Julho/2018. Resumo. Palavras-chave:Perfil Profissiográfico Previdenciário. Previdência Social. Aposentadoria especial. ESocial.

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Transcrição:

Resumo Perfil Profissiográfico Previdenciário Vanessa Latalisa Gomes van_latalisa@hotmail.com Engenharia e Segurança do Trabalho Instituto de Pós-Graduação - IPOG Goiânia, GO, 14 de agosto de 2017. O artigo investiga a importância de se conhecer sobre o Perfil Profissiográfico Previdenciário, mais conhecido como PPP, sobre a óptica da importância de um preenchimento correto afim de pleitear a aposentadoria especial. Para tanto, foi utilizado a metodologia de abordagens conceituais dos temas acima, a definição e descrição dos itens de que devem ser preenchidos no PPP, as penalidades para o empregador que não cumpre o correto procedimento do PPP, e por fim, aborda sobre o esocial, que vem a ser uma nova forma de apresentar os dados do trabalhador utilizando o meio digital, facilitando a fiscalização por parte das autoridades federais. O tema insalubridade levanta uma questão sobre quais agentes nocivos se enquadram na atividade especial e qual agente apenas gera a insalubridade. O resultado de um PPP bem preenchido gera a comprovação da atividade especial e a redução no número de contribuições previdenciárias, garantindo isonomia entre os tratamentos aos trabalhadores e melhor qualidade de vida. Palavras-chave:Perfil Profissiográfico Previdenciário. Previdência Social. Aposentadoria especial. ESocial. 1. Introdução O objetivo deste artigo é demonstrar a importância do correto preenchimento de um Perfil Profissiográfico Previdenciário, mais conhecido como PPP na esfera do Direito Previdenciário. Uma vez que o PPP pode ser considerado como o documento principal para comprovar se o segurado tem direito a concessão de Aposentadoria Especial, ou ainda, o reconhecimento de tempo especial, benefícios estes mais vantajosos, fica evidenciado o quanto a investigação do tema é relevante. Segundo Madeira e Golveia (2016), podemos encontrar muitos julgados na jurisprudência dos diversos tribunais brasileiros, disponibilizados no site do Ministério da Previdência Social, que alguns períodos trabalhados pelo segurado não são considerados como exercidos em atividade especial, em decorrência do preenchimento incorreto do Perfil Profissiográfico pelas empresas, o que cria obstáculos para a concessão do benefício. Abordaremos também o conceito de Aposentadoria Especial, comprovação da atividade especial, tendo em vista o princípio do tempus regit actum, o PPP, visto que em muitos casos concretos, onde seu mal preenchimento causa prejuízo ao segurado, tanto para a concessão do benefício de aposentadoria especial, quanto para o não reconhecimento do tempo especial.

2. Segurança e Saúde do Trabalhador O estudo das normas de segurança está inserido primeiramente na Constituição Federal (BRASIL, 1988), onde determina que o trabalhador tem direito a proteção de sua saúde, integridade física e moral e segurança na execução de suas atividades. Podemos inferir que o trabalho deve ser executado em condições que contribuam para a melhoria da qualidade de vida e a realização pessoal e social. A segurança e a saúde do trabalhador são de responsabilidade do empregador e dos profissionais envolvidos no ambiente de trabalho. Sobre esta optica o direito previdenciário, com suas leis e decretos, regulamentam todos os procedimentos adequados para criação e execução o Perfil Profissiográfico Previdenciário PPP. Documento este que condensa os antigos formulários da previdencia em um único, propricia a empregadores e empregados, que a partir da educação e conscientização, desfrutem dos benefícios alcançados pela realização de um trabalho seguro. Com este documento o trabalhor pode adquirir, junto ao INSS, direito a uma aposentadoria com um período menor de trabalho, caso comprove seus requisitos, inclusive a exposição de agentes especiais. Aposentadoria esta chamada de aposentadoria especial. Podemos observar nos dias atuais um grande desinteresse ao cumprimento das leis, por parte dos empregadores, (ABDALLA, 2015). Ele afirma que os custos e a falta de fiscalização são principais fatores para tal descaso, assim como, o desconhecimento referente ao assunto. Primeiro precisamos admitir que existe uma grande e quase insustentável carga de obrigações e tributos sobre o empresário e em uma escala de prioridades, o cumprimento dos procedimentos de segurança encontra-se no chão de fábrica. Acaba que a fiscalização e a formalização documental é engolida nos processos diários. No entanto, esta é uma visão que devemos mudar. Entendemos ainda como normas de Segurança e Saúde Ocupacional, as obrigações de caráter previdenciário, dispostas no Regulamento da Previdência Social RPS (Decreto n 3.048/99), em seu artigo 68: 2º A comprovação da efetiva exposição do segurado aos agentes nocivos será feita mediante formulário denominado perfil profissiográfico previdenciário, na forma estabelecida pelo Instituto Nacional do Seguro Social, emitido pela empresa ou seu preposto, com base em laudo técnico de condições ambientais do trabalho expedido por médico do trabalho ou engenheiro de segurança do trabalho. 