Biorreagentes Aplicações na Remoção de Metais Pesados Contidos em Efluentes Líquidos por Biossorção/Bioflotação

Documentos relacionados
USO DE BIORREAGENTES NO TRATAMENTO DE EFLUENTES LÍQUIDOS CONTENDO METAIS PESADOS

Metalurgia & Materiais

USO DE PALHA DE ARROZ PARA A REMOÇÃO DE CORANTE CATIÔNICO: ISOTERMAS E CINÉTICAS DE ADSORÇÃO

SEMENTE DE UVA EM PÓ COMO ALTERNATIVA EFICIENTE DE BIOSORVENTE PARA REMOVER CORANTES DE SOLUÇÕES AQUOSAS.

7. Aplicação do Principio do Máximo

Física IV. Instituto de Física - Universidade de São Paulo. Aula: Interferência

EQUAÇÕES DIFERENCIAIS APLICADAS EM MODELOS DE COMPARTIMENTOS

Notas de aulas de Mecânica dos Solos I (parte 5)

( 1). β β. 4.2 Funções Densidades Con2nuas

ADSORÇÃO DE CORANTES AZO PONCEAU EM SÍLICA GEL MODIFICADA COM APTES

Bolsista de iniciação Científica PIBIC/CNPq/UFMG, discente do curso de Engenharia Química

MESTRADO EM MACROECONOMIA e FINANÇAS Disciplina de Computação. Aula 07. Prof. Dr. Marco Antonio Leonel Caetano

Capítulo 6 Decaimento Radioativo

Segundo Letterman (1999); a adsorção de moléculas pode ser representada como uma reação química:

Teoria de Controle (sinopse) 4 Função de matriz. J. A. M. Felippe de Souza

USO DE MODELOS DE TRANSFERÊNCIA DE METAL PESADO E DE CRESCIMENTO DA CANA-DE-AÇÚCAR SOB ADUBAÇÃO DE COMPOSTO DE LIXO URBANO

7 Solução de um sistema linear

Corrente elétrica, Resistência e circuitos elétricos de corrente contínua. Cargas em movimento

Experimento 4 Indutores e circuitos RL com onda quadrada

ANALISE DE CIRCUITOS DE 1 a E 2 a. J.R. Kaschny ORDENS

Fenômenos de adsorção em interfaces sólido/solução. Construção e modelagem de isotermas de adsorção no equilíbrio químico

Administração da Produção II Prof. MSc. Claudio S. Martinelli Aula 1

EMPREGO DO TRATAMENTO VIA FLUIDO SUPERCRÍTICO NA ADSORÇÃO DE COBALTO UTILIZANDO QUITINA

Grupo I. 1) Calcule os integrais: (4.5) 2) Mostre que toda a equação do tipo yf( xydx ) xg( xydy ) 0

Efeito da pressão decrescente da atmosfera com o aumento da altitude

ADSORÇÃO DE COBALTO UTILIZANDO CASCA DE ARROZ E INFLUÊNCIA DO TRATAMENTO SUPERCRÍTICO

O modelo Von Bertalanffy adaptado para suínos de corte

Capítulo 2.1: Equações Lineares 1 a ordem; Método dos Fatores Integrantes

ANO LECTIVO 2001/2002

J, o termo de tendência é positivo, ( J - J

FENOMENOS DE TRANSPORTE 2 o Semestre de 2013 Prof. Maurício Fabbri

Sumário Propagação em Meios com perdas Propagação em Meios Dieléctricos e Condutores Energia transportada por uma onda electromagnética

VARIÁVEIS ALEATÓRIAS DISCRETAS. Vamos agora analisar em detalhe algumas variáveis aleatórias discretas, nomeadamente:

Fenômenos de adsorção em interfaces sólido/solução. Fenômenos de adsorção em interfaces sólido/solução

FUNÇÕES DE UMA VARIÁVEL COMPLEXA

4 PROBLEMA ESTRUTURAL DINÂMICO NÃO-LINEAR

INSTITUTO POLITÉCNICO DE VISEU. f x = x em relação à partição do intervalo. em 4 subintervalos de igual amplitude e tal que o ponto ω

ESTUDO CINÉTICO E DE EQUILÍBRIO DE ADSORÇÃO PARA REMOÇÃO DE FENOL EM SOLUÇÕES AQUOSAS UTILIZANDO CARVÃO ATIVADO COM CO 2

Probabilidade II Aula 6

log 2, qual o valor aproximado de 0, 70

Equações de Maxwell na Forma Fasorial

Estratégia para a Introdução de Fontes Distribuídas de Geração e Armazenamento de Energia de Baixas Potências em Redes de Distribuição

