth, through analysis of 300 patients seen in clinic. The study was analyzed by descriptive statistics, and applied the chi-square test with statistical significance of p <0.05, obtaining the following results: 81.3% were diagnosed pulp pathologies, and pulp necrosis ( 69.3%) was the most frequent. 18.7% were diagnosed periapical pathologies, and apical periodontitis (30.4%) was the more frequent. Among the most frequent etiological factors, caries was the most cited (70%), followed by crown fracture (8.9%) and occlusal trauma (1.1%). Among semiotics tests the most used were heat (63.3%), the horizontal and vertical percussion (30.1%) and cavity (6.6%). Among periapical pathologies diagnosed more prevalent in males was the chronic dentoalveolar abscess, and in females, the apical periodontitis. Of pulp, in both sexes, pulp necrosis was the most prevalent. As to the first molar teeth were the most affected. Descriptors: Endodontics; Diagnosis; Diseases pulp periapical diseases 77 1 Acadêmico da Faculdade de Odontologia da Universidade de Pernambuco 2 Professora adjunta Doutora da Disciplina de Endodontia FOP/UPE 3 Professor Adjunto Doutor da Disciplina de Endodontia FOP/UPE ISSN 1679-5458 (versão impressa) ISSN 1808-5210 (versão online) Rev. Cir. Traumatol. Buco-Maxilo-Fac., Camaragibe v.11, n.1, p. 9-12, jan./mar. 2011

78 Introdução A Endodontia é a especialidade da Odontologia que trata das alterações da polpa dental e dos tecidos perirradiculares e destina-se a avaliar sua morfologia, fisiologia e patologia. O estudo e a prática dessa área englobam as ciências básicas e clínicas, incluindo a biologia da polpa normal, a etiologia, o diagnóstico, a prevenção e o tratamento das doenças e injúrias que atingem a polpa, associadas ou não, às alterações perirradiculares1. O diagnóstico representa a base para a estruturação do tratamento odontológico, especialmente quando a queixa principal do paciente relaciona-se à dor de origem odontogênica. O grande desafio ao se reconhecer o fator etiológico responsável pelo processo de dor nas estruturas bucais, distingue a etapa de diagnóstico como fundamental e superlativa no contexto do tratamento odontológico2. Os irritantes microbianos, físicos e químicos estimulam uma resposta quimiotática que impede ou retarda a destruição do tecido pulpar. A inflamação, portanto, é uma ocorrência normal e benéfica. Todavia, também desempenha um papel destrutivo na polpa. A desintegração completa será o resultado final se os agentes nocivos forem suficientemente intensos e duradouros3. O tecido pulpar de um elemento dentário íntegro é protegido das substâncias exógenas da cavidade bucal. Entretanto, cáries, traumas dentários e procedimentos restauradores comumente violam a integridade dos tecidos que protegem a polpa, podendo permitir que infecções no complexo dentino-pulpar venham a ocorrer, conduzindo, possivelmente, a uma doença pulpar e periapical4,5. Um plano de tratamento endodôntico bem sucedido depende de um diagnóstico correto. Nas alterações da polpa dentária humana, os informes necessários para o estabelecimento das suas condições patológicas ficam restritos à anamnese, exame clínico, testes de sensibilidade pulpar e avaliação radiográfica. Isto ocorre pelo fato da polpa se encontrar envolvida por paredes de dentina, fato que impede sua visualização direta pelo profissional durante o atendimento clínico6. A busca em determinar a prevalência das lesões inflamatórias periapicais tem levado pesquisadores a estudar este assunto nas últimas décadas. Entretanto, até hoje, há uma grande discordância entre os autores em relação