4º A empresa que não mantiver laudo técnico atualizado com referência aos agentes nocivos existentes no ambiente de trabalho de seus trabalhadores ou que emitir documento de comprovação de efetiva exposição em desacordo com o respectivo laudo estará sujeita à multa prevista no art. 283. 6º A empresa deverá elaborar e manter atualizado perfil profissiográfico previdenciário, abrangendo as atividades desenvolvidas pelo trabalhador e fornecer a este, quando da rescisão do contrato de trabalho ou do desligamento do cooperado, cópia autêntica deste documento, sob pena da multa prevista no art. 283. Assim, o decreto dispõe ainda que, o Laudo Técnico das Condições Ambientais do Trabalho LTCAT deverá ser elaborado para todas as empresas, independentemente do risco. O LTCAT é demonstração ambiental hábil para indicação das funções expostas ou não a risco para fins de aposentadoria especial, além de mapear quais funções ou trabalhadores deverão manter o PPP (Perfil Profissiográfico Previdenciário) atualizado, que será obrigatório apenas para as

atividades expostas a riscos, servindo ainda como fundamento do código GFIP (Guia de Recolhimento do FGTS e de Informações à Previdência Social), para recolhimento adicional de contribuição previdênciária. Ainda quanto aos fins do LTCAT a IN INSS/PRESS n 77/2015 traz também a possibilidade do PPRA (Programa de Prevenção de Riscos Ambentais), PGR (Programa de Gerenciamento de Riscos), PCMAT (Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho) e PCMSO (Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional) para subsidiarem o preenchimento do PPP, desde que contenham os elementos informativos básicos. 3. Perfil Profissiográfico Previdenciário (PPP) Após a edição da Lei nº 9.032 de 28/04/1995 deixou de ser realizada a caracterização da atividade especial de forma presumida, e passou a ser obrigatória a prova da efetiva exposição aos agentes, sendo tal prova realizada pelos formulários. O PPP foi instituído pela Instrução Normativa INSS/DC nº 99 de 05 de dezembro de 2003, e sua definição está no artigo 146: Art. 146. O Perfil Profissiográfico Previdenciário (PPP) constitui-se em um documento histórico-laboral do trabalhador que reúne, entre outras informações, dados administrativos, registros ambientais e resultados de monitoração biológica, durante todo o período em que este exerceu suas atividades. Tendo sua elaboração obrigatória a partir de 01 de janeiro de 2004, o PPP tem por objetivo primordial fornecer informações para o trabalhador quanto às condições ambientais de trabalho, principalmente para requerimento de aposentadoria especial. Conforme a Lei n 8213/91 e o Decreto n 3.048/99, sabemos que para custear a aposentadoria especial, deverá ocorrer a contribuição adicional sobre a folha de salário 6% para 25 anos, 9% para 20 anos e 12% para 15 anos de atividades especiais (sujeitos a riscos ambientais). Assim, cabe ao empregador declarar em sua GFIP o código 00 (sem exposição a risco, sem contribuição), 01 (já esteve exposto a risco, sem contribuição), 02 (está exposto a risco aposentadoria em 15 anos contribuição 12%), 03 (está exposto a riscos, aposentadoria 20 anos, contribuição 9%) e 04 (está exposto a risco, aposentadoria 25 anos, contribuição 6%). O código GFIP deverá ser informado pelo já citado LTCAT, ou por demonstrações ambientais técnicas. Segundo a IN INSS/PRESS n 77/2015, apenas o engenheiro ou médico do trabalho são competentes para indicar o código aplicado para determinada função, após vistoria in loco. O PPP, segundo Castro e Lazzari (2013), tem como finalidade: Comprovar as condições para habilitação de benefícios e serviços previdenciários, em particular, o benefício de aposentadoria especial; Prover o trabalhador de meios de prova produzidos pelo empregador perante a Previdência Social, a outros órgãos públicos e aos sindicatos, de forma a garantir todo direito decorrente da relação de trabalho, seja ele individual, ou difuso e coletivo;

