Concurso Viaj' ARTE 2012 «Exprime tes émotions et tes réflexions Sur l'art Lusophone»
A LUSOFONIA é o conjunto de identidades culturais existentes em países, regiões, estados ou cidades falantes da língua portuguesa como Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Macau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe, Timor-Leste e por diversas pessoas e comunidades em todo o mundo. Vou exprimir os meus pensamentos e emoções sobre a ARQUITETURA BRASILEIRA.
Arquitetura do Brasil Desenvolvida através dos séculos desde o início de sua colonização, foi diretamente influenciada pelos diversos povos que formam o povo brasileiro e pelos diversos estilos arquitetônicos vindos do exterior. Contudo, o Barroco mineiro são considerados por muitos estudiosos como expressões de estilos europeus que encontraram no Brasil uma manifestação e linguagem próprios, destacando-se de suas contrapartes metropolitanas.
Arquitetura indígena Os nativos que habitavam o território brasileiro mostravam uma apreciável capacidade arquitetônica nas suas ocas, construções para habitação que podiam atingir até 30 m de extensão e 10 m de altura. Com uma estrutura de madeira coberta de palha ou folhas de palmeira, eram de uso coletivo e não possuíam divisões internas, e organizavam-se em povoados constituídos de uma praça central em cujo entorno se erguiam as palhoças, numa distribuição circular.
Aldeia Ipatse Aldeia Ipatse (Parque Indígena do Xingu) - A principal comunidade dos Kuikuro.
Séculos XVI-XVII Os primeiros exemplos significativos de arquitetura no Brasil foram as fortalezas e os templos religiosos. Nos primeiros anos da colonização uma das preocupações maiores da metrópole portuguesa era assegurar a posse do território, e as primeiras povoações nasceram em torno de cidadelas. A primeira fortaleza erguida em território nacional foi o Forte de São Tiago (que ainda sobrevive com o nome de Forte de São João), em Bertioga, na baixada santista, datando de 1532.
Forte de São João O Forte São João é uma das construções mais importantes de Bertioga, localizado na entrada do canal de Bertioga, na praia da Enseada. A construção mais antiga do Brasil data de 1532, feita em palhiçada, para proteção dos colonizadores contra os ataques indígenas e de piratas.
Igrejas Fachada da Igreja de Nossa Senhora da Graça, em Olinda, Brasil. Uma das mais antigas do Brasil.
Igrejas Fachada da Igreja do Mosteiro de São Bento do Rio de Janeiro (1633-c.1677).
O século XIX e a transição para o século XX O Neoclassicismo é reputado como tendo sido oficialmente introduzido no Brasil pela Missão Francesa de 1816, embora elementos palladianos possam ser notados desde o século anterior no norte do país com a atuação do arquiteto Antônio José Landi. Certo que a Missão desempenhou um papel crucial na difusão dos ideais neoclássicos a partir da capital, incentivada pela necessidade de se reorganizar a planta urbana do Rio após a chegada da família real portuguesa.
Não obstante seu debatido mérito, o neoclassicismo deixaria diversos exemplos significativos em vários pontos do Brasil. Pode-se citar o Palácio Real da Quinta da Boa Vista e a Santa Casa de Misericórdia no Rio, o Teatro de Santa Isabel em Recife, o antigo Palácio de Verão de Dom Pedro II, hoje o Museu Imperial em Petrópolis, o Teatro da Paz em Belém do Pará e o Palácio dos Leões em São Luís do Maranhão. Ainda com um perfil neoclássico mas já apontando para o ecletismo que viria a seguir é o majestoso Museu do Ipiranga em São Paulo. O Palácio da Quinta da Boa Vista, Rio de Janeiro Teatro da Paz, Belém do Pará. Museu Imperial, em Petrópolis.
Século XX Inícios da Modernidade: Art Nouveau e Art Déco A «Art Nouveau» foi um estilo internacional de arte e arquitetura caracterizado pela fluida e requintada ornamentação de caráter fitomórfico. No Brasil teve impacto relativamente discreto na arquitetura, com maior presença nas artes aplicadas e decorativas e na pintura. O estilo já é uma expressão típica da modernidade, reagindo ao historicismo e ao sentimentalismo romântico, objetivando uma integração à vida cotidiana, às mudanças sociais e ao ritmo acelerado da vida moderna.
Importado da França, principalmente na decoração de interiores ou em grandes e elementos arquitetônicos de ferro forjado.o estudo intenso da natureza conduziu não só a novos temas na pintura, mas também as novas formas de representação. As linhas curvas das árvores ou das pétalas entrelaçadas dos botões das flores começaram a ser interpretadas com uma linguagem de formas inovadora, geralmente constituída por ornamentos planos, que rompiam com o repertório de formas até então conhecido. Conhecido também como estilo floral, está presente em edifícios projetados pelo francês Victor Dubugras (1868-1933); nas construções do sueco Karl Ekman (1866-1940), como a Vila Penteado, em São Paulo; e em gradis, portas e móveis produzidos pelo Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo. No Rio de Janeiro, um grande exemplo é o interior da Confeitaria Colombo. Cerâmicas e cartazes do pintor Eliseu Visconti (1866-1944) também têm inspiração art nouveau.
