Rio de Janeiro, RJ - Brasil



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Transcrição:

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO INSTITUTO DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA EM ADMINISTRAÇÃO IMPLANTAÇÃO DE TECNOLOGIAS DE AUTOMAÇÃO DE DEP Ó SITOS: UM ESTUDO DE CASOS por Pedro Leonardo de Lacerda Alves Orientador: Professor Paulo Fernando Fleury Rio de Janeiro, RJ - Brasil 2000

1\ TÍTULO: Implantação de Tecnologias de Automação de Depósitos: Um Estudo de Casos Pedro Leonardo de Lacerda Alves Dissertação submetida ao corpo docente do Instituto de Pós-graduação e Pesquisa em Administração - COPPEAD da Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ, como parte dos requisitos necessários à obtenção do grau de mestre. Aprovada por Prof. Paulo Fernando Fleury, Ph.D. - Orientador! oares de Andrade, Ph.D. Rio de Janeiro, RJ - Brasil 2000

III AGRADECIMENTOS Agradeço ao meu orientador Paulo Fernando Fleury pela paciência e atenção. À Regina e Renata, do CEL, por garantirem esta atenção e pelo bom humor constante. À Cida, Elza e todos os funcionários do Coppead que dão exemplo de eficiência em administração. Agradeço aos meus pais, Pedro José e Lúcia, que consistentemente me incentivaram a terminar o trabalho e principalmente à minha esposa Ana Cristina que além de incentivar, pacientemente ouviu, leu e criticou vários trechos deste trabalho.

IV ALVES, Pedro Leonardo de Lacerda. Implantação de Tecnologias de Automação de Depósitos: um Estudo de Casos / Pedro Leonardo de Lacerda Alves. Rio de Janeiro: UFRJ / COPPEAD, 2000. xi, 173 p.; il. Dissertação - Universidade Federal do Rio de Janeiro, COPPEAD. 1. Automação de Depósitos. 2. WMS. 3. Logística. 4. Tese (Mestr. - UFRJ/COPPEAD). I. Título.

v RESUMO ALVES, Pedro Leonardo de Lacerda. Implantação de tecnologias de automação de depósitos: um estudo de casos. Orientador: Paulo Fernando Fleury. Rio de Janeiro: UFRJ/COPPEAD, 1999. Diss. O trabalho teve como objetivo estudar o processo de implementação de tecnologias de automação de depósitos em empresas brasileiras, comparando os resultados observados com o recomendado pela literatura especializada. Para tanto foram estudados 3 casos recentes de implementação de automação de armazéns no Brasil, envolvendo tanto sistemas de movimentação e armazenagem, quanto sistemas WMS. Os resultados indicam que embora os projetos estudados sigam de uma fornla geral as etapas previstas, vários dos procedimentos previstos na literatura não são adotados, principalmente no que diz respeito à mensuração de desempenho que permite comparar os resultados previstos com os resultados alcançados após a automação. Os resultados também indicam que em alguns casos, as mais avançadas tecnologias de automação estão sendo adotadas pelas empresas brasileiras.

VI ABSTRACT ALVES, Pedro Leonardo de Lacerda. Implantação de tecnologias de automação de depósitos: um estudo de casos. Orientador: Paulo Fernando Fleury. Rio de Janeiro: UFRJ/COPPEAD, 1999. Diss. This work was undertaken with the aim of studying the process of implementation of automation technologies for warehouses in Brazilian companies, comparing the observed results to what has been recommended by the specialized literature. For this purpose, three recent cases of implementation of automation in warehouses in Brazil were studied, which involved not only material handling and storage systems but also integrated warehouse management systems. The obtained results show that in spite of the studied projects following in general the predictable stages, many procedures foreseen in literature have not been adopted, mainly those concerning the evaluation of performance that allows us to compare the surmised results to those achieved afier the automation. The results also indicate that in some cases the most advanced automation technologies are being adopted by Brazilian companies.