BIOFLOTAÇÃO APLICADA A REMOÇÃO DE METAIS PESADOS DE EFLUENTES LÍQUIDOS

5 Resultados e Discussão

Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. Departamento de Engenharia de Estruturas e Fundações

Actividade Laboratorial TL 01. Assunto: Força de atrito estático e cinético

Equações de Maxwell. Métodos Eletromagnéticos. Equações de Maxwell. Equações de Maxwell

Curso de linguagem matemática Professor Renato Tião. 3. Sendo. 4. Considere as seguintes matrizes:

ESTIMAÇÃO FASORIAL APLICADA A RELÉS DE PROTEÇÃO NUMÉRICOS UTILIZANDO OS MÉTODOS DE AJUSTE DE CURVAS E REDES NEURAIS ARTIFICIAIS

Ligação Química nos Complexos - Prof. J. D. Ayala - 1 -

UFPB CCEN DEPARTAMENTO DE MATEMÁTICA CÁLCULO DIFERENCIAL I 5 a LISTA DE EXERCÍCIOS PERÍODO

estados. Os estados são influenciados por seus próprios valores passados x

Capítulo 3 Transmissão de Sinais e Filtragem

enquanto que um exemplo de e.d.p. é uma equação do tipo potencial

Hewlett-Packard MATRIZES. Aulas 01 a 05. Elson Rodrigues, Gabriel Carvalho e Paulo Luiz

ESTUDO DA TRANSMISSÃO DE CALOR RADIANTE E CONVECTIVO EM CILINDROS CONCÊNTRICOS PELOS MÉTODOS DE MONTE CARLO E RESÍDUOS PONDERADOS.

UTILIZAÇÃO DA FIBRA DO OURICURI (Syagrus coronata) NA REMOÇÃO DO CORANTE AZUL DE METILENO: VARIÁVEIS DE PROCESSO E ISOTERMA DE ADSORÇÃO

Hewlett-Packard MATRIZES. Aulas 01 a 06. Elson Rodrigues, Gabriel Carvalho e Paulo Luiz

AULA 9 CONDUÇÃO DE CALOR EM REGIME TRANSITÓRIO SÓLIDO SEMI-INFINITO

TÓPICOS. ordem; grau; curvas integrais; condições iniciais e fronteira. 1. Equações Diferenciais. Conceitos Gerais.

MÁQUINAS DE FLUXO CADERNO DE LABORATÓRIO

Resumo. Luciana de Jesus Barros; Layne Sousa dos Santos. Orientadores: Elba Gomes dos Santos, Luiz Antônio Magalhães Pontes

O teorema da função inversa para funções de várias variáveis reais a valores vetoriais

Avaliação da Remoção de Cd e Zn de Solução Aquosa por Biossorção e Bioflotação com Rhodococcus opacus

Programa de Pós-Graduação Processo de Seleção 2 0 Semestre 2008 Exame de Conhecimento em Física

5. Resultados e discussão

4. Modelos matemáticos de crescimento

ESTUDO DE EQUILÍBRIO DA ADSORÇÃO DE COBRE (II) POR FILMES DE QUITOSANA

CÁLCULO NUMÉRICO TRIDIMENSIONAL DA DISPERSÃO DE CONTAMINANTES NA ATMOSFERA

DIMENSIONAMENTO ÓTIMO DE RECURSOS HUMANOS EM PROJETOS

TM-182 REFRIGERAÇÃ ÇÃO O E CLIMATIZAÇÃ ÇÃO. Prof. Dr. Rudmar Serafim Matos

Modelagens matemáticas de processos cinéticos

A PRESENÇA DA AUTOCORRELAÇÃO NO GRÁFICO DE CONTROLE T 2 DE HOTELLING

O raio de um núcleo típico é cerca de dez mil vezes menor que o raio do átomo ao qual pertence, mas contém mais de 99,9% da massa desse átomo.

Curso de Engenharia Mecânica Disciplina: Física 2 Nota: Rubrica. Coordenador Professor: Rudson R Alves Aluno:

USO DE MESOCARPO DE MARACUJÁ-AMARELO COMO BIOSSORVENTE PARA REMOÇÃO DE Cr(VI) DE SOLUÇÕES AQUOSAS

BIOSSORÇÃO APLICADA A REMOÇÃO DE METAIS PESADOS DE EFLUENTES LÍQUIDOS

Divisão (cont.) Obter TODOS os nomes dos empregados que trabalham em TODOS os projectos nos quais Joao trabalha. projectos em que Joao trabalha.

