ESTRATÉGICAS TÉCNICAS E PEDAGÓGICAS APLICADAS À TUTORIA

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Transcrição:

1 ESTRATÉGICAS TÉCNICAS E PEDAGÓGICAS APLICADAS À TUTORIA TCB3054 Fevereiro/2006 Izabella Saadi Cerutti Leal Reis Universidade Anhembi Morumbi bella@anhembi.br Conteúdos e Habilidades (B) Educação Universitária (3) Relatório de Pesquisa (A) Investigação Científica (1) RESUMO O objetivo deste artigo é apresentar estratégias técnicas e didáticas sugeridas aos professores que atuam em Programas de EAD de uma Universidade de São Paulo, a fim de analisar como elas têm sido aplicadas na prática. Para tanto, serão utilizados os dados obtidos na avaliação de desempenho, realizada com um grupo de tutores da Instituição em questão. Palavras Chaves: Educação a distância, tutoria, Internet, ensinoaprendizagem. 1. INTRODUÇÃO Em decorrência do avanço que a EAD tem tido, tanto no meio acadêmico como no corporativo, diversos aspectos relacionados ao processo de ensino-aprendizagem têm sido repensados, a fim de que possam se melhor adequados às novas necessidades dos alunos e, também, aos diferentes recursos disponíveis nas mídias digitais, principalmente na Internet. Nesse sentido, refletir sobre a prática docente e as competências necessárias ao professor para atuar nessa área tornou-se uma prioridade, principalmente nas Instituições de Ensino que já estão oferecendo essa modalidade de ensino e que estão optando, em sua maioria, em utilizar para essa nova função, o corpo docente que já atua no presencial.

2 Mas, afinal, o que muda no papel do professor? Será que o mesmo profissional que atua na sala de aula presencial não está preparado para atuar no processo de ensino-aprendizagem on-line? Muitas vezes a resposta para estas questões vem acompanhada da descrição do que seria o perfil considerado ideal para um docente de EAD, ou seja, um novo perfil com destaque para um papel muito mais de mediador do que de centralizador de conteúdo, e, ao mesmo tempo de orientador e regulador das situações de aprendizagem nos Ambientes Virtuais de Aprendizagem. Será que esse perfil pode ser considerado como exclusivo a essa modalidade de ensino? Por outro lado, há algo que pode diferenciar o docente que atua nos projetos de EAD, pois não basta a ele ser especialista no assunto é preciso ter, também, fundamentação pedagógica em EAD e habilidades sobre os recursos tecnológicos, para que possa interagir e dinamizar melhor a turma. 2. OBJETIVO O Departamento de Educação a distância da Universidade Anhembi Morumbi vem realizando esforços para especializar cada vez mais o corpo docente atuante nos Projetos de EAD, buscando um maior alinhamento à proposta pedagógica da Instituição. O objetivo desse trabalho é apresentar e discutir os dados obtidos a partir da observação de um grupo de tutores que atuam nos projetos de EAD, focalizando principalmente as estratégias pedagógica e técnica por eles aplicadas. 3. TUTORIA O fato da EAD propor um novo perfil de docente para atuar no processo de ensino-aprendizagem tem levantado polêmica em relação ao ensino presencial, que tem sido caracterizado por muitos autores como um processo de ensino-aprendizagem centrado no professor que, por sua vez, se preocupa essencialmente em transmitir o conteúdo. Na verdade, segundo Maia (2002) não deveria existir diferenciação entre professor presencial, virtual ou semipresencial. Todos devem ter as características básicas necessárias para o desempenho de sua função docente, ou seja, devem ter em mente o desejo de compartilhar um determinado conhecimento com seu grupo de alunos e, para isso, o foco e objetivo de sua proposta devem estar centrados na aprendizagem desse grupo, na eficiência da comunicação e na formatação de uma metodologia que motive, incentive e valorize o conhecimento da equipe e seu relacionamento durante o percurso. Por outro lado, conforme Sarmento (2001) é fundamental, sim, que o tutor tenha competência tecnológica para agir com naturalidade, agilidade e aptidão no ambiente tecnológico que irá utilizar. É preciso ser um hábil navegador e pesquisador da rede, conhecer sites de busca e pesquisa, bem como ter intimidade com envio e recebimento de e-mail, netiqueta, participar de listas e fóruns de discussão, enfim ter tido alguma vivência em processo de ensino-aprendizagem on-line.

