Solução de controvérsias no âmbito da ONU. Medidas coercitivas, sanções e uso da força

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Transcrição:

Solução de controvérsias no âmbito da ONU. Medidas coercitivas, sanções e uso da força NISC Aula 4 4 de abril de 2018

Conselho de Segurança Assembléia Geral Secretário- Geral da ONU Organizações regionais com competência política OIs com competência técnica MEIOS POLÍTICOS DE SOLUÇÃO DE CONTROVÉRSIAS

Finalidade precípua das OIs foi a manutenção da paz, em particular prevenção das tensões internacionais Por sua simples existência, as OIs deveriam constituir meios de resolução pacífica de controvérsias

recurso a estes meios tornou-se mais sistemático e mais freqüente particularidades do funcionamento das OIs permanência dos órgãos [negociações permanentes], processos decisórios por maioria princípio do consentimento prévio sofreu algumas restrições (órgãos ad hoc e permanentes)

interdependência entre os interesses dos Estados é a principal justificativa para o desenvolvimento de procedimentos de solução de controvérsias nas OIs interesses de longo prazo e reciprocidade generalizada de vantagens mútuas incitam à preferência por técnicas multilaterais nas organizações regionais, um grau de solidariedade política autorizaria o equilíbrio entre modos não jurisdicionais e jurisdicionais diverso do de uma organização universal

Da SDN à Carta da ONU SDN não evitou conflitos armados, mas não necessariamente pelo fracasso das técnicas de solução de conflitos de que dispunha Contexto não se prestava à resolução pacífica de controvérsias Características que persistem até hoje no sistema: coexistência de Estados soberanos e justaposição de Estados de potência desigual

Repartição de competências na ONU Conselho de Segurança - CS (órgão restrito), com primazia Assembleia Geral - AG (órgão plenário) Secretário Geral - SG (órgão individual e independente), função diplomática + preocupação com a eficácia (quando há bloqueio nos órgãos deliberativos)

Primazia do CS - art. 24.1 CSF A fim de assegurar pronta e eficaz ação por parte das Nações Unidas, seus Membros conferem ao CS a principal responsabilidade na manutenção da paz e da segurança internacionais e concordam em que no cumprimento dos deveres impostos por essa responsabilidade o CS aja em nome deles.

Primazia do CS - art. 12.1 CSF Enquanto o CS estiver exercendo, em relação a qualquer controvérsia ou situação, as funções que lhe são atribuídas na presente Carta, a AG não fará nenhuma recomendação a respeito dessa controvérsia ou situação, a menos que o CS a solicite.

SECRETÁRIO GERAL

Dag Hammarskjöld (SG de 1953-1961) A ONU não foi criada para levar a humanidade ao paraíso, mas para salvá-la do inferno"

Desde 1º de janeiro de 2017 Art. 97 CSF indicado pela AG mediante recomendação do CS CS: aclamação em 6/10/2016 AG: aclamação em 13/10/2016 Candidatos em 2016 1. António Guterres - Portugal 2. Danilo Türk - Eslovénia 3. Igor Luksic - Montenegro 4. Irina Bokova - Bulgária 5. Helen Clark - Nova Zelândia 6. Natalia Gherman - República da Moldávia 7. Srgjan Kerim - República da Macedónia 8. Vesna Pusic - Croácia 9. Vuk Jeremic - Sérvia

Principal funcionário administrativo da organização (97 in fine) Artigo 98 O SG atuará neste caráter em todas as reuniões da AG, do CS e do Conselho Econômico e Social e desempenhará outras funções que lhe forem atribuídas por estes órgãos O SG fará um relatório anual à AG sobre os trabalhos da Organização. Artigo 99 O SG poderá chamar a atenção do CS para qualquer assunto que em sua opinião possa ameaçar a manutenção da paz e da segurança internacionais.

Art. 12.2 O Secretário-Geral, com o consentimento do CS, comunicará à AG, em cada sessão, quaisquer assuntos relativos à manutenção da paz e da segurança internacionais que estiverem sendo tratados pelo CS, e da mesma maneira dará conhecimento de tais assuntos à AG, ou aos Membros das Nações Unidas se a AG não estiver em sessão, logo que o CS terminar o exame dos referidos assuntos.

