RELATÓRIO DA COMISSÃO AO PARLAMENTO EUROPEU E AO CONSELHO

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Transcrição:

COMISSÃO EUROPEIA Bruxelas, 14.12.2015 COM(2015) 628 final RELATÓRIO DA COMISSÃO AO PARLAMENTO EUROPEU E AO CONSELHO sobre a aplicação do Regulamento (CE) n.º 577/98 relativo à organização de um inquérito por amostragem às forças de trabalho na Comunidade PT PT

RELATÓRIO DA COMISSÃO AO PARLAMENTO EUROPEU E AO CONSELHO sobre a aplicação do Regulamento (CE) n.º 577/98 relativo à organização de um inquérito por amostragem às forças de trabalho na Comunidade 1. INTRODUÇÃO O Regulamento (CE) n.º 577/98 do Conselho relativo à organização de um inquérito por amostragem às forças de trabalho na Comunidade 1 estabelece normas mínimas para a elaboração harmonizada de inquéritos às forças de trabalho na União Europeia e nos seus Estados-Membros. Foi alterado em 2002, 2003, 2007 e 2014 2. O artigo 7.º do Regulamento (CE) n.º 577/98 prevê que: «De três em três anos, e pela primeira vez no ano 2000, a Comissão apresentará ao Parlamento Europeu e ao Conselho um relatório sobre a aplicação do presente regulamento. Esse relatório avaliará, designadamente, a qualidade dos métodos estatísticos que os Estados-Membros pretendem utilizar para melhorar os resultados ou simplificar os sistemas de inquérito». Este é o sexto relatório da Comissão ao Parlamento Europeu e ao Conselho. A secção 2 apresenta uma panorâmica do Inquérito às Forças de Trabalho na União Europeia e da sua importância no apoio às políticas da União Europeia. A secção 3 faz o balanço da execução do Regulamento (CE) n.º 577/98 nos Estados- Membros, nos países candidatos e nos países da EFTA. A secção 4 incide sobre as iniciativas em curso lançadas pelo Sistema Estatístico Europeu 3 (SEE) para melhorar a qualidade e reduzir os encargos do Inquérito às Forças de Trabalho. 2. PANORÂMICA DO INQUÉRITO ÀS FORÇAS DE TRABALHO 2.1. Descrição geral O Inquérito às Forças de Trabalho na União Europeia (a seguir designado por IFT-UE) é um vasto inquérito por amostragem aos residentes em alojamentos privados. Fornece estatísticas trimestrais e anuais do mercado de trabalho, do emprego e do desemprego, bem como de pessoas que estão fora do mercado de trabalho. Também recolhe informações plurianuais a partir de módulos ad hoc e fornece dados para estimativas mensais baseadas em modelos relativas ao desemprego e às taxas de desemprego. Os institutos nacionais de estatística dos Estados-Membros são responsáveis pela elaboração de questionários nacionais, determinação da amostra, realização de entrevistas e 1 2 3 JO L 77 de 14.3.1998, p. 3. Regulamento (CE) n.º 2104/2002 da Comissão (JO L 324 de 29.11.2002, p. 14), Regulamentos (CE) n.º 1991/2002 (JO L 308 de 9.11.2002, p. 1), (CE) n.º 2257/2003 (JO L 336 de 23.12.2003, p. 6) e (CE) n.º 1372/2007 (JO L 315 de 3.12.2007, p. 42) e (UE) n.º 545/2014 (JO L 163 de 29.5.2014, p. 10) do Parlamento Europeu e do Conselho. De acordo com o artigo 4.º do Regulamento (CE) n.º 223/2009 relativo às estatísticas europeias (JO L 87, 31.3.2009, p. 164), o SEE é a parceria entre a autoridade estatística europeia, que é a Comissão Europeia (Eurostat), e os institutos nacionais de estatística e outras autoridades nacionais responsáveis em cada Estado-Membro pelo desenvolvimento, produção e divulgação de estatísticas europeias. 2