3 De maneira geral, a tutoria representa, para os docentes que estão acostumados com o ensino presencial, um enriquecimento de seu próprio papel, fato que eles só reconhecem após algum tempo de vivência na nova situação. Normalmente, ao iniciar o exercício desse novo papel, o docente se sente um pouco esvaziado: afinal, no ensino presencial, ele está acostumado a definir o caminho que os alunos deverão seguir e como e quando farão isso. Para Almeida (2001), esse modo de ensinar é especialmente vantajoso, porque, como é sabido, seus participantes não são um grupo relativamente homogêneo de interessados, como, por exemplo, numa classe do último ano do ginásio, mas, sim, pessoas com interesses individuais muitas vezes bem diferentes, de exigências intelectuais distintas e com seus respectivos objetivos especiais, como seria de se esperar de estudantes em idade adulta média ou mais avançada. De acordo com Bianconcini (2001) para atuar em EaD, os educadores precisam desenvolver competências que lhes dêem condições para assumir a autoria, atuar na mediação pedagógica durante as interações com os alunos, criando espaços para a autoria desses alunos e a realização de investigações. Cabe ao educador, articular ou favorecer a articulação entre os conceitos envolvidos nos temas em estudo ou nos problemas de investigação, com o domínio da ferramenta computacional, numa prática pedagógica que promove interação, comunicação, discussão, pesquisa e criação. Nessa ótica, a realização de atividades colaborativas no espaço virtual cria uma dinâmica que entrelaça formação, ação e investigação. 4. CONSIDERAÇÕES SOBRE A AVALIAÇÃO DOS TUTORES Nos diversos projetos de EAD oferecidos na Universidade aqui analisada, a equipe de tutores é composta por professores que atuam, também, no presencial. Esses professores, antes de assumir uma turma on-line participam de um curso de capacitação oferecido pelo Departamento de EAD, a fim de que possam discutir entre si práticas de ensino on-line e conhecer as diretrizes para gerenciamento das turmas. Aliás, gerenciar turmas on-line tem sido uma tarefa exercida com certa dificuldade por alguns tutores, uma vez que para isso, anteriormente ao início das aulas é necessária uma etapa de planejamento muito rigorosa, em que serão definidas, praticamente, todas as ações a serem realizadas a partir do primeiro dia de aula até o último. Entretanto, para que o professor consiga desempenhar essa tarefa com sucesso é preciso organizar, antes, sua agenda e reservar os períodos que ainda tiver disponibilidade no período de realização do curso, para participação de atividades síncronas, correção de exercícios e publicação de notas. Nas diretrizes definidas pela Instituição para os programas de EAD, o tutor encontrará orientações que o ajudarão na etapa de planejamento. Inicialmente, há referência as ações técnicas e, em seguida, as questões didáticas. Em relação às ações técnicas, observou-se na avaliação realizada que os tutores, apesar de conhecerem os procedimentos padrão, optavam por uma ação mais personalizada, conforme apresentado a seguir: a) Elaboração do Programa da Disciplina A orientação oferecida ao tutor é para que no Programa da disciplina, além das informações que costumam utilizar para o ensino presencial, ele acrescente ao nome das aulas, um resumo do que será tratado em cada uma e

o tipo de atividade a ser realizado. Apesar da importância desse documento, ainda não são todos professores que o disponibilizam para os alunos, muitas vezes eles se acomodam pelo fato do Departamento de EAD publicar o nome de cada aula junto aos arquivos de conteúdo. Essa atitude dificulta ao aluno ter uma visão geral do que será estudado, apesar de dar maior flexibilidade ao tutor de alteração na ordem ou tema das aulas. b) Definição do Cronograma Considerando a autonomia e autodisciplina como competências essenciais a alunos que optam por disciplinas on-line, torna-se fundamental a publicação de um Cronograma com a programação da disciplina bem detalhada, para que possa servir de referência e planejamento do tempo de estudo de cada aluno. Para tanto, nesse documento é preciso ter: a data de início de cada aula, o prazo final para entrega de cada atividade proposta no Programa da disciplina e, também, a data de publicação da nota correspondente. Um modelo de cronograma bem simples é fornecido pelo Departamento de EAD a todos os professores, para que possam implementar junto a data de início de cada aula, informações que sejam particulares a agenda de cada um. Ainda são poucos os professores que optam por alterar o modelo inicial, a maioria fornece as demais informações ao longo da disciplina, à medida que vão programando novas atividades. c) Estruturação dos dados e imagem que irão compor o formulário com o perfil do tutor; A distância física entre o professor e seus alunos ainda continua sendo um dos fatores de indecisão no momento de optar por uma disciplina on-line. Em função disso e também para que haja uma maior personalização do curso, sugere-se aos tutores que disponibilizem aos alunos informações sobre sua formação acadêmica e uma foto digital. Muitos professores preenchem essas informações no sistema, porém não há uma linearidade, pois alguns preenchem todos os campos do formulário, outros só divulgam o e-mail e poucos publicam a foto. d) Definição dos critérios de avaliação, A orientação oferecida ao tutor sobre a definição dos critérios de avaliação é que ele aponte os pontos de cada atividade definida no Programa da disciplina e o exemplifique o cálculo a ser realizado para obter a média final. Observou-se na avaliação que a definição dos critérios de avaliação ainda não têm ficado muito claro para os alunos, pois os professores estão publicando essas informações em diferentes locais da plataforma, dificultando o acesso pelos alunos. Alguns publicam na primeira mensagem postada no quadro de Avisos e outros optam por publicar dentro da área em que se encontra o Programa da disciplina. Há casos também de professores que divulgam apenas a nota da atividade, dentro do próprio enunciado da tarefa a ser realizada. e) Indicação de material complementar, relacionados ao tema da aula, para consulta; É solicitado aos professores, considerando os recursos de hipertexto e hipermídia disponíveis na Internet, que eles indiquem materiais complementares à disciplina, a fim de que os mesmos possam ser consultados pelos alunos de dentro da plataforma, simulando uma navegação guiada. Apesar dos professores atuarem no ensino presencial e estarem acostumados a citar livros como material de referência, percebeu-se na pesquisa realizada 4

