ATENDIMENTO AMBULATORIAL AO PACIENTE HIPERTENSO



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Transcrição:

Universidade Federal do Maranhão - UFMA Hospital Universitário Presidente Dutra - HUPD Liga Acadêmica de Hipertensão Arterial Sistêmica - LAHAS ATENDIMENTO AMBULATORIAL AO PACIENTE HIPERTENSO São Luís - MA 2012

Universidade Federal do Maranhão - UFMA Hospital Universitário Presidente Dutra Liga Acadêmica de Hipertensão Arterial Sistêmica - LAHAS ATENDIMENTO AMBULATORIAL AO PACIENTE HIPERTENSO Projeto de Ensino, Pesquisa e Extensão da Universidade Federal do Maranhão e Hospital Universitário Presidente Dutra. Tutores: Dr. Natalino Salgado Filho e Dra Érika Cristina Ribeiro de L. Carneiro. Coordenador Discente: Bruno Rocha Velozo (acadêmico de Medicina do 5º ano) São Luís - MA 2012

1 Objetivo do Projeto 1.1 Objetivo Geral: Firma-se como instituição que atua em ensino, pesquisa e extensão, visando promover uma abordagem global ao paciente hipertenso através de equipe multidisciplinar, direcionada para prevenção, diagnóstico, tratamento e controle de doenças cardiovasculares, renais e fatores de risco associados. 1.2 Objetivos Específicos: a) Caracterizar o perfil clínico-epidemiológico da população-alvo; b) Capacitar acadêmicos da área da saúde quanto à etiopatogênese, diagnóstico, manejo clínico da Hipertensão Arterial Sistêmica e quanto à prevenção da sua descompensação; c) Propiciar subsídios para medidas de intervenção visando melhora do controle clínico da Hipertensão; d) Estimular a produção científica, no âmbito da nefrologia e cardiologia, pela equipe de extensionistas, através da elaboração de artigos e resumos a serem apresentados em eventos científicos e publicados em periódicos; e) Humanizar o trabalho na área da saúde;

f) Relacionar Ensino-Pesquisa-Extensão. 2 Metodologia Utilizada 2.1 Atividades de Extensão A Liga de Hipertensão Arterial do Hospital Universitário Presidente Dutra (HUPD) é composta por 14 acadêmicos de Medicina, 10 acadêmicos de Enfermagem e 8 acadêmicos de Nutrição, e tem cerca de 1000 pacientes cadastrados. Ela fornece assistência ambulatorial ao paciente hipertenso, funcionando de segunda a sexta, no período vespertino. São disponibilizadas três salas no Centro de Prevenção de Doenças Renais do HUPD e lá são atendidos 12 pacientes por dia, que são acompanhados de 3 em 3 meses, ou menos, conforme o caso. Além disso, a liga promove atividades de conscientização da população no Dia Mundial do Rim (8 de março), e no Dia Nacional de Prevenção à Hipertensão Arterial (26 de abril). Os acadêmicos de medicina, enfermagem e nutrição trabalham sob orientação dos médicos nefrologistas Dr. Natalino Salgado Filho e Dra. Érika Cristina Ribeiro de L. Carneiro. Os acadêmicos de enfermagem são os primeiros a terem contato com os pacientes. Eles são responsáveis pela primeira entrevista, buscando dados que identifiquem o paciente, informações sobre hábitos de vida (tabagismo, etilismo) e sobre sua história clínica atual e pregressa, sobre uso de medicações etc. Realizam ainda exame físico, com aferição de pressão arterial, frequência cardíaca, antropometria, circunferência abdominal e exame do abdome e dos aparelhos circulatório e respiratório. Eles são também responsáveis pelas primeiras informações sobre hipertensão dadas ao paciente, a fim de prestar esclarecimento e conscientizar o mesmo sobre sua condição. Já os acadêmicos de nutrição orientam os pacientes quanto à melhor dieta a ser instituída, a medidas para perda de peso e sobre mudanças de hábitos de vida. A possibilidade de orientação nutricional é fundamental para os