envio dos resultados à Comissão (Eurostat), em conformidade com um sistema de codificação comum estabelecido pelo Regulamento (CE) n.º 377/2008 da Comissão 4. O Eurostat é responsável por controlar a execução do Regulamento (CE) n.º 577/98, prestar assistência aos institutos nacionais de estatística, promover conceitos e métodos harmonizados e divulgar estatísticas comparáveis em matéria de mercado de trabalho, a nível europeu e nacional. A dimensão da amostra IFT-UE é de 1,3 milhões (na UE-28, 1,2 milhões) de pessoas com idade compreendida entre os 15 e os 74 anos em cada trimestre e abrange 33 países participantes 5. O IFT-UE é, assim, o maior inquérito aos agregados familiares na Europa. 2.2. Pertinência O IFT-UE constitui a mais importante fonte de estatísticas oficiais sobre mercados de trabalho na União Europeia. No total, recolhe mais de 100 variáveis em matéria de condição perante o trabalho, características do emprego, tempo de trabalho, habilitações e formação profissional dos indivíduos, complementadas por módulos ad hoc temáticos com caráter anual 6. Baseado em normas e definições internacionais, a sua pertinência atravessa as fronteiras da União Europeia, permitindo que a situação do mercado de trabalho europeu seja comparada com a de outros países ou zonas. Algumas das grandes iniciativas políticas da UE dependem dos dados do IFT-UE. Por exemplo, o IFT-UE é uma das principais fontes de dados para acompanhar os progressos realizados pelos Estados-Membros no cumprimento das orientações para o emprego, adotadas ao abrigo do artigo 148.º do Tratado sobre o Funcionamento da União Europeia 7 (TFUE) e da estratégia da UE «Europa 2020». São utilizados três indicadores do IFT-UE (taxa de emprego na faixa etária 20-64 anos; percentagem de abandono escolar precoce; indivíduos na faixa etária 30-34 anos que concluíram o ensino superior) para acompanhar o cumprimento de dois dos cinco principais objetivos da estratégia Europa 2020 8. Muitos outros indicadores baseados no IFT são utilizados no âmbito do Quadro de Avaliação Conjunta da estratégia Europa 2020. Os indicadores regionais do IFT são utilizados para ajudar a determinar as dotações financeiras da política de coesão da UE e para conceber, acompanhar e avaliar o impacto dos programas dessa política. A taxa de desemprego mensal baseada no IFT constitui um importante indicador económico de curto prazo. É um dos Principais Indicadores Económicos Europeus 9, e é também utilizada 4 5 6 7 8 9 JO L 114 de 26.4.2008, p. 57. Os países participantes são os 28 Estados-Membros, a Islândia, a Noruega, a Suíça, a Antiga República Jugoslava da Macedónia e a Turquia. Módulos ad hoc em 2011, 2012, 2013 e 2014: 2011: Emprego das pessoas com deficiência 2012: Passagem da vida profissional para a reforma 2013: Acidentes de trabalho e outros problemas de saúde relacionados com o trabalho 2014: Situação dos migrantes e dos seus descendentes diretos no mercado de trabalho. Decisão 2014/322/UE do Conselho, de 6 de maio de 2014, relativa às orientações para as políticas de emprego dos Estados-Membros para 2014 (JO L 165 de 4.6.2014, p. 49). Principais objetivos da estratégia Europa 2020: http://ec.europa.eu/eurostat/statistics-explained/index.php/europe_2020_headline_indicators http://ec.europa.eu/eurostat/en/web/products-statistical-books/-/ks-81-08-398 (Principal European Economic Indicators A statistical guide, Eurostat 2009). 3

para estabelecer médias móveis anuais de taxas de desemprego destinadas ao painel de indicadores económicos e financeiros, a fim de detetar eventuais desequilíbrios macroeconómicos e em matéria de competitividade 10. O IFT-UE fornece dados para as contas nacionais relativos às pessoas empregadas e ao tempo de trabalho, bem a outros domínios para além do mercado do trabalho, como a educação. Por último, o IFT-UE é uma das mais importantes fontes de microdados estatísticos para os investigadores na Europa. A amostra de grande dimensão permite a realização de estudos em grupos específicos do mercado de trabalho. Existe ainda uma ampla cobertura de variáveis, nomeadamente em termos de contextos demográficos, regionais e educacionais. 