Nota Informativa 20/09/2011 Enquadramento O Parque Industrial encontra-se cedido à Pisoeste, em regime de comodato, circunstância que mereceu a advertência do Tribunal de Contas (TC) e, consequentemente, careceu de ser alterada. Com efeito, o TC considerou existir por parte da Pisoeste uma errada aplicação das regras de classificação e valorimetria do imobilizado corpóreo, circunstância que conduziu a que não fossem efectuadas amortizações, conquanto os bens in casu, o Parque Industrial não se encontravam inscritos no seu imobilizado. Desta forma, o TC é peremptório em afirmar que, com esta prática, não efectuando a Pisoeste amortizações relativas aos seus meios de produção principais todo o Parque Industrial não cria também as reservas necessárias à sua futura substituição, não acautelando a reposição dos mesmos e não reflectindo de forma correcta a situação patrimonial da empresa. Pelo exposto, nas suas recomendações, o TC vem, no ponto II, expressar o seguinte: No que concerne ao contrato de comodato que titula a posse do Parque Industrial por parte da Pisoeste deverá ser encontrada solução adequada e de acordo com o quadro legal vigente que reflicta de forma transparente a situação patrimonial da empresa.
Sendo o Parque Industrial um bem do domínio privado, está sujeito a um regime de direito privado e inserido no comércio jurídico correspondente, tendo em conta o disposto no artigo 1304.º do Código Civil. Mais, é um bem que se encontra no domínio privado disponível, segundo o n.º 3 do artigo 7.º do mesmo Decreto-Lei n.º 477/80, de 15 de Outubro, conquanto o bem não está afecto a fins de utilidade pública. Actualmente, face ao regime introduzido pelo Decreto-Lei n.º 280/2007, de 7 de Agosto, o direito de superfície é uma das formas de administração dos bens imóveis. No direito de superfície devem ser fixados: a) O prazo do direito de superfície; b) A quantia devida pelo superficiário e os termos de pagamento; c) O início e a conclusão de eventuais construções a erigir nos imóveis. A constituição do direito de superfície deve ser feita por escritura pública, uma vez que os artigos 21.º a 29.º da Lei n.º 2030, de 22 de Junho de 1948, ainda se encontram em vigor, sendo que o n.º 3 do artigo 22,º estatui que a constituição do direito de superfície far-se-á por documento autêntico, o que nos remete para o artigo 363.º do Código Civil e, consequentemente, para a necessidade da escritura pública. O Conselho Executivo, em reunião de 09/06/2011, aprovou a constituição do direito de superfície a favor da Pisoeste, bem como o Projecto de Minuta da Escritura de Constituição do Direito de Superfície;
A Assembleia Intermunicipal, em reunião de 20/06/2011, aprovou a constituição do direito de superfície a favor da Pisoeste;
Minuta CONSTITUIÇÃO DE DIREITO DE SUPERFÍCIE ---------------------No dia quinze de Setembro de dois mil e onze, no Cartório Notarial em Caldas da Rainha, sito na Avenida da Independência Nacional, número quinze, rés-do-chão, perante mim, Lic. TERESA MARIA SAMPAIO PEREIRA MONTEIRO, respectiva Notária, compareceram como outorgantes:--------------------------------------------------------------------------------- ----------------------PRIMEIRO:- Carlos Manuel da Cruz Lourenço, casado, natural da freguesia de Turcifal, concelho de Torres Vedras, com domicílio profissional em Caldas da Rainha, titular do Cartão de Cidadão n.º ID Civil 04718869, válido até 29/07/2014 emitido na República Portuguesa,--------------------------------------------------------------------------------------------------------------- ----------------------que, como Presidente do Conselho Executivo, outorga em representação, da associação de municípios de fins múltiplos, com a denominação,------------------------------------ ---------------------- COMUNIDADE INTERMUNICIPAL DO OESTE, NIPC. 502266694, pessoa colectiva de direito público, constituída nos termos da Lei n.º 45/2008, de 27 de Agosto, com sede na Avenida General Pedro Cardoso, n.º9, em Caldas da Rainha, associação esta anteriormente denominada ASSOCIAÇÃO DE MUNICÍPIOS DO OESTE, conforme resulta do teor da publicação do respectivos estatutos adiante referidos, -------------------------------------------- ----------------------qualidade e poderes que verifiquei em face das certidões dos estatutos, devidamente publicados no Diário da República n.º 235, Parte H, IIª série, de 4 de Dezembro de 2008 e da acta de tomada de posse do Conselho Executivo, documentos que já se
encontram arquivados neste Cartório a instruir a escritura exarada a folhas cento e quarenta e nove do competente Livro Cento e Quarenta e Um-P e das certidões das actas das reuniões da Assembleia-Intermunicipal e do Conselho Executivo, de respectivamente, 20 de Junho de 2011 e de 30 de Junho de 2011, documentos que arquivo. ------------------------------ ---------------------SEGUNDO:- José Filipe da Conceição, casado?, natural da freguesia de?_, concelho de?, com domicílio profissional na Estrada Municipal n.º 568, em Alguber, Cadaval, titular do Cartão de Cidadão nº 07094905 válido até 15/04/2014, emitido pela República Portuguesa,--------------------------------------------------------------- ----------------------que, como Administrador Delegado, outorga em representação da entidade empresarial local de natureza intermunicipal com a denominação,--------------------------------------- ---------------------- PISOESTE-PARQUE DE INERTES E SERVIÇOS DO OESTE, EEIM, NIPC. 505234815, pessoa colectiva de direito público com sede na Estrada Municipal n.