ESTUDO DO TRATAMENTO DE ÁGUA CONTAMINADA COM PIGMENTO UTILIZANDO RESÍDUO DE GRAVIOLA COMO AGENTE ADSORVENTE

Funções de Várias Variáveis (FVV) UFABC, 2019-Q1

Campo elétrico. Antes de estudar o capítulo PARTE I

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

5. Resultados e Discussão 5.1. Estudos Eletrocinéticos

III Encontro de Educação, Ciência e Tecnologia

Planejamento experimental estatístico para a otimização das condições em batelada de dessorção de níquel da alga marinha Sargassum filipendula

Oprocesso de neutralização tem um destacado

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE MATEMÁTICA DEPARTAMENTO DE MATEMÁTICA MAT Matemática I Prof.: Leopoldina Cachoeira Menezes

ISOTERMAS DE LANGMUIR E FREUNDLICH NA ADSORÇÃO DE AZUL DE METILENO E Cd +2 EM HIDROGÉIS CONSTITUÍDOS DE QUITOSANA

Instituto de Física USP. Física V - Aula 32. Professora: Mazé Bechara

Funções reais de n variáveis reais

EQUILÍBRIO E TERMODINÂMICA DA ADSORÇÃO DE CORANTE CATIÔNICO UTILIZANDO QUITINA TRATADA VIA ULTRASSOM

CARGA E DESCARGA DE CAPACITORES

AULA 22 PROCESSO DE TORNEAMENTO: CONDIÇÕES ECONÔMICAS DE USINAGEM

/ :;7 1 6 < =>6? < 7 A 7 B 5 = CED? = DE:F= 6 < 5 G? DIHJ? KLD M 7FD? :>? A 6? D P

ModelosProbabilísticos paravariáveis Discretas. Modelo de Poisson

Implementação de Filtros Ativos Usando Amplificadores Operacionais de Transcondutância e Capacitores (OTA-C)

Função Exponencial: Conforme já vimos, o candidato natural à função exponencial complexa é dado pela função. f z x iy f z e cos y ie sen y.

ADSORÇÃO DO CORANTE VERMELHO REMAZOL UTILIZANDO CARVÃO ATIVADO OBTIDO A PARTIR DA CASCA DE AMENDOIM: ESTUDO CINÉTICO E DE EQUILÍBRIO.

Programa de Educação Tutorial - PET/Eng. Elétrica Grupo de Pesquisa Sistemas de Energia Elétrica 2

Aula 1, Experiência 1 Circuitos CA e Caos

Transcrição:

Biorragns Aplicaçõs na Rmoção d Mais Psados Conidos m Efluns Líuidos por Biossorção/Biofloação Bruno Abru Calfa Aluno d graduação do curso d Engnharia Química Dparamno d Química Ponifícia Univrsidad Caólica do Rio d Janiro E-mail: brunocalfa@ui.puc-rio.br Maurício Lonardo Torm Profssor Associado Dparamno d Ciência dos Mariais Malurgia Ponifícia Univrsidad Caólica do Rio d Janiro E-mail: orm@dcmm.puc-rio.br Rsumo Es rabalho m o objivo d aprsnar uma anális dos principais aspcos sobr o uso d biomassas como biorragns na rmoção d mais psados conidos m fluns líuidos. As vanagns d s uilizar biossorvns ao invés d sorvns convncionais são noadamn na rlação cuso-bnfício inrn a sa cnologia conmporâna. Algas, bacérias, fungos mariais biológicos m gral (casca d coco, madira, urfa c.) êm rvlado avidz na capura d íons málicos m ambins auosos, sndo u sua ubiüidad diminui o cuso oal d sismas d raamno. Exmplos d psuisas pans são discuidos, dmonsrando o sucsso dssa cnologia mrgn. Palavras-chav: Biorragns, biossorção, biofloação, fluns líuidos, biomassa, mais psados, radionuclídos Absrac Th objciv of his work is o prsn a rviw concrning h us of biomasss as bioragns in h rmoval of havy mals in h liuid ffluns ramn. Th advanags of using hs biosorbns insad of convnional sorbns li on h cos bnfi rlaions inhrn in his rcn chnology. Alga, bacria, fungi and biological marials (coconus shlls, wood, pa c.) hav shown avidiy of mal ions upaking in auous nvironmns and which hir ubiuiy dcrass h ramn sysms ovrall cos. Rsarch and pans xampls ar discussd, showing h succss of his mrgn chnology. Kywords: Bioragns, biosorpion, liuid ffluns, biomass, havy mals, radionuclids, pans.