VIJ LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS ADC - Automatic Data Collection ou Coleta Automática de Dados. AGVS - Automatic Guided Vehicle System, sistema de controle de veículos automáticos. AS/RS - Automatic Storage and Retrieval System, sistemas de armazenagem e movimentação de mercadorias de forma automática, incluindo o uso de transelevadores. ASN - Advanced Shipping NoNce ou Notificação Prévia de Embarque, é uma mensagem eletrônica, enviada pelo embarcador ao recebedor, comunicando os dados básicos do embarque e que ele foi feito. CD - Centro de Distribuição. CID - Central Integrada de Distribuição. CLM - Council of Logistics Management, órgão de classe dos Estados Unidos da América, que congrega profissionais da área de logística. COD - Central Operacional de Distribuição. ECR - Efficient Consumer Response ou Resposta Eficiente ao Cliente. EDI - Electronic Data lnterchange ou Intercâmbio Eletrônico de Dados, é a troca eletrônica de dados entre computadores, sem a interferência manual. GOL - Gerente de Operações Logísticas. IP A -Inspeção de Produto Acabado. LAN - Local Area Network, rede local. LDR - Área de Reserva, de onde as mercadorias alimentam as áreas de separação.. LDS - Área de Separação, de onde as mercadorias são separadas para despacho. MI-IS - Material Handling System, sistemas de movimentação de mercadorias. Picking - Separação, geralmente incluindo a retirada de itens de um tipo de embalagem para outra. Shuttle - caminhão dedicado a uma rota fixa e curta. Sistema pick-to-light - prateleira com produtos, onde, associado a cada um existe um display que acende uma luz mostrando ao operador o produto a ser pego.

V111 SKU - Slock Keeping Unir, menor nível de controle do estoque sobre um item. SPD - Serviço de Processamento de Dados. STM - Sistema de Transporte Móvel. Stock Order - Pedido ao Estoque. WMS - Warehouse Management System ou Sistema de Gerenciamento de Depósitos. LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1 - Fonte: Scan Tech NewslModern Materiais Handling, novembro 1996.... 25 Gráfico 2 - Fonte: Pesquisa Scan Tech News......... 27 Gráfico 3 - Fonte: Revista Retaif Distribution and Logistics......... 32 LISTA DE FIGURAS Figura 1 - O Interior do Depósito..... 35

IX LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Tendências em Estoque e Distribuição............ 9 Tabela 2 - Timing do Projeto da Chocolates Garoto...... 68 Tabela 3 - Áreas Funcionais Controladas pelo WMS......... 72 Tabela 4 - Beneficios Alcançados... Tabela 5 - Timing do Projeto da Souza Cruz... Tabela 6 - Áreas Funcionais Controladas pejo WMS... Tabela 7 -Timing do Projeto das Lojas Arnericanas... Tabela 8 - Áreas Funcionais Controladas pejo WMS... Tabela 9 - Quadro... 74 81...... 86 102 103 Resumo I: Fatores que Motivaram os Projetos de Automação... 1 09 Tabela 10 - Quadro Resumo 2: Formação da Equipe de Projeto...... 113 Tabela 1 1 - Quadro Resumo 3: Beneficios Esperados com o Projeto...... 1 15 Tabela 12 - Quadro Resumo 4: Definição do Projeto e Escolha dos Fornecedores... I 17 Tabela 13 - Quadro Resumo 5: Esquema Resumido do Cronograma dos Projetos... 121 Tabela 14 - Quadro Resumo 6: Características dos WMS Utilizados nos Projetos e Tabela 15 - Principais Tecnologias Controladas pelo Sistema................ 123 Quadro Resumo 7: Beneficios Alcançados com os Projetos de Automação.......................... 124 Tabela 16 - Comparação entre os Casos com Base nas Recomendações da Revisão Bibliográfica...... 128 Tabela 17 - Quadro Comparativo Centro de Distribuição X Depósito........ 140

x CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO... 1.1 OBJETIVOS DA PESQUISA... SUMÁRIO.............. 1................... 4 1.2 RELEVÂNCIA DA PESQUISA...................... 5 1.2.1 RELEVÂNCIA TEÓRICA... 1.2.2 RELEVÂNCIA PRÁ TICA............... 5......... 5 CAPÍTULO 2: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA... 7 2.1 A IMPORTÂNCIA CRESCENTE DA LOGísTICA............ 7 2.2 A IMPORTÂNCIA DA MODERNIZAÇÃO DOS DEPÓSITOS...... 9 2.3 CONSIDERAÇÕES ACERCA DO MANUSEIO DE MATERIAIS... 12 2.4 TECNOLOGIAS DE RELACIONAMENTO............ 18 2.5 WMS - SISTEMAS DE GERENCIAMENTO DE DEPÓSITOS.... 27 2.5.1 IMPORTÂNCIA................... 27 2.5.2 HISTÓRICO... 2.5.3 DEFINIÇÃO... 2.6 CARACTERÍSTICAS FUNCIONAIS... 2.6. 1 INTRODUÇÃO............. 27.................. 28............. 32....................... 32 2.6.2 POR QUE AUTOMAÇÃO EM TEMPO REAL?... 2.6.3 CRIAÇÃO DE ESTOQUE... 2.6.4 ACOMPANHAMENTO DO ESTOQUE........... 33......... 34......... 37 2.7 ETAPAS DO PROCESSO DE IMPLEMENTAÇÃO DE UM PROJETO DE AUTOMAÇÃO... 2.7.1 INTRODUÇÃO............. 39 2.7.2 FASEI: PREPARAÇÃO... 2.7.3 FASE 2: DEFINIÇÃO... 2.7.4 FASE 3: IMPLEMENTAÇÃO....................... 39...... 40....... 44................... 47 2.8 ANÁLISE DOS BENEFÍCIOS E JUSTIFICATIVA DO PROJETO..... 49 CAPÍTULO 3: METODOLOGIA............... 56 3.1 QUESTÕES DA PESQUISA........................ 58 CAPÍTULO 4: DESCRIÇÃO DOS CASOS................. 60 4.1. CHOCOLATES GAROTO S.A.... 60 4.2. COMPANHIA SOUZA CRUZ S.A......... 74 4.3. LOJAS AMERICANAS S.A. CAPÍTULO 5: ANÁLISE DOS CASOS E CONCLUSÃO................ 90............ 107

Xl 5.1 ANÁLISE DOS CASOS............ 107 CAPÍTULO 6: CONCLUSÕES. 6.1 CONCLUSÕES DO ESTUDO.... 6.2 SUGESTÕES PARA NOVOS ESTUDOS. BIBLIOGRAFIA..........""..."... 125...... 125...... 134... 135 ANEXO I - QUESTÃO CONCEITUAL: DIFERENÇA ENTRE DEPÓSITO E CENTRO DE DISTRIBUIÇÃO.................."... 138 ANEXO II - DETALHAMENTO DA FASE DE DEFINIÇÃO DO SISTEMA. ANEXO III - CONSIDERAÇÕES TECNOLÓGICAS... ANEXO IV - TIPOS DE TRANSPORTADORES. ANEXO V - CARACTER Í STICAS LÓ GICAS DO WMS. ANEXO VI - SIMULAÇÃO. ANEXO VII - FOTOS.... 140 "..."...,,"""""" 143......"... 151."...""... 153..."... 161.....................'"''''"... 163