3. REALIZAÇÃO DO INQUÉRITO ÀS FORÇAS DE TRABALHO 3.1. Exatidão As estimativas resultantes de inquéritos por amostragem estão sujeitas a dois tipos de erros: erros de amostragem e erros não relacionados com a amostragem. Em conjunto, determinam a exatidão das estimativas. Os erros de amostragem ocorrem em virtude de apenas um subgrupo da população total ser objeto do inquérito. Os erros não relacionados com a amostragem são todos os outros erros que não resultam da amostragem (por exemplo, erros de cobertura, erros de medição, erros de processamento, erros devidos à ausência de resposta). No que respeita aos erros de amostragem, a dimensão da amostra é a sua principal determinante. As amostras maiores melhoram a exatidão dos resultados. O quadro infra indica a dimensão da amostra de pessoas na faixa etária 15-74 anos, interrogadas em cada trimestre e em cada país participante, em termos absolutos e em comparação com a população total dessa faixa etária. A taxa de amostragem 11 varia entre 0,2 % (Bélgica, Alemanha, França, Croácia, Itália, Polónia, Reino Unido e Turquia) e 1,5 % (Malta). Em média, a dimensão da amostra relativa a cada trimestre foi de 1,3 milhões de pessoas em 2014, ou seja, 0,3 % da população total na faixa etária 15-74 anos nos 33 países participantes. Inquérito Europeu às Forças de Trabalho Dimensão da amostra obtida e percentagem da população na faixa etária 15-74 anos (média trimestral de 2014) Dimensão da amostra trimestral (em milhares) Taxa de amostragem 15-74 (%) País Dimensão da amostra trimestral (em milhares) Taxa de amostragem 15-74 (%) País UE-28 1 195 0,3 MT 5 1,5 BE 20 0,2 NL 81 0,6 BG 25 0,4 AT 34 0,5 CZ 42 0,5 PL 70 0,2 10 11 O painel de avaliação do procedimento relativo aos desequilíbrios macroeconómicos (PDM) é utilizado para identificar os desequilíbrios macroeconómicos emergentes ou persistentes de um país. Integra um exercício anual, em que a primeira etapa consiste na compilação de um relatório sobre o mecanismo de alerta (RMA). Ver o Regulamento (UE) n.º 1176/2011 do Parlamento Europeu e do Conselho (JO L 306 de 23.11.2011, p. 25). A taxa de amostragem é definida como o rácio entre a dimensão da amostra (número de unidades de amostragem na amostra) e a dimensão da população (número total de unidades de amostragem na população-alvo). 4

DK 25 0,6 PT 32 0,4 DE 127 0,2 RO 45 0,3 EE 5 0,5 SI 12 0,8 IE 38 1,1 SK 19 0,5 EL 44 0,5 FI 31 0,8 ES 127 0,4 SE 57 0,8 FR 84 0,2 UK 74 0,2 HR 7 0,2 IS 3 1,3 IT 110 0,2 NO 19 0,5 CY 8 1,2 CH 30 0,5 LV 8 0,5 MK 8 0,5 LT 12 0,6 TR 93 0,2 LU 3 0,6 HU 49 0,6 TOTAL 1 348 0,3 Os inquéritos oficiais, como é o caso do IFT-UE, utilizam a amostragem probabilística, o que permite quantificar os erros de amostragem em termos de intervalos de confiança. O quadro infra apresenta as estimativas e os intervalos de confiança de 95 % atingidos quanto aos quatro principais indicadores ao nível agregado da UE-28. Intervalo de confiança de 95 % dos principais indicadores IFT para a UE-28 (2014) Número de pessoas com emprego (milhões) Número de desempregados (milhões) Número médio de horas efetivamente trabalhadas (em horas) Taxa de desemprego (%) 218,3 ± 0,5 24,8 ± 0,3 10,2 ± 0,3 36,8 ± 0,1 Estes intervalos refletem os requisitos de exatidão estabelecidos no Regulamento (CE) n.º 577/98 do Conselho. No que respeita aos erros não relacionados com a amostragem, o Eurostat e os países participantes acompanham com regularidade as fontes desses erros, como a ausência de resposta. Todos os anos, os países participantes comunicam ao Eurostat as principais causas de erros, bem como os métodos aplicados a nível nacional para a sua redução. É publicado um resumo no relatório anual de qualidade do IFT-UE 12. Em 2014, a participação no IFT-UE era obrigatória em 13 países (Bélgica, Alemanha, Grécia, Espanha, França, Itália, Chipre, Malta, Áustria, Portugal, Eslováquia, Noruega e Turquia) e facultativa nos restantes 20 países. Os países com um inquérito facultativo têm uma taxa de ausência de resposta mais elevada do que os países onde a realização do inquérito é obrigatória 13. Taxa de participação e de ausência de resposta do IFT-UE, por país em 2014 Taxa de ausência de resposta (%) País Participação Taxa de ausência de resposta (%) País Participação BE Obrigatória 27,8 MT Obrigatória 23,7 BG Facultativa 23,7 NL Facultativa 42,7 CZ Facultativa 20,6 AT Obrigatória 5,7 12 13 http://ec.europa.eu/eurostat/web/lfs/publications/quality-reporting As taxas de ausência de resposta não são inteiramente comparáveis. A maior parte dos países calcula a ausência de resposta com base no agregado familiar, com exceção da Dinamarca, da Finlândia, da Suécia, da Islândia, da Noruega e da Suíça, que calculam a ausência de resposta com base em pessoas. 5