pacientes, visto que a mudança dietética, perda de peso e a diminuição da circunferência abdominal são medidas muito importantes para o controle pressórico adequado, para a melhora de parâmetros metabólicos e para uma melhor qualidade de vida do paciente. Os acadêmicos de Medicina realizam atendimento ambulatorial, no qual o paciente é questionado sobre queixas, fatores de risco, eventos cardiovasculares e onde o mesmo é examinado (aferição de pressão arterial, mensuração de circunferência abdominal, de altura, do peso etc). São ainda solicitados exames de rotina (glicemia em jejum, lipidograma, creatinina plasmática, taxa de filtração glomerular, potássio, ácido úrico, hemograma completo, urina tipo I, eletrocardiograma de repouso) e outros conforme necessário na 1ª consulta do paciente e, depois, de 6 em 6 meses. De acordo com as informações obtidas, o paciente é orientado quanto à mudança no estilo de vida e quanto à medicação adequada para seu tratamento. No caso de dúvidas durante o atendimento, os acadêmicos consultam um dos tutores presentes. Quando necessário, encaminha-se o paciente para médicos do Hospital Universitário de outras especialidades (endocrinologia, cardiologia, oftalmologista), bem como para os acadêmicos de nutrição da própria Liga. Todas as informações sobre o paciente são anotadas na ficha-protocolo de atendimento (em anexo). As consultas de retorno são marcadas no mesmo dia pela secretária do setor ou pelos acadêmicos. 2.2 Atividades de Ensino: Quinzenalmente, às quintas-feiras, são realizadas reuniões científicas, nas quais são discutidos casos clínicos, artigos e são ministradas aulas (pelo orientador, acadêmicos da liga ou professores convidados). Nessas reuniões, só são permitidas três faltas por semestre para cada aluno; no caso de não cumprimento desta regra, o mesmo é desligado da Liga.

2.3 Atividades de Pesquisa: A liga tem um banco de dados próprio no Epi. Info onde são cadastrados os pacientes (dados clínicos e laboratoriais). Deste banco, são retiradas as informações necessárias para a realização de trabalhos científicos que são enviados para congressos e outros eventos da área de saúde. Todos os membros participam da elaboração dos resumos e pôsteres. 2.4 Avaliação do projeto: 2.4.1 Pelo público-alvo: Os pacientes assistidos pelo projeto têm a oportunidade de avaliar a qualidade das ações executadas, tal como expressar a sua satisfação em relação aos procedimentos, através do preenchimento de questionários, administrados pelos discentes. Estes instrumentos versam a respeito da relação com a equipe de execução e do impacto do projeto no controle da pressão arterial e comorbidades. 2.4.2 Pela Equipe: As atividades são avaliadas continuamente de forma a possibiltar a monitorização das ações propostas e identificar e solucionar eventuais intercorrências. Os acadêmicos são avaliados quanto à assiduidade, cumprimento do plano de trabalho proposto, satisfação, grau de envolvimento e compromisso, grau de apropriação de conteúdos e aquisição de habilidades e competências. Dessa forma, são realizadas reuniões quinzenais entre eles e o professor/tutor responsável para discussão das atividades executadas, dificuldades encontradas, e proposição de estratégias para resolução dos problemas. Além disso, o próprio acadêmico faz sua auto-avaliação, refletindo sua participação no projeto, enfocando as dificuldades surgidas (se houver) e a experiência do projeto para sua formação.