. Inrodução Aravés dos anos, os avanços na cnologia êm prmiido u as áras d psuisa da indúsria nndam cada vz mais os fnômnos físicos uímicos. Es mlhor nndimno pod sr uilizado para oimizar écnicas, procssos uipamnos. Ao s ralizar progrssos, inviávis danos ambinais são criados ou innsificados, m paricular, os fluns líuidos conndo mais psados/óxicos. Porano, ornou-s xrmamn imporan, nos anos rcns, a psuisa d méodos para diminuir os nívis d poluição/conaminação causados pla prsnça d, principalmn, mais psados radionuclídos m fluns líuidos, andndo a lgislação ambinal vign. Alguns dos procssos adoados para o raamno d fluns conaminados por mais são: prcipiação; oxidação/rdução; sparação sólido/líuido, ais como sdimnação ou floação; cnologia d mmbrana, roca iônica adsorção. O raamno pod sr oprado ano m balada ou m procsso conínuo. A slção do procsso d raamno do flun líuido m usão dpndrá dos mais sua rspciva físico-uímica m soluçõs auosas (Was al., 997). Por biorragns, nndm-s biomassas vgais (planas), microrganismos, cascas rsos d marial biológico m gral, d prfrência não paogênicos a fim d viar a ransmissão d donças no su manusio. Ess biorragns podm sr mprgados vivos ou moros. Dfin-s biossorção como a rmoção d spécis, composos ou pariculados málicos m solução por biomassa sm auação do su mabolismo. Caso a rmoção dpndr do mabolismo, dnominas bioacumulação, u somn ocorr s o biorragn sivr vivo. O uso d biorragns moros orna-s uma vanagm, já u ls não sofrm limiaçõs dvido à oxicidad do mio não rurm rnovação do mio d culura (Kiran al., 005). Es rabalho m como objivo rvisar o sudo d biorragns capazs d rmovr íons d mais psados radionuclídos d soluçõs auosas ambém dsacar sismas comrciais u produzm uilizam biomassa para o raamno d fluns líuidos.. Aspcos Fundamnais da Capação d Mais por Biorragns Grand par do sudo cinífico volado para o sudo da sorção d mais por biorragns m buscado nndr mais claramn os mcanismos rsponsávis pla capação. Esa busca é ncssária, pois m o inuio d xplorar o poncial dos biorragns como sorvns d divrsos ipos d mais. Em gral, as variávis mais rprsnaivas são: ph, obnção d isormas d capação, sudos cinéicos, microscopia lrônica d varrdura (MEV) d ransmissão (MET), mdiçõs do poncial za obnção d spcros d infravrmlho (IV). O sudo da influência do ph do mio na rmoção d mais m o objivo d drminar a faixa d ph na ual ocorru maior rmoção. Parallamn, ralizam-s mdiçõs do poncial za da biomassa na prsnça na ausência dos mais sudados. Ambos os nsaios podm forncr dados sobr a carga gral da pard clular do biorragn, m solução auosa, m difrns valors d ph. A composição da camada xrna da biomassa, ond ocorrrá a biossorção, varia dnr os divrsos biorragns sudados. Tszos al. (996) dsacam rês classs d biopolímros microbianos u srvm d síios para capação d mais: proínas, ácidos nucléicos polissacarídos. Tais componns possum, m sua sruura, as spécis uímicas amina, carboxila, hidroxila, fosfao, sulfao ouros u podm s ligar aos íons málicos. A obnção d isormas d capação é úil para s modlar a biossorção, ou sja, drminar como a capacidad d biossorção do biorragn varia d acordo com a concnração d mal no

uilíbrio (Zouboulis al., 999). Os modlos d isormas d capação mais uilizados são o d Langmuir o d Frundlich (Tabla.). Tabla. Modlos d Isormas d Capação Modlo d Langmuir Modlo d Frundlich QmK LC = + K C L n = KC Linarização: Linarização: C = Q K m L C + Q m ln = lnk + n lnc - capura d mal no uilíbrio (mg.g - ) C - concnração da spéci málica m solução no uilíbrio (mg.l - ) Q m - consan: capação máxima d mal pla biomassa (mg.g - ) K - consan: afinidad nr o biossorvn L o mal (g.mg - ) - capura d mal no uilíbrio (mg.g - ) C - concnração da spéci málica m solução no uilíbrio (mg.l - ) K - consan: capacidad do adsorvn (mg -/n.l /n.g - ) - innsidad da adsorção (adimnsional) n As análiss da cinéica da biossorção informam as xprssõs da axa d variação d capação d mal pla biomassa no mpo. Os dados cinéicos auxiliam na idnificação do mcanismo da biossorção são indispnsávis para o projo d raors d uma plana d raamno. Os modlos cinéicos mais usados são o d psudo-primira ordm o d psudosgunda ordm (Tabla.) (Ho McKay, 998). Tabla. Modlos Cinéicos Modlo d Psudo-primira Ordm Modlo d Psudo-sgunda Ordm d d = k ( ) d d = k ( ) Solução Linarização: Solução Linarização: k log,303 ( ) = log( ) = k + k - consan d vlocidad (min - ) - uanidad d mal sorvido no uilíbrio (mg.g - ) - uanidad d mal sorvido no mpo (mg.g - ) k - consan d vlocidad (g.mg -.min - ) - uanidad d mal sorvido no uilíbrio (mg.g - ) - uanidad d mal sorvido no mpo (mg.g - )