Percentagem dos conjuntos de dados nacionais disponíveis (total = 28) DK Facultativa 46,2 PL Facultativa 31,5 DE Obrigatória 2,3 PT Obrigatória 14,8 EE Facultativa 31,3 RO Facultativa 9,5 IE Facultativa 23,9 SI Facultativa 21,3 EL Obrigatória 24,6 SK Obrigatória 11,0 ES Obrigatória 15,2 FI Facultativa 28,0 FR Obrigatória 20,9 SE Facultativa 35,7 HR Facultativa 31,3 UK Facultativa 39,8 IT Obrigatória 11,8 IS Facultativa 21,0 CY Obrigatória 4,2 NO Obrigatória 19,9 LV Facultativa 35,7 CH Facultativa 18,8 LT Facultativa 19,6 MK Facultativa 24,6 LU Facultativa 84,6 TR Obrigatória 9,3 HU Facultativa 17,2 3.2. Atualidade e pontualidade A atualidade das estatísticas é definida como o intervalo de tempo entre o período de referência e a disponibilidade dos dados para os utilizadores. Para o IFT-UE, esse intervalo depende do tempo de que os Estados-Membros necessitam para realizar o inquérito, tratar os respetivos dados e transmitir os resultados ao Eurostat, bem como do tempo necessário ao Eurostat para tratar, validar e publicar esses resultados. O Regulamento (CE) n.º 577/98 do Conselho estipula que os Estados-Membros devem transmitir os dados ao Eurostat, o mais tardar até 12 semanas após o fim do trimestre de referência. O Eurostat valida os conjuntos de dados nacionais logo após a sua receção. O gráfico infra indica o intervalo decorrido entre o final do trimestre de referência e a disponibilidade dos dados para os utilizadores do Eurostat respeitante ao período de 2011-2014, em comparação com o último ano abrangido pelo relatório anterior (2010). 100% Disponibilidade dos dados do IFT para os utilizadores Atualidade dos dados no período 2010-2014 90% 80% 70% 60% 2010 2011 2012 2013 2014 50% T+12 T+13 T+14 T+15 T+16 >T+16 Semanas após o final do trimestre de referência 6

A atualidade dos dados do IFT-UE melhorou ao longo do período em análise. Em 2010, 85 % dos conjuntos de dados dos Estados-Membros estavam disponíveis para extração 13 semanas após o final do trimestre de referência. Até 2014, este valor aumentou para 95 %. A pontualidade das estatísticas é definida como o intervalo de tempo entre a data de divulgação anunciada e a data de divulgação efetiva. Há vários anos que o Eurostat publica as datas de divulgação previstas dos principais indicadores trimestrais e anuais do IFT-UE. No período 2011-2014, todos os prazos de publicação anunciados foram cumpridos. O Eurostat prevê igualmente melhorar a atualidade da divulgação dos resultados do IFT-UE, reduzindo o prazo para a entrega de dados ao Eurostat no futuro. A atualidade dos dados do IFT-UE é também um elemento essencial para as estimativas das taxas de desemprego mensais. Logo que são tratados pelo Eurostat, os dados nacionais são utilizados para a compilação do cálculo da taxa de desemprego mensal seguinte. A taxa de desemprego mensal é publicada cerca de 30 dias após o final do mês. 3.3. Acessibilidade e clareza O Eurostat divulga as estatísticas do IFT-UE através de vários meios. O principal é a base de dados em linha do Eurostat, que apresenta mais de 400 quadros com dados pormenorizados do IFT-UE (resultados trimestrais, anuais, dos agregados familiares e dos módulos ad hoc). São também publicados, numa secção específica do sítio web, indicadores-chave relativos à estratégia Europa 2020 14. Esses quadros abrangem apenas os resultados mais importantes do IFT-UE. O Eurostat produz outras combinações de variáveis do IFT-UE, tais como tabelas por medida, a pedido dos utilizadores. Os microdados do IFT-UE revestem-se também de grande importância para fins científicos. São cada vez mais solicitados por investigadores de universidades, institutos de investigação e institutos de estatística nacionais em toda a Europa e no resto do mundo. Desde 2011, o Eurostat permite o acesso gratuito a estes microdados. Esse acesso é concedido em conformidade com as condições estabelecidas no Regulamento (CE) n.