Capítulo 1: 111 trod ução Não restam dúvidas que as empresas brasileiras têm problemas de distribuição e estoque. Embora apresentem um dos menores índices de estoque de produtos acabados ', graças ao elevadíssimo custo de capital e às incertezas do ambiente econômico, elas mantêm uma quantidade de produtos em processo e de matéria prima que deixa transparecer suas deficiências '. Os problemas de distribuição são, em parte, culpa da má conservação das estradas, de um sistema ferroviário ineficiente e abandonado e de um sistema hidroviário praticamente inexistente. Mas são, também, fruto da falta de investimento e do descaso com as funções de logística. Mas esta atitude não é um privilégio brasileiro, ainda hoje, estudos americanos mostram que menos da metade dos depósitos ] dos Estados Unidos adotaram tecnologias já consagradas como i ndispensáveis para o aumento da competitividade e ganhos de produtividade, como: automação dos meios mecânicos, rádio freqüência, EDI, e sistemas de gerenciamento de depósitos - WMS '. Mas o que significa este descaso em tem10s financeiros? Dados americanos mostram que os custos com depósitos representam 2% das vendas, mas se adicionaid1os os custos de manutenção de estoque, o total representa mais da metade do custo de distribuição, de 7,5%. Caso se acrescente os custos de estoque de matéria-prima, produtos em processo e da logística de recebimento, o total pode chegar a até 30% das vendas '. No Brasil, dados da ABML ó afirmam que os gastos com as operações de logística no país representam de 20 a 25% do PIB. I ver estudo neste sentido para indústrias do setor metal-mecânico, in Flcury, P. Fernando & Arkader, Rebecca. Ameaç'lS. Oportunidades e Mudanças nas Trajetórias de Modernização Industrial do Brasil - Relatório COPPEA D no. 2 9. Abril, 1995. Rio de Janeiro, p. 15. 2 ver dados em Fleur)', P. Fernando & Arkader, Rebecca. Organização e Desempenho em Manufatura nas Empresas Brasileiras - Um Estudo Comparativo Internacional na Indústrial Metal-Mecânica. Relatório COPPEAD no. 306. Março, 1996. Rio de Janeiro, p. 14. 3 Neste trabalho, pelos motivos discorridos no Anexo 1, usaremos os termos 'depósitos ' e 'centros de distribuição', indistilllamclltc. 4 Dawe, Richard L.. Reengincer Warehousing, lntegrated Warehollsing & Distribution - T&D, Janeiro 1995, p. 98-102. Dawe, Richard L, op. cil. 6 Hesse l, Rosan<1, Negócios de Logística Atraem Grupos Estrangeiros. Gazeta Mercantil. 25 de novembro de 199X. pg. C-5.

2 Nos últimos anos, porém, o Brasil tem passado por mudanças drásticas em alguns fatores macroeconômicos, que têm alterado a percepção do país quanto à logística: Tecnologia: o fim da reserva de mercado de informática, reduzindo o custo da tecnologia da informação; Custo do Capital: com a estabilização econômica, em 1994, os juros reais aumentaram, cr.iando incentivos para a redução de investimentos em estoque; Cresci mcnto dos Grandes Varejistas: as redes internacionais começam a vir para o 13msil, adquirindo ou se associando às principais redes locais '. Isto aumenta as exigências do varejo - ele é o principal cliente do fabricante ou distribuidor e niío está interessado apenas no produto, mas também, e cada vez mais, no serviço - e acirra a competição, transformando logística em vantagem competitiva; Crescimento Demográfico: aumenta proporcionalmente o problema logístico - mais pontos de venda, mais gente, maior número de transações e movimentações de mercadorias; Novos Produtos: competição mais acirrada com a abertura de mercado, obrigando as empresas a competir cada vez mais em nichos de mercado. Isto significa novos produtos, ou seja, maior variedade de SKU' s, atendendo especificamente as necessidades individuais do consumidor. A estes fatores, soma-se a crescente discussão em torno do conceito de cadeia de suprimento e sua integração: as deficiências de distribuição se refletem no serviço ao cliente. Como forma de responder a estas transformações, diversos projetos de automação ou modernização dos depósitos têm sido implementados. Estes projetos têm desencadeado uma forte demanda por novas tecnologias de informação e movimentação de materiais. D i versas pesq uisas publicadas nos últimos anos, ressaltam a importância da implantação de novas tecnologias como instrumentos de redução de custos e como 7 O grupo francês Carrefour comprou os supermercados Eldorado. A Lojas Americanas, que rompeu uma parceria com a americana Wal-Mart, vendeu 23 lojas para os franceses da Comptojrs Modernes. O grupo português Sanae adquiriu a Mercadorarna, a Cândia e a eia. Real de Distribuição. Outro grupo português, o Jerônimo Martins, adquiriu o controle da rede Sé, de São Paulo. Os holandeses da Royal Ahold asssociararn-sc aos pernambucanos do Bompreço e compraram o Supermar, na Bahia.