3 Resultados Alcançados O Projeto 'Atendimento Ambulatorial ao paciente hipertenso - Liga de Hipertensão' vem contribuindo bastante ao promover a prevenção, diagnóstico, tratamento e controle de doenças cardiovasculares, renais e fatores de risco desses pacientes. Sob a coordenação do Prof. Dr. Natalino Salgado Filho - Reitor da UFMA, Professor Adjunto do Departamento de Medicina I e Doutor em Medicina (Nefrologia) pela Universidade Federal de São Paulo, os acadêmicos do projeto realizam a triagem, o acompanhamento clínico e laboratorial, o encaminhamento para serviços de referência e o desenvolvimento de atividades educativas com o público-alvo. Tais medidas, ao aproximarem a população do serviço público de saúde, ao aumentarem a adesão ao tratamento precoce e ao permitirem uma abordagem do serviço especializado no momento mais adequado, retardam a progressão da doença e desencadeiam uma significativa queda na morbimortalidade dos hipertensos que participam do projeto. Além dos benefícios trazidos à população, a própria formação acadêmica sofre um impacto positivo à medida que os discentes têm a oportunidade de integrar os conteúdos da graduação com as discussões de casos clínicos e a vivência prática no Centro de Prevenção. A produção de conhecimento também é contemplada no projeto, pois as atividades realizadas permitem a construção de um banco de dados, cuja análise leva à elaboração de trabalhos científicos que podem ser divulgados em congressos e jornadas ou através da sua publicação em periódicos especializados. Em 2012, a Liga Acadêmica de Hipertensão Arterial Sistêmica enviou trabalhos para o XX Congresso da Sociedade Brasileira de Hipertensão. De uma amostra de 209 pacientes, foram encontrados os seguintes resultados: 47,8% estavam com a PA controlada - desses pacientes, 88% relataram adesão à medicação, 81% à dieta e 47% à atividade física. Além disso, 71% usavam diurético, 47% IECA, 34% BCCA, 27% BRA e 17% Betabloqueador; os fatores de risco avaliados mostraram que 38,2% apresentaram idade como fator de risco, 7,1% eram tabagistas, 49,2% eram dislipidêmicos, 22,4% eram diabéticos, 46,41% referiram histórico familiar positivo para doenças cardiovasculares. No que se refere a riscos adicionais, 58,3% possuíam circunferência abdominal elevada e 50,2% pacientes apresentaram taxa de

filtração glomerular estimada <60 ml/min.; 23,03% apresentaram hipertensão refratária, mais frequentemente mulheres (68,29%) e idosos (59,98%), e 44,7% apresentaram hipertensão arterial sistólica isolada, sendo maior a incidência no número de idosos (57,4%). 4 Comentários finais/ Conclusões O processo político-pedagógico da universidade, como uma instituição educadora, supõe a reafirmação de seu compromisso com a sociedade; pois sua finalidade não está em si mesma. Trata-se, ao contrário, de uma dinâmica continuada potencializada na medida em que desencadeia e reforça uma percepção crítica da realidade. Para tal, necessita de um processo contínuo de aprendizagem que promova e retroalimente as relações entre a comunidade acadêmica e o contexto social na qual está imersa, fomentando o intercâmbio de saberes e práticas, por meio da implementação de projetos e atividades que tenham como fio condutor a articulação ensino, pesquisa e extensão. Nesse contexto, a Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) atinge cerca de 30% da população brasileira e acarreta elevados custos médicos e socioeconômicos devido às suas complicações (acidente vascular cerebral, doenças coronarianas, insuficiência renal crônica, etc.) que podem ser evitadas, desde que os hipertensos conheçam sua condição e mantenham-se em tratamento. Por outro lado, a rede de atenção primária à saúde não fornece os recursos necessários para o acompanhamento de pacientes com complicações da hipertensão arterial sistêmica. Esses pacientes necessitam da abordagem com equipe interdisciplinar, e demandam maiores recursos na realização de exames que visam o diagnóstico e tratamento precoce das complicações. Portanto, a criação de projetos que esclareçam as complicações da doença pode incentivar a adesão dos pacientes ao tratamento e ser instrumento de parceria com instituições governamentais e nãogovernamentais, visando a melhoria na qualidade da assistência. A partir desse paradigma, o Projeto Atendimento Ambulatorial ao paciente hipertenso Liga de Hipertensão Arterial vem conseguindo colocar isso em prática desde sua

criação, em 1999, com os recursos do próprio Hospital Universitário, servindo como exemplo para as demais regiões do país. ANEXO Segue, em anexo, juntamente com este projeto, a ficha-protocolo de Avaliação Clínica dos nossos pacientes.