º 557/2013 da Comissão 15, a fim de assegurar a proteção dos dados pessoais dos inquiridos. Os ficheiros de dados, que consistem em registos individuais, são «anonimizados» para evitar a divulgação ilícita de dados pessoais. Os utilizadores recebem documentação pormenorizada (metadados) através de diversos canais de divulgação. Na secção dedicada ao IFT-UE do sítio web do Eurostat e, em maior detalhe, em «Statistics Explained» («Estatísticas Explicadas»), são divulgadas informações gerais destinadas ao grande público 16. As informações específicas sobre o conteúdo e a qualidade das estatísticas são divulgadas numa publicação metodológica anual, que descreve as características dos inquéritos nacionais, e num relatório de qualidade, que sintetiza os resultados obtidos pelo IFT-UE 17. Além disso, é anexada metainformação específica às estatísticas do IFT-UE divulgadas na base de dados em linha do Eurostat. Desde 2014 que as 14 http://ec.europa.eu/eurostat/web/europe-2020-indicators/europe-2020-strategy/headline-indicatorsscoreboard 15 15 JO L 164 de 18.6.2013, p. 16. 16 http://ec.europa.eu/eurostat/web/lfs/overview http://ec.europa.eu/eurostat/statistics-explained/index.php/eu_labour_force_survey 17 http://ec.europa.eu/eurostat/web/lfs/publications/quality-reporting 7

informações sobre os relatórios nacionais de qualidade de cada país participante são publicadas em linha. Os países introduzem regularmente melhorias no respetivo IFT, tanto de natureza metodológica, como processual. Caso essas melhorias conduzam a quebras nos dados do IFT- UE, o instituto nacional de estatística em causa deve informar o Eurostat. As quebras significativas são documentadas e assinaladas nas publicações do Eurostat 18. O Eurostat publica também um conjunto de dados especial, designado «Principais indicadores IFT», no qual as séries anteriores são ajustadas em caso de quebras e as lacunas são supridas. 3.4. Comparabilidade O IFT-UE assenta num elevado grau de harmonização de conceitos, definições, classificações e metodologias. O Regulamento (CE) n.º 377/2008 define um sistema de codificação comum, assegurando que todos os países participantes utilizam as mesmas definições de variáveis. São utilizadas classificações comuns (por exemplo, NACE para as atividades económicas, CITP para as profissões) e, sempre que essas classificações são revistas, o Eurostat vela por que todos os países participantes coordenem a sua aplicação. Além disso, notas explicativas comuns fornecem orientações pormenorizadas sobre a finalidade, a codificação e a implementação pelos institutos nacionais de estatística. As questões metodológicas são discutidas no âmbito de um grupo de trabalho especializado, o Grupo de Trabalho sobre Estatísticas do Mercado de Trabalho, que promove o intercâmbio de experiências e de práticas comuns entre todos os países participantes. Para garantir que a medição do desemprego é harmonizada em todos os países participantes, o Regulamento (CE) n.º 1897/2000 da Comissão 19 estabelece uma definição operacional de desemprego, bem como os princípios a seguir na formulação das perguntas do inquérito sobre a condição perante o trabalho. A definição de desemprego está em conformidade com as normas da Organização Internacional do Trabalho (OIT), adotadas pelas 13.ª e 14.