O uso do MEV do MET auxilia na lucidação dos mcanismos nvolvidos na biossorção, bm como as caracrísicas uímicas lmnars do biorragn. O MEV pod sr acoplado ao uipamno EDS ( Enrgy Disprsiv Sysm ) o ual possibilia a drminação da composição ualiaiva smi-ualiaiva das amosras a parir da missão d raios-x caracrísicos. Tano o MEV/EDS o MET possibiliam uma visualização da morfologia da biomassa ans após o conao com a spéci málica sudada informam a dnsidad lrônica nas células microbianas, indicando s houv adsorção, absorção, prcipiação (Srivasava Thakur, 006; Torm al., 006). Os spcros d IV forncm dados sobr a naurza da inração célula-mal na biossorção, ou sja, podm-s vrificar uais grupamnos funcionais (carbonila, hidroxila, amino) são nvolvidos na biossorção ao s avaliar alraçõs nos picos obidos no spcro d IV da biomassa ans após o conao com o biossorvn (Akar Tunali, 005; Pan al., 006). Gadd al. (995) analisaram xausivamn os possívis mcanismos da rmoção d mais, malóids radionuclídos por biorragns. Para biomassas moras sus drivados, alguns mcanismos aponados foram adsorção, roca iônica süsro do sorbao m usão, ao passo u para biomassas vivas, ouros mcanismos, dssa vz dpndns do mabolismo, são possívis, ais como prcipiação como sulfos, complxação por sidróforos ouros mabólios, süsro por proínas por ppídos ligans d mais ouros. 3. Esudo d Casos Muios rabalhos rvlam, ssncialmn, xprimnos ralizados m balada, m scala laboraorial, para avaliar o poncial da biomassa na biossorção d mais. Porém, m aumnado o númro d psuisas u indicam a aplicação dos biorragns m sismas d sparação sólido/líuido como floação ambém m colunas d lio fluidizado, mpacoado ou fixo. Essa ransição da scala d bancada para a indusrial é imporan pod sr vrificada m algumas pans d sismas d biossorção já xisns. Vlan al. (005) uilizaram a alga marinha Ulva riculaa para sudar sua biossorção d cobr, cobalo níul numa coluna d lio mpacoado d fluxo ascndn. Os rsulados mosraram u, na alura do lio d 5 cm, a capacidad d capura do mal foi d 56,3 ± 0,4, 46, ± 0,07 46,5 ± 0,08 mg.g - d cobr, cobalo níul, rspcivamn. A fim d rusar o biossorvn, sudos d rgnração da alga foram ralizados uilizando-s CaCl rês ciclos d sorção-dssorção. A Figura 3. mosra a curva d rupura para a biossorção d cobr. O comporamno d um sisma composo por um sorvn um polun numa coluna é rprsnado, graficamn, pla curva d rupura sa anális é fundamnal para o projo d uma coluna d biossorção. Figura 3. Curva d rupura para biossorção d cobr por U. riculaa m difrns aluras d lio: (u ) 5 cm, (n ) 0 cm ( ) 5 cm. Taxa d fluxo 5 ml.min -, concnração inicial d cobr d 00 mg.l - ph da solução d cobr d nrada 5,5.