ASSEMBLEIA GERAL E CONSELHO DE SEGURANÇA

investigação, mediação e conciliação excepcionalmente, uso da força pelo CS Funções Poderes na AG, maioria de 2/3 no CS, 9 sobre 15 e recomendações unanimidade dos salvo se a controvérsia membros permanentes é suficientemente grave para ameaçar a paz (decisões obrigatórias do CS) Voto

Todos os conflitos podem ser levados às O.I.s? Controvérsias e Situações (lembrando aula anterior) Carta não define Doutrina: controvérsia é contestação na qual não se pode abstrair da individualidade das partes na causa (subjetiva); situação é circunstância que decorre do comportamento dos Estados nela implicados, mas independente deles (objetiva)

Condições Ameaça Em princípio, são de competência da ONU apenas as controvérsias cujo prolongamento é capaz de ameaçar a manutenção da paz e da segurança internacionais (art. 33) Internacional A controvérsia deve ser internacional (ou seja, deve escapar à competência exclusiva de um Estado) Art. 2 7º

ASSEMBLEIA GERAL

AG Art. 11.2 CSF por qualquer Membro das Nações Unidas, Poderá discutir quaisquer questões relativas à manutenção da paz e da segurança internacionais, que a ela forem submetidas ou pelo Conselho de Segurança, ou por um Estado não-membro da ONU, uma vez que aceite previamente em relação a essa controvérsia, as obrigações de solução pacífica

AG Art. 11.2 CSF ao Estado ou Estados interessados, salvo Artigo 12, poderá fazer recomendações relativas a quaisquer destas questões ou ao Conselho de Segurança ou a ambos

Recomendações AG - art. 14 A AG, sujeita aos dispositivos do Artigo 12, poderá recomendar medidas para a solução pacífica de qualquer situação, qualquer que seja sua origem, que lhe pareça prejudicial ao bem-estar geral ou às relações amistosas entre as nações, inclusive em situações que resultem da violação dos dispositivos da presente Carta que estabelecem os Propósitos e Princípios das Nações Unidas.

Art. 11.2 Qualquer destas questões, para cuja solução for necessária uma ação, será submetida ao CS pela AG, antes ou depois da discussão.

Art. 11.3 A AG poderá solicitar a atenção do CS para situações que possam constituir ameaça à paz e à segurança internacionais.

CONSELHO DE SEGURANÇA

Art. 33 1. As partes em uma controvérsia, que possa vir a constituir uma ameaça à paz e à segurança internacionais, procurarão, antes de tudo, chegar a uma solução por negociação, inquérito, mediação, conciliação, arbitragem, solução judicial, recurso a entidades ou acordos regionais, ou a qualquer outro meio pacífico à sua escolha. 2. O CS convidará, quando julgar necessário, as referidas partes a resolver, por tais meios, suas controvérsias.

Quem pode levar um conflito ao CS? Droit de saisine Todo Estado-membro art. 35 1º CS de ofício arts. 33 2º, 34 e 36 Estado não-membro art. 35 2º

Juízo de admissibilidade Cabe ao Conselho de Segurança Ele pode exercer diretamente suas competências na solução de um conflito ou pode convidar as Partes a recorrer a um modo de solução determinado

CS define o que é ameaça - Art. 34 O CS poderá investigar sobre qualquer controvérsia ou situação suscetível de provocar atritos entre as Naçõesou dar origem a uma controvérsia, a fim de determinar se a continuação de tal controvérsia ou situação pode constituir ameaça à manutenção da paz e da segurança internacionais.

Capítulo VII AÇÃO EM CASO DE AMEAÇA À PAZ, RUPTURA DA PAZ E ATO DE AGRESSÃO - Artigo 39º CS determinará a existência de qualquer ameaça à paz, ruptura da paz ou ato de agressão e fará recomendações ou decidirá que medidas deverão ser tomadas de acordo com os artigos 41 e 42, a fim de manter ou restabelecer a paz e a segurança internacionais.

Medidas art. 41 O CS decidirá sobre as medidas que, sem envolver o emprego de forças armadas, deverão ser tomadas para tornar efetivas as suas decisões e poderá instar os membros das Nações Unidas a aplicarem tais medidas. Estas poderão incluir a interrupção completa ou parcial das relações econômicas, dos meios de comunicação ferroviários, marítimos, aéreos, postais, telegráficos, radioelétricos, ou de outra qualquer espécie, e o rompimento das relações diplomáticas.

Uso da força art. 42 Se o CS considerar que as medidas previstas no art. 41 seriam ou demonstraram ser inadequadas poderá levar a efeito, por meio de forças aéreas, navais ou terrestres, a ação que julgar necessária para manter ou restabelecer a paz e a segurança internacionais. Tal ação poderá compreender demonstrações, bloqueios e outras operações, por parte das forças aéreas, navais ou terrestres dos membros das Nações Unidas.

Quem aplica? art. 48 A ação necessária ao cumprimento das decisões do CS para a manutenção da paz e da segurança internacionais será levada a efeito por todos os membros das Nações Unidas ou por alguns deles, como for determinado pelo Conselho de Segurança. Essas decisões serão executadas pelos membros das Nações Unidas diretamente e mediante a sua ação nos organismos internacionais apropriados de que façam parte.