ª Conferências Internacionais dos Estaticistas do Trabalho 20. Assegura-se assim que as estatísticas do IFT-UE são comparáveis às dos outros países, nomeadamente de outros países membros da OCDE. 3.5. Coerência A coerência entre as estimativas da população baseadas no IFT-UE e as resultantes das estatísticas demográficas é um aspeto importante da qualidade global. Dado tratar-se de um inquérito por amostragem, os resultados do IFT-UE são calculados a partir das respostas de um subconjunto da população. As respostas são seguidamente analisadas em comparação com o conjunto da população. Os dados relativos à população baseiam-se nas melhores estimativas disponíveis no momento (repartidas por sexo e grupos etários para melhorar a exatidão do processo). Em princípio, este processo de análise comparativa garante a coerência entre o IFT-UE e as estatísticas demográficas. Podem, contudo, surgir diferenças em circunstâncias excecionais. Por exemplo, de dez em dez anos, são divulgados os 18 19 20 Está disponível a documentação sobre quebras nas séries no IFT-UE: http://ec.europa.eu/eurostat/statistics-explained/index.php/eu_labour_force_survey (capítulo 1). JO L 228 de 8.9.2000, p. 18. A aplicação das definições de emprego e desemprego da OIT recentemente adotadas na 19.ª Conferência Internacional dos Estaticistas do Trabalho encontra-se descrita no capítulo 4. 8

resultados do novo recenseamento da população. Se os números obtidos a partir do novo recenseamento diferirem das estimativas de população anteriores, pode ser necessária a revisão de uma série anterior. Nesse caso, a política de revisão das estatísticas demográficas e do IFT-UE pode ser diferente no que respeita à duração e ao calendário, devido à disponibilidade de informações detalhadas sobre a população para o período de dez anos que medeia entre os recenseamentos. Em muitos países da Europa, o recenseamento da população mais recente teve lugar em 2011, e em cerca de 20 países teve repercussões no IFT. Os países afetados aceitaram rever os seus dados, pelo menos, até ao ano de 2010, garantindo, por conseguinte, que não haverá descontinuidade em séries de indicadores-chave da estratégia Europa 2020 baseados nos dados do IFT-UE. Todas as revisões necessárias de dados anteriores do IFT-UE devem ficar concluídas até ao final de 2015. No que respeita à coerência das estimativas do desemprego, muitos países publicam também estatísticas relativas ao número de pessoas inscritas nos centros de emprego e à procura de emprego. Os números do IFT relativos ao desemprego e o número de inscritos nos centros de emprego diferem devido à natureza diferente dos dados recolhidos. Enquanto o IFT-UE se baseia numa metodologia harmonizada para interrogar os agregados familiares quanto às suas atividades de emprego e disponibilidade para trabalhar, os registos administrativos dos centros de emprego incluem uma lista exaustiva de pessoas inscritas e com direito a subsídio de desemprego. Dado que os critérios de inscrição dependem das políticas sociais nacionais, as estatísticas relativas aos inscritos que procuram emprego não são comparáveis nem em termos de países, nem em termos temporais. Outro dos domínios em que a coerência se reveste de especial importância é nas estimativas do emprego, que podem ser obtidas simultaneamente a partir do IFT e das contas nacionais. As estimativas não são necessariamente as mesmas, devido às diferenças de metodologia (os conceitos e a cobertura da população não são idênticos), mas também dos processos de compilação. As contas nacionais são compiladas através da comparação e combinação de todas as fontes de dados pertinentes disponíveis num determinado país, utilizando o melhor de cada uma delas a fim de obter um resultado abrangente. Existe também uma preocupação de coerência entre o emprego e a produção (produto interno bruto, PIB). O IFT constitui uma fonte de dados nesse processo, assim como os inquéritos às empresas, os registos de emprego ou os da segurança social. A coerência entre o IFT e as contas nacionais foi objeto de exame pelo Grupo de Trabalho sobre Estatísticas do Mercado de Trabalho. O Eurostat acompanha as diferenças entre as duas estimativas, enquanto vários institutos nacionais de estatística analisaram as causas e a dimensão dessas diferenças. Em alguns casos, foram publicados quadros de conciliação entre os dois conjuntos de dados. Ao comparar o IFT com as contas nacionais, pode dizer-se que o IFT é mais adequado para medir a participação no mercado de trabalho (ou seja, as taxas de emprego e de desemprego, as taxas de atividade, etc.) ou para analisar a situação de grupos socioeconómicos específicos da população (ou seja, por idade, sexo ou nível de instrução). 