aos resultados encontrados7. A prevalência das patologias periapicais, ao longo de décadas, vem sendo assunto de discordância entre investigadores. Autores8,9 firmaram que a variação dos achados pode ser atribuída aos diferentes métodos de coleta das amostras e aos critérios de diagnóstico histológico utilizados por cada investigador. Apesar de tantos estudos já terem sido realizados sobre patologias pulpares e periapicais, é importante que se mantenha uma constante investigação sobre essas doenças, principalmente no que diz respeito a sua epidemiologia, etiologia e forma de tratamento realizada para cada tipo de situação. Isso porque o entendimento do mecanismo de evolução de tais patologias, o aprimoramento de tratamentos preventivos, a escolha da terapêutica adequada e, consequentemente, a obtenção de maiores índices de sucesso na terapia endodôntica dependem da realização desses estudos10,11,12. Desta forma, este trabalho visa avaliar a prevalência de patologias pulpares e periapicais nos tratamentos endodônticos realizados no Curso de Especialização em Endodontia da Faculdade de Odontologia de Pernambuco da UPE. Metodologia Este estudo transversal, foi realizado no período de janeiro à julho de 2010, na Faculdade de Odontologia da Universidade de Pernambuco, e teve como objetivo avaliar a prevalência de diagnóstico de patologias pulpares e periapicais. A população estudada foi constituída pelas fichas clínicas elaboradas pelos alunos do Curso de Especialização em Endodontia, no período de 2007 à 2010, e a amostra foi constituída de 300 fichas clínicas. O tamanho da amostra foi determinado a partir da fórmula do tamanho amostral para estimar uma proporção populacional. Os parâmetros utilizados foram: nível de confiança de 95% e margem de erro de aproximadamente 4,5% (pois o tamanho da amostra foi de 298 fichas e optou-se por 300). Como a população é finita, utilizou-se o fator de correção para população finita. Foram selecionadas aleatoriamente 300 fichas do total de 800 fichas. Foram selecionados prontuários completos e de fácil leitura, com termo de consentimento livre e esclarecido (ANEXO 1) pre- Pithon, et al. Rev. Cir. Traumatol. Buco-Maxilo-Fac., Camaragibe v.11, n.1, p. 9-12, jan./mar. 2011 ISSN 1679-5458 (versão impressa) ISSN 1808-5210 (versão online)

Pithon, et al. viamente assinado pelo paciente (que tiveram seus nomes resguardados por sigilo profissional) sendo excluídos os prontuários que não obedeciam a estes parâmetros. Após a aprovação do projeto pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UPE, os dados foram coletados e em lançados em uma ficha elaborada para esse fim ( APÊNDICE A ). Os seguintes dados foram: etiologia e prevalência das alterações pulpares e periapicais; elementos dentários acometidos; testes semiotécnicos utilizados e gênero de pacientes atendidos. As informações obtidas pelo examinador, foram digitads numa planilha do Excel 2007 e foi criado um banco de dados. As características do estudo foram identificadas e estudadas por estatística descritiva, e aplicado o teste do qui-quadrado de independência de Pearson com significância estatística de p <0,05. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade de Pernambuco. Registro CEP/UPE: 180/10, Registro CAAE: 0179.0.097.000-10. Resultados Quanto à distribuição dos pacientes em relação ao período em que foram atendidos, temos (TABELA 1; GRÁFICO 1): os dois maiores percentuais de pacientes ocorreram no primeiro e segundo semestre de 2007 com 16% e 62,7% respectivamente, e os dois menores ocorreram no primeiro semestre de 2008 com 1,4% e no primeiro semestre de 2010 com 2,4%,e os percentuais dos outros anos variaram de 4,6% a 7,6%. Na distribuição dos pacientes segundo sexo, observou-se que o sexo feminino foi prevalente com 71,3% dos pacientes enquanto o sexo masculino foi apenas 28,7%. Prevalência de doenças pulpares e periapicais na Clínica de especialização em Endodontia da FOP/UPE Tabela 1 Distribuição quanto ao número de testes semiotécnicos realizados Testes semiotécnicos Frequência Percentual Quanto aos dentes mais acometidos tanto por patologias pulpares, quanto periapicais, podemos afirmar que os primeiros molares inferiores com 27,3%, seguidos dos primeiros molares superiores com 19,7%, foram os dentes mais acometidos. Quanto aos dentes menos acometidos por patologias pulpares e periapicais podemos afirmar que foram os caninos com 1%. Dos prontuários que possuíam a etiologia da doença registrada a cárie foi o fator causador mais citado com 90%, seguida de fratura coronária 8,9% e do trauma oclusal 1,1%. Quanto aos testes semiotécnicos praticados, pôdese observar que foram realizados em 76,7% dos pacientes tratados. Foram realizados um total de 309 testes o que indica que em 51,6% dos casos foi feito apenas um teste, em 23,7% foram feitos dois testes e em 1,4% foram feitos três testes (Tabela 1). Dentre os testes semiotécnicos utilizados, o mais prevalente foi o teste térmico (63,3%), seguido do teste de percussão horizontal e vertical (27,4%) e do teste de cavidade (9,2%). Na Tabela 2 apresenta-se a distribuição dos pacientes analisados de acordo patologias pulpares diagnosticadas. Observou-se em ordem de maior freqüência: Necrose pulpar (69.3%), Pulpite aguda irreversível (25%), pulpite aguda reversível (4.1%), gangrena pulpar (1.2%), pulpite crônica ulcerada (0,4%) e pulpite crônica hiperplásica (0%). Tabela 2 - Distribuição dos pacientes analisados segundo as patologias pulpares diagnosticadas Patologias pulpares Frequência Percentual Pulpite aguda reversível 10 4,1 Pulpite crônica ulcerada 1 0,4 Necrose pulpar 169 69,3 Pulpite aguda irreversível 61 25 Pulpite crônica hiperplásica 0 0 Gangrena pulpar 3 1,2 79 Ausente 70 23,3 Total 244 100 Cavidade 18 6 Térmico 118 39,3 Percussão 19 6,3 Cavidade e térmico 9 3 Térmico e percussão 62 20,7 Cavidade, térmico e percussão 4 1,4 Total 300 100 Na Tabela 3 apresenta-se a distribuição dos pacientes analisados de acordo patologias periapicais diagnosticadas. Observou-se em ordem de maior freqüência: periodontite apical e abscesso dentoalveolar crônico (30,4%), granuloma periapical (19,6%), abscesso fênix (10,7%), abscesso dentoalveolar agudo (7.1%), cisto apical (1.8%) e pericementite crônica (0%). ISSN 1679-5458 (versão impressa) ISSN 1808-5210 (versão online) Rev. Cir. Traumatol. Buco-Maxilo-Fac., Camaragibe v.11, n.1, p. 9-12, jan./mar. 2011

80 Tabela 3 - Distribuição dos pacientes analisados segundo as patologias periapicais diagnosticadas Patologia periapical Frequência Percentual Periodontite apical 17 30,4 Abcesso dentoalveolar agudo 4 7,1 Abcesso fênix 6 10,7 Cisto apical 1 1,8 Pericementite crônica 0 0 Abcesso dentoalveolar crônico 17 30,4 Granuloma periapical 11 19,6 Total 56 100 Na Tabela 4, apresenta-se a distribuição dos pacientes analisados relacionando as patologias pulpares diagnosticadas ao sexo. Tabela 4 - Prevalência de patologias pulpares quanto ao sexo Patologia X Sexo Sexo Total Ti p o d a patologia Pulpite aguda reversível Pulpite crônica ulcerada Pulpite crônica hiperplásica N e c r o s e pulpar Pulpite aguda irreversível Gangrena pulpar Masculino Feminino N 4 6 10 % 1,60% 2,50% 4,10% N 0 1 1 % 0,00% 0,40% 0,40% N 0 0 0 % 