Quem aplica? art. 43 Todos os membros das Nações Unidas se comprometem, a fim de contribuir para a manutenção da paz e da segurança internacionais, a proporcionar ao CS, a seu pedido e em conformidade com um acordo ou acordos especiais, forças armadas, assistência e facilidades, inclusive direitos de passagem, necessários à manutenção da paz e da segurança internacionais. Tal acordo ou tais acordos determinarão o número e tipos das forças, o seu grau de preparação e a sua localização geral, bem como a natureza das facilidades e da assistência a serem proporcionadas.

Quem aplica? art. 45 A fim de habilitar as Nações Unidas a tomar medidas militares urgentes, os membros das Nações Unidas deverão manter, imediatamente utilizáveis, contingentes das forças aéreas nacionais para a execução combinada de uma ação coercitiva internacional. A potência e o grau de preparação desses contingentes, bem como os planos de ação combinada, serão determinados pelo CS, dentro dos limites estabelecidos no acordo ou acordos especiais a que se refere o art.43.

Medidas provisórias art. 40 A fim de evitar que a situação se agrave, o CS poderá, antes de fazer as recomendações ou decidir a respeito das medidas previstas no art. 39, instar as partes interessadas a aceitar as medidas provisórias que lhe pareçam necessárias ou aconselháveis. Tais medidas provisórias não prejudicarão os direitos ou pretensões nem a situação das partes interessadas. O CS tomará devida nota do não cumprimento dessas medidas.

Efeitos sobre terceiros art.50 Se um Estado for objeto de medidas preventivas ou coercitivas tomadas pelo CS, qualquer outro Estado, quer seja ou não membro das Nações Unidas, que enfrente dificuldades econômicas especiais resultantes da execução daquelas medidas terá o direito de consultar o CS no que respeita à solução de tais dificuldades.

econômicas transportes militares culturais diplomáticas SANÇÕES INTERNACIONAIS

do que uma condenação verbal do que o uso da força

Apenas Conselho de Segurança é autorizado expressamente a impor sanções da ONU Organizações regionais, art. 52 CSF, implicitamente e de acordo com os objetivos e princípios da ONU Vão do embargo econômico à interdição de participação nos Jogos Olímpicos

Sanções em vigor (30/03/2018) 14 regimes em vigor Comitês Pessoas físicas: 687 (641 em 03/2017) Entidades e grupos: 408 (367 em 03/2017) https://www.un.org/sc/suborg/en/sanctions/u n-sc-consolidated-list https://scsanctions.un.org/consolidated/

Regimes de sanções em vigor Somália e Eritreia Estado Islâmico e Al- Qaida Iraque República Democrática do Congo Sudão Coreia do Norte Líbia Guiné Bissau República Centroafricana Iêmen Sudão do Sul Mali Assassinato Hariri Taliban

http://comcapint.com/comcapint/overview/

Econômicas Comerciais limitam importações provenientes de e exportações para um Estado Podem ser gerais ou seletivas Financeiras (Conferências de Interlaken, 1998 e 1999) : Congelamento de contas no exterior, restrição do acesso a mercados financeiros, interdição de empréstimos ou créditos, transferências de fundos internacionais, da venda de bens imóveis no estrangeiro ou de outras transações relativas a estes bens

Militares Restrição de armamentos e operações militares, sobretudo de treinamento Visam diretamente aos Exércitos Atingem o direito de defesa do Estado

Diplomáticas Limitação na concessão de vistos exclusão ou suspensão da participação em reuniões ou instituições internacionais retirada ou expulsão do pessoal diplomático retirada da sede da representação ruptura de relações

Culturais Restrição à participação em competições, concursos, bolsas de estudos e intercâmbio, turismo

Transportes Limitam ou impedem o deslocamento de certos indivíduos ou grupos, ou certos tipos de transporte aéreo. Exs. interdição de circulação de aeronaves pertencentes ao Taliban ou fretadas ou exploradas por ele (Res.CS1267/1999).

6 critérios de avaliação (Literatura) Razões válidas (ameaça ou ruptura da paz) Prazo razoável e sempre temporárias Eficácia Endereçada aos verdadeiros destinatários, nunca à população civil Bens visados devem estar efetivamente relacionados à ameaça, nunca humanitários Princípios da humanidade e exigência da consciência pública (Cláusula Martens)

Crítica Tocam mais duramente a população inocente, em particular as pessoas mais vulneráveis Agravam as disparidades na repartição de renda Balanço Provocam o nascimento de práticas comerciais ilegais e e imorais