Prover a empresa de meios de prova produzidos em tempo real, de modo a organizar e a individualizar as informações contidas em seus diversos setores ao longo dos anos, possibilitando que a empresa evite ações judiciais indevidas relativas a seus trabalhadores; Possibilitar aos administradores públicos e privados o acesso a bases de informações fidedignas, como fonte primária de informação estatística, para desenvolvimento de vigilância sanitária e epidemiológica, bem como definição de políticas em saúde coletiva. Criado para substituir os antigos formulários, sua exigência legal se encontra no artigo 58 da Lei n 8.213/91 (este artigo está reproduzido no tópico sobre a aposentadoria especial, logo abaixo). Anteriormente, somente os trabalhadores que tinham direito a se aposentar precocemente, com a chamada aposentadoria especial, recebiam os formulários substituídos pelo PPP. Como citado, a partir de 1º de janeiro de 2004, em decorrência da IN INSS/PRES n 77/2015, a empresa ou equiparada à empresa deve elaborar o PPP, conforme anexo XV da referida Instrução, de forma individualizada para seus empregados, trabalhadores avulsos e cooperados. A exigência abrange aqueles que laborem expostos a agentes nocivos químicos, físicos, biológicos ou associação de agentes prejudiciais à saúde ou à integridade física, considerados para fins de concessão de aposentadoria especial, ainda que não presentes os requisitos para a concessão desse benefício, seja pela eficácia dos equipamentos de proteção, coletivos ou individuais, seja por não se caracterizar a permanência. Além disso, o parágrafo 10 do artigo 272 da IN INSS/PRES n 77/2015, estabelece que: Após a implantação do PPP em meio magnético pela Previdencia Social, este documento será exigido para todos os segurados, independente do ramo de atividade da empresa e da exposição a agentes nocivos, e deverá abranger também informações relativas aos fatores ergonômicos e mecânicos. Observe-se também que as Micro Empresas e as Empresas de Pequeno Porte não estão dispensadas da emissão do PPP. Castro e Lazzari (2013) aborda também que a responsabilidade pela emissão do PPP é: Da empresa empregadora, no caso de empregado; Cooperativa de trabalho ou de produção, no caso de cooperados filiados; Orgão Gestor de Mão de Obra OGMO, no caso dos Trabalhadores Portuários Avulsos TPA; Sindicato de Categoria, no caso de trabalhador avulso não portuário. O PPP será emitido com base nas demonstrações ambientais e no LTCAT que será expedido pelo seu responsável técnico, sendo médico do trabalho ou engenheiro de segurança do trabalho. Sabemos que o PPP e o LTCAT são documentos distintos, que apesar de complementares, não podem ser utilizados como substituto um do outro. O laudo técnico de condições ambientais do trabalho deverá constar informações sobre a existência de tecnologia de proteção coletiva ou individual que diminua a intensidade do

agente agressivo a limites de tolerância e recomendação sobre a sua adoção pelo estabelecimento respectivo. Portanto, para que a atividade especial seja reconhecida o PPP deve estar preenchido de forma correta, além de ser realizado por Médico ou Engenheiro do Trabalho, sendo que de acordo com a Instrução Normativa INSS/PRES nº 85/2016, anexo XV, o qual prevê que o PPP deve conter os seguintes requisitos: Dados Administrativos: 1- CNPJ do Domicilio tributário/cei, 2-Nome Empresarial, 3-CNAE, 4-Nome do trabalhador, 5-BR (Beneficiário Reabilitado)/PDH (Portador de deficiência habilitado), 6-NIT, 7-Data de nascimento, 8-Sexo, 9-CTPS, 10-Data da emissão, 11-Regime de revezamento, 12-CAT registrada, 12.1-Data do Registro, 12.2-Número da CAT, 13-Lotação e Atribuição, 13.1-Período, 13.2-CNPJ/CEI, 13.3-Setor, 13.4-Cargo, 13.5-Função, 13.6-CBO (classificação brasileira de ocupação), 13.7- Código GFIP, 14-Profissiografia, 14.1-Período e 14.2-Descrição das Atividades. Na primeira parte do formulário deve ser observado o preenchimento correto dos dados da empresa e do trabalhador, principalmente em relação aos períodos de trabalho, tendo em vista que muitas vezes o trabalhador pode permanecer anos em uma mesma empresa, porém pode ter mudado de cargo ou função. Ainda, deverá ser observado as funções que apresentam agentes prejudiciais à saúde e integridade física, assim será necessário realizar uma análise detalhada do segurado com o intuito de verificar se desenvolveu somente a função que está anotada na Carteira de Trabalho e caso tenha mais funções verificar se foram corretamente informadas no PPP. A segunda parte do formulário PPP, deverá conter os dados relacionados aos registros ambientais, quais sejam: Registros Ambientais: 15- Exposição a fatores de riscos, 15.1- Período, 15.2-Tipo, 15.3-Fator de risco, 15.4-Intensidade/concentração, 15.5-Técnica utilizada, 15.6-EPC Eficaz (S/N), 