0,00% 0,00% 0,00% N 50 119 169 % 20,50% 48,80% 69,30% N 19 42 61 % 7,80% 17,20% 25,00% N 0 3 3 % 0,00% 1,20% 1,20% Total N 73 171 244 % 29,90% 70,10% 100,00% Na Tabela 5 apresenta-se a distribuição dos pacientes analisados relacionando as patologias periapicais diagnosticadas ao sexo. Tabela 5 - Prevalência de patologias periapicais quanto ao sexo Patologia X Sexo Sexo Total Tipologia Periapical Periodontite apical A b c e s s o dentoalveolar agudo A b c e s s o fênix Cisto apical A b c e s s o dentoalveolar crônico Granuloma periapical Masculino Feminino N 3 14 17 % 5,40% 25,00% 30,40% N 2 2 4 % 3,60% 3,50% 7,10% N 1 5 6 % 1,80% 8,90% 10,70% N 0 1 1 % 0,00% 1,80% 1,80% N 5 12 17 % 8,90% 21,40% 30,40% N 2 9 11 % 3,60% 16,10% 19,60% Total N % 43 56 % 23,20% 76,80% 100,00% Analisando as patologias quanto ao sexo observouse que dos 300 prontuários analisados, 244 patologias (81.3%) foram diagnosticadas como patologia pulpar, sendo 73 do gênero masculino (24,3%)e 171 do gênero feminino (57%), enquanto 56 casos (18,7%)foram diagnosticados como patologia periapical, sendo 13 do gênero masculino (28,7%)e 56 do feminino (71,3%). Foram aplicados testes estatísticos quanto a associação entre patologias pulpares e periapicais em relação ao sexo e observou-se um valor de p > 0,05 e concluiu-se que não há associação entre patologias pulpares e periapicais em relação ao sexo. Discussão A busca em determinar a prevalência das lesões inflamatórias periapicais tem levado pesquisadores a estudar este assunto nas últimas décadas. Entretanto, até hoje, há uma grande discordância dos autores em relação aos resultados encontrados7. A prevalência das patologias periapicais, ao longo de décadas, vem sendo assunto de discordância entre investigadores. Autores8,9 afirmam que a variação dos achados pode ser atribuída aos diferentes métodos de coleta das amostras e aos critérios de diagnóstico histológico utilizados por cada investigador. Em nosso Pithon, et al. Rev. Cir. Traumatol. Buco-Maxilo-Fac., Camaragibe v.11, n.1, p. 9-12, jan./mar. 2011 ISSN 1679-5458 (versão impressa) ISSN 1808-5210 (versão online)

Pithon, et al. estudo, a distribuição dos pacientes de acordo com as patologias periapicais diagnosticadas foi: a periodontite apical e abscesso dentoalveolar crônico (30,4%) tiveram a maior freqüência, enquanto que os que apresentaram as menores freqüência foram: o granuloma periapical (19,6%), abscesso fênix (10,7%), abscesso dentoalveolar agudo (7,1%), cisto apical (1,8%) e pericementite crônica (0%). Em um estudo realizado6 foram observadas polpas com indicação de tratamento endodôntico. Neste a pulpite irreversível com 56,6% e a pulpite reversível com 20% foram as que apresentaram-se com maior freqüência, enquanto que necrose pulpar com 6,66% apresentou a menor freqüência, o que não está em concordância com a nossa pesquisa, onde observou-se em ordem de maior freqüência: necrose pulpar (69,3%), pulpite aguda irreversível (25%), pulpite aguda reversível (4,1%), pulpite crônica ulcerada (4%), gangrena pulpar (1,2%) e pulpite crônica hiperplásica (0%). Realizou-se um levantamento epidemiológico dos tratamentos endodônticos e sua eficácia em dentes com lesões periapicais e observou que a cárie foi o fator etiológico mais prevalente das alterações pulpares10, concordando com a nossa pesquisa, onde observou-se que a cárie foi o indutor de patologia pulpar mais prevalente, com 90% dos casos, seguido da fratura (8,9% dos casos), e do trauma oclusal (1,1% dos casos). Em outra pesquisa6, observou-se polpas com indicação de tratamento endodôntico, em 20% apresentaram pulpite reversível, 