Confeitaria Colombo Sem dúvida é muito elegante. Joaquim Borges de Meirelles e Manoel José Lebrão. Confeitaria Colombo, l894.rio de Janeiro- RJ
Neogótico Como uma tendência marcante e um tanto à parte, embora embutida na mesma perspectiva romântica-historicista que originou o ecletismo, e em muitos casos transitando através de outros estilos em sínteses polimorfas, está a voga neogótica que correu o Brasil entre o fim do século XIX e meados do século XX, visível especialmente na construção sacra. Deixou numerosos e interessantes exemplares na maior parte do país. Podemos indicar como edifícios paradigmáticos desta corrente: Catedral Metropolitana de São Paulo, cuja construção começou em 1913 e só terminou em 2002, sendo a maior igreja de São Paulo e um dos 5 maiores templos neogóticos do mundo, adotando uma linha derivada da interpretação modernizada do gótico nascida com «Viollet-le-Duc» com uso de metal na cúpula e torres e técnicas então as mais avançadas de construção.
Catedral Metropolitana de São Paulo A construção começou em 1913 e só terminou em 2002, sendo a maior igreja de São Paulo e um dos 5 maiores templos neogóticos do mundo
Art Déco No contexto da industrialização e expansão urbana aceleradas, aparece a Art Déco, com suas linhas sintéticas e ornamentação geometrizante, que representa um passo importante para os futuros desenvolvimentos da arquitetura modernista. Os princípios Déco agiram como uma espécie de enxugamento formal de caráter progressista na atmosfera estética polimorfa já um tanto opressiva, confusa, fantasiosa e nostálgica dos anos anteriores, e se prestou mais, por sua maior simplicidade e grande coerência entre forma e função, ao processo de verticalização das grandes cidades Na Bahia, existem dois grandes exemplos de Art Déco no país: o Elevador Lacerda e o edifício do Instituto de Cacau da Bahia. O primeiro foi construído em Salvador, ainda na segunda metade do século XX, com o intuito de facilitar o trajeto entre as Cidades Alta e Baixa. Devido ao intenso crescimento populacional da cidade, necessário foi a ampliação na década de 1920, e cujo estilo escolhido foi o Déco. A reinauguração aconteceu em 1930, com aparência conservada até os dias atuais
O Elevador Lacerda, em Salvador, foi reformado e ampliado no ano de 1930, e exibe até hoje o estilo Art Déco. Palácio do Comércio, exemplo de Art Déco em Porto Alegre Viaduto do Chá (1938), importante construção Art Déco de São Paulo.
O Modernismo Sentindo a necessidade de uma renovação definitiva no panorama arquitetônico nacional, com vistas a uma homogeneização da paisagem urbana, em meados da década de 1920 se forma um grupo de profissionais em torno da figura do russo «Gregori Warchavchik», contratado pelo grupo Simonsen para trabalhar na cidade de São Paulo, e seu primeiro projeto foi o da Casa Modernista. Este grupo de arquitetos colocou o Brasil entre os principais expoentes internacionais da indústria da construção civil.
Casa Modernista A Casa Modernista da Rua Santa Cruz, de autoria do arquiteto de origem russa Gregori Warchavchik (1896 1972), projetada em 1927 e construída em 1928, é considerada a primeira obra de arquitetura moderna implantada no Brasil.
Estética e à Técnica de Construção O modernismo trouxe avanços radicais à estética e à técnica de construção, onde predominam linhas geométricas simples e puras, mas muitas vezes ousadas, e o concreto armado, o aço e o vidro assumem papel de destaque. Os principais elementos da estética Corbusiana se resumem da seguinte forma: Planta livre: elaboração de uma estrutura independente que permita a livre distribuição das paredes, já sem exercerem função estrutural. Fachada livre: resulta igualmente da independência da estrutura. Assim, a fachada pode ser projetada sem impedimentos. Pilotis: sistema de pilares que elevam o prédio do chão, permitindo o trânsito por debaixo do mesmo. Terraço-jardim: recupera a área ocupada pelo edifício transferindo-o para cima do prédio na forma de um jardim. Janelas em fita: possibilitadas pela fachada livre, permitem uma relação desimpedida com a paisagem.
Pilotis do Edifício Gustavo Capanema, no Rio de Janeiro, um marco da arquitetura funcional no Brasil. O Congresso Nacional. Em 1960, houve a transferência para Brasília, e desde então o Congresso Nacional opera no Palácio Nereu Ramos. Como a maioria das contruções oficiais brasilienses, o edifício do congresso foi projetado por Oscar Niemeyer, que segue o estilo da arquitetura brasileira moderna. O Edifício da FIESP, do escritório de Rino Levi.