Já a alga marrom Sargassum sp., sudada por Silva al. (003), foi submida a ss d sorção m balada d íons Cr 3+ Cu + m ph fixo igual a 3,5. Isormas d Langmuir (capacidad máxima d capação d,30,08 mmol.g - para cromo cobr, rspcivamn) d Frundlich (capacidad do biossorvn d, 0,86 mmol.g - para cromo cobr, rspcivamn) foram obidas. Os auors ambém saram a cinéica da biossorção para os dois mais, concomianmn, m difrns concnraçõs iniciais (C 0 ) (Figura 3.), vrificando u o uilíbrio dmorou 48h para sr aingido. Figura 3. Cinéica da biossorção d cromo cobr por Sargassum sp. (C 0 Cr(III) =,0 mmol/l C 0 Cu(II) = 0,93 mmol/l) (Silva al., 003) A lvdura Saccharomycs crvisia foi sudada por Lin al. (005) na biossorção d íons Au 3+. Os auors vrificaram u a capação máxima d mal pla biomassa alcançou 53 mg.g - d mal uando g.l - da biomassa foram misurados com mm d Au 3+ por hora a 30 o C ph igual a 3,0. O objivo cnral do rabalho foi sudar a biossorção aravés d méodos spcroscópicos, ais como spcroscopia d IV, difração d raios-x spcroscopia foolrônica d raios-x. A Figura 3.3 xib o rsulado da spcroscopia d IV. Os auors concluíram u as bandas d absorção rprsnaram a prsnça d grupos amino carboxílicos, ípicos d sacarídos ppídos, u rvsm a pard clular da lvdura. Figura 3.3 Espcro d IV d () S. crvisia na ausência () na prsnça d Au 3+ por 48h (Lin al. (005)) Uma écnica u m dsprado o inrss d vários cinisas no campo da biossorção é a floação, u combinada com a biossorção rcb o nom d biofloação. Alguns microrganismos possum alo grau d hidrofobicidad dvido à composição d sua pard clular, ornando dsncssária a adição d um surfaan no sisma d floação. Alguns ipos d floação, ais como floação por ar disprso por ar dissolvido, êm sido mprgados nos sudos. Zouboulis al. (999) sudaram a biossorção m balada d íons cádmio por duas linhagns d acinomicos

(AK6 JL3) sguida pla floação por ar disprso das bacérias carrgadas do mal numa coluna. O surfaan caiônico uilizado foi bromo d cil-riil-amônio (CTMA-Br), a fim d aumnar a hidrofobicidad do biorragn. Na biofloação, dnr ouros parâmros, avaliou-s a influência do mpo d floação das biomassas m conao com o mal (Figura 3.4) foi concluído u a biofloação rsulou num procsso basan rápido, aingindo uas 00% d rmoção das biomassas carrgadas d mal m minuo. Figura 3.4 Influência do mpo d floação das biomassas carrgadas d mal sm com o surfaan CTMA-Br (Zouboulis al. (999)) Sar al. (004) psuisaram a biossorção d radionuclídos (U Th) por uma linhagm da bacéria Psudomonas. Dnr ouros parâmros sudados, avaliou-s a influência do ph na biossorção dos radionuclídos pla biomassa liofilizada. O rsulado sá xibido na Figura 3.5. Concluiu-s u condiçõs xrmamn ácidas dsfavorcram a biossorção, à mdida u os valors d ph fossm aumnando, a biossorção das duas spécis ambém aumnou, porém sabilizou após aingir condiçõs próximas da nuralidad. Figura 3.5 Efio do ph na biossorção d U Th (Sar al., (004)) Além d psuisas m scala d bancada, há vidências d sismas comrciais d biossorção u são disponívis. Was al. (997) ciam alguns sismas basados m algas. A companhia Bio-rcovry Sysms Inc. produz o biossorvn AlgaSORB TM, u é basado m Chlorlla imobilizada m géis d sílica ou poliacrilamida. Es biorragn é capaz d rmovr concnraçõs d mal d 00 mg.l - aé abaixo d mg.l - pod sr uilizado m mais d 00 ciclos d sorção/dssorção. Ouro xmplo d biossorvn dsnvolvido para sismas indusriais é chamado d Bio-fix, criado no anigo U.S. Burau of Mins. Traa-s d um biossorvn granulado composo por uma varidad d biomassas, incluindo algas imobilizadas m sfras d polipropilno. Es biorragn pod sr mprgado na rmoção d mais alcalino-rrosos m sido usado no raamno d drnagm ácida d minas. Os auors ambém dsacam o procsso AMT-Bioclaim TM dsnvolvido pla Advancd Minral Tchnologis Inc., o ual uiliza a bacéria Bacillus subilis como subproduo d um procsso d frmnação. Es biossorvn mosrou sr ficin na rmoção d Ag, Cd, Cu, Pb Zn. Ouros xmplos d sismas comrciais d