15.7-EPI Eficaz (S/N), 15.8-CA EPI, 15.9-Atendimento aos requisitos das NR-06 e NR-09 do MTE pelos EPI informados, 16. Responsável pelos registros ambientais, 16.1-Período, 16.2-NIT, 16.3-Registro Conselho de Classe, 16.4-Nome do profissional legalmente habilitado. Destaca-se que esta seção é muito importante para a caracterização do período como sendo especial ou não, tendo em vista que aqui constarão quais os fatores de risco o trabalhador estava exposto. Assim, deve ser analisada a função que o segurado exercia ou exerce, devendo ser preenchido em caso da presença de agentes quantitativos (ruído, calor, radiações ionizantes, vibrações), agentes químicos quantitativos, poeiras minerais e eletricidade, constando o grau ou quantidade desses agentes a que o trabalhador estava exposto. Já na terceira parte do PPP, refere-se aos Resultados de Monitoração Biológica, que deverá constar os seguintes dados: 17-Exames médicos e clínicos e complementares (quadros I e II, da NR-07), 17.1-Data, 17.2-Tipo, 17.3-Natureza, 17.4-Exame (R/S), 17.5-Indicação de Resultados, 18-Responsável pela monitoração biológica, 18.1-Período, 18.2-NIT, 18.3- Registro conselho de classe, 18.4-Nome do profissional legalmente habilitado. Por fim, a quarta parte do formulário, deverá constar os Responsáveis pelas Informações 19- Data da Emissão do PPP, 20-Representante legal da empresa, 20.1-NIT, 20.2-Nome, carimbo e assinatura.

O PPP deve ser preenchido, atualizado e entregue ao trabalhador no momento da rescisão somente em relação àqueles empregados que durante o contrato de trabalho estejam em contato com agentes nocivos à saúde, sob pena de multa. A atualização do PPP deve ser feita sempre que houver alteração que implique mudança das informações contidas nas suas seções ou pelo menos uma vez ao ano, quando permanecerem inalteradas suas informações. Deverá ser emitido sempre que solicitado pelo trabalhador, INSS ou autoridade competente, em via única e sem necessidade de recibo. Segundo o parágrafo 14 do artigo 272 da IN INSS/PRES n 45/2010, o PPP e a comprovação de entrega ao trabalhador, na recisão de contrato de trabalho ou da desfiliação de cooperativa, sindicato ou orgão gestor de mão-de-obra, deverão ser mantidos na empresa por 20 anos. Sob a esfera jurídica previdenciária, como nos mostra a Lei n 8213/91, em seu artigo 120: Art. 120. Nos casos de negligência quanto às normas padrão de segurança e higiene do trabalho indicados para a proteção individual e coletiva, a Previdência Social proporá ação regressiva contra os responsáveis. Especificamente quanto ao papel do Ministério do Trabalho e Emprego em relação à emissão e entrega do PPP ao trabalhador, O Sr. Secretário de Relações do Trabalho, acatando parecer da Coordenadora de Relações do Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego, contido na NT CGRT/SRT nº 12/2004, definiu que, até que seja expedido um normativo conjunto do MPAS e do Ministério do Trabalho e Emprego dispondo em contrário, não compete ao Ministério do Trabalho e Emprego, por meio das DRTs, nem aos sindicatos de trabalhadores, condicionar as homologações de rescisão de contrato de trabalho à prévia apresentação do PPP. Segundo Silva (2004), a Previdência Social dispõe sobre a exigência do documento no ato da rescisão do contrato de trabalho e não somente no momento da homologação dessa rescisão, sendo o PPP um documento de caráter previdenciário e não trabalhista, a competência para autuar a empresa que descumprir a obrigação de elaborá-lo e fornecê-lo ao trabalhador é dos Auditores Fiscais da Previdência Social. Silva (2004) explicita também, que o PPP em formato digital, embora previsto desde 2004, deve efetivamente ocorrer quando da entrada em vigor do esocial. A partir da implantação do PPP em meio digital, este documento deverá ser preenchido para todos os segurados, independentemente do ramo de atividade da empresa, da exposição a agentes nocivos e deverá abranger também informações relativas aos fatores de riscos ergonômicos e mecânicos. 4. Penalidades O PPP é documento indispensável para que o trabalhador instrua seu processo da aposentadoria junto ao INSS. Sem ele o trabalhador poderá sofrer prejuízos financeiros em seu benefício previdenciário. Por sua vez o Decreto nº 3.048/99 regulamenta o assunto em seu artigo 68 (visto anteriormente neste artigo, p.2) e fixa multa pelo descumprimento deste direito do trabalhador em seu artigo 283:

Art. 283. Por infração a qualquer dispositivo das Leis nos 8.212 e 8.213, ambas de 1991, e 10.666, de 8 de maio de 2003, para a qual não haja penalidade expressamente cominada neste Regulamento, fica o responsável sujeito a multa variável de R$ 636,17 (seiscentos e trinta e seis reais e dezessete centavos) a R$ 63.617,35 (sessenta e três mil, seiscentos e dezessete reais e trinta e cinco centavos), conforme a gravidade da infração, aplicando-se-lhe o disposto nos arts. 290 a 292, e de acordo com os seguintes valores: I - a partir de R$ 636,17 (seiscentos e trinta e seis reais e dezessete centavos) nas seguintes infrações: (...) h) deixar a empresa de elaborar e manter atualizado perfil profissiográfico abrangendo as atividades desenvolvidas pelo trabalhador e de fornecer a este, quando da rescisão do contrato de trabalho, cópia autêntica deste documento; Por este motivo a legislação previdenciária é taxativa em obrigar as empresas a fornecerem uma cópia autêntica do PPP aos trabalhadores no momento da rescisão de contrato, sendo esta homologada no Sindicato Profissional da Categoria ou no órgão do Ministério do Trabalho. O prazo para emissão e entrega do documento ao trabalhador é de (10) dez dias, a partir da comunicação do seu desligamento (IN INSS/PRES n 85/2016). O PPP é um documento que registra o histórico laboral do trabalhador. Portanto, é individual e não pode ser generalizado para grupos homogêneos de trabalhadores. As informações referentes aos registros ambientais e monitoração biológica são de responsabilidade dos profissionais legalmente habilitados engenheiro de segurança e médico do trabalho, com registro no CREA e no CRM, respectivamente. Porém, a empresa responde solidariamente por todas as informações registradas no documento (IN INSS/PRES n 85/2016). 5. Aposentadoria Especial A Constituição Federal (BRASIL, 1988), em seu artigo 201, parágrafo 1º prevê que em relação às atividades exercidas em condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física serão adotados critérios diferenciados para a concessão da aposentadoria. 1º É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a concessão de aposentadoria aos beneficiários do regime geral de previdência social, ressalvados os casos de atividades exercidas sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física e quando se tratar de segurados portadores de deficiência, nos termos definidos em lei complementar. No mesmo sentido a aposentadoria especial está explicitada na Lei n 8.213/91 na subseção IV. Art. 57. A aposentadoria especial será devida, uma vez cumprida a carência exigida nesta Lei, ao segurado que tiver trabalhado sujeito a condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física, durante 15 (quinze), 20 (vinte) ou 25 (vinte e cinco) anos, conforme dispuser a lei. 1º A aposentadoria especial, observado o disposto no art. 33 desta Lei, consistirá numa renda mensal equivalente a 100% (cem por cento) do salário-de-benefício. 2º A data de início do benefício será fixada da mesma forma que a da

aposentadoria por idade, conforme o disposto no art. 49. 3º A concessão da aposentadoria especial dependerá de comprovação pelo segurado, perante o Instituto Nacional do Seguro Social INSS, do tempo de trabalho permanente, não ocasional nem intermitente, em condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física, durante o período mínimo fixado. 4º O segurado deverá comprovar, além do tempo de trabalho, exposição aos agentes nocivos químicos, físicos, biológicos ou associação de agentes prejudiciais à saúde ou à integridade física, pelo período equivalente ao exigido para a concessão do benefício. 5º O tempo de trabalho exercido sob condições especiais que sejam ou venham a ser consideradas prejudiciais à saúde ou à integridade física será somado, após a respectiva conversão ao tempo de trabalho exercido em atividade comum, segundo critérios estabelecidos pelo Ministério da Previdência e Assistência Social, para efeito de concessão de qualquer benefício. 6º O benefício previsto neste artigo será financiado com os recursos provenientes da contribuição de que trata o inciso II do art. 22 da Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991, cujas alíquotas serão acrescidas de doze, nove ou seis pontos percentuais, conforme a atividade exercida pelo segurado a serviço da empresa permita a concessão de aposentadoria especial após quinze, vinte ou vinte e cinco anos de contribuição, respectivamente. 7º O acréscimo de que trata o parágrafo anterior incide exclusivamente sobre a remuneração do segurado sujeito às condições especiais referidas no caput. 8º Aplica-se o disposto no art. 46 ao segurado aposentado nos termos deste artigo que continuar no exercício de atividade ou operação que o sujeite aos agentes nocivos constantes da relação referida no art. 58 desta Lei. Art. 58. A relação dos agentes nocivos químicos, físicos e biológicos ou associação de agentes prejudiciais à saúde ou à integridade física considerados para fins de concessão da aposentadoria especial de que trata o artigo anterior será definida pelo Poder Executivo. 