3 forma de atingir novos níveis de desempenho. Um relatório de Richard Kochersperger: 1995 Warehouse ProdUClivily Analysis: A Benchmark Study of Distribution Centers, citado na revista T &D ', refere-se especificamente aos sistemas de rádio freqüência e mecanizados. Outro estudo, da SI. Joseph 's University Center for Food Marketing, ressalta que diversas empresas estudadas vivenciaram melhorias de 30% em seus índices relativos a recebimento e reposição ao adotarem computadores portáteis com scanners de código de barra integrados á operação. Os projetos de automação de depósitos dependem, ainda, da escolha das pessoas certas para implantá-lo, não apenas da tecnologia. Isto exige gasto em treinamento e recrutamento. Além disto, sua implantação envolve um esforço conjunto requerendo um comprometimento de toda a organização e, por vezes, dos próprios fornecedores. A opção pela terccirização, em alguns casos, é uma forma de reduzir esta necessidade de envolvimento interno. Estas alterações no ambiente dos depósitos, tem sido usada para dar início à integração entre os sistemas de informação gerencial e de movimentação de materiais, um passo indispensável para a maior integração entre empresas. Jim Tompkins, um consultor em técnicas de armazenagem, afirma que "um bom sistema de gerenciamento de depósitos é pré-requisito para uma cadeia de suprimento saudável", dada suas características de uniíicação dos sistemas de informação internos e a solidificação do papel da distribuição nas relações comerciais ". Este estudo descreverá três casos de modernização de armazéns no Brasil e discorrerá sobre o que n literatura internacional recomenda para estes processos. Desta forma, será possível verificar as semelhanças e as adaptações nos processos feitos no Brasil e os recomendados pela literatura internacional. 8 Andei, Tom. Tcchnology's Challenge. lntegrated Warehousing & Distribution - T& D, Janeiro 1996, p. 71-76. 9 citado em AndeI. Tom. Forge a New Role in Supply Chain. T&D, fevereiro 96, vol.37 issue 2, p. 107-112.

4 1.1 Objetivos da Pesquisa Esse trabalho pretende identificar as práticas mais recomendadas para a implementação de projetos de automação de depósitos ou centros de distribuição através da revisão crítica da bibliografia existente acerca do tema e da análise de casos de empresas brasileiras. Uma vez determinados os fatores que contribuem para o sucesso da implementação. será focado o contexto brasileiro, visando a identificação das práticas nacionais e sua comparação com as recomendações da literatura especializada. Dada a limitada bibliografia nacional, a análise dos casos brasileiros deverá servir como orientação para verificar qual o nível de aderência das empresas nacionais a procedimentos semelhantes aos recomendados pela literatura estrangeira. O estudo de casos buscará levantar dados que permitam uma comparação com os resultados da revisão bibliográfica, não apenas acerca dos passos adotados para a definição, escolh;\ e tomada de decisão envolvidas no projeto, mas também, a respeito das novas tecnologias de armazenagem e distribuição utilizadas. A pergunta de pesquisa mais geral foi "Como procedem as empresas que decidem implantar proj etos de automação de depósitos e centros de distribuição?". A partir daí, o estudo buscou respostas a perguntas mais específicas, incluindo as justificativas e benefícios busc;,dos com estes projetos, o processo de escolha do fornecedor, treinamento e comprometimento interno. Portanto, a intenção foi identificar os seguintes aspectos envolvendo cada caso analisado: I. Razões da decisão de automação; 2. Beneflcios esperados; 3. Processo de definição do projeto; 4. Definição do fornecedor e das tecnologias utilizadas; 5. Processo de implantação; G. Rcsultados alcançados com o projeto;