biossorção podm sr nconrados na msma rfrência no wbsi hp://www.pansorm.us/, u mosra pans nor-amricanas. Basa insrir palavras-chav, ais como Biosorpion, Biofloaion, Waswar Tramn Biomass ouras do msmo gênro na lacuna Sarch Pans. 4. Considraçõs Finais Es rabalho abordou alguns xmplos do uso d biorragns na rmoção d mais d fluns líuidos, ano m scala d bancada como m sismas comrciais. A imporância dssa nova cnologia é vidn dvido ao baixo cuso d sismas à bas d biomassas à ala ficiência dos biorragns para capurarm mais m baixas concnraçõs d soluçõs auosas. Apsar do grand avanço ralizado para uma mlhor comprnsão dos mcanismos da capação d mais por biomassas, ainda xism muias invsigaçõs a srm fias à crca da biossorção dos biorragns, ano no nívl molcular (mcanismo) uano na sua implmnação m planas indusriais a fim d raarm fluns líuidos diramn. Agradcimnos Os auors ds rabalho gosariam d agradcr ao CNP, CAPES FAPERJ plo su apoio financiro. Rfrências Bibliográficas AKAR, T., TUNALI, S. Biosorpion prformanc of Boryis cinra fungal by-producs for rmoval of Cd(II) and Cu(II) ions from auous soluions. Minrals Enginring. v. 8, n., p. 099-09, 005. AXTELL, N. R., STERNBERG, S. P. K., CLAUSSEN, K. Lad and nickl rmoval using Microspora and Lmna minor. Biorsourc Tchnology. v. 89, n., p. 4-48, 003. CIRELLI, A. F., MIRETZKY, P., SARALEGUI, A. Simulanous havy mal rmoval mchanism by dad macrophys. Chmosphr. v. 6, p. 47-54, 005. FORSTER, C. F., KESKINKAN, O. al. Havy mal adsorpion propris of a submrgd auaic plan (Craophyllum dmrsum). Biorsourc Tchnology. v. 9, n., p. 97-00, 004. GADD, G. M., WHITE, C., WILKINSON, S.C. Th Rol of Microorganisms in Biosorpion of Toxic Mals and Radionuclids. Inrnaional Biodrioraion & Biodgradaion. v. 35, n. -3, p. 7-40, 995. GUIBAL, E., ROULPH, C., LECLOIREC, P. Infrard Spcroscopic Sudy of Uranyl Biosorpion by Fungal Biomass and Marials of Biological Origin. Environmnal Scinc & Tchnology. v. 9, n. 0, p. 496-503, 995. HO, Y. S., McKAY, G. Psudo-scond ordr modl for sorpion procsss. Procss Biochmisry. v. 34, n. 5, p. 45-465., 999. KIRAN, I., AKAR, T., TUNALI, S. Biosorpion of Pb(II) and Cu(II) from auous soluions by prrad biomass of Nurospora crassa. Procss Biochmisry. v. 40, n., p. 3550-3558, 005. KRATOCHVIL, D., VOLESKY, B. Advancs in h biosorpion of havy mals. Trnds In Biochnology. v. 6, n. 7, p. 9-300, 998. LIN, Z., WU, J., XUE, R., YANG, Y. Spcrochimica Aca Par A - Molcular And Biomolcular Spcroscopy. v. 6, n. 4, p. 76-765, 005.