16,66% polpas em estado de transição, em 56,66% pulpite irreversível e 6,66% tiveram diagnóstico de necrose, o que se opõe ao nosso estudo, no qual em apenas 4,1% dos casos correspondeu a pulpite aguda reversível, 25% pulpite aguda irreversível e necrose pulpar como diagnóstico mais comum com 69,3%. Numa análise sobre a prevalência de lesões císticas e não císticas13, em dentes portadores de lesões periapicais associadas ao ápice dentário no momento de sua extração. Os cistos totalizaram 24,5% da amostra e o diagnóstico mais prevalente foi o de abscesso periapical (63,7%), que não está em acordo com nossa pesquisa, onde cistos foram diagnosticados em 1,8% dos casos e o diagnósticos de abscesso dentoalveolar crônico ocorreu em 30,4% e abscesso dentoalveolar agudo em 7,1%. Autores7 realizaram um levantamento da prevalência de cistos, granulomas e abscessos, analisando a ocorrência dessas patologias de acordo com a idade, sexo e localização anatômica. Entre as lesões inflamatórias periapicais, o cisto ocorreu em 55,5% dos casos, seguido pelo abscesso com 42% dos casos e pelo granuloma com 2,5%. Os percentuais encontrados para cistos e granulomas, também confronta com nossa pesquisa, na qual encontramos cistos com 1,8% e granuloma com 19,6%. Já a freqüência de abscessos está em acordo com nossa pesquisa, onde foram diagnosticados 37,5% dos casos. Através da análise da incidência das lesões periapicais no período entre 1991 e 2001, diagnosticadas no laboratório de Patologia Bucal da FOP/UPE14, observou-se que as lesões periapicais corresponderam a 3,91% (78 casos) do total de 1990 casos diagnosticados, o que diverge da nossa pesquisa onde obtivemos 18,7% (56 casos) do total de 300 casos de lesões periapicais. Continuando seu estudo, o cisto radicular correspondeu a 2,31%, o que confronta com nossos resultados, pois encontramos 19,6% de granulomas, porém se assemelha quando comparamos os resultados referentes a cistos, com 1,8% dos casos. Na avaliação da prevalência de lesões periapicais examinadas no laboratório de patologia bucal da FO-PUCRS7. Entre os pacientes estudados, os do sexo feminino foram os que apresentaram a maior ocorrência em todas as enfermidades e verificaram que não houve associação significativa entre o tipo de patologia e gênero, estando de acordo com a nossa pesquisa. Também observamos um alto índice de pacientes do gênero feminino (71,3%) em relação ao gênero masculino (28,7%), fato este justificado por serem as mulheres as que mais procuram os serviços de saúde devido a maior preocupação com a saúde. Autores12 analisaram os diagnósticos dos problemas endodônticos relacionados ao sexo e concluiu-se que a pulpopatia mais comum no gênero feminino foi a necrose pulpar (46,7%), e com menor freqüência 81 ISSN 1679-5458 (versão impressa) ISSN 1808-5210 (versão online) Rev. Cir. Traumatol. Buco-Maxilo-Fac., Camaragibe v.11, n.1, p. 9-12, jan./mar. 2011

82 observou-se o abscesso com 2,5%, o que se repetiu no dentoalveolar crônico, granuloma periapical, abscesso gênero masculino, onde a necrose ocorreu em 48,1% fênix, abscesso dentoalveolar agudo e do cisto apical. e abscesso em 3,8%. Em nosso estudo houve concordância no que se refere a patologia mais prevalente no nificantes. A pericementite crônica não apresentou valores sig- gênero masculino e feminino, onde a necrose aparece 5 - Quanto aos dentes mais acometidos podese afirmar que foram os primeiros molares inferiores, com 20,5% e 48,8%, respectivamente. Porém, confronta com os resultados referentes as patologias de menor seguidos dos primeiros molares superiores, e menos prevalência, que