º 568, freguesia de Alguber, concelho de Cadaval, matriculada na Conservatória do Registo Comercial de Cadaval sob o número quinhentos e cinco milhões duzentos e trinta e quatro mil oitocentos e quinze, com o capital estatutário de cento e sessenta e cinco mil euros, ------------ ----------------------qualidade e poderes que invoca como suas e que resultam da consulta efectuada hoje da certidão permanente da referida empresa, disponível no sitio da Internet com o endereço www.portaldaempresa.pt e com código de acesso 5148-6488-6254, cuja impressão também arquivo. ----------------------------------------------------------------------------------------- ----------------------Verifiquei a identidade dos outorgantes pela exibição dos referidos documentos de identificação. ---------------------------------------------------------------------------------------
----------------------Pelo PRIMEIRO outorgante, na qualidade em que outorga, foi dito: ----------- ----------------------Que a COMUNIDADE INTERMUNICIPAL DO OESTE, sua representada, é dona e legítima possuidora do seguinte imóvel:-------------------------------------------------------------- ----------------------PRÉDIO URBANO, denominado QUINTA DO PORTO NOGUEIRA, sito na ESTRADA MUNICIPAL nº 568, freguesia de AL-GUBER, concelho de CADAVAL, ------------- ----------------------descrito na Conservatória do Registo Predial de Cadaval sob o número QUATROCENTOS E DOZE / MIL NOVECENTOS E NOVENTA E TRÊS ZERO TRÊS DEZASSETE, daquela freguesia, onde se mostram registada a aquisição a favor da representada do PRIMEIRO outorgante, nos termos da inscrição Apresentação SEIS de dois mil e quatro / zero cinco / vinte cinco, e inscrito na matriz urbana sob o artigo 940, com o valor patrimonial de 262.486,36. --------------------------------------------------------------------- ---------------Pelo PRIMEIRO e SEGUNDO outorgantes, nas qualidades em que intervêm e em representação das correspondentes pessoas colectivas, foi dito: ------------------------------ ----------------------Que, pela presente escritura, nos termos do artigo 1527º do Código Civil, celebram um contrato de constituição de direito de superfície sobre o atrás identificado imóvel, nos termos constantes das cláusulas seguintes:--------------------------------------------------------------- ------------------------------------------------CLÁUSULA PRIMEIRA----------------------------------------------- ----------------------A COMUNIDADE INTERMUNICIPAL DO OESTE constitui a favor da PISOESTE-PARQUE DE INERTES E SERVIÇOS DO OESTE, EEIM, o direito de superfície sobre o identificado imóvel com a faculdade desta manter ou construir durante a vigência deste contrato os edifícios e instalações que necessitar para os fins relativos à realização do seu
objecto estatutário. ----------------------------------------------------------------------------------------------------- ------------------------------------------------CLÁUSULA SEGUNDA----------------------------------------------- ----------------------1.O valor da constituição do direito de superfície é fixado no montante de três milhões e seiscentos mil euros, sem prejuízo do disposto nos números seguintes.--------------- ----------------------2. O pagamento do valor mencionado no número anterior é fraccionado em quatro partes iguais, no montante de novecentos mil euros, cada, correspondente a períodos de cinco anos, fixados a partir da presente data.--------------------------------------------------------------- ----------------------3. O pagamento correspondente ao primeiro período será efectuado pela representada do SEGUNDO outorgante, em sessenta prestações, iguais e sucessivas, no valor de quinze mil euros, cada uma, até ao sétimo dia útil de cada mês.----------------------------- -----------------------4.O valor correspondente às três primeiras prestações é feito num único pagamento, até noventa dias após a data da presente escritura.------------------------------------------ -----------------------5. O valor mencionado no número um pode ser alterado, findo cada um dos referidos períodos, caso as representadas dos outorgantes acordem em valor diferente a aplicar no período seguinte, aplicando-se de seguida o disposto no número três.-------------------- -----------------------------------------------------CLÁUSULA TERCEIRA----------------------------------------- ----------------------1. O direito de superfície é constituído pelo período de vinte anos, com início na data da outorga da presente escritura.----------------------------------------------- ----------------------2.O prazo é automaticamente prorrogável, por períodos iguais e sucessivos de cinco anos, salvo se for denunciada a sua prorrogação através de forma escrita e num prazo correspondente a um ano sobre o fim do prazo ou de qualquer uma das suas renovações.-------
