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Transcrição:

Justiça Federal da 1ª Região PJe - Processo Judicial Eletrônico Consulta Processual 08/06/2016 Número: 1005067-21.2015.4.01.3400 Classe: MANDADO DE SEGURANÇA Órgão julgador: 2ª Vara Federal da SJDF Última distribuição : 22/07/2015 Valor da causa: R$ 1000.0 Assuntos: Irredutibilidade de Vencimentos Segredo de justiça? NÃO Justiça gratuita? SIM Pedido de liminar ou antecipação de tutela? NÃO Partes Tipo Nome ADVOGADO FISCAL DA LEI IMPETRANTE IMPETRADO IMPETRADO MAX ROBERT MELO Ministério Público Federal SIRLEI DE LURDES SAMUEL Coord. De Gestão de Pessoas Keila Evangelista Coordenadora Geral de Administração de Pessoas do MAPA Id. 54606 5 Data da Assinatura Documento Documentos 26/04/2016 16:54 Sentença Tipo B Sentença Tipo B Tipo

Seção Judiciária do Distrito Federal 2ª Vara Federal da SJDF SENTENÇA TIPO "B" PROCESSO: 1005067-21.2015.4.01.3400 CLASSE: MANDADO DE SEGURANÇA (120) IMPETRANTE: SIRLEI DE LURDES SAMUEL IMPETRADO: COORDENADORA GERAL DE ADMINISTRAÇÃO DE PESSOAS DO MAPA SENTENÇA Trata-se de mandado de segurança com pedido liminar impetrado por SIRLEI DE LURDES SAMUEL, contra ato supostamente ilegal imputado ao COORDENADORA-GERAL DE ADMINISTRAÇÃO DE PESSOAS DO MAPA, objetivando a suspensão da notificação de N 677/2015/CGAP/SPOA/SE/MAPA, do Coordenador Geral de Gestão de Pessoas do MAPA, que determinou a redução do salário do(a) Impetrante, até o trânsito em julgado do presente Mandado de Segurança, sob pena de violação expressa aos arts. 5, inciso LV e 7, inciso IV, 37, inciso XV, da Constituição Federal de 1988. (fl. 18 da rolagem única crescente). Alega a impetrante, em síntese, que era servidora do extinto Banco Nacional de Crédito Cooperativo BNCC e foi anistiada, retornando aos quadros do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, de forma que sua remuneração foi estabelecida de acordo com o artigo 310 da Medida Provisória n 441/2008, convertida na Lei n 11.907/2009. Aduz que foi notificada de que, a partir de agosto deste ano, seu salário seria reduzido de R$3.833,00 para R$2.425,64, com fundamento no Parecer de n 382/2014/AGU, que, por sua vez, determinou o rebaixamento da remuneração de 105 servidores do MAPA reintegrados por força da anistia operada pela Lei n 8.878/94. Afirma que sete anos depois do retorno do(a) Impetrante, o MAPA afirma que houve erro administrativo cometido pela própria Administração Pública no enquadramento do salário do(a) servidor(a) e que, diante desse erro administrativo, se fazia necessário corrigir o salário reduzindo seu vencimento. Sustenta que a redução salarial imposta é considerável, de forma que estes servidores retrocederão sete anos na carreira, como se somente agora estivessem retornando aos quadros do MAPA. Refuta o argumento contido no Parecer, de que não se trata de redução salarial e rebaixamento de nível, tendo em vista que era provisório o enquadramento na tabela da Medida Provisória n 441/2008, não tendo qualquer importância ter durado 07 (sete) anos o enquadramento naquela tabela, podendo a Administração alterar a situação dos Impetrantes a qualquer momento. Defende que qualquer ato que atinja o direito adquirido da Impetrante, proferido em processo administrativo, viola as garantias constitucionais do direito adquirido e da segurança jurídica, de forma que o referido ato de redução salarial deve ser anulado. Aduz haver violação ao artigo 7, inciso VI, e 37, inciso XV, da Constituição, e artigo 53 da Lei n 9.78/4/99, haja vista que a redução salarial encontra óbice na irredutibilidade de vencimentos. Num. 546065 - Pág. 1