5 que quando se trata de indicação de material digital, muitos ainda não possuem um catálogo com suas preferências que possa ser repassado a seus alunos. Quanto às questões didáticas, muito se discute com os tutores sobre a o tipo de comunicação estabelecida com os alunos e também sobre o padrão de correção usado nas atividades e na divulgação das notas. Essa necessidade surge, a partir do momento que o sentimento de solidão passa a ser um desconforto para o aluno virtual, que se frustra ao tentar encontrar uma informação sobre seu desempenho e nada encontra. Em busca de estratégias didáticas que minimizem esse sentimento e fortaleçam a sensação de pertencimento ao grupo, percebeu-se na avaliação que muitos tutores estão priorizando a comunicação com os alunos de forma individualizada e em situações muito específicas, como no caso de mensagens mais genéricas, utiliza a lista do grupo, via e-mail. Mesmo assim, observou-se na avaliação que em cada turma, mesmo todas elas com o mesmo tempo de duração, o volume de mensagens enviadas para os alunos está bastante variado, o que demonstra que cada professor tem adotado um critério diferente, sendo no aviso sobre uma aula nova ou para consultar sobre uma nota baixa que um determinado aluno obteve. Em relação à interação com os alunos, principalmente para realização das atividades, grande parte dos professores utiliza o fórum, mesmo que seja para realizar a correção individualmente, ao invés de debates. Entretanto, muitos apenas indicam se o aluno acertou ou errou, em alguns casos indicam um arquivo para acesso ao gabarito. Mesmo assim, os professores têm respeitado o tempo de resposta estipulado pela Instituição. 5. CONCLUSÕES Foram apresentadas neste trabalho as estratégias técnicas e didáticas aplicadas por tutores de uma Instituição de ensino superior, a fim de analisar o comportamento do grupo um diante das diretrizes oferecidas pela Universidade a todos professores que atuam em Programas de EAD. Observou-se que de forma geral, falta uma linearidade de atuação dos tutores em relação a cada orientação estabelecida nas normas, uma vez que cada professor tem disponibilizado material ou atuado de forma bem individual. Essa atitude, apesar de ser comum no ensino presencial, quando transportada para a EAD se torna um fator dificultador para o aluno, que apesar fazer parte de um mesmo Programa da Instituição, ao transitar pelas diferentes disciplinas on-line dispende parte do seu tempo para encontrar determinada informação que, caso estivesse padronizada, seria facilmente localizada. Em vista disso, torna-se cada vez mais necessária a troca de experiências com outras Instituições que já trabalham com essa modalidade de ensino, assim como a divulgação de trabalhos que contemplem a prática dos tutores, com foco nas estratégias técnicas e didáticas aplicadas junto a seus alunos virtuais, a fim de especializar cada vez mais a atuação da tutoria on-line.

6 6. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA ALMEIDA, Fernando J. Aprendizagem colaborativa: o professor e o aluno ressignificados. In: Educação a distância: formação de professores em ambientes virtuais e colaborativos de aprendizagem. São Paulo: PUC/SP, 2001. BIANCONCINI, Maria E. Formando Professores para atuar em ambientes virtuais de aprendizagem. In: Educação a distância: formação de professores em ambientes virtuais e colaborativos de aprendizagem. São Paulo: PUC/SP, 2001. CASTELLS, Manuel. A sociedade em rede (A era da informação: economia, sociedade e cultura); Volume 1, São Paulo: Editora Paz e Terra, 2a. ed., 1999. LITTO. Frederic. Para o professor, o trabalho mais nobre. Disponível na Internet: http://www.uol.com.br/amcc/ead/ead15.htm. Recuperado em 22/08/2002. MAIA, Carmem (org.). Portaria 2.253: Oportunidades e desafios para o Ensino Superior. In: Guia Brasileiro de Educação a Distância. São Paulo: Editora Anhembi Morumbi, 2002. MORAN, José M. Mudanças na Comunicação Pessoal: gerenciamento integrado da comunicação pessoal, social e tecnológica. São Paulo: Paulinas, 1998. PALLOF, Rena M.; PRATT, Keith. Estimulando a Aprendizagem Colaborativa.In: Construindo Comunidades de Aprendizagem no Ciberespaço: estratégias eficientes para salas de aula on-line. Porto Alegre: Artmed, 2002. SARMENTO, Maristela L. O percurso da aprendizagem dos alunos em EaD. In: Educação a distância: formação de professores em ambientes virtuais e colaborativos de aprendizagem. São Paulo: PUC/SP, 2001. SAMPAIO, Marisa N. e LEITE, Lígia S. Alfabetização Tecnológica do Professor. Rio de Janeiro: Editora Vozes, 1999. PETERS, Otto. Didática do Ensino a distância. Trad. Ilson Kayser. Rio Grande do Sul: Editora Unisinos, 2001.