1º A comprovação da efetiva exposição do segurado aos agentes nocivos será feita mediante formulário, na forma estabelecida pelo Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, emitido pela empresa ou seu preposto, com base em laudo técnico de condições ambientais do trabalho expedido por médico do trabalho ou engenheiro de segurança do trabalho nos termos da legislação trabalhista. 2º Do laudo técnico referido no parágrafo anterior deverão constar informação sobre a existência de tecnologia de proteção coletiva ou individual que diminua a intensidade do agente agressivo a limites de tolerância e recomendação sobre a sua adoção pelo estabelecimento respectivo. 3º A empresa que não mantiver laudo técnico atualizado com referência aos agentes nocivos existentes no ambiente de trabalho de seus trabalhadores ou que emitir documento de comprovação de efetiva exposição em desacordo com o respectivo laudo estará sujeita à penalidade prevista no art. 133 desta Lei. 4º A empresa deverá elaborar e manter atualizado perfil profissiográfico abrangendo as atividades desenvolvidas pelo trabalhador e fornecer a este, quando da rescisão do contrato de trabalho, cópia autêntica desse documento. A data de beneficio se iniciára da mesma forma que a da aposentadoria por idade, podemos constatar isso no artigo 49 da mesma lei: Art. 49. A aposentadoria por idade será devida: I - ao segurado empregado, inclusive o doméstico, a partir: a) da data do desligamento do emprego, quando requerida até essa data ou até 90

(noventa) dias depois dela; ou b) da data do requerimento, quando não houver desligamento do emprego ou quando for requerida após o prazo previsto na alínea "a"; II - para os demais segurados, da data da entrada do requerimento. É importante destacar que a Lei nº 8.213/91 dispõe que para ter direito a concessão da Aposentadoria Especial, o segurado ainda terá que trabalhar nas condições acima citadas por tempo permanente no trabalho, não podendo esse trabalho especial ser ocasional ou intermitente. O aposentado que retornar voluntariamente à atividade terá sua aposentadoria automaticamente cancelada, a partir da data do retorno. Após 1999, com a promulgação do Decreto nº 3048/99, que regulamenta a Lei de Benefícios, em seus artigos 64 a 70 apresentam regras importantes, como a tabela de conversão para atividade especial, também em seu anexo IV trouxe a relação dos agentes nocivos químicos, físicos, biológicos ou associação de agentes prejudiciais à saúde ou à integridade física, considerados para fins de concessão de Aposentadoria Especial. A Aposentadoria Especial tem como objetivo a proteção do trabalhador que exerce atividades que causem prejuízos a sua saúde ou integridade física, preservando assim sua vida, tendo em vista que ao se aposentar com menos tempo de trabalho as pessoas que exercem atividades prejudiciais têm menos chances de adoecer em decorrência do trabalho. 6. Insalubridade Como explicitado a aposentadoria especial é direito dos trabalhadores que exerceram atividade especial durante um determinado perído. Essas atividades consideradas especiais são as atividades que expõe o trabalhador a agentes nocivos à saúde humana e dividem-se em insalubres e perigosas. De acordo com a Lei n 8.213/91 em seu artigo 57, parágrafo 3, para receber o benefício da aposentadoria especial por insalubridade é necessário que a exposição a agentes prejudiciais tenha ocorrido de maneira permanente, e não intermitente ou ocasional, durante todo o período de carência exigido. Os agente nocivo estão listados no anexo IV do Regulamento da Previdência Social - Decreto n 3.048/99, com os respectivos direitos de exposição que dão direito ao à aposentadoria especial. Já a norma regulamentadora n 15 (Atividades e operações insalubres) considera o que é atividade especial o que está na CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) em seu artigo 189: Art. 189. Serão consideradas atividades e operações insalubres aquelas que, por sua natureza, condições ou métodos de trabalho, exponham os empregados a agentes nocivos à saúde, acima dos limites de tolerância fixados em razão da natureza e intensidade do agente e do tempo de exposição a seu efeitos. A NR15 apresenta esses limites ( limites de tolerância ) citados, que determina os níveis aceitáveis de exposição a ruídos contínuos, intermitentes ou de impacto, altas e baixas temperaturas, radiações ionizantes, ambientes hiperbáricos, vibrações, agentes químicos,