4. INICIATIVAS PARA MELHORAR O INQUÉRITO ÀS FORÇAS DE TRABALHO 4.1. O IFT num sistema modernizado de estatísticas sociais Com base na «Comunicação sobre o método de produção de estatísticas europeias: uma visão para a próxima década» 21 de 2009 da Comissão, foi lançada uma iniciativa para modernizar 21 COM(2009) 404. 9

as estatísticas sociais europeias, que evoluiu para uma estratégia concreta, conforme descrita no Memorando de Wiesbaden de 2011 22. Foi acordado que, embora mantendo normas de qualidade elevadas, os ganhos de eficácia na produção de estatísticas sociais eram essenciais e que, para os conseguir, era necessário realizar progressos conjuntos com vista a uma arquitetura comum para as estatísticas sociais europeias. A modernização das estatísticas sociais tem igualmente um impacto no Inquérito às Forças de Trabalho. O Sistema Estatístico Europeu está atualmente a efetuar uma análise exaustiva de todas as variáveis do IFT-UE, a fim de adaptar as informações recolhidas no inquérito às necessidades dos utilizadores atuais e futuros. Por exemplo, as normas revistas da OIT para medir o emprego, o desemprego e outras formas de trabalho, adotadas na 19.ª Conferência Internacional dos Estaticistas do Trabalho em Genebra, Suíça (2 a 11 de outubro de 2013 23 ), têm de ser transpostas para o IFT-UE. No âmbito do processo de modernização das estatísticas sociais europeias, o Eurostat e os Estados-Membros estão igualmente a trabalhar no sentido de uma maior harmonização dos dados dos inquéritos. Isto deverá permitir o aumento da utilização das informações recolhidas, cruzando-se, por exemplo, informações de diferentes fontes de dados. Para atingir este objetivo, está a proceder-se à normalização da definição, dos conceitos e dos códigos de um subconjunto das variáveis recolhidas a partir de mais do que um inquérito social europeu. Além disso, a revisão do IFT-UE abrange uma melhor atualidade para a transmissão de dados ao Eurostat, uma revisão dos requisitos de precisão e mais trabalho metodológico. Além das alterações concretas acima descritas, a modernização das estatísticas sociais deverá conduzir a alterações no quadro jurídico. Está atualmente a ser elaborado um novo regulamento-quadro para as estatísticas sociais que abrangem o IFT-UE. 4.2. Alargamento do IFT-UE a outros países candidatos Atualmente, 33 países participam no IFT-UE, ou seja, transmitem dados ao Eurostat em conformidade com o Regulamento (CE) n.º 577/98 do Conselho (UE-28, dois países candidatos e três países da EFTA). Os países candidatos incluídos são a Turquia e a Antiga República Jugoslava da Macedónia. O Eurostat encontra-se a colaborar de perto com os institutos de estatística dos outros países candidatos para os ajudar a avançar no sentido da conformidade com o Regulamento (CE) n.º 577/98 do Conselho, em termos do conteúdo e da qualidade do inquérito. O Montenegro e a República da Sérvia já começaram a transmitir dados do IFT ao Eurostat. Assim que os respetivos inquéritos nacionais satisfizerem os requisitos dos regulamentos europeus, os seus dados serão também divulgados pelo Eurostat. 4.3. Desenvolvimento de novos produtos estatísticos Estatísticas para captar a dinâmica do mercado de trabalho A evolução da situação perante o trabalho revestem-se de grande interesse, uma vez que fornecem informações adicionais sobre a situação geral do mercado de trabalho, incluindo a sua flexibilidade ou rigidez, e sobre a situação de grupos específicos. Os dados sobre a dinâmica do mercado de trabalho permitem, por exemplo, uma análise do número e dos tipos 22 23 https://www.destatis.de/en/aboutus/events/dgins/document_memorandum.pdf? blob=publicationfile http://www.ilo.org/wcmsp5/groups/public/---dgreports/--- stat/documents/normativeinstrument/wcms_230304.pdf 10