5 Foram escolhidos três casos para análise: Cia. Souza Cruz, Chocolates Garoto S.A. e Lojas Americanas. Todas as empresas estão entre as 15 maiores em seus setores, segundo ranking e segmentação da Revista Exame Maiores e Melhores de 1997, e iniciaram a implantação de projetos de automação de depósitos ou centros de distribuição após 1995. As empresas são, também, reconhecidas por sua capacidade inovadora e sua disposição de melhorar continuamentelo. 1.2 Relevância da Pesquisa 1.2.1 Relevância TclÍl"ica A relevância teórica do problema apresentado está baseada em dois pontos principais. Em pri llleiro plano está a importância estratégica do assunto, uma vez que os custos de estocagclll e movimentação são significativos e sua otimização pode ser um diferencial competitivo. Em segundo lugar está sua atualidade. À medida qne novos conceitos, como os que envolvem a idéia de cadeia de suprimento são aceitos, formas de conduta que permilam a redução do ciclo de pedido e um melhor atendimento, ganham relevância. 1.2.2 Relevância Prática A relevância prática está calcada na já mencionada importância dos custos e do serviço de distribuição e armazenagem como diferencial competitivo. Além disso. as transformações macroeconômicas por que o país passou nos últimos anos têlll ai terado a percepção das empresas com relação à logística. Esse fato vem ao encontro de tendências mundiais de valorização das funções logísticas, com a crescente integraç50 do processo logístico tanto dentro da empresa quanto externamente, com seus clientes e fornecedores ". 10 Para referências sobre a reputação e a política pública das empresa veja: Fonseca, Ubiracy da, Logística com Começo. Meio c Fim. Revista Tecnologística, março / 96, p. 8 a 10; Tiffany, Susan. Dedication to people and quality combine lo make Chocolates Garoto South America's largcst chocolate maker. Candy Industry, February 1997, )1. 20; Benzi, Liliam D., Souza Cruz aposta na centralização da distribuição, Revista Tecnologística, janeiro/98, p.18-21. " Ver La Londe, Bcrnard.l. Evolution of the Integrated Logistics Concept. The Logistics Handbook. The Free Press: Ncw York, 1994. Capo I, p. 3-12; e Lambert, D.M. & Stock, l.r. Strategic Logistics Management. HOlllcwood: Irwin, 1993. Capo I, p. 38-68.

6 Apesar di S50. a I i leratura internacional aponta para o fato de que, em 1996, apenas 40% das empresas al11ericanas utilizavam códigos de barra ou outras tecnologias de Coleta Automática de Dados - ADC 12 Estas tecnologias são fundamentais para automatização de depósitos. Portanto, espera-se um alto crescimento nos números relativos à sua adoção nos próximos anos. A pesquisa da Scan Tech News (1996), sobre código de barra, estil11a um crescimento anual de 62% para o setor até o ano 2000. O estudo, ao elescrever casos ele automação de depósitos e as tecnologias adotadas, poderá servir COIllO indicador elas tendências de adoção de tecnologia e tipos de processo por parte das empresas brasileiras. 12 Pesquisa Scan Tech Ne",s. Modem Materiais Handling, novembro 1996.

7 Capítulo 2: Hevisào Bibliográfica 2.1 A Importância Crescente da Logística Em 1991, o CLM - Council of Logistics Management, definiu o termo logística como "o processo de planejar, implementar e controlar o fluxo e a estocagem de mercadorias, serviços e de toda informação relacionada; desde o ponto de origem até o ponto de consumo, de forma a atender às necessidades do cliente" ". Bowersox (1996) afirma que o serviço de logística pode ser medido em termos de (1 ) disponibilidade, (2) performance operacional e (3) confiabilidade do serviço. A disponibilidade exige que a empresa tenha estoque suficiente para atender, constantemente, as necessidades do cliente. o desempenho operacional envolve velocidade e consistência. Uma terceira variável que afeta a performance é a flexibilidade. Pode ser necessário medir o quão eficiente a empresa é quando requisitada a atender demandas inesperadas por parte dos clientes. Bowersox acrescenta, ainda, que há outro aspecto fundamental envolvendo a performance operacional: o tempo gasto para se recuperar ou "consertar" um mal atendimento. A qualidade do serviço é resultado da medição da disponibilidade e do desempenho operacional e pode ser um instrumento de vantagem competitiva para a empresa. Esta idéia é compartilhada por Lambert e Stock (1993) 14 : "a empresa pode ser capaz de melhorar significativamente sua participação no mercado e sua lucratividade se gastar mais que seus competidores em serviço ao cliente (logística." Bowersox (J 996) apontou cinco fatores chave para o que chamou de "a maior transformação da logística desde a Revolução Industrial" e que, segundo ele, ocorreu durante a década de 80 e início da década de 90. Estes cinco fatores, segundo ele, explicam quais suo, hoje, as melhores práticas de logística: (I) mudanças nas leis e lj In: Bowersox, D..I. & Closs, D.J. McGraw-Hill, 1996. Capo I, p. 3-23. Logistics Management: lhe Integraled Suppl)' Chain Processo 14 Lamber!, D.M. & Stock. J.R. Slralegic Logislics Management. Homewood: Irwin, 1993. Capo I, p. 38-68.