Afirma, ainda, a decadência da Administração Pública em corrigir o suposto erro, em razão de já haver passado mais de cinco anos desde o retorno da Impetrante aos quadros do MAPA. Defende, por fim, que eventual redução salarial somente deve ocorrer após o trânsito em julgado da sentença. Pugna pela gratuidade judiciária. Inicial acompanhada de documentos. Este Juízo deferiu o pedido de gratuidade de justiça e deixou para apreciar o pedido liminar depois de estabelecido o contraditório mínimo. Nas informações, acompanhadas de documentos, a autoridade impetrada afirma que, no caso específico dos anistiados, a regra é incluí-los nos quadros do órgão para somente depois definir o valor que o agente receberá como remuneração, consoante estabelecem o artigo 310 da Medida Provisória n 441, de 29/08/2008, convertida na Lei n 11.907/2009, e regulamentado pelo Decreto n 6.657/2008. Consta, ainda, dos documentos juntados pela autoridade apontada coatora que o procedimento para definição da remuneração devida aos anistiados obedece a uma sequência: 1 ) Tenta-se definir o valor a partir da documentação apresentada pelo empregado; 2 ) Somente se o primeiro item não for possível, deve a Administração tentar recompor a remuneração a partir de seus próprios dados; 3 ) Apenas se essa segunda tentativa também não for possível, deve-se enquadrar o anistiado na tabela anexa ao Decreto. Ressalta que o Decreto mencionado não fez nenhuma previsão de remuneração provisória, ou seja, não diz o valor a ser pago em caso de impossibilidade de análise tempestiva da documentação apresentada, mas que enquanto o valor final não era definido, passou-se a pagar provisoriamente o valor previsto na 3ª opção da sequência citada (anexo do Decreto n 6.657/08). Decisão que defere a liminar (id183654). A autoridade impetrada informa o cumprimento da decisão liminar (id202636). A União informa a interposição de agravo de instrumento (id208528). O MPF não opinou (id208670). Mantida a decisão agravada (id217905). É o relatório. DECIDO. Merece amparo a pretensão inaugural. Analisando detidamente os autos, verifico que em razão de o Parecer n 382/2014/AGU que fundamenta o ato ora impugnado ser aplicável a inúmeros servidores que se acham na mesma situação do ora impetrante, há multiplicidade de demandas da mesma espécie, de forma que a controvérsia instaurada nestes autos não é inédita neste Juízo. Como dito alhures, restou devidamente demonstrado o fundado receio de que o ato ora impugnado possa contrariar o princípio da irredutibilidade de vencimentos, de envergadura constitucional. Num. 546065 - Pág. 2

Com efeito, é sabido que a Administração Pública tem o poder-dever de anular seus próprios atos quando eivados de vícios que os tornam ilegais, em decorrência do princípio da autotutela, consoante estabelece a Súmula 473 do [1] Supremo Tribunal Federal, no art. 53 da Lei nº 9.784/1999 e no art. 114 da Lei nº 8.112/1990. [2] O exercício desse poder-dever, contudo, não se dá de modo ilimitado no tempo. Isto porque o art. 54 da Lei nº 9.784/1999 prevê o prazo decadencial de cinco anos para a anulação de atos administrativos que gerem efeitos favoráveis para os destinatários, salvo comprovada má-fé. O 1º do mesmo dispositivo legal, por sua vez, dispõe que, para o caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo tem início com a percepção do primeiro pagamento. No caso em comento, a despeito das alegações feitas pela autoridade impetrada, a administração não pode depois de passados mais de sete anos do retorno da Impetrante, afirmar que houve erro administrativo cometido pela própria Administração Pública no enquadramento do salário do servidor e que, diante desse reconhecido erro administrativo, defender a necessidade de corrigir o salário do autor, reduzindo seu vencimento. parecer do MAPA). 9.784/99, verbis: Consoante defendido pela própria autoridade impetrada, a redução poderia ocorrer a qualquer tempo (vide Ocorre, porém, que a pretensão da Administração foi alcançada pela decadência, nos termos do art.54 da Lei Art. 54. O direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai em cinco anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé. 1 o No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo de decadência contar-se-á da percepção do primeiro pagamento. 2 o Considera-se exercício do direito de anular qualquer medida de autoridade administrativa que importe impugnação à validade do ato. Nada obstante, a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça é pacífica no sentido de ser indevida a devolução de valores recebidos de boa-fé, em decorrência de interpretação errônea, má aplicação da lei ou erro da administração. Assim, tenho como imperiosa a concessão da ordem, a fim de evitar que a autoridade impetrada realize a pretendida redução na remuneração da impetrante, haja vista que os descontos pretendidos pela Administração, na espécie, atingem verbas de natureza alimentar. DISPOSITIVO Ante o exposto, CONCEDO A SEGURANÇA, para determinar a suspensão da notificação n 677/2015/SPOA/CGAP/SE/MAPA, até o julgamento definitivo do presente writ. Sem honorários (art.25 da Lei 12.016/2009). Publique-se. Registre-se. Intimem-se. Sentença sujeita ao reexame necessário. Num. 546065 - Pág. 3

Brasília, 25 de abril de 2016. (Assinado digitalmente) CHARLES RENAUD FRAZÃO DE MORAES Juiz Federal Titular da 2ª Vara/DF [1]STF, Súmula 47: A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se original direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial. [2]Lei 9.784/99, Art. 54. O direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai em cinco anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé. 1 o No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo de decadência contar-se-á da percepção do primeiro pagamento. 2 o Considera-se exercício do direito de anular qualquer medida de autoridade administrativa que importe impugnação à validade do ato. Num. 546065 - Pág. 4