biológicos, poeiras minerais e benzeno. Para comprovar se o agente ultrapassou ou não o limite de tolerância deve ser realizado um laudo de insalubridade. Segundo a ABHO (2002), entende-se por "Limite de Tolerância", a concentração ou intensidade máxima ou mínima, relacionada com a natureza e o tempo de exposição ao agente, que não causará dano à saúde do trabalhador, durante a sua vida laboral. Para ter direito ao adicional, o profissional pode ter contato permanente ou intermitente. Se ele tiver contato todos os dias da semana, por 10 minutos, será devido o adicional. O contato não precisa ser durante toda a jornada e nem durante toda a semana, mas, caso haja habitualidade, será devido. Só não será devido o adicional em caso de contato eventual, por caso fortuito. São aquelas situações em que não se esperava que o contato do trabalhador fosse necessário (ABHO, 2002). No caso de incidência de mais de um fator de insalubridade, será apenas considerado o de grau mais elevado, para efeito de acréscimo salarial, sendo vedada a percepção cumulativa. A atividade insalubre cria para o empregado o direito de receber adicional de insalubridade no percentual de 10%, 20% ou 40% do salário mínimo da região, dependendo do agente prejudicial e do grau de exposição. O recebeimento do adicional facilita a comprovação da insalubridade, porém trabalhadores que não o recebiam também tem direito a aposentadoria especial. (BRASIL, 1991) O Supremo Tribunal Federal no julgamento do ARE 664.335/SC em 04/12/2014, que o uso de EPIs (Equipamentos de Proteção Individual), quando forem capaz de neutralizar completamente os agentes insalubres, descaraterizam o tempo de serviço especial, retirando o direito a este tipo de aposentadoria. A discordância entre as atividades especiais da previdencia com as da norma regulamentadora, que possui fundamentos trabalhistas, trouxe preocupações quanto a outras atividades se também ensejariam aposentadoria especial. O fato é que nem sempre os critérios utilizados para definir aposentadoria especial são os mesmos que usamos para definir insalubridade. Veja por exemplo o caso do agente físico umidade, ele é considerado insalubre no anexo 10 da NR-15, mas não está no anexo IV da RPS e portanto não é caracterizado como especial. O mesmo acontece com o calor natural, proveniente do sol. Na IN INSS/PRESS n 77/2015 fica claro que somente o calor artificial dá direito ao adicional de insalubridade, como consta no anexo 03 da NR-15. Enfim, o que podemos concluir é que das duas formas a ideia principal é fazer valer o verdadeiro escopo da Constituição Federal (BRASIL, 1988) que é garantir um benefício mais precoce àquele trabalhador que se expos, de forma mais evidente em relação aos demais trabalhadores, a riscos a sua vida, saúde ou integridade física, não sendo justo e nem plausível admitir que atividades perigosas são menos danosas aos trabalhadores brasileiros do que as atividades insalubres. 7. esocial O Decreto nº 8373/2014 instituiu o Sistema de Escrituração Digital das Obrigações Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas (esocial). Está sendo desenvolvido, em conjunto, pela Caixa Econômica Federal (Caixa), pelo do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), pelo

Ministério da Previdência Social (MPS), pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e pela Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB). Por meio desse sistema, os empregadores passarão a comunicar ao Governo, de forma unificada, as informações relativas aos trabalhadores, como vínculos, contribuições previdenciárias, folha de pagamento, comunicações de acidente de trabalho (CAT), aviso prévio, escriturações fiscais e informações sobre o FGTS. Segundo o Governo Federal (2017), a transmissão eletrônica desses dados simplificará a prestação das informações referentes às obrigações fiscais, previdenciárias e trabalhistas, de forma a reduzir a burocracia para as empresas. A prestação das informações ao esocial substituirá o preenchimento e a entrega de formulários e declarações separados a cada ente. A implantação do esocial viabilizará garantia aos diretos previdenciários e trabalhistas, racionalizará e simplificará o cumprimento de obrigações, eliminará a redundância nas informações prestadas pelas pessoas físicas e jurídicas, e aprimorará a qualidade das informações das relações de trabalho, previdenciárias e tributárias. A legislação prevê ainda tratamento diferenciado às micro e pequenas empresas. O PPP será integrado ao esocial, padronizando as informações e reduzindo a quantidade de obrigações. Com a entrada do esocial, as empresas deverão informar o último ASO (Atestado de