no gênero masculino foi a pulpite acometidos por foram os caninos. aguda reversível com 1,6% dos casos, e no gênero 6- As patologias pulpares mais prevalentes, segundo feminino, a pulpite crônica ulcerada com 0,4%. o gênero feminino foram: necrose pulpar, pulpite aguda Quanto aos dentes mais acometidos por patologias irreversível, pulpite crônica ulcerada, pulpite aguda pulpares e periapicais podemos afirmar, de acordo reverssível e gangrena pulpar. Para o gênero masculino com a pesquisa, que os primeiros molares inferiores foram: necrose pulpar, pulpite aguda irreversível, pulpite com 27,3%, seguidos dos primeiros molares superiores com 19,7%, foram os dentes mais acometidos, em 7- As patologias periapicais mais prevalentes se- aguda reversível. concordância com o estudo12, no qual os molares gundo o gênero feminino foram: periodontite apical, superiores, Incisivos superiores e Molares inferiores, abscesso dentoalveolar crônico, granuloma apical, foram os mais citados com igual freqüência. Quanto abscesso fênix, abscesso dentoalveolar agudo e cisto aos dentes menos acometidos por patologias pulpares apical. E para o gênero masculino abscesso dentoalveolar crônico, periodontite apical, abscesso dentoalveolar e periapicais podemos afirmar que foram os caninos com 1%, o que também concorda com o estudo12, agudo, granuloma apical e por último abscesso fênix. onde os caninos foram os dentes menos acometidos. Com isso, concluímos que é importante o conhecimento tanto do clínico, quanto do especialista, em Em outro estudo15 o incisivo lateral superior e o primeiro molar inferior apresentaram maior porcentual relação a estas patologias, a fim de que se realize um de envolvimento apical. Esse maior acometimento dos bom diagnóstico e se planeje um tratamento adequado molares inferiores pode ser justificado pelo fato de estes para cada situação, visto que a negligência poderá serem os primeiros dentes a erupcionarem, somando-se culminar na perda do elemento dentário, causando o fato da anatomia e localização. alterações funcionais e estéticas ao paciente. Conclusão Referências Diante dos resultados da pesquisa, é lícito concluir 1-WALTON, R. E.; PASHLEY, D. H. ; OGILVIE, A. L. Histologia e fisiologia da polpa dental. In: Ingle JI & Taintor que: 1- A cárie foi o fator causador mais citado, seguida JF. Endodontia.. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; da fratura coronária e do trauma oclusal. 1989. (3) p.264-290. 2- Dos testes semiotécnicos utilizados o mais utilizado foi o teste térmico, seguido do teste de percussão São Paulo: Artes médicas, 2004. 2- ESTRELA, C. Ciência Endodôntica/ Carlos Estrela. horizontal e vertical e do teste de cavidade. 3- PECORA, J. D. Diagnóstico da Pulpopatias. 2004 3- Dentre as patologias pulpares as mais prevalentes foram: necrose pulpar, seguida da pulpite aguda ra/polpa.htm. Acesso em : 14 de agosto de 2010. Disponível em em: http://www.forp.usp.br/restaurado- irreversível, da pulpite aguda reversível e da gangrena 4 - LOVE, R. M. Intraradicular space: what happens pulpar. A pulpite crônica ulcerada e pulpite crônica within roots of infected teeth? Ann R Australas Coll Dent hiperplásicas não apresentaram valores significantes. Surg 2000; 15(1):235-9. 4- Dentre as patologias periapicais, observou-se a 5- TANOMARU, J. M.G, LEONARDO, M. R, TANOprevalência da periodontite apical, seguida do abscesso MARU-FILHO M.; SILVA, L. A. B. Ito IY. Microbial dis- Rev. Cir. Traumatol. Buco-Maxilo-Fac., Camaragibe v.11, n.1, p. 9-12, jan./mar. 2011 ISSN 1679-5458 (versão impressa) ISSN 1808-5210 (versão online) Pithon, et al.