LOVLEY, D. R., COATES, J.D. Biormdiaion of mal conaminaion. Currn Opinion In Biochnology. v. 8, n. 3, p. 85-89, 997. MATIS, K. A., ZOUBOULIS, A. I. al. Euilibrium and kinic modling of chromium(vi) biosorpion by Aromonas cavia. Colloids and Surfacs A: Physicochmical And Enginring Aspcs. v. 4, n. -3, p. 93-04, 004. MATIS, K. A., ZOUBOULIS, A. I., GRIGORIADOU, A. A. al. Mal biosorpion floaion. Applicaion o cadmium rmoval. Applid Microbiology Biochnology. v. 45, p. 569-573 996. MATIS, K. A., ZOUBOULIS, A. I., HANCOCK, I. C. Biosorpiv floaion in mal ions rcovry. Sparaion Scinc And Tchnology. v. 9, n. 8, p. 055-07, 994. MURALEEDHARAN, T. R., PHILIP, L., IYENGAR, L., VENKOBACHAR, C. Applicaion Sudis of Biosorpion for Monazi Procssing Indusry Effluns. Biorsourc Tchnology. v. 49, n., p. 79-86, 994. OZDEMIR, G., CEYHAN, N., OZTURK, T. al. Biosorpion of chromium(vi), cadmium(ii) and coppr(ii) by Panoa sp. TEM8. Chmical Enginring Journal. v. 0, n. 3, p. 49-53, 004. PAGNANELLI, F., PAPINI, M. P., TORO, L. al. Biosorpion of Mal Ions on Arhrobacr sp.: Biomass Characrizaion and Biosorpion Modling. Environmnal Scinc & Tchnology. v. 34, n. 3, p. 773-778, 000. PAN, J., GE, X., LIU, R., TANG, H. Characrisic faurs of Bacillus crus cll surfacs wih biosorpion of Pb(II) ions by AFM and FT-IR. Colloids and Surfacs B: Bioinrfacs. v. 5, n., p. 89-95, 006. PRISCIANDARO, M., VEGLIO, F., BEOLCHINI, F. Sorpion of coppr by oliv mill rsidus. War Rsarch. v. 37, n. 0, p. 4895-4903, 003. SAR, P., KAZY, S. K., D'SOUZA, S. F. Radionuclid rmdiaion using a bacrial biosorbn. Inrnaional Biodrioraion & Biodgradaion. v. 54, n. -3, p. 93-0, 004. SCHNEEGURT, M. A., JAIN, J. C., MENICUCCI, J. A. al. Biomass Byproducs for h Rmdiaion of Waswars Conaminad wih Toxic Mals. Environmnal Scinc & Tchnology. v. 35, n. 8, p. 3786-379, 00. SILVA, E. A., COSSICH, E. S., TAVARES, C. G., FILHO, L. C., GUIRARDELLO, R. Biosorpion of binary mixurs of Cr(III) and Cu(II) ions by Sargassum sp. Brazilian Journal Of Chmical Enginring. v. 0, n. 3, p. 3-7, 003. SMITH, R. W., SCHNEIDER, I. A. H., RUBIO, J. Biosorpion of mals ono plan biomass: xchang adsorpion or surfac prcipiaion? Inrnaional Journal Of Minral Procssing. v. 6, n. -4, p. -0, 00. SRIVASTAVA, S., THAKUR, I. S. Biosorpion Poncy of Asprgillus nigr for Rmoval of Chromium (VI). Currn Microbiology. v. 53, n. 3, p. 3-37, 006. TOREM, M. L., PINO, G. H., MESQUITA, L. M. S., PINTO, G. A. S. Biosorpion of cadmium by grn coconu shll powdr. Minrals Enginring. v. 9, n. 5, p. 380-387, 006. TSEZOS, M., REMOUDAKI, E., ANGELATOU, V. A Sudy of h Effcs of Comping Ions on h Biosorpion of Mals. Inrnaional Biodrioraion & Biodgradaion. v. 38, n., p. 9-9, 996. TÜZÜN, I., BAYRAMOĞLU, G., YALÇIN, E. al. Euilibrium and kinic sudis on biosorpion of Hg(II), Cd(II) and Pb(II) ions ono microalga Chlamydomonas rinhardii. Journal of Environmnal Managmn. v. 77, n., p. 85-9, 005. VELAN, M., VIJAYARAGHAVAN, K., JEGAN, J., PALANIVELU, K. Biosorpion of coppr, cobal and nickl by marin grn alga Ulva riculaa in a packd column. Chmosphr. v. 60, n. 3, p. 49-46, 005. VOLESKY, B. Advancs in biosorpion of mals: Slcion of biomass yps. FEMS Microbiology Rviws. v. 4, n. 4, p. 9-30, 994. VOLESKY, B. Biosorbns for mal rcovry. Trnds in Biochnology. v. 5, n. 4, p. 96-0, 987.

VOLESKY, B., FIGUEIRA, M. M., CIMINELLI, V. S. T. al. Biosorpion of mals in brown sawd biomass. War Rsarch. v. 34, n., p. 96-04, 000. VOLESKY. B., VIEIRA, R. H. S. F. Biosorpion: a soluion o polluion? Inrnaional Microbiology. v. 3, p. 7-4, 000. WASE, J., FORSTER, C. alli. Biosorbns for mal ions. Grã Branha: Taylor & Francis Lda, 997. 38p. ZHANG, L., ZHOU, D., GUO, S. L. Mchanisms of lad biosorpion on cllulos chiin bads. War Rsarch. v. 39, n. 6, p. 3755-376, 005. ZOUBOULIS, A. I., KEFALA, M. I., MATIS, K.A. Biosorpion of cadmium ions by Acinomycs and sparaion by floaion. Environmnal Polluion. v. 04, n., p. 83-93, 999. ZOUBOULIS, A. I., LOUKIDOU, M. X., MATIS, K. A. Biosorpion of oxic mals from auous soluions by bacria srains isolad from mal-pollud soils. Procss Biochmisry. v. 39, n. 8, p. 909-96, 004. Bruno Abru Calfa Aluno d graduação do curso d Engnharia Química Dparamno d Química Ponifícia Univrsidad Caólica do Rio d Janiro Rua Maruês d São Vicn, 5 Gáva Rio d Janiro RJ CEP:.453-900 E-mail: brunocalfa@ui.puc-rio.br Maurício Lonardo Torm Profssor Associado Dparamno d Ciência dos Mariais Malurgia Ponifícia Univrsidad Caólica do Rio d Janiro Rua Maruês d São Vicn, 5 Gáva Rio d Janiro RJ CEP:.453-900 E-mail: orm@dcmm.puc-rio.br