8 regulamentos americanos - principalmente referentes aos modais de transporte; (2) a ampla comercialização do microprocessador; (3) o revolução da informação; (4) a adoção de medições de qualidade; (5) o crescimento de alianças e parcerias estratégicas. No Brasil, estas novas práticas logísticas não ocorreram no mesmo passo. No entanto, algumas transformações internas atuais acabaram por estabelecer no país, em meados da década de 90, condições muito semelhantes às citadas por Bowersox. Uma série de mudanças ljas leis brasileiras, incluindo a privatização de vários setores da economia; a concessão de várias atividades ligadas aos diversos modais de transporte e sua abertura para o capital privado internacional, acirrando a competição e flexibilizando antigos monopólios estatais. O fim das restrições impostas pela lei da infonnática, permitindo, finalmente, acesso das empresas brasileiras a equipamentos modernos de processamento e softwares de tratamento e transmissão de infonnação. A abertura comercial iniciada em 1990, que provocou um desgaste crescente na balança comercial brasileira e mostrou a necessidade de modernização das empresas nacionais para aumentar sua competitividade externa e, consequentemente, as exportações. A corrida em busca de certificações ISO 9000 que se verificou entre as empresas nacionais em meados da década de 90. O crescimento de alianças estratégicas parece ser incipiente no país. mas faltam dados e pesquisas específicas sobre esta tendência. Além disso, a estabilidade de preços a partir de 1994, tem levado as empresas a dependerem mais de seus resultados operacionais em detrimento dos financeiros. Desta forma, a logística no Brasil começa a ser vista e tratada como uma área que integra funções desde a compra de suprimentos até a distribuição ao cliente final; passando pelo apoio à manufatura, o transporte e a armazenagem dos produtos em processo. Esta visão integrada se reflete não apenas em uma maior importância dada à área na hierarquia das empresas, mas também, em termos de investimentos. Neste contexto é que veremos, nos casos estudados, que as companhias envolvidas na modernização de scu processo de estocagem e distribuição, têm em comum, também, uma visão estratégica da logística e dão alto status organizacional à área.

9 2.2 A Importâncin da Modernização dos Depósitos o final da década de 90 está se caracterizando por dramáticas modificações na forma como as companhias encaram as funções envolvidas com estocagem e distribuição. Estas transformações estão sendo traduzidas na forma de diferentes requisitos e desafios tanto para fabricantes quanto distribuidores. Tabela 1 - Tendências em Estoque e Distribuição J' Tendências Alterações Demngl'áticas Demanda dos Consumidores Novas Demandas de Órgãos ReguladnJ'cs Acirramento da Competição Necessidades do Fornecedor Maior variedade produtos/ SKU's. Necessidades do Depósito de Gerenciamento de inventário e localização; Flexibilidade na seleção de layout e modo de estocagem; Gerência da rotatividade do Menor número de produtos maduros. Menor tamanho dos lotes. estoque/o bso 1 escênci a; fabricação sob encomenda. Maior giro de estoque; Acompanhamento do pedido; Maior controle de Acompanhamento do qualidade número de série e lote; Monitoramento do tempo de vida na prateleira; Melhoria do serviço ao Gerenciamento do consumidor. Reposição contínua Redução de preços estoque consignado; EDllECRI interfaces possibilitando respostas rápidas ao cliente; "Crossdocking"; Entregas diretamente nas lojas; Redução de custos; Aumento da produtividade de pessoal, espaço e equipamento; Consolidação da indústria Aumento de volume; " Hitt, John M. WMS: Thc Competi tive Tool for the 90s par! one. Modem Materiais Handling. Setembro 1996. p. W3-WI6.