Pithon, et al. tribution in the root canal system after periapical lesion induction using different methods. Braz Dent J 2008; 19(2):124-9. 6-SILVA, L. D. G.; ALBERGARIA, S.; GONÇALVES, P.S.; SANTOS, J.N. Diagnóstico endodôntico: comparação entre aspectos clínicos e histológicos. RGO, Porto Alegre, 2008, jan./mar.56; 1; 59-65, 7- BACALTCHUK, M.; CUMERLATO, M. L.; ZARDO, P.; LUISI, S. B.; RADOS, P. V.; BARBACHAN, JOÃO JORGE DINIZ. Avaliação da prevalência de lesões periapicais examinadas no laboratório de patologia bucal da FO-PUCRS nos anos de 1973, 1983, 1993 e 2003. EVALUATION OF THE PREVALENCE OF PERIAPICAL PATHOLOGY EXAMINED AT THE BUCAL PATHOLO- LOGY LAB OF THE PUC-RS IN THE YEARS OF 1973, 1983, 1993 AND 2003. Revista Odonto Ciência Fac. Odonto/PUCRS, 2005 out./dez.; 20; 50. 8-LANGELAND, M. A.; BLOCK, R. M.; GROSSMAN L. I. A histopathologic study of 35 periapical endodontic surgycal specimens. J. Endod 1977; 3: 145-52. 9-STOCKDALE, C. R & CHANDLER, N. P. The nature of the periapical lesion - a review of 1108 cases. J. Dent 1988; 16: 123-129. 10-GONÇALVES, R. B.; Tipagem e detecção molecular de bactérias Gram-negativas que infectam canais radiculares [Tese de Doutorado]. Rio de Janeiro: Universidade Federal do Rio de Janeiro; 1998. 11- TROPE, M.; CHOW, E.; NISSAN, R. In vitro endotoxin penetration of coronally unsealed endodontically treated teeth. Endod Dent Traumatol 1995; 11(2):90-4. 12-PEREIRA, C. V.; CARVALHO, J. C. Prevalência e eficácia dos tratamentos endodônticos realizados no Centro Universitário de Lavras, MG - uma análise etiológica e radiográfica/prevalence and efficacy of endodontic treatments at the Lavras University Center/ MG an etiologic and radiographic evaluation. RFO, 2008 setembro/dezembro.13; 3; 36-41, 13- VIER, F. V.; FIGUEIREDO, J. A. V. Prevalência Quanto Ao Tipo De Patologia Periapical Em 102 Dentes Humanos Extraídos Com Lesão Periapical Associada. ECLER Endod. 2000. São Paulo.2 ;2 14 - SOUZA, M. E.; TORRES, M. A.; DUARTE, A. H. S.; SOBRAL, A. P.V. LESÕES PERIAPICAIS: ESTUDO EPIDEMIOLÓGICO. Revista Brasileira de Patologia Oral. 2003. 15- SCHWENGBER, M. M. B. et al. Estudo radiográfico da prevalência de lesões periapicais nas arcadas dentárias. Rev. ABO Nac. 2008. Agosto/Setembro,16; 4. endereço para correspondência Faculdade de Odontologia de Pernambuco FOP/UPE Ludmila Araújo de Albuquerque Av. Camarão, nº 53 apto 102, Cordeiro- Recife - Brasil lud.albuquerque@hotmail.com Roberto Alves dos Santos Faculdade de Odontologia de Pernambuco Av. Gal Newton Cavalcanti, 1.650, Tabatinga-Recife - Brasil 83 ISSN 1679-5458 (versão impressa) ISSN 1808-5210 (versão online) Rev. Cir. Traumatol. Buco-Maxilo-Fac., Camaragibe v.11, n.1, p. 9-12, jan./mar. 2011