A segunda Geração Moderna Na década de 1950, e em especial após a construção de Brasília, surge uma tendência alternativa ao "Corbusierismo", buscando uma aproximação com fontes vernáculas, e diferenças e necessidades regionais começam a se fazer presentes de forma incontestável, e passam a ser usados materiais tipicamente regionais como a cerâmica e o tijolo aparente nas construções. Criadores como Lina Bo Bardi, Luiz Paulo Conde, Severiano Mário Porto, Francisco de Assis Reis e Jaime Lerner iniciam um processo de crítica e revisão dos princípios do modernismo ortodoxo e adotando conceitos flexibilizadores do agudo racionalismo das décadas anteriores. Com isso a unidade de pensamento arquitetônico que havia se formado em torno da influência de Corbusier se quebra, e surgem adaptações e releituras do repertório formal protomodernista e modernista.
Pós-Modernismo e Contemporaneidade A partir da década de 1970 começam a se tornar patentes sérios problemas de urbanismo ligados à crescente densidade populacional nas grandes cidades e à sua intensa verticalização. Particularmente em anos recentes tem havido grande demanda por habitação popular e especulação imobiliária, com conseqüente proliferação de espigões de estrutura "genérica" ou impessoal, rebaixamento na qualidade de vida, impacto ambiental negativo, infra-estruturas sanitárias e de abastecimento hídrico e elétrico insuficientes, perda do senso de escala humana nos prédios, vias de tráfego congestionadas, expansão dos cinturões de pobreza em torno dos grandes centros, degradação do ambiente social e uma série de problemas associados. Embora sejam questões mais diretamente ligadas ao urbanismo, a arquitetura desempenha um papel decisivo neste processo, e as projeções da ONU, apontando que em 2030, 60% da população mundial viverá em cidades, forçam uma reavaliação urgente na tipologia das construções e sua adequação às realidades locais com vistas a uma sustentabilidade da urbanização futura.
Edifícios do Caminho das Árvores, em Salvador. Edifício Savassi, Belo Horizonte
Centro Empresarial Nações Unidas em São Paulo. Um complexo comercial localizado na cidade de São Paulo, no bairro do Brooklin, no distrito de Santo Amaro. Está situado entre as avenidas Nações Unidas e Luís Carlos Berrini, com entrada principal pela avenida Berrini, atualmente uma das regiões mais valorizadas da capital paulista. Tem 277.446,18 m² de área construída, incluindo centro comercial e as torres Oeste, Norte e Leste. O projeto de 1989 só foi co
Shopping Estação, Curitiba. Sede da empresa telefônica Vivo, em Porto Alegre.
Ponte Octávio Frias de Oliveira em São Paulo. Brasília Shopping.
Tal celebração começa exatamente naquela que ficou conhecida como sua obra mais vista, o o Museu de Arte Contemporânea (MAC) de Niterói (foto acima) e será complementada por obras da coleção João Sattamini, de artistas como Beatriz Milhazes, Lygia Clark e Sergio Camargo fontes de influência do pensamento de Niemeyer. No MAC acontecerá a mostra Oscar Niemeyer Arquiteto brasileiro cidadão, com fotografias, textos e projetos representando as principais fases de sua arquitetura. Niemeyer articulou uma iconografia que se tornou um símbolo de identidade nacional.
A arquitetura brasileira conta hoje com cerca de 140 escolas de formação de nível superior espalhadas por todo o território nacional, e a crítica está firmemente estabelecida, com vasta produção teórica, embora alguns aleguem que "poucos arquitetos brasileiros têm a preocupação de procurar linguagem própria à nossa cultura", que ainda falta muito o que se fazer no campo da discussão e que em termos gerais o novo arquiteto sai da escola despreparado para atuar no mundo contemporâneo, preocupado apenas com a profissão em si e esquecendo que, para enfrentar com sucesso os desafios atuais, deve "entender de política, de macroeconomia, de tecnologia, de cultura; depois, com estas dimensões é que vai colocar nesse contexto a profissão. Não dá para começar pela profissão, sem estudar o contexto", sendo preciso "trabalhar com as raízes culturais. Com a nação, e dentro do próprio país, com as sub-regiões".
Como vimos, este trabalho é resultado de um estudo minucioso que exigiu, no decorrer do mesmo muita análise. Uma das vantagens oferecidas e que considero a mais importante foi o conhecimento que tive a respeito da Arquitetura de país da LUSOFONIA o Brasil e seu atuante papel nas transformações da Arquitetura indígena,modernismo,pós-modernismo e contemporaneidade. Foi um estudo realmente muito interessante e instrutivo. LUCAS SIMÕES 3 7 Collège MICHEL SERVET 2B Avenue Jules Ferry B.P. 187 74102 ANNEMASSE CEDEX