10 Para enfrentar estes desafios, respondendo às novas tendências, os gerentes dispõem de novas ferramentas, algumas específicas para os centros de distribuição: Centrali zação - uma tendência de se ter depósitos e centros de distribuição maiores e mais eficientes, embora em menor número; Desenhos de centros de distribuição direcionados para canais específicos; Reempacotall1ento, etiquetamento e apreçamento no próprio depósito, não no ponto de venda, nas lojas de varejo; Etiquelull1enlo e apreçamento feito pelos fabricantes, especialmente para determinado cliente; O uso de simbologias de código de barra para produto, embalagem e identificação de embarque, para facilitar o gerenciamento do depósito e o monitoramento das transações no ponto de venda; Comunicação entre parceiros de negócios através de EDI; A uti I ização de ferramentas de modelagem, simulação e suporte à tomada de decisão para o desenvolvimento dos sistemas do depósito, planejamento e localização do estoque; Empower/11el1l; Pode-se dizer que o grande negócio da movimentação de materiais é fazer com que cada produto escoe através da produção e distribuição como líquidos em dutos. Este fluxo de materiais deve estar integrado a um fluxo de informação que é, justamente, o respons vel por esta fluidez. O cliente não está mais interessado apenas em saber o quanto o produto é bom e a entrega regular. Hoje, a idéia de cadeia de suprimento tem levantado outras preocupações: o custo do produto é função dos processos de produção e distribuição; a qualidade final do produto também é função dos processos de produção e distribuição: é preciso que a informação seja entregue de forma tão eficiente quanto o produto, usando, por exemplo, notificações prévias de embarque - ASN - que avisam quando o cliente irá receber o produto.

11 Para que isto seja alcançado é preciso que a "informação do chão de fábrica e do depósito seja integrada à informação que o pessoal de vendas e marketing fornece ao cliente" ". Na atividade produtiva isto pode ser feito instalando um sistema de acompanhamento da produção de forma a tomar a informação acessível em tempo real. Nos depósitos isto pode ser feito através do sistema de gerenciamento - WMS - desde que ele inclua funçôes de recolhimento de pedidos, picking, contagem periódica de estoque, geração de llotificaçôes de embarque, etc. Outros especialistas no setor, como Tony Venutti, do The Consulting Group, Inc. 17, consideram que para a próxima década, a implantação de sistemas de gerenciamento de depósito será uma necessidade face as tendências previstas para o ano 2000: Empresas de vendas diretas (catálogos, telefone, internet) exigindo que os fabricantes embarquem diretamente aos consumidores, ao invés de passar pelos centros de distribuição destas empresas; Grandes cadeias de lojas requerendo que os fabricantes embarquem os produtos diretamente para suas lojas individuais, novamente eliminando os centros de distribuição ou depósitos convencionais; Empresas de comestíveis exigindo maior giro na entrega para melhorar a qualidade do produto e minimizar seu estoque; No entanto, o mesmo Venutti 18 recomenda que qualquer modificação seja feita com cautela e planejamento: "Faça a reengenharia em suas operações de distribuição; não as automatize simplesmente, sem pensar; Estabeleça um plano funcional do que sc espera da distribuição; Especifique as funções de sen WMS, suas interfaces com os operadores e equipamentos de movimentação de material, os controles de rádio freqüência, lo in Knill, Bemie, SvstCllls Buying: Ali Business, Material l iandling Engineering, novembro J 996, p.4s. 17 citado em Trunk, Christopher, Putting WMS Together Material Handling Engineering, fevereiro 1996, p.42-50. 18 citado em Trunl<, Chrislopher, Putting WMS Together. Material Iiandling Engineering, fevereiro 1996, p.42-50.