de pessoas que ficaram desempregadas ou que encontraram um emprego após um determinado período de tempo. Por conseguinte, é possível identificar os grupos que têm uma maior possibilidade de encontrar um emprego e os grupos vulneráveis que correm maior risco de se tornarem ou continuarem desempregados. As transições em ternos de condição perante o trabalho podem ser medidas utilizando as estatísticas de fluxos. Não é fácil satisfazer esta necessidade de dados através do IFT-UE, uma vez que este foi inicialmente concebido para a recolha de dados populacionais (por exemplo, o número de pessoas desempregadas num determinado momento) mais do que para captar fluxos acompanhando as pessoas ao longo do tempo. Embora este importante novo domínio de estatísticas em relação ao mercado de trabalho seja acompanhado por problemas de ordem metodológica, o trabalho progrediu nos últimos anos. Espera-se que a publicação das estimativas de fluxos baseadas nos dados do IFT-UE permita o acompanhamento das transições do mercado de trabalho a partir do final de 2015. Revisão dos principais indicadores do IFT-UE Os principais indicadores do IFT-UE são um conjunto dos resultados mais importantes do IFT-UE divulgados na base de dados em linha do Eurostat. Servem para fornecer aos utilizadores estatísticas-chave sobre o mercado de trabalho. Estes principais indicadores do IFT-UE estão atualmente a ser revistos, a fim de aperfeiçoar a sua qualidade. Inclui a estimativa de dados anteriores, o preenchimento de lacunas em termos de dados, a remoção de quebras nas séries cronológicas sempre que possível, e, mais importante, o ajustamento sazonal que permite as comparações trimestrais. Sendo o IFT-UE um inquérito trimestral, fornecerá aos decisores políticos e a outras partes interessadas novas possibilidades de utilizar os dados do IFT-UE em tempo útil. As primeiras publicações destas séries melhoradas estão previstas para 2016. Informações adicionais sobre a precisão dos resultados do IFT-UE Os inquéritos como o IFT-UE fornecem estimativas de indicadores relativos à população total, com base numa amostra selecionada aleatoriamente dessa população. Por conseguinte, é importante providenciar, em conjunto com as estimativas, informações sobre a sua precisão. Estes indicadores de qualidade assumem a forma de erros-padrão ou de intervalos de confiança. O Eurostat e os Estados-Membros estão atualmente a trabalhar no sentido de estabelecer métodos e procedimentos para calcular a precisão estatística dos principais indicadores do IFT-UE. Estes indicadores de qualidade harmonizados devem melhorar a avaliação das políticas do mercado de trabalho da UE baseadas no IFT-UE. 11

5. CONCLUSÃO O Eurostat controla a conformidade com o Regulamento (CE) n.º 577/98. A Comissão considera a aplicação do IFT-UE satisfatória e os Estados-Membros cumprem totalmente ou quase totalmente esta legislação. As questões em aberto são discutidas com os Estados- Membros e, se necessário, são elaborados planos de ação em conjunto. A qualidade global do IFT é boa. O Sistema Estatístico Europeu está a envidar esforços no sentido de introduzir melhorias contínuas nos métodos e nos processos do IFT-UE. Tem continuado a verificar-se uma evolução, não obstante um contexto difícil marcado por recursos limitados e cortes orçamentais profundos. Estão em curso melhorias constantes do IFT-UE no âmbito da modernização das estatísticas sociais ou enquanto projetos individuais do IFT-UE, a fim de adaptar o inquérito às mudanças das necessidades dos utilizadores e aos novos desafios. Este trabalho prosseguirá firmemente ao longo dos próximos anos. 12