----------------------3. A PISOESTE-PARQUE DE INERTES E SERVIÇOS DO OESTE, EEIM pode transmitir ou permitir a transmissão do direito de superfície, de forma onerosa, nos termos do disposto no artigo 1534º do Código Civil, por uma ou mais vezes, desde que temporariamente por um prazo que não exceda o termo do prazo estabelecido no número um da presente cláusula ou da renovação em curso.-------------------------------------------------------------- ---------------------4. A PISOESTE-PARQUE DE INERTES E SERVIÇOS DO OESTE, EEIM pode constituir ou permitir a constituição de ónus ou encargos sobre o direito de superfície, desde que por um prazo inferior àquele estabelecido no número um da presente cláusula, devendo fazer consignar nos respectivos títulos constitutivos que tais ónus ou encargos caducarão em caso de extinção antecipada do direito de superfície.------------- ----------------------- -------------------------------------------------CLÁUSULA QUARTA------------------------------------------------ ----------------------O direito de superfície objecto do presente contrato extingue-se:------------------- ----------------------a) Caso a superficiária não utilize integral e ininterruptamente a totalidade do imóvel cedido para a sua actividade, excepto quando autorizada pelos órgãos intermunicipais;-- ----------------------b) Caso o Estado Português venha, no futuro, a manifestar vontade de proceder à aquisição do imóvel em causa e em tal os órgãos intermunicipais assentirem;--------- ---------------------c) Nos restantes casos previsto nos artigo 1536º do Código Civil.------------------- ------------------------------------------------CLÁUSULA QUINTA-------------------------------------------------- ----------------------Em qualquer dos casos de extinção do direito de superfície não é devida qualquer indemnização pela representada do PRIMEIRO outorgante à representada do SEGUNDO outorgante, salvo se for devida por esta em virtude da verificação do estabelecido no número três da cláusula terceira.-------------------------------------------------------------------------------
--------------------------------------------------CLÁUSULA SEXTA-------------------------------------------------- ----------------------1.São de conta da representada do SEGUNDO outorgante todos os impostos e taxas devidos que incidam sobre o imóvel objecto do direito de superfície ou sobre qualquer obra aí edificada.------------------------------------------------------------------------------------------- ----------------------2. Compete, igualmente, à representada do SEGUNDO outorgante proceder às amortizações patrimoniais previstas na lei.------------------------------------------------------------------ -------------------------------------------------CLÁUSULA SÉTIMA------------------------------------------------- ----------------------Em tudo o que não estiver especialmente previsto rege a Lei em vigor.----------- ---------------------Pelo SEGUNDO outorgante, na qualidade em que outorga, foi dito: ------------ ----------------------Que, para a sua representada, aceita o presente contrato nos termos exarados e que o mesmo é necessário ou conveniente à prossecução do objecto da sua representada. ------------------------------------------------------------------------------------------------------------ ----------------------Pelos outorgantes, nas qualidades em que outorgam, foi ainda dito: --------- ----------------------Que a presente transmissão não foi objecto de intervenção de mediador imobiliário, tendo sido advertidos das consequências penais previstas no n.º 2 do art.50º do Decreto-Lei n.º 211/2004, de 20 de Agosto. -------------------------------------------------------------------- ----------------------ASSIM O DISSERAM E OUTORGARAM POR MINUTA.----------------------------- ----------------------MAIS ARQUIVO:----------------------------------------------------------------------------------
----------------------Certidão permanente de registo predial disponível no sitio da Internet com o endereço www.predialonline.pt com código de acesso PP-0506-32221- 110101-000412, por onde verifiquei o teor da descrição e inscrição em vigor, ------------------------ ---------------------------- ----------------------Declaração para liquidação do imposto municipal sobre as transmissões onerosas de imóveis n.º 160. 211.023.589.903, emitida ontem pela Direcção-Geral dos Impostos, da qual consta que o valor da colecta é de zero euros nos termos do artigo 6º, alínea a) do respectivo Código. ------------------------------------------------------------------------------------ ----------------------Declaração para liquidação do imposto do selo (Verba 1.1) emitida ontem pela Direcção-Geral dos Impostos, da qual consta que o valor da colecta é de zero euros nos termos do artigo 6º, alínea a) do respectivo Código.--------------------------------------------------------- ----------------------A referida minuta.--------------------------------------------------------------------------------- ----------------------EXIBIRAM:----------------------------------------------------------------------------------------- ----------------------Caderneta predial urbana obtida em 19 de Julho de 2011 via Internet (Serviço de Finanças do Cadaval).------------------------------------------------------------------------------ ----------------------Não é devida licença de utilização nos termos do artigo 7º do Decreto-Lei n.º555/99, de 16 de Dezembro.------------------------------------------------------------------------------------- ----------------------Esclareci os outorgantes do que dispõe o artigo 3º, n.º1, alínea c) do Decreto- Lei n.º 78/2006, de 4 de Abril, quanto ao certificado emitido no âmbito do SCE.---------------------- ----------------------Fiz aos outorgantes a leitura e a explicação da presente escritura.
A Notária, Conta registada sob o nº ESTATÍSTICA:-Verbete nº Lisboa, 14 de Novembro de 2011