Saúde Ocupacional) emitido para o trabalhador e, a partir daí, informar todo atestado que vier a ser emitido, seja periódico, afastamento, demissional ou de mudança de função. Caso o funcionário trabalhe com substâncias químicas, a monitoração biológica deverá ser enviada junto com a informação do médico responsável, bem como a análise de riscos ergonômicos e mecânicos. Todos esses riscos deverão estar correlacionados com a codificação da tabela do esocial e esse ponto deve ser muito bem observado, de forma a esclarecer quais são as medidas de proteção e redução de danos que a empresa está aplicando. Se o funcionário trocar de função, deixando de existir risco à saúde, será necessário informar imediatamente no programa. Mais do que alterar a forma de envio do PPP, o esocial provocará uma mudança na saúde e segurança ocupacional de centenas de milhares de trabalhadores. O Governo precisará estar atento, monitorando as informações repassadas pelas empresas e mantendo um sistema de gestão contábil de modo a organizar os dados e ganhar agilidade na transmissão das declarações. Se houver controvérsia entre os documentos de cunho trabalhista (PCMSO, PPRA, laudo de insalubridade) com os de cunho previdenciário (Comunicação de Acidente de Trabalho - CAT, PPP, LTCAT) pode ser deflagrada a inspeção no local, ou simplesmente a aplicação de multas. Também determinará o percentual que deve ser pago pela empresa para fins de Risco de Acidente do Trabalho RAT (antigo SAT Seguro Acidente de Trabalho), já que a lei determina que para as empresas que mais aposentam o trabalhador pelo benefício de aposentadoria especial, devem pagar uma sobretaxa ao percentual de RAT como observamos acima no artigo 57, parágrafo 6º da Lei nº 8213/1991. A partir do primeiro dia de janeiro de 2017 empresas optantes pelo Simples Nacional com mais 3 funcionários devem utilizar o esocial.

8. Conclusão Concluimos que um PPP bem formulado garante aos trabalhadores o direito a aposentadoria especial, ou seja, com um menor tempo de contribuição, em relação aos demais trabalhadores. Observamos que é necessário definir exatamente quais são esses tipos de trabalhadores visto que nem sempre receber adicional de insalubridade, classifica o trabalhador como especial. Um documento mal preenchido, causa prejuizos não só ao trabalhador mais também ao governo. Aposentar mais cedo um trabalhador que deveria contribuir em tempo normal causa um desequilibrio financeiro na previdencia, e mau aproveitamento da mão-de-obra para o empregador, além de maiores taxas agregadas às folhas de pagamento. O artigo possibilitou ainda, a compreensão, mesmo que de forma sumária, a abrangência de normas e leis que norteiam a proteção ao trabalhador, de forma que todos tenham tratamento isonomico em seu sentido formal, segundo a célebre frase de Aristótoles, que traduz o seguinte: "devemos tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais, na medida de sua desigualdade". Entendemos também, que as normas de Saúde e Segurança do Trabalho não possuem a finalidade apenas no campo do trabalho, mas podem influênciar em outros âmbitos como o previdenciário, a inter-relação e a conectividade entre os órgãos e as diversas esferas, mostrando a complexidade do sistema fiscalizatório, ainda pouco efetivo na prática. Verificamos que as obrigações não são poucas e com certeza desconhecidas de muitos. Tais leis não se apresentam apenas para evitar os riscos do Trabalho e garantir direitos ao trabalhador, mas, principalmente, para trazer eficácia a princípios constitucionais, como a dignidade da pessoa humana e a dignidade do Trabalho, além de adequar o Brasil a padrões internacionais de proteção ao trabalhador. Para chegarmos a patamares de país desenvolvido devemos acima de tudo mudar a cultura quanto a proteção do trabalho, pois criamos um país avançado legalmente, ratificador de tratados internacionais, formalmente pleno, mas por dentro ainda vivemos atrasados. 9. Referências ABDALLA, Eduardo C. As Normas de Segurança e Saúde do Trabalho Frente aos Agentes Fiscalizadores da Administração Pública. São Paulo: Unesp, 2015. ABHO. Associação Brasileira de Higienistas Ocupacionais. Limites de exposição (TLVs) para substâncias químicas e agentes físicos & Índices biológicos de exposição. São Paulo, 2002. BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil, de 05 de outubro de 1988. Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm.> Acesso em julho de 2017.. ARE 664.335 RG/SC STF em 04/12/2014. Disponível em <http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?doctp=tp&docid=7